Emerson, livre de dispepsia: uma inspiração para Nietzsche

Autores

  • Kim Abreu Doutorando em Filosofia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Resumo

O primeiro objetivo deste artigo é fazer um estudo comparativo de noções e conceitos entre Emerson e Nietzsche com o fio condutor da dispepsia. O segundo objetivo é mostrar como eles se aproximam, a partir da noção de hora em Emerson e de esquecimento ativo em Nietzsche. O terceiro objetivo, mostrar como os dois autores se afastam com relação à afirmação da vida presente. Em Emerson, Deus será o pano de fundo para a autoconfiança e, consequente, afirmação do instante. Em Nietzsche, não existirá Deus e o que se exigirá do indivíduo será sua coragem e dureza, para superação do niilismo, por meio do esquecimento ativo. A solução para o problema da dispepsia, ainda em Nietzsche, será o esquecimento ativo, o amor fati, o eterno-retorno e o além-do-homem. E, em Emerson, será a autoconfiança – self-reliance – a fé no próprio pensamento, enquanto verdadeiro para todos os homens, isto é, o gênio. Espera-se dos resultados que as semelhanças e diferenças entre as concepções de mundo dos dois filósofos sejam mais bem entendidas; e, além disso, que a afirmação nietzschiana de que “Emerson é livre de dispepsia” possa ser compreendida, à luz dos conceitos e noções cotejados. 

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Publicado

23-11-2017

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Artigos