A SOCIODINÂMICA DO ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO: REFLEXÕES SOBRE ACESSO E PERMANÊNCIA DE SURDOS
Resumo
RESUMO: Neste ensaio refletimos sobre a sociodinâmica do Ensino Superior brasileiro, focalizando aspectos das tensões relativas à ampliação do acesso e à garantia de permanência de estudantes surdos nesse nível de ensino. Em termos teórico-metodológicos, buscamos aporte nos pressupostos da Sociologia Figuracional, especificamente os conceitos de figuração e interdependência elaborados por Norbert Elias. Compreendemos, a partir do autor, que os humanos formam diversas figurações uns com os outros em decorrência do estilo de vida, da transmissão do conhecimento passado de geração em geração. Assim, por meio dos aspectos eliasianos, refletimos sobre a dinâmica social que se dá na medida em que assimilamos que a matrícula de indivíduos que não compunham as figurações do Ensino Superior, metaforicamente falando,passam a existir e ao se relacionarem com aqueles indivíduos que já acessavam esse nível de ensino tecem figurações diversas. Para tanto, elegemos como procedimentos de coleta de dados a análise documental e o questionário fechado aplicado na turma do curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Federal do Espírito Santo – UFES. Constituíram sujeitos de pesquisa, os estudantes dessa turma que conta com a matrícula de uma estudante surda. Os dados revelam que somente a partir do final do século XX, os estudantes da classe popular, ou menos favorecida, bem como os estudantes surdos, tornaram-se presença no Ensino Superior. Ainda assim, nos documentos nacionais e nos acordos internacionais que consultamos, os indivíduos e suas expectativas não se constituem em balizadores decisivos na proposição da política educacional a ser implementada. Fica, então, garantido uma política educacional em que prevalece noções específicas de justiça, de igualdade e de participação social que parecem existir antes e independentes dos indivíduos e de suas demandas concretas.
Palavras-chave: Surdos. Ensino Superior. Norbert Elias.
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