INDÍCIOS DA LÓGICA MEDICALIZANTE NA POLÍTICA PÚBLICA EDUCACIONAL BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL

Autores

  • Kelly Cristina dos Santos Silva
  • Carla Biancha Angelucci

Resumo

Resumo                   

Na década de 1990, no Brasil, a forte influência de agências financiadoras na formulação das políticas educacionais alteram a função das(os) professoras(es) na em suas práticas, contribuindo para o apagamento dos saberes educacionais e do protagonismo de educadoras(es) na discussão, o que possibilitou o adensamento da lógica medicalizante para justificar os percalços na trajetória escolar de crianças e adolescentes. Moysés e Collares (2010) definem o processo de medicalização a partir do redimensionamento de questões de ordem social, econômica, cultural, política para a esfera biomédica. Angelucci (2014) destaca a presença da lógica medicalizante na Política nacional de
Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva, ao observar a terminologia biomédica para a definição de propostas do campo educacional e para a definição de seu público-alvo. Terzagui (2013) chama a atenção para a transformação do diagnóstico, que passa a ser  um direito a ser conquistado. O trabalho tem por objetivo analisar os indícios da lógica medicalizante na política brasileira de Educação Especial a partir da análise da Política nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva, do documento final da Conferência Nacional da Educação e do Plano Nacional de Educação, sob a ótica do paradigma indiciário de Ginsburg (1989).  Os resultados indicam a dupla função do diagnóstico biomédico, a primeira, marca o sujeito em suas especificidades, o que muitas vezes faz surgir, preconceitos e fixação no lugar do não aprendente, no qual a adoção de terminologias do campo biomédico sem as devidas reflexões sobre as implicações desse termos na trajetória dos(as) alunos(as). A segunda função do diagnóstico é compreendeida como porta de acesso à serviços educacionais especializados, na qual a inclusão de supostos transtornos, como o TDAH, tem sido discutidos como possibilidade de criação de políticas voltadas para a garantia de direitos, mesmo quando estes podem ser traduzidos em individualização de problemas que se constituem a partir de questões sociais, escolares, culturais e econômicas.

Palavras chave: Educação -  Medicalização – Políticas Públicas

Downloads

Não há dados estatísticos.

Downloads

Publicado

04-04-2019

Edição

Seção

Pôster - Eixo 1 Do Direito à Educação: políticas de acesso, permanência e qualidade social