Milagre ou magia na Cura do Cego de Nascença (Jo 9, 6-7): uma epistemologia

Autores

  • Maria Aparecida de Andrade Almeida
  • Pedro Paulo A. Funari

DOI:

https://doi.org/10.17648/rom.v0i9.18479

Palavras-chave:

Magia, Milagre, Xamanismo, Cura, Cristianismo primitivo

Resumo

No Evangelho de João, encontramos uma narrativa, que é a Cura do Cego de Nascença (Jo 9, 6-7). Nesta narrativa, Jesus cospe na terra, faz lama com saliva, unta com esta lama os olhos do cego e manda-o lavar na piscina de Siloé (que quer dizer Enviado). Ele vai lavar-se e volta de lá curado. Os representantes do poder político-religioso judaico e também os que conheciam o cego ficam desconcertados perante o ato miraculoso realizado por Jesus e questionam-o quanto ao seu poder dizendo-lhe: “Você tem um demônio!” O objetivo deste artigo não é analisar a figura e o poder de Jesus, que age como um mago, um milagreiro ou um xamã popular, mas a prática usada para curar o cego: magia ou milagre?

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Referências

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Publicado

30-06-2017

Como Citar

ALMEIDA, Maria Aparecida de Andrade; FUNARI, Pedro Paulo A. Milagre ou magia na Cura do Cego de Nascença (Jo 9, 6-7): uma epistemologia. Romanitas - Revista de Estudos Grecolatinos, [S. l.], n. 9, p. 51–64, 2017. DOI: 10.17648/rom.v0i9.18479. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/romanitas/article/view/18479. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Dossiê: Magia, adivinhação e ritos apotropaicos na Antiguidade