Uma disputa ideológica transposta para interpretações

a visão marxista e a visão liberal sobre o conceito de fascismo

Autores

  • Sergio Schargel USP/Doutorando em Letras, UERJ/Doutorando em Comunicação, UFF/Doutorando em Ciência Política, UNIRIO/Mestrando em Ciência Política https://orcid.org/0000-0001-5392-693X

DOI:

https://doi.org/10.47456/e-202233305

Palavras-chave:

Fascismo, Marxismo, Robert Paxton

Resumo

Este artigo propõe uma discussão teórica para compreender o fascismo, a partir de um diálogo entre as correntes marxista e liberal e o entendendo como a manifestação simultânea de quatro outros conceitos, a saber, reacionarismo, populismo, autoritarismo e nacionalismo. Por fim, privilegia-se a análise do cientista político estadunidense Robert Paxton, trabalhando uma noção do fascismo como processo inerente à política de massas contemporânea, uma versão degenerada da democracia de massas. Dessa forma, a partir dessa análise, será possível elucidar algumas de suas principais características e utilizar a chave explicativa de Paxton como forma para apreender fascismos contemporâneos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Sergio Schargel, USP/Doutorando em Letras, UERJ/Doutorando em Comunicação, UFF/Doutorando em Ciência Política, UNIRIO/Mestrando em Ciência Política

Doutorando em Letras pela USP, doutorando em Comunicação pela UERJ, doutorando em Ciência Política pela UFF. Mestre em Letras pela PUC-Rio, mestrando em Ciência Política pela UNIRIO. Bacharel em Comunicação Social, Jornalismo e Comunicação Social, Publicidade e Propaganda, ambas pela PUC-Rio, bacharelando em Letras pela Estácio de Sá. Sua pesquisa e produção artística são focadas na relação entre literatura e política, tangenciando temas como teoria política, literatura política, pós-memória, antissemitismo e a obra de Sylvia Serafim Thibau.

Referências

ALBRIGHT, M. Fascismo: um alerta. São Paulo: Planeta, 2018.

ARENDT, H. As origens do totalitarismo: totalitarismo, o paroxismo do poder. Rio de Janeiro: Editora Documentário, 1978.

BERNHARD, T. Praça dos heróis. São Paulo: Editora Temporal, 2020.

BLUMENBERG, H. Teoria da não-conceitualidade. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2013.

BOBBIO, N. O futuro da democracia: uma defesa das regras do jogo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986. DOI: https://doi.org/10.22201/fcpys.24484903e.1986.2.60044

BRAY, M. Antifa: o manual antifascista. São Paulo: Autonomia Literária, 2018.

BURKE, E. Reflexões sobre a Revolução em França. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1982.

CRUZ, M. B. da. Teorias sociológicas: os fundadores e os clássicos. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2004.

DHAL, R. A. Poliarquia: participação e oposição. São Paulo: Edusp, 2005.

DOWNS, A. Uma teoria econômica da democracia. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2013.

ECO, U. O fascismo eterno. Rio de Janeiro: Record, 2018. p. 43.

FELICE, R. de. Explicar o fascismo. Edições 70: Lisboa, 1976.

FRESU, Gianni. Nas trincheiras do ocidente: lições sobre fascismo e antifascismo. Ponta Grossa: Ed. UEPG, 2017.

GEISELBERGER, H. (org.). A grande regressão. São Paulo: Estação Liberdade, 2019.

HOBSBAWM, E. J. Nações e nacionalismo desde 1780: programa, mito e realidade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.

LACLAU, E. On populist reason. Londres: Verso, 2005.

LEVITSKY, S.; ZIBLATT, D. Como as democracias morrem. Rio de Janeiro: Zahar, 2018.

MAISTRE, J. de. Considerations on France. London: McGill-Queen’s University Press, 1974. DOI: https://doi.org/10.1515/9780773593312

MANN, M. Fascistas. Rio de Janeiro: Record, 2008.

MESQUITA, R. Desenho de pesquisa, inferência e causalidade em ciência política e relações internacionais: uma introdução didática. Revista Política Hoje, Recife, v. 26, n. 2, 2017.

MILL, John Stuart. Sobre a liberdade / A sujeição das mulheres. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.

MOUFFE, C. Democracia, cidadania e a questão do pluralismo. Política & Sociedade, n.03, outubro de 2003.

MUSSOLINI, B. The political and social doctrine of fascism. 1932. Disponível em: https://www.sjsu.edu/people/cynthia.rostankowski/courses/HUM2BS14/s0/The-Doctrine-of-Fascism.pdf. Acesso em: 09 jul. 2021.

ORWELL, G. O que é fascismo? E outros ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.

PACHUKANIS, E. Fascismo. São Paulo: Boitempo, 2020.

PARETO, V. Manual of political economy. Oxford: Oxford University Press, 2014.

PAXTON, R. A anatomia do fascismo. São Paulo: Paz e Terra, 2007.

PAXTON, R. The five stages of fascism. The Journal of Modern History, v. 70, n. 01, mar. 1998. DOI: https://doi.org/10.1086/235001

RAWLS, J. O liberalismo político. São Paulo: Editora Ática, 2000.

REIS, G. S. Pela democracia, precisamos jogar fora o termo ‘populismo’. La Libertad de Pluma. Disponível em: http://lalibertaddepluma.org/guilherme-simoes-reis-por-la-democracia-necesitamos-echar-el-termino-populismo-a-la-basura/. Acesso em: 19 set. 2020.

RIEMEN, R. Fascism is once more at our doors, and we still refuse to see and treat it by its name: an interview with Cultural Philosopher Rob Riemen. Entrevista concedida a Sergio Schargel. Revista Cantareira, n. 33, 2020. Disponível em: https://periodicos.uff.br/cantareira/article/view/40711.

RIEMEN, R. O eterno retorno do fascismo. Lisboa: Editorial Bizâncio, 2012.

RUNCIMAN, D. Como a democracia chega ao fim. São Paulo: Todavia, 2018.

SCHUMPETER, J. A. Capitalismo, socialismo e democracia. Rio de Janeiro: Editora Fundo de Cultura, 1961.

SOREL, G. Reflections on violence. Cambridge: Cambridge University Press, 1999. DOI: https://doi.org/10.1017/CBO9780511815614

SUNSTEIN, C. (org.). Can it happen here? Authoritarianism in America. Harper Collins: New York, 2018.

VERMES, T. Ele está de volta. Rio de Janeiro: Editora Intrínseca, 2014.

Downloads

Publicado

30-12-2022

Como Citar

SCHARGEL, Sergio. Uma disputa ideológica transposta para interpretações: a visão marxista e a visão liberal sobre o conceito de fascismo. Revista Ágora, Vitória/ES, v. 33, n. 3, p. e-202233305, 2022. DOI: 10.47456/e-202233305. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/agora/article/view/38882. Acesso em: 12 out. 2024.

Edição

Seção

Artigos