AVALIAÇÃO DO ENSINO: espetáculo e diagnóstico

Autores

  • Regina Celia Mendes Senatore Universidade Federal do Espírito Santo
  • Ailton Pereira Morila Universidade Federal do Espírito Santo

Resumo

A avaliação é e sempre foi considerado instrumento importante no processo de ensino-aprendizagem. A avaliação sofreu, no entanto, um processo de fetichização. O conceito de fetiche pode ser entendido como uma aparência enganosa que naturaliza um lugar social específico mostrando como verdadeiro sua aparência de igualdade e escondendo a essência de desigualdade. Esse artigo tem como objetivo refletir sobre o fetiche da avaliação nas suas facetas de espetáculo e diagnóstico a partir de um resgate histórico do papel da avaliação no cotidiano escolar. A avaliação como espetáculo, importante dentro do projeto republicano brasileiro de educação e construção da Nação e a avaliação diagnóstica, fruto da massiva incorporação de conceitos médicos no campo educacional nos fins do século XIX no Brasil. Este modelo tem implicações e influências até os dias de hoje, como pode ser percebido em recentes conflitos veiculados pela imprensa e até mesmo nas canções populares. Muitas vezes a avaliação substitui a própria educação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Regina Celia Mendes Senatore, Universidade Federal do Espírito Santo

Doutora e mestre em Educação pela Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara (UNESP) e pedagoga pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP). Atualmente é professora adjunta do Departamento de Educação e Ciências Humanas do Centro Universitário Norte do Espírito Santo da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Pesquisador do Prometheus – Núcleo de Estudos Críticos (UFES). Pesquisadora do NUSEX – Núcleo de Estudos da Sexualidade (UNESP). Professora permanente do Programa de Mestrado em Ensino na Educação Básica do CEUNES-UFES.

Ailton Pereira Morila, Universidade Federal do Espírito Santo

Doutor e mestre em educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP). Graduado em história pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP). Atualmente é professor adjunto do Departamento de Educação e Ciências Humanas do Centro Universitário Norte do Espírito Santo da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Pesquisador do Prometheus – Núcleo de Estudos Críticos (UFES). Professor permanente do Programa de Mestrado em Ensino na Educação Básica do CEUNES-UFES.

Referências

ABRAMOWICZ, A. A menina repetente. Campinas: Papirus, 1995.
Aluno mata professor por discordar da nota. Paperblog. 08 Dezembro 2010. Disponível em http://pt-br.paperblog.com/aluno-mata-professor-por-discordar-da-nota-44003/. Acesso em 21 de fevereiro de 2011.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – 9.394/96. Brasília – 1996
CARVALHO, M. M. C. de A Escola e a República. São Paulo: Brasiliense, 1989.
Confira os 10 melhores cursos de Direito e Administração do País, segundo o Enade. O Estado de São Paulo. 13 de janeiro de 2011. Disponível em http://www.estadao.com.br/noticias/vida,confira-os-10-melhores-cursos-de-direito-e-administracao-do-pais-segundo-o-enade,665803,0.htm. Acesso em 21 de fevereiro de 2011.
COSTA, J. F. Ordem médica e norma familiar. Rio de Janeiro: Graal, 1999.
DEBORD, G. A sociedade do espetáculo. 2003. Disponível. http://www.ebooksbrasil.com/eLibris/socespetaculo.html. Acesso em 21 de fevereiro de 2011.
Dez melhores universidades do País são públicas. O Estado de São Paulo. 13 de janeiro de 2011. Disponível em http://www.estadao.com.br/noticias/vida,dez-melhores-universidades-do-pais-sao-publicas,665821,0.htm. Acesso em 21 de fevereiro de 2011.
FERNÁNDEZ, A. A Inteligência Aprisionada. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991.
FERNÁNDEZ, A. A mulher escondida na professora. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
GONDRA, J. G. Medicina, Higiene e Educação Escolar. In: 500 anos de Educação no Brasil. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.
HASHIGUTI, S.M. O discurso médico e a patologização da educação. In: Trabalhos em lingüística aplicada, vol.48, n. 1, Campinas, Jan/ Jun, 2009.
HILSDORF, Maria Lúcia Spedo. Francisco Rangel Pestana: jornalista, político, educador. Tese de doutorado. São Paulo, FEUSP, 1987.
PRESTES, G. Relatório da Escola Normal de São Paulo. São Paulo, 1896.
Professor apanha após reprovar estudante. Diário de São Paulo. 07 de Janeiro de 2011. Disponível em http://www.diariosp.com.br/conteudo/2011/01/19812-professor +apanha+apos+reprovar+estudante.html. Acesso em 21 de fevereiro de 2011.
SCHÜTZ, Ivani. Aluno teria se revoltado por causa de uma nota baixa. A professora sofreu fraturas nos braços e ferimentos no rosto. Santana Agora. 12 de novembro de 2010. Disponível em http://www.santanaagora.com.br/site/index.php?option=com content&view=article&id=3225:bate&catid=28:current-users&Itemid=50. Acesso em 21 de fevereiro de 2011.
SOUZA, R. F. de. Templos de Civilização: Um estudo sobre a Implantação dos Grupos Escolares no Estado de São Paulo. Tese (Doutorado em educação) – FEUSP, São Paulo, 1996.

Downloads

Publicado

28-12-2016

Edição

Seção

Artigos