Uma perspectiva conservadora do desenvolvimento econômico capixaba no pós 1964: o governo Arthur Gehardt e os Grandes Projetos de Impacto (1971-1975)
Resumo
O estudo tem como objetivo compreender a inserção da economia do Estado do Espírito Santo no contexto de desenvolvimento capitalista no século XX. Foi o momento em que diversas políticas públicas foram criadas com o objetivo de superar o atraso através da industrialização e da diversificação da infra-estrutura. Os Grandes Projetos de Impacto, da década de 1970, durante o governo de Arthur Carlos Gehardt Santos (1971-1974), visavam adequar a economia capixaba a uma nova dinâmica, calcada numa perspectiva oligopolista do capitalismo internacional, através da associação do capital público com o privado.
O planejamento e os Grandes Projetos no Estado, já no século XX, foram pensados com o objetivo de reverter o atraso econômico, desenvolvendo forças produtivas e indústrias locais. O desenvolvimentismo, dentro desta perspectiva, surgiu como projeto a ser seguido pelas elites locais no século XX, já que ele, através de uma série de metas e programas, principalmente através da associação do capital público com o privado, foi utilizado como meio de sepular etapas do desenvolvimento capitalista, servindo assim para maximizar as forças produtivas e criar um parque industrial forte e competitivo, superando alicerces arcaicos, principalmente aqueles ligados ao setor agrário-exportador, surgindo aqui empresas como a Companhia Siderúrgica de Tubarão, Samarco Mineração etc.
Observa-se que o desenvolvimento proposto pelas elites do Estado no século XX não foram acompanhadas de reformas sociais e estruturais significativas, cujos efeitos são percebidos no século XXI, principalmente a miséria social e a violência, daí a validade da tese sobre a perspectiva conservadora do desenvolvimento capitalista capixaba.
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