APLICAÇÃO DO ÍNDICE DE VEGETAÇÃO POR DIFERENÇA NORMALIZADA NO MONITORAMENTO DOS MANGUEZAIS: LITORAL SUL DE PERNAMBUCO – BRASIL

Autores

  • Fátima Verônica Pereira Vila Nova Universidade Federal de Pernambuco
  • Maria Fernanda Abrantes Torres Professor Adjunto III – Departamento de Ciências Geográficas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
  • Mariana Pêssoa Coelho Universidade Federal de Pernambuco
  • Neiva Marion Guimarães de Santana Universidade Federal de Pernambuco

DOI:

https://doi.org/10.7147/GEO15.5665

Resumo

Análises espaço temporais com a utilização de imagens de satélites e fotografias aéreas detectam prováveis alterações ocorridas em áreas com vegetação. O Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NVDI) fornece informações a partir de medidas espectrais para avaliação qualitativa e quantitativa de fatores diretamente relacionados com a cobertura vegetal, como biomassa e dinâmica entre solo e vegetação. Os sítios de sistemas ecológicos como manguezais, restingas, dunas e ilhas, podem ser avaliados e monitorados a partir das modificações na cobertura vegetal que funciona como um manto protetor dos recursos naturais, e por essa razão, sua distribuição e densidade definem o estado de conservação do ambiente. Assim, o objetivo desse trabalho foi analisar a eficácia do NVDI como ferramenta de monitoramento dos manguezais dos estuários da Bacia do Pina, de Barra das Jangadas e de Ipojuca,  no litoral sul de Pernambuco, Brasil, a fim de subsidiar estratégias de conservação. Com o uso do NDVI observou-se que as áreas colonizadas pelos mangues na Bacia do Pina, na imagem de 1989, foram substituídas pela área urbana e/ou solo exposto no imageamento de 1990 e 2010. A vegetação do manguezal remanescente adensou no mesmo período, indicando a resiliência típica do ecossistema. O fragmento tornou-se ligeiramente quadrado, o que pode potencializar o efeito de borda. Na Barra das Jangadas, o manguezal distribuído ao longo dos rios Pirapama e Jaboatão foi suprimido, principalmente nas margens e extensões próximas ao rio Jaboatão. Ressalta-se a diminuição de vegetação esparsa, principalmente nos períodos de 1989 e 1999, além do aumento do solo exposto e área urbana entre 1989 e 2010 e a recomposição da vegetação densa na última década na face interna do estuário. Constatou-se o mesmo processo de substituição da vegetação densa (mangues) pelas áreas urbanas e/ou solo exposto nos estuários do município de Ipojuca. As transformações no período analisado constituem a resposta espacial às mudanças econômicas que vêm ocorrendo na região e que têm colocado em risco o equilíbrio ambiental local. Assim, o uso do NDVI como ferramenta de monitoramento dos manguezais se mostrou eficaz pelo fato de permitir o acompanhamento de modificações estruturais nas áreas estudadas. Transformações que revelam aspectos importantes das condições ambientais, como o aumento da área urbana, a fragmentação dos remanescentes, a forma como esse se apresenta, informações úteis que podem subsidiar estratégias de conservação.

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Biografia do Autor

Fátima Verônica Pereira Vila Nova, Universidade Federal de Pernambuco

Bacharel em Geografia pela Universidade Federal de Pernambuco (2010). Mestre pelo Programa de Pós Graduação em Geografia da Universidade Federal de Pernambuco (PPGEO - UFPE) e doutoranda pelo mesmo programa, licencianda em Geografia pela UFPE e integrante do Grupo de Pesquisa em Biogeografia e Meio Ambiente (BIOMA) na UFPE . Tem experiência em em Geociências, com ênfase em Biogeografia, Sensoriamento Remoto e Meio Ambiente, atuando principalmente nos seguintes temas: meio ambiente, ecologia, avaliação, monitoramento e conservação de Unidades de Conservação.

Maria Fernanda Abrantes Torres, Professor Adjunto III – Departamento de Ciências Geográficas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Possui graduação em Geografia pela Universidade Federal de Pernambuco (1977), mestrado em Oceanografia pela Universidade Federal de Pernambuco (1988) e doutorado em Oceanografia (Oceanografia Biológica) pela Universidade de São Paulo (1999). Atualmente é professor adjunto III da Universidade Federal de Pernambuco, Coordenadora do Curso de Geografia da UFPE, membro permanente do Programa de Pós-Graduação em Geografia, parecerista da Revista Brasileira de Geografia Física e editor de seção da Revista de Geografia. Também atua como Vice Coordenadora do Núcleo de Estudos do Meio Ambiente do Departamento de Ciências Geográficas. Tem experiência na área de Geografia Física, com ênfase em Biogeografia, Caracterização de ambientes costeiros, Manguezais e Degradação ambiental em unidades de conservação e Oceanografia, com ênfase em Biogeografia e Bentos marinho.

Mariana Pêssoa Coelho, Universidade Federal de Pernambuco

Bacharel em Geografia pela Universidade Federal de Pernambuco (2010). Mestre em Geografia pelo Programa de Pós Graduação em Geografia da Universidade Federal de Pernambuco (PPGEO - UFPE/2013) e integrante do Grupo de Pesquisa em Biogeografia e Meio Ambiente (BIOMA) na UFPE.

Neiva Marion Guimarães de Santana, Universidade Federal de Pernambuco

Bacharel em Geografia pela Universidade Federal de Pernambuco. Mestra Programa de Pós- Graduação em Geografia na mesma instituição. Faz parte do Grupo de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto-SERGEO e colaboradora do Grupo de Biogeografia e Meio Ambiente-BIOMA. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geografia Física, atuando principalmente nos seguintes temas:manguezais, sistema de informações geográficas, caatinga e apicum.

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Publicado

20-12-2013

Como Citar

VILA NOVA, Fátima Verônica Pereira; TORRES, Maria Fernanda Abrantes; COELHO, Mariana Pêssoa; SANTANA, Neiva Marion Guimarães de. APLICAÇÃO DO ÍNDICE DE VEGETAÇÃO POR DIFERENÇA NORMALIZADA NO MONITORAMENTO DOS MANGUEZAIS: LITORAL SUL DE PERNAMBUCO – BRASIL. Geografares, [S. l.], n. 15, p. 36–67, 2013. DOI: 10.7147/GEO15.5665. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/geografares/article/view/5665. Acesso em: 29 mar. 2024.