Práticas de Letramento e Gêneros Discursivos na Formação de Professores Indígenas do Alto Xingu

Autores

  • Carmem Jená Machado Caetano Universidade de Brasília
  • Camila Moreira Ramos Universidade de Brasília
  • Vilma José Sabino Kamaiurá Universidade de Brasília

Resumo

Com a conquista do direito a uma instituição escolar diferenciada, garantida pela Constituição Federal de 1988, as atenções têm recaído sobre a formação de professores indígenas que ensinam nas aldeias, bem como a busca por conteúdos e materiais para a formulação dos currículos das instituições escolares indígenas brasileiras. Diante disso, o propósito deste artigo é refletir sobre as práticas de letramento e os gêneros discursivos utilizados pelos professores que lecionam no curso de Magistério Intercultural para comunidades indígenas no Alto Xingu, Mato Grosso. Para a investigação, utilizamos a Análise de Discurso Crítica (Fairclough, 1999, 2001, 2003) e a Teoria Social do Letramento (Barton, 1994; Barton, Hamilton e Ivanic, 2000, Street, 2014). Por meio de uma pesquisa de cunho qualitativo, nos valemos das entrevistas feitas com os professores do magistério e de notas de campo bem como de observações das aulas ministradas. Os resultados principais apontam para o uso do letramento ideológico, na perspectiva de Street (2014).

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Biografia do Autor

Carmem Jená Machado Caetano, Universidade de Brasília

Professora Doutora do Programa de Pós-graduação em Linguística da UnB.

Camila Moreira Ramos, Universidade de Brasília

Mestranda em Linguística na Universidade de Brasília, Pós-graduada em Revisão de textos pelo Uniceub, Graduada em Letras pela Universidade de Brasília.

Vilma José Sabino Kamaiurá, Universidade de Brasília

Mestranda em Linguística na Universidade de Brasília, Pós-graduada em Revisão de textos pelo Uniceub, Graduada em Letras pela Universidade de Brasília

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Publicado

24-12-2018

Edição

Seção

Dossiê: Educação Especial: Políticas públicas e práticas pedagógicas