Nietzsche, o cínico e o espírito livre. Um ensaio de crítica imanente

Autores

  • Clademir Luís Araldi UFPel, Pelotas, RS - Brasil

Resumo

Investigo neste artigo uma ruptura radical na compreensão de espírito livre em Nietzsche. Em sua configuração inicial (como Freigeist), o espírito livre possui traços epicuristas, com foco na vita contemplativa. A ruptura se consuma na fase tardia (a partir de Além do bem e do mal) com a nova conformação do espírito livre (como freier Geist). Com traços cínicos, esse espírito liberto se volta para a vita ativa. Por fim, com auxílio de Foucault[1], trarei a figura cínica de Baudelaire, para reforçar, no sentido de uma crítica imanente, os traços cínicos do espírito livre nietzschiano. Trata-se de analisar as implicações para o espírito livre nietzschiano, quando Baudelaire é aproximado de R. Wagner e afastado da vida de artista ‘cínica’ do séc. XIX.


[1] Foucault desenvolveu análises dos cínicos nos Cursos no Collège de France, de 1881 a 1884, principalmente em A hermenêutica do sujeito, O governo de si e dos outros e A coragem da verdade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ANSELL-PEARSON, K. “True to the Earth: Nietzsche’s Epicurean Care of Self and World”, In: Nietzsche’s Therapeutic Teaching. Ed. Por H. Hutter e E. Friedland. Londres: Bloombury, 2013, p. 97-116.
ARALDI, Clademir L. Niilismo, Criação, Aniquilamento. Nietzsche e a filosofia dos extremos. Col. Sendas & Veredas. São Paulo: Discurso Editorial; Ijuí: Ed. UNIJUÍ, 2004.
CAMPIONI, Giuliano. Der französische Nietzsche. Berlim: de Gruyter, 2009.
CARVALHO, Daniel F. “Nietzsche e a lanterna de Diógenes”. Ouro Preto: Rev. Artefilosofia, n. 13, dezembro de 2012, p. 3-16. Disponível em: https://www.periodicos.ufop.br/pp/index.php/raf/article/view/557
CHAVES, Foucault e a verdade cínica. Campinas: Editora PHI, 2013.
D’IORIO, Paolo. Le voyage de Nietzsche à Sorrente. Paris: CNRS Éd., 2012.
FOUCAULT, M. A coragem da verdade. Curso no Collège de France (1983-1984). São Paulo: Martins Fontes, 2014.
FOUCAULT, Michel. A hermenêutica do sujeito. Curso no Collège de France (1981-1982). 3. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010a.
FOUCAULT, Michel. O governo de si e dos outros. Curso no Collège de France (1982-3). São Paulo: Martins Fontes, 2010b.
MARTON, Scarlett (org.). Nietzsche. Um “francês” entre franceses. Col. Sendas & Veredas. São Paulo: Editora Barcarolla / Discurso Editorial, 2009.
MÜLLER-LAUTER, Wolfgang. Nietzsche. Sua filosofia dos antagonismos e os antagonismos de sua filosofia. Trad. por Clademir Araldi. São Paulo: Editora UNIFESP, 2011.
NIETZSCHE, F. W. A gaia ciência. Trad. de Paulo C. de Souza. São Paulo, Companhia das Letras, 2001.
NIETZSCHE, F. W. A genealogia da moral. Trad. de Paulo C. de Souza. São Paulo, Companhia das Letras, 1998.
NIETZSCHE, F. W. Além do Bem e do Mal. Prelúdio a uma Filosofia do Futuro; trad. de Paulo C. de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
NIETZSCHE, F. W. Humano, demasiado humano II. Trad. de Paulo C. de Souza. São Paulo, Companhia das Letras, 2011.
NIETZSCHE, F. W. Aurora. Trad. de Paulo C. de Souza. São Paulo, Companhia das Letras, 2004.
NIETZSCHE, F. W. Humano, demasiado humano. Trad. de Paulo C. de Souza. São Paulo, Companhia das Letras, 2000.
NIETZSCHE, F. W. O caso Wagner. Um problema para músicos. Trad. de Paulo C. de Souza. São Paulo, Companhia das Letras, 1999.
NIETZSCHE, F. W. Sämtliche Werke. Kritische Studienausgabe (KSA). 15 vols. Organizada por Giorgio Colli e Mazzino Montinari. Berlim: de Gruyter, 1988.
NIETZSCHE, F. W. Sämtliche Briefe. Kritische Studienausgabe (KSB). 8 vols. Organizada por Giorgio Colli e Mazzino Montinari. Berlim: de Gruyter, 1986.

Downloads

Arquivos adicionais

Publicado

20-12-2018

Edição

Seção

Artigos