POSSO ATÉ SER DIFERENTE, MAS AINDA TENHO QUE SER NORMAL?

Autores

  • Daniela Fantoni de Lima Alexandrino UFMG
  • Cintia Lucia de Lima UFMG

Resumo

Os meios de comunicação contribuem para um aprendizado sobre as maneiras de ser, de comportar-se e sobre os modos de constituir a si mesmo. A mídia, além de ser uma fonte básica de lazer, também é um lugar extremamente poderoso no que tange à produção e à circulação de uma série de valores, concepções, representações relacionadas a um aprendizado cotidiano sobre quem nós somos, o que devemos fazer, o que devemos ser. Por isso, devemos ficar atentos ao tipo de propagandas que são veiculadas e ao tipo de mensagens que desejamos passar, uma vez que podemos estar (re)forçando estereótipos enraizados socialmente. No intuito de despertar a criticidade das pessoas em relação às propagandas veiculadas na mídia sobre a deficiência, este trabalho tem o objetivo de analisar a propaganda veiculada na televisão brasileira, em canal aberto, intitulada “ser diferente é normal”. Para tanto, fizemos uma descrição da mesma, buscando analisar, em um primeiro momento, de forma superficial, as mensagens supostamente passadas pela propaganda e, posteriormente, analisar de maneira mais crítica as missivas que surgem deste apelo publicitário. Como resultado da análise superficial notamos o desejo de mudança de uma realidade que ainda é cruel com as pessoas “diferentes”. Pudemos notar um novo caminhar que busca desviar o olhar da diferença para o ser humano que ali habita. Já na análise crítica concluímos que o vídeo analisado tende a ser mais exclusivo do que inclusivo, pois, no fundo, não atende ao que chamamos de pressupostos da inclusão.

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Biografia do Autor

Daniela Fantoni de Lima Alexandrino, UFMG

Professora Doutora da Universidade do Estado de Minas Gerais

 

Cintia Lucia de Lima, UFMG

Mestre em Educação. Universidade do Estado de Minas Gerais.

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Publicado

31-12-2017

Como Citar

Alexandrino, D. F. de L., & Lima, C. L. de. (2017). POSSO ATÉ SER DIFERENTE, MAS AINDA TENHO QUE SER NORMAL?. Revista Educação Especial Em Debate, 2(4), 92–103. Recuperado de https://periodicos.ufes.br/reed/article/view/18777

Edição

Seção

Artigos - Fluxo Contínuo