A GEOGRAFIA DAS FAMÍLIAS NAS METRÓPOLES BRASILEIRAS NOS ANOS 2000

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Resumo

O presente trabalho visa propor um olhar sobre a geografia das famílias no Brasil metropolitano, considerando seus espaços de residência ao longo da estrutura urbana das grandes metrópoles nos anos 2000. Sabe-se que a população brasileira passa por mudanças importantes tais como a queda da fecundidade e a maior diversidade dos arranjos domiciliares. Os processos de formação de domicílios tornam-se mais complexos, com o crescimento de domicílios com um só morador, dos arranjos monoparentais e da corresidência de pais com filhos e netos. As metrópoles brasileiras, por sua vez, ao mesmo tempo em que apresentam espaços de vanguarda para alguns desses processos de mudanças demográficas, ainda acumulam uma importante dívida social, impondo novas complexidades para o entendimento da dinâmica das famílias e domicílios, o que justifica uma leitura mais apurada da geografia dos espaços intrametropolitanos de residência. Para isso, o trabalho serviu-se dos dados dos Censos Demográficos 2000 e 2010, o que permitiu uma leitura unificada, entre os diferentes contextos metropolitanos considerados, da composição dos arranjos domiciliares no Brasil metropolitano.

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Biografia do Autor

Cimar Alejandro Prieto Aparicio, Universidade Estadual de Campinas.

Núcleo de Estudos de População "Elza Berquó". Demografia.

Luiz Antonio Chaves de Farias, Universidade Estadual de Campinas

Núcleo de Estudos de População "Elza Berquó". Demografia

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Publicado

28-11-2019

Edição

Seção

GT-2: Metrópole, metropolização e dinâmica espacial contemporânea