A pandemia da COVID-19 e
a pós-graduação stricto sensu no Brasil
The
COVID-19 pandemic and graduate studies stricto sensu in Brazil
Daniella
Borges Ribeiro*
Resumo: A pesquisa tem como
objetivo descrever o panorama dos programas de pós-graduação stricto sensu no
Brasil do ano 2000 até 2021, destacando os anos de pandemia da COVID-19. Trata-se de pesquisa quantitativa
elaborada por meio de dados coletados no Sistema de Informações
Georreferenciadas da CAPES e analisados a partir da análise estatística
descritiva. Os resultados demonstram a expansão dos programas de pós-graduação
stricto sensu no Brasil, o aumento do número de matrículas e a redução das
titulações em período de pandemia da COVID-19.
Palavras-chave: Pós-graduação. Política de Educação.
Ciência. Pandemia.
Abstract: This research describes the scene for graduate programmes stricto
sensu in Brazil, from 2000 to 2021, highlighting the years of the COVID-19
pandemic. It is quantitative research developed through data collected from the
CAPES Georeferenced Information System, which was analysed using descriptive
statistical analysis. The results reveal the expansion of graduate programmes stricto
sensu in Brazil, an increase in enrolments, and a reduction in the number
of degrees completed during the COVID-19 pandemic.
keywords: Graduate studies. Education
policy. Science. Pandemic.
Submetido em: 28/1/2023. Aceito em: 22/5/2023.
Introdução
A |
pós-graduação no Brasil surge
como uma das estratégias para
garantir o desenvolvimento nacional. Nesse contexto,
emerge o Decreto nº 19.851 de 1931 – Estatuto das Universidades Brasileiras –
que prevê a existência de cursos de aperfeiçoamento e de especialização. Entretanto, somente a
partir da década de 1960 é possível verificar a consolidação da pós-graduação.
Em 1961 surge a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e, em seguida, a
emissão do Parecer nº 977/65 do Conselho Federal de Educação (CFE), regulamentando
a pós-graduação no Brasil (Cury, 2005).
A pós-graduação
apresenta grande importância em virtude de sua produção de conhecimentos
científicos fundamentais para o desenvolvimento do país. Mais recente, a
eclosão da pandemia da COVID-19 explicitou a relevância da ciência em todo o
mundo, uma vez que cientistas se debruçaram em pesquisas que visavam o controle
da pandemia. No Brasil, a cientista Jaqueline Goes de Jesus, doutora pela
Universidade Federal da Bahia, fez parte da equipe que mapeou os primeiros
genomas do novo coronavírus em apenas 48 horas após a confirmação do primeiro
caso de COVID-19 no Brasil (Veloso, 2020). Entre as várias iniciativas que
envolveram pesquisadores (as) brasileiros (as) também destacamos o anúncio
realizado no dia 22 de fevereiro de 2022 da primeira vacina nacional contra a
COVID-19, produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) (Organização
Pan-Americana da Saúde, 2022).
A ciência é
fundamental para dar respostas às demandas da sociedade e, há de se considerar
que no Brasil “[...] é nas universidades que se realiza a maior parte da
pesquisa do país, especialmente nas públicas [...]” (Brasil, 2016, p. 27), com
destaque para os programas de pós-graduação. Este artigo tem como objetivo descrever o panorama dos programas de
pós-graduação stricto sensu no Brasil do ano 2000 até 2021, destacando o
período referente à pandemia da COVID-19. Trata-se de pesquisa quantitativa cujos dados sobre
os programas de pós-graduação stricto sensu foram coletados no Sistema de
Informações Georreferenciadas da CAPES (GEOCAPES), sistematizados e analisados a partir
da análise estatística descritiva (Minayo, 2004).
A pós-graduação brasileira no século 21
Os
programas de pós-graduação atuam não apenas na formação de docentes e
pesquisadores para as universidades e instituições de pesquisa, mas, também, na
busca de soluções frente às problemáticas que se constituem como desafios para
o Brasil. A ciência precisa estar afinada com as necessidades da sociedade
expressas nos problemas ambientais, tecnológicos, sociais, econômicos, e deve
ter capacidade de lidar tanto com temáticas complexas quanto a devolução de
benefícios para a melhoria de vida da população. O Brasil se tornou referência
em pesquisas ligadas à medicina tropical, odontologia, parasitologia,
agricultura tropical, diversidade cultural e social, energia, biocombustíveis,
estudos sobre violência, biodiversidade, vírus da zika, microcefalia (Brasil,
2021b), o que demonstra a necessidade de investimento na ciência e a defesa de
seu retorno benéfico para o conjunto da sociedade.
O
Brasil apresentou um aumento considerável na proporção de doutores titulados em
relação à população, saltando de 6,4 doutores para cada 100 mil habitantes, em
2011, para 11,6 doutores para cada 100 mil habitantes, em 2019 (BRASIL, 2021).
Apesar da conquista, esses números precisam avançar. O Relatório da Unesco
expõe as seguintes informações: em 2014, havia no Brasil 888 pesquisadores por
milhão de habitantes; no Japão, 5.328; nos Estados Unidos, 4.205; na Alemanha,
4.321; na França, 4.234; na China, 1.089. No mesmo levantamento, o Brasil fica
atrás de países da América Latina como a Argentina, onde em 2014 havia 1.207
pesquisadores por milhão de habitantes (Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura, 2021).
Embora
seja possível observar certo avanço, o Brasil ainda não investe o necessário
para a expansão da ciência e tecnologia (C&T). Se considerarmos o
investimento em pesquisa e desenvolvimento como proporção do PIB em 2018, o Brasil
investiu 1,26% do PIB; o Japão, 3,26%; a Alemanha, 3,09%; os Estados Unidos,
2,84%; a França, 2,20% e; a China, 2,19% (Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura, 2021).
A
crise econômica vivenciada pelo Brasil em 2015 afetou profundamente os
investimentos na política de educação e C&T. Após o impeachment da presidenta Dilma
Rousseff, o governo brasileiro adotou um regime duro de austeridade fiscal,
sendo emblemática a aprovação, em 2016, no Governo Michel Temer, da Emenda Constitucional
nº 95 (EC/95), que congela por 20 anos o gasto público destinado a direitos
sociais essenciais como saúde, educação e assistência social em contexto de
hegemonia do capital financeiro e de disputa pelos recursos do fundo público (Souza;
Soares, 2019). Ou seja, antes da pandemia da COVID-19 já havia uma tendência no
Brasil de cortes de recursos para as políticas públicas e de aumento das
desigualdades sociais.
A
pandemia da COVID-19 teve início quando a Organização Mundial da Saúde (OMS)
recebeu em 31 de dezembro de 2019 um alerta sobre casos de pneumonia na cidade
de Wuhan, na República Popular da China. Em 07 de janeiro de 2020, houve a
ratificação da existência de um novo tipo de coronavírus, que recebeu o nome de
SARS-CoV-2, o responsável por causar a doença COVID-19. Em 30 de janeiro de
2020, a OMS declarou o surto do novo coronavírus como uma Emergência de Saúde
Pública de Importância Internacional (ESPII) e, em 11 de março de 2020, a
COVID-19 foi caracterizada pela
OMS como uma pandemia
(Organização
Pan-Americana da Saúde, [2021]). Até 25 de janeiro de 2023 a OMS
registrou 664.873.023 casos confirmados de COVID-19 no mundo, sendo 6.724.248
mortes. O maior número de casos e mortes foi nos Estados Unidos (100.651.473
casos e 1.093.540 mortes), seguido do Brasil, com 36.730.913 casos confirmados
e 696.342 mortes[1]
(dados registrados até 25 de janeiro de 2023) (Organização Pan-Americana da Saúde,
[202-]).
Após
a declaração de Emergência em Saúde Pública da OMS, uma série de medidas foi
adotada pelos países. No Brasil, as medidas foram variadas, desde o
negacionismo até decisões que seguiram as recomendações científicas
internacionais (Morel, 2021). Levando em consideração as disputas políticas,
econômicas e ideológicas que envolveram a situação, em 03 de fevereiro de 2020
o Ministério da Saúde aprovou a Portaria nº 188, que declara Emergência em
Saúde Pública em decorrência da infecção pelo coronavírus (Brasil, 2020a). No
campo da política de educação, o Ministério da Educação lançou as Portarias nº
343, de 17 de março de 2020 (Brasil, 2020b) e nº 345, de 19 de março de 2020 (Brasil,
2020c) apontando a substituição das aulas presenciais pelas aulas remotas
durante a pandemia. Assim, as instituições de ensino adotaram aulas mediadas
pelas Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação.
A
adoção do ensino remoto impactou a
vida de docentes, discentes e técnicos das instituições de ensino. As rotinas
de estudo e de trabalho foram alteradas rapidamente. Houve maior exigência de
adaptação às tecnologias digitais; aumento da carga horária de trabalho
docente; dificuldades de interação entre docentes e discentes; dificuldades
para o estabelecimento de limites entre trabalho, estudo e rotina pessoal;
suspensão de algumas atividades de pesquisa e extensão; dificuldade de
acompanhamento das aulas; aumento dos gastos (pois, docentes e discentes
arcaram com o pagamento das contas de luz, internet, entre outras); além das
angústias e medos próprios do período de pandemia, que se somaram aos estresses
do estudo e do trabalho (Elias; Alves, 2022).
A
vacina foi descoberta a partir de esforços de pesquisadores e investimentos em
pesquisas em várias partes do mundo. A vacinação contra a COVID-19 no Brasil
teve início em janeiro de 2021 e, segundo Leonel (2022, p. 1), “[...] o elevado
número de mortes e o colapso no sistema de saúde de 2021 poderiam ter sido
evitados se o país tivesse se preparado corretamente e antecipado a aquisição
das vacinas”.
A
formação social e econômica do Brasil com alto índice de desigualdade social,
as crises econômicas e, recentemente, a pandemia da COVID-19, agravaram os
problemas de todas as ordens já existentes no país. Em 2014 a Organização das
Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) declarou o Brasil como um
país sem fome, condição perdida frente à crise econômica e os efeitos da
pandemia (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura,
2021). Em 2014, 2,7% da população vivia em situação de extrema pobreza. Em
2018, esse número aumenta para 4,4%, atingindo majoritariamente a população
negra (8,8% do total geral dos negros e 3,6% do grupo populacional branco).
Tais números aumentaram ainda mais a partir de 2020 (Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, 2021).
Pelo
exposto, verifica-se a relevância da ciência principalmente em tempos de
pandemia da COVID-19 (mesmo com o fortalecimento de ideias negacionistas).
Desse modo, se no Brasil a produção científica é realizada majoritariamente nas
instituições públicas (com destaque para os programas de pós-graduação)[2] e por
meio de cientistas formados nas universidades estaduais e federais, importa-nos
identificar os programas de pós-graduação stricto sensu públicos e conhecer
alguns dos impactos sofridos durante a pandemia da COVID-19.
Resultados
Os
dados a seguir são referentes à distribuição dos programas de pós-graduação
stricto sensu, suas matrículas e titulações, entre os anos 2000 e 2021, no
mestrado, mestrado profissional e doutorado. Quanto ao doutorado profissional,
não serão abordadas as matrículas e titulações, dada a sua criação recente[3]. O
quadro 1 demonstra a expansão dos programas de pós-graduação stricto sensu, com
exceção do ano de 2020, com pequena queda de 0,2% e retomada do crescimento em
2021. Em 2021, 51% dos programas possuíam cursos de mestrado e doutorado.
Quadro 1. Distribuição dos programas de
pós-graduação por nível
Ano |
Mestrado/ doutorado |
Mestr |
Dout |
Mestr/ Dout/ Mestr. Prof. |
Mestr/ Mestr. Prof. |
Mestr. Prof |
Mestr. Prof./ Dout. Prof. |
Dout. Prof. |
Total de programas |
2000 |
766 |
612 |
28 |
19 |
05 |
09 |
- |
|
1.439 |
2001 |
883 |
560 |
29 |
44 |
05 |
29 |
- |
|
1.550 |
2002 |
891 |
660 |
32 |
44 |
05 |
51 |
- |
|
1.683 |
2003 |
907 |
764 |
35 |
44 |
06 |
62 |
- |
|
1.818 |
2004 |
1.022 |
759 |
32 |
01 |
- |
116 |
- |
|
1.930 |
2005 |
1.063 |
829 |
33 |
- |
- |
132 |
- |
|
2.057 |
2006 |
1.146 |
923 |
39 |
- |
- |
157 |
- |
|
2.265 |
2007 |
1.207 |
980 |
37 |
- |
- |
184 |
- |
|
2.408 |
2008 |
1.284 |
1.029 |
36 |
- |
- |
218 |
- |
|
2.567 |
2009 |
1.381 |
1.054 |
40 |
- |
- |
243 |
- |
|
2.718 |
2010 |
1.453 |
1.091 |
49 |
- |
- |
247 |
- |
|
2.840 |
2011 |
1.563 |
1.175 |
52 |
- |
- |
338 |
- |
|
3.128 |
2012 |
1.664 |
1.230 |
53 |
- |
- |
395 |
- |
|
3.342 |
2013 |
1.897 |
1.095 |
56 |
- |
- |
480 |
- |
|
3.528 |
2014 |
1.896 |
1.199 |
58 |
- |
- |
525 |
- |
|
3.678 |
2015 |
2.087 |
1.167 |
64 |
- |
- |
613 |
- |
|
3.931 |
2016 |
2.106 |
1.292 |
76 |
- |
- |
703 |
- |
|
4.177 |
2017 |
2.144 |
1.367 |
82 |
- |
- |
753 |
01 |
|
4.347 |
2018 |
2.195 |
1.320 |
83 |
- |
- |
763 |
01 |
01 |
4.363 |
2019 |
2.330 |
1.333 |
80 |
- |
- |
802 |
24 |
01 |
4.570 |
2020 |
2.356 |
1.282 |
78 |
- |
- |
800 |
41 |
02 |
4.559 |
2021 |
2.391 |
1.348 |
87 |
- |
- |
811 |
51 |
03 |
4.691 |
Fonte: GeoCapes.[4]
Em
2020, não se registra diminuição dos programas nas instituições federais. Pelo
contrário, houve aumento. Nesse ano, a queda ocorreu nos programas privados e
estaduais e, em 2021 uma estreita diminuição dos programas municipais. Em 2021,
82,3% dos programas eram de instituições públicas, especialmente federais
(Gráfico 1). O destaque para as federais reafirma que “[...] é nas universidades que se realiza a maior parte da
pesquisa do País, especialmente nas públicas, o que significa que os docentes
são responsáveis por uma parcela significativa da produção científica nacional”
(Brasil, 2016, p. 27).
Em
2021, 42,5% dos programas se localizavam no Sudeste, seguido do Sul (21,4%).
Nos anos de pandemia da COVID-19 constata-se a diminuição de programas no
Nordeste e Sudeste, mas ainda assim o Sudeste continua concentrando o maior
número de programas. Nota-se nos últimos anos o crescimento dos programas nas
regiões Norte e Centro-Oeste, fato importante para a diminuição das disparidades
regionais (Gráfico 2).
Gráfico 1. Distribuição dos programas de
pós-graduação por status jurídico
Fonte: GeoCapes.
Gráfico 2. Distribuição dos programas de
pós-graduação por região
Fonte: GeoCapes.
Quadro 2. Programas de mestrado/ doutorado –
Grande área
Ano |
C. da
Saúde |
C.
ex. e da terra |
C.
humanas |
C.
biológicas |
C.
agrárias |
Eng. |
C.
soc. aplicadas |
Ling.,
letras e artes |
Multidisc. |
2000 |
189 |
105 |
101 |
97 |
86 |
79 |
49 |
51 |
09 |
2001 |
193 |
116 |
129 |
113 |
107 |
90 |
63 |
58 |
14 |
2002 |
198 |
114 |
130 |
115 |
108 |
90 |
63 |
58 |
15 |
2003 |
207 |
114 |
132 |
118 |
109 |
91 |
63 |
58 |
15 |
2004 |
214 |
124 |
141 |
135 |
127 |
111 |
84 |
60 |
26 |
2005 |
228 |
128 |
143 |
141 |
133 |
114 |
86 |
61 |
29 |
2006 |
244 |
131 |
159 |
148 |
144 |
124 |
94 |
68 |
34 |
2007 |
245 |
138 |
168 |
142 |
153 |
125 |
103 |
70 |
63 |
2008 |
259 |
146 |
182 |
149 |
163 |
130 |
109 |
73 |
73 |
2009 |
276 |
153 |
197 |
159 |
178 |
137 |
119 |
78 |
84 |
2010 |
279 |
160 |
211 |
168 |
186 |
145 |
128 |
82 |
94 |
2011 |
296 |
162 |
231 |
180 |
200 |
150 |
140 |
91 |
113 |
2012 |
310 |
165 |
247 |
187 |
213 |
160 |
157 |
96 |
129 |
2013 |
355 |
177 |
281 |
199 |
239 |
170 |
192 |
109 |
175 |
2014 |
352 |
177 |
278 |
202 |
242 |
172 |
194 |
107 |
172 |
2015 |
382 |
195 |
308 |
216 |
259 |
191 |
213 |
116 |
207 |
2016 |
384 |
195 |
309 |
219 |
259 |
193 |
217 |
118 |
212 |
2017 |
389 |
195 |
313 |
222 |
261 |
198 |
225 |
121 |
220 |
2018 |
389 |
201 |
328 |
224 |
262 |
200 |
238 |
126 |
227 |
2019 |
404 |
209 |
357 |
229 |
272 |
211 |
259 |
134 |
255 |
2020 |
407 |
210 |
365 |
231 |
269 |
212 |
266 |
138 |
258 |
2021 |
409 |
214 |
374 |
235 |
269 |
212 |
271 |
145 |
262 |
Fonte: GeoCapes.
Em
2021, dos programas que possuíam mestrado e doutorado, 17,1% eram da grande
área das ciências da saúde. Observa-se que, com exceção das ciências agrárias,
os programas de mestrado e doutorado cresceram também no período de pandemia da
COVID-19 (em 2019, eram 2.330; em 2020, 2.356 e em 2021, 2.391) (Quadro 2).
Quadro 3. Programas de mestrado - Grande área
Ano |
C. da
Saúde |
C.
ex. e da terra |
C.
humanas |
C.
biológicas |
C.
agrárias |
Eng. |
C.
soc. aplicadas |
Ling.,
letras e artes |
Multidisc. |
2000 |
99 |
67 |
94 |
40 |
84 |
74 |
85 |
28 |
41 |
2001 |
83 |
59 |
97 |
35 |
67 |
73 |
83 |
27 |
36 |
2002 |
99 |
69 |
112 |
41 |
73 |
83 |
98 |
34 |
51 |
2003 |
120 |
77 |
127 |
44 |
87 |
91 |
114 |
42 |
62 |
2004 |
114 |
77 |
129 |
39 |
79 |
97 |
112 |
47 |
65 |
2005 |
122 |
83 |
141 |
39 |
79 |
107 |
130 |
50 |
78 |
2006 |
119 |
95 |
152 |
46 |
97 |
111 |
153 |
59 |
91 |
2007 |
118 |
98 |
166 |
45 |
101 |
112 |
167 |
64 |
109 |
2008 |
123 |
99 |
174 |
51 |
109 |
115 |
175 |
66 |
117 |
2009 |
120 |
97 |
185 |
47 |
108 |
123 |
182 |
69 |
123 |
2010 |
123 |
97 |
181 |
58 |
114 |
130 |
178 |
78 |
132 |
2011 |
134 |
103 |
193 |
67 |
118 |
141 |
183 |
82 |
154 |
2012 |
135 |
109 |
204 |
71 |
133 |
142 |
185 |
79 |
172 |
2013 |
100 |
101 |
176 |
61 |
117 |
139 |
167 |
65 |
169 |
2014 |
119 |
102 |
193 |
62 |
122 |
150 |
182 |
70 |
199 |
2015 |
108 |
93 |
183 |
66 |
116 |
140 |
188 |
71 |
202 |
2016 |
124 |
102 |
196 |
68 |
126 |
147 |
212 |
78 |
239 |
2017 |
137 |
106 |
205 |
72 |
130 |
156 |
223 |
78 |
260 |
2018 |
137 |
100 |
191 |
70 |
128 |
155 |
208 |
71 |
260 |
2019 |
137 |
98 |
201 |
64 |
123 |
155 |
210 |
76 |
269 |
2020 |
136 |
97 |
192 |
61 |
111 |
149 |
205 |
67 |
264 |
2021 |
149 |
100 |
198 |
62 |
121 |
160 |
205 |
65 |
288 |
Fonte: GeoCapes.
Em
2021, 21,4% dos programas de mestrado e 33,3% dos de doutorado pertenciam à
área multidisciplinar (Quadros 3 e 4). Os programas de mestrado sofreram
redução no ano de 2020, se comparado a 2019. Essa redução foi menor em
programas de doutorado (Quadros 3 e 4).
Quadro 4. Programas de doutorado- Grande área
Ano |
C. da
Saúde |
C.
ex. e da terra |
C.
humanas |
C.
biológicas |
C.
agrárias |
Eng. |
C.
soc. aplicadas |
Ling.,
letras e artes |
Multidisc. |
2000 |
13 |
01 |
03 |
01 |
02 |
02 |
02 |
- |
04 |
2001 |
13 |
01 |
02 |
01 |
03 |
02 |
01 |
- |
06 |
2002 |
13 |
01 |
02 |
02 |
03 |
03 |
01 |
- |
07 |
2003 |
14 |
02 |
03 |
03 |
03 |
03 |
01 |
- |
06 |
2004 |
13 |
01 |
03 |
02 |
03 |
03 |
- |
- |
07 |
2005 |
14 |
01 |
03 |
02 |
03 |
03 |
- |
- |
07 |
2006 |
13 |
03 |
04 |
04 |
03 |
03 |
- |
- |
09 |
2007 |
12 |
04 |
04 |
02 |
02 |
04 |
- |
- |
09 |
2008 |
12 |
04 |
04 |
01 |
02 |
03 |
- |
- |
10 |
2009 |
13 |
04 |
04 |
02 |
02 |
03 |
- |
- |
12 |
2010 |
15 |
08 |
04 |
02 |
02 |
03 |
01 |
- |
14 |
2011 |
16 |
08 |
03 |
02 |
02 |
03 |
02 |
01 |
15 |
2012 |
16 |
08 |
03 |
03 |
02 |
03 |
02 |
01 |
15 |
2013 |
16 |
08 |
02 |
02 |
02 |
03 |
02 |
01 |
20 |
2014 |
18 |
07 |
02 |
02 |
02 |
03 |
02 |
01 |
21 |
2015 |
18 |
07 |
02 |
02 |
01 |
05 |
03 |
01 |
25 |
2016 |
20 |
08 |
02 |
03 |
02 |
07 |
05 |
01 |
28 |
2017 |
21 |
09 |
02 |
03 |
03 |
07 |
07 |
01 |
29 |
2018 |
23 |
09 |
02 |
03 |
03 |
07 |
08 |
01 |
27 |
2019 |
22 |
10 |
02 |
03 |
02 |
07 |
07 |
01 |
26 |
2020 |
23 |
10 |
03 |
03 |
01 |
07 |
05 |
01 |
25 |
2021 |
24 |
10 |
05 |
03 |
02 |
07 |
05 |
02 |
29 |
Fonte: GeoCapes.
Os
Programas com mestrado, doutorado e mestrado profissional[5] possuem
registros até 2004 e, no ano, o único programa era da área multidisciplinar
(Quadro 5). Dos programas de mestrado e mestrado profissional[6], em
2003, 4 estavam na área multidisciplinar (Quadro 6). Em 2021, dos 811 programas
de mestrado profissional, 26,9% eram multidisciplinares; 20 programas de
mestrado profissional e doutorado profissional[7] também
são multidisciplinares, além de 2 programas de doutorado profissional[8] (Quadros
7, 8 e 9). A expansão dos programas profissionais na área multidisciplinar vem
ao encontro das recomendações do Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG
2011-2020), que estimula novos programas, grupos de pesquisa e docentes na
área.
Quadro 5. Programas de mestrado/
doutorado/Mestrado profissional - Grande área
Ano |
C. da
Saúde |
C.
ex. e da terra |
C.
humanas |
C.
biológicas |
C.
agrárias |
Eng. |
C.
soc. aplicadas |
Ling.,
letras e artes |
Multidisc. |
2000 |
05 |
03 |
- |
01 |
- |
04 |
05 |
- |
01 |
2001 |
07 |
05 |
01 |
04 |
01 |
10 |
12 |
01 |
03 |
2002 |
07 |
05 |
01 |
04 |
01 |
10 |
12 |
01 |
03 |
2003 |
07 |
05 |
01 |
04 |
01 |
10 |
12 |
01 |
03 |
2004 |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
01 |
Fonte: GeoCapes.
Quadro 6. Programas de mestrado/ Mestrado
profissional - Grande área
Ano |
C. da
Saúde |
C.
ex. e da terra |
C.
humanas |
C.
biológicas |
C.
agrárias |
Eng. |
C.
soc. aplicadas |
Ling.,
letras e artes |
Multidisc. |
2000 |
01 |
01 |
- |
- |
- |
01 |
01 |
- |
01 |
2001 |
01 |
01 |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
03 |
2002 |
01 |
01 |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
03 |
2003 |
01 |
01 |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
04 |
Fonte: GeoCapes.
Quadro 7. Programas de mestrado profissional
- Grande área
Ano |
C. da
Saúde |
C.
ex. e da terra |
C.
humanas |
C.
biológicas |
C.
agrárias |
Eng. |
C.
soc. aplicadas |
Ling.,
letras e artes |
Multidisc. |
2000 |
05 |
- |
01 |
- |
- |
02 |
01 |
- |
- |
2001 |
07 |
01 |
02 |
01 |
- |
07 |
06 |
- |
05 |
2002 |
11 |
01 |
03 |
01 |
- |
11 |
13 |
- |
11 |
2003 |
13 |
01 |
04 |
02 |
- |
11 |
17 |
- |
14 |
2004 |
23 |
06 |
05 |
05 |
01 |
20 |
30 |
- |
26 |
2005 |
25 |
06 |
05 |
07 |
01 |
23 |
33 |
- |
32 |
2006 |
27 |
08 |
06 |
07 |
03 |
29 |
35 |
- |
42 |
2007 |
33 |
08 |
06 |
06 |
06 |
32 |
40 |
- |
53 |
2008 |
39 |
10 |
06 |
07 |
08 |
35 |
41 |
- |
72 |
2009 |
40 |
10 |
05 |
09 |
12 |
45 |
43 |
- |
79 |
2010 |
38 |
10 |
06 |
08 |
13 |
44 |
50 |
- |
78 |
2011 |
62 |
10 |
15 |
12 |
18 |
54 |
61 |
01 |
105 |
2012 |
74 |
14 |
19 |
15 |
20 |
57 |
70 |
02 |
124 |
2013 |
91 |
16 |
36 |
16 |
21 |
61 |
84 |
05 |
150 |
2014 |
97 |
17 |
50 |
16 |
23 |
61 |
95 |
09 |
157 |
2015 |
114 |
21 |
65 |
17 |
31 |
65 |
109 |
10 |
181 |
2016 |
131 |
23 |
74 |
17 |
38 |
72 |
129 |
13 |
206 |
2017 |
144 |
25 |
83 |
19 |
41 |
77 |
138 |
14 |
212 |
2018 |
144 |
25 |
88 |
19 |
41 |
78 |
139 |
14 |
215 |
2019 |
147 |
29 |
99 |
19 |
43 |
78 |
148 |
19 |
220 |
2020 |
148 |
30 |
100 |
18 |
43 |
75 |
147 |
19 |
220 |
2021 |
150 |
31 |
100 |
18 |
44 |
76 |
153 |
21 |
218 |
Fonte: GeoCapes.
Quadro 8. Programas de mestrado profissional/
doutorado profissional - Grande área
Ano |
C. da
Saúde |
C.
ex. e da terra |
C.
humanas |
C.
biológicas |
C.
agrárias |
Eng. |
C.
soc. aplicadas |
Ling.,
letras e artes |
Multidisc. |
2017 |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
01 |
2018 |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
01 |
2019 |
06 |
- |
02 |
|
01 |
|
03 |
- |
12 |
2020 |
07 |
01 |
05 |
01 |
01 |
01 |
08 |
- |
17 |
2021 |
08 |
01 |
08 |
01 |
01 |
02 |
10 |
|
20 |
Fonte: GeoCapes.
Quadro 9. Programas de doutorado profissional
- Grande área
Ano |
C. da
Saúde |
C.
ex. e da terra |
C.
humanas |
C.
biológicas |
C.
agrárias |
Eng. |
C.
soc. aplicadas |
Ling.,
letras e artes |
|
Multidisc. |
2018 |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
|
01 |
2019 |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
|
01 |
2020 |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
|
02 |
2021 |
- |
- |
01 |
- |
- |
- |
- |
- |
|
02 |
Fonte: GeoCapes.
Quanto
às matrículas, observa-se uma evolução ao nível de mestrado em todos os anos,
inclusive durante a pandemia. Comparando com 2019, as matrículas aumentaram
4,4%, em 2020, e 11%, em 2021. Prevalece a matrícula dos discentes nos
programas públicos, com realce para os federais (em 2021, 86,8% das matrículas
no mestrado foram em programas públicos) (Gráfico 3). Em 2021, as matrículas no
mestrado são maioria nas ciências humanas (17,8%), ciências sociais aplicadas
(14,4%) e ciências da saúde (14,1%) (Quadro 10).
Gráfico 3. Matrículas no mestrado
Fonte: GeoCapes.
Quadro 10. Matrículas no mestrado por grande
área e nível
Mestrado |
||||||||||
Discentes matriculados |
||||||||||
Ano |
Eng. |
C. humanas |
C. soc. aplicadas |
C. da saúde |
C. ex. e da terra |
C. agrárias |
C. biológicas |
Ling., letras e
artes |
Multidisc |
Total de matrículas |
2000 |
11.873 |
9.626 |
10.258 |
7.752 |
5.818 |
5.114 |
3.830 |
3.866 |
2.288 |
60.425 |
2001 |
9.744 |
10.864 |
11.541 |
8.048 |
6.128 |
5.429 |
4.150 |
4.170 |
2.279 |
62.353 |
2002 |
10.516 |
11.256 |
11.023 |
8.194 |
6.136 |
5.550 |
4.235 |
4.441 |
2.639 |
63.990 |
2003 |
10.960 |
12.198 |
10.689 |
8.507 |
6.286 |
5.802 |
4.401 |
4.778 |
3.330 |
66.951 |
2004 |
11.305 |
12.737 |
10.532 |
9.149 |
6.311 |
6.056 |
4.660 |
4.921 |
3.519 |
69.190 |
2005 |
11.631 |
13.678 |
10.940 |
10.020 |
6.740 |
6.332 |
5.012 |
5.311 |
4.141 |
73.805 |
2006 |
12.433 |
14.618 |
11.423 |
10.579 |
7.110 |
6.876 |
5.488 |
5.758 |
4.765 |
79.050 |
2007 |
12.530 |
15.160 |
12.372 |
11.144 |
7.693 |
7.683 |
5.492 |
6.129 |
6.153 |
84.356 |
2008 |
12.914 |
15.829 |
12.359 |
12.242 |
8.223 |
8.300 |
5.692 |
6.201 |
6.535 |
88.295 |
2009 |
13.545 |
16.357 |
12.726 |
13.134 |
8.701 |
9.055 |
6.076 |
6.328 |
7.094 |
93.016 |
2010 |
14.338 |
17.072 |
13.066 |
14.008 |
9.244 |
9.924 |
6.754 |
6.665 |
7.540 |
98.611 |
2011 |
14.506 |
18.092 |
13.897 |
14.694 |
9.841 |
10.927 |
7.444 |
7.174 |
8.665 |
105.240 |
2012 |
14.674 |
19.022 |
14.347 |
14.919 |
10.309 |
11.454 |
7.589 |
7.485 |
9.716 |
109.515 |
2013 |
14.202 |
19.071 |
14.697 |
15.273 |
10.241 |
11.078 |
7.093 |
7.396 |
10.669 |
109.720 |
2014 |
15.146 |
19.976 |
15.321 |
15.566 |
10.684 |
11.098 |
7.024 |
7.505 |
12.021 |
114.341 |
2015 |
16.195 |
20.691 |
16.435 |
16.177 |
10.860 |
11.286 |
7.114 |
7.905 |
13.387 |
120.050 |
2016 |
17.717 |
21.657 |
17.321 |
16.886 |
11.030 |
11.356 |
7.273 |
8.427 |
14.769 |
126.436 |
2017 |
17.692 |
20.913 |
17.648 |
17.240 |
10.855 |
11.196 |
7.244 |
8.199 |
15.516 |
126.503 |
2018 |
17.809 |
21.475 |
17.967 |
17.757 |
10.906 |
11.188 |
7.263 |
8.394 |
16.107 |
128.866 |
2019 |
17.479 |
22.119 |
18.479 |
18.021 |
10.887 |
10.964 |
7.173 |
8.768 |
16.581 |
130.471 |
2020 |
17.844 |
23.515 |
19.543 |
19.141 |
11.409 |
10.628 |
7.463 |
9.248 |
17.403 |
136.194 |
2021 |
18.022 |
25.949 |
21.006 |
20.584 |
11.979 |
10.467 |
7.600 |
10.494 |
19.321 |
145.422 |
Fonte: GeoCapes.
Nota-se
o crescimento das matrículas no mestrado profissional majoritariamente nas
instituições federais (26.293 matrículas em 2021). Neste ano, o setor privado
ultrapassa o número de matrículas das instituições estaduais e municipais,
demonstrando o interesse do privado neste nível de ensino (Gráfico 4).
Gráfico 4. Matrículas no mestrado
profissional
Fonte: GeoCapes.
Quadro 11. Matrículas no mestrado
profissional por grande área e nível
Mestrado Profissional |
||||||||||
Discentes matriculados |
||||||||||
Ano |
Eng. |
C. humanas |
C. soc. Aplicadas |
C. da saúde |
C. ex. e da terra |
C. agrárias |
C. biológicas |
Ling; letras e artes |
Multidisc |
Total de matrículas |
2000 |
195 |
- |
517 |
209 |
80 |
- |
48 |
- |
82 |
1.131 |
2001 |
827 |
47 |
943 |
345 |
186 |
20 |
14 |
- |
574 |
2.956 |
2002 |
1064 |
117 |
1421 |
330 |
246 |
22 |
64 |
- |
1086 |
4.350 |
2003 |
1424 |
114 |
1740 |
381 |
252 |
20 |
74 |
08 |
1052 |
5.065 |
2004 |
1489 |
171 |
1922 |
720 |
173 |
28 |
162 |
- |
1144 |
5.809 |
2005 |
1465 |
190 |
2210 |
671 |
149 |
24 |
148 |
- |
1444 |
6.301 |
2006 |
1457 |
154 |
2255 |
689 |
159 |
37 |
185 |
- |
1862 |
6.798 |
2007 |
1804 |
203 |
2260 |
751 |
259 |
146 |
146 |
- |
2069 |
7.638 |
2008 |
2087 |
292 |
2371 |
1079 |
336 |
193 |
119 |
- |
2596 |
9.073 |
2009 |
2297 |
302 |
2453 |
1107 |
385 |
339 |
152 |
- |
3100 |
10.135 |
2010 |
2288 |
408 |
2616 |
1093 |
360 |
397 |
215 |
- |
2836 |
10.213 |
2011 |
2544 |
694 |
2788 |
1759 |
398 |
512 |
273 |
15 |
3522 |
12.505 |
2012 |
2696 |
945 |
3163 |
2225 |
484 |
576 |
314 |
71 |
4250 |
14.724 |
2013 |
2782 |
1486 |
3716 |
2659 |
3.238 |
607 |
330 |
966 |
4944 |
20.728 |
2014 |
3450 |
2381 |
4355 |
3195 |
3640 |
637 |
441 |
1243 |
5894 |
25.236 |
2015 |
3.594 |
3.079 |
4.673 |
3.592 |
3.684 |
788 |
535 |
1.484 |
6.955 |
28.384 |
2016 |
3.450 |
3.931 |
5.767 |
4.080 |
4.352 |
988 |
544 |
1.490 |
8.140 |
32.742 |
2017 |
3.451 |
4.458 |
6.651 |
4.947 |
4.573 |
1.175 |
938 |
1.992 |
9.226 |
37.411 |
2018 |
3.233 |
5.312 |
7.033 |
5.331 |
5.164 |
1.175 |
1.379 |
2.199 |
11.207 |
42.033 |
2019 |
3.002 |
6.029 |
7.507 |
5.539 |
4.975 |
1.168 |
926 |
2.226 |
12.453 |
43.825 |
2020 |
3.014 |
6.489 |
8.007 |
6.184 |
4.471 |
1.197 |
1.068 |
1.681 |
12.057 |
44.168 |
2021 |
3.149 |
6.771 |
8.978 |
6.380 |
4.044 |
1.329 |
1.035 |
1.951 |
12.974 |
46.611 |
Fonte: GeoCapes.
As
matrículas no mestrado profissional aumentaram nos anos analisados. Em 2020,
houve o aumento de 0,78% de matrículas, se comparado com 2019, e, em 2021, de
6,3% em relação a 2019 (Gráfico 4). Observa-se, em 2021, 27,8% das matrículas
na área multidisciplinar (Quadro 11). Entre 2000, 2001 e 2002, as matrículas no
doutorado eram mais elevadas nos programas estaduais; a partir de 2003,
tornaram-se superiores no setor federal (Gráfico 5).
Gráfico 5. Matrículas no doutorado
Fonte: GeoCapes.
Quadro 12. Matrículas no doutorado por grande
área e nível
Doutorado |
||||||||||
Discentes matriculados |
||||||||||
Ano |
Eng. |
C. humanas |
C. soc. aplicadas |
C. da saúde |
C. ex. e da terra |
C. agrárias |
C. biológicas |
Ling., letras e artes |
Multidisc |
Total de matrículas |
2000 |
5.506 |
5.871 |
2.868 |
4.819 |
4.338 |
3.319 |
3.848 |
1.889 |
442 |
32.900 |
2001 |
5.379 |
6.225 |
3.324 |
5.147 |
4.505 |
3.683 |
4.241 |
2.039 |
591 |
35.134 |
2002 |
5.704 |
6.704 |
3.495 |
5.225 |
4.852 |
4.040 |
4.755 |
2.272 |
681 |
37.728 |
2003 |
6.078 |
7.211 |
3.492 |
5.654 |
4.995 |
4.252 |
5.101 |
2.583 |
847 |
40.213 |
2004 |
6.033 |
7.573 |
3.498 |
5.963 |
4.888 |
4.440 |
5.137 |
2.671 |
1.058 |
41.261 |
2005 |
6.466 |
7.878 |
3.664 |
6.487 |
5.121 |
4.788 |
5.292 |
3.018 |
1.228 |
43.942 |
2006 |
6.733 |
8.551 |
3.589 |
7.131 |
5.360 |
5.005 |
5.629 |
3.200 |
1.374 |
46.572 |
2007 |
6.862 |
8.949 |
3.940 |
7.644 |
5.748 |
5.379 |
5.405 |
3.292 |
2.448 |
49.667 |
2008 |
7.255 |
9.391 |
4.243 |
8.339 |
5.901 |
5.674 |
5.624 |
3.481 |
2.842 |
52.750 |
2009 |
7.979 |
10.079 |
4.734 |
9.092 |
6.522 |
6.441 |
6.039 |
3.683 |
3.348 |
57.917 |
2010 |
8.722 |
11.134 |
5.344 |
10.247 |
7.103 |
7.327 |
6.699 |
3.903 |
4.109 |
64.588 |
2011 |
9.432 |
12.106 |
5.995 |
11.527 |
7.893 |
8.410 |
7.383 |
4.370 |
4.774 |
71.890 |
2012 |
9.946 |
13.612 |
6.801 |
12.605 |
8.633 |
9.213 |
8.036 |
4.927 |
5.705 |
79.478 |
2013 |
10.545 |
14.867 |
7.750 |
14.509 |
9.571 |
10.164 |
8.588 |
5.418 |
6.925 |
88.337 |
2014 |
11.258 |
16.050 |
8.649 |
15.606 |
10.080 |
10.864 |
8.906 |
5.775 |
8.195 |
95.383 |
2015 |
11.765 |
16.873 |
9.602 |
16.740 |
10.692 |
11.408 |
9.283 |
6.280 |
9.564 |
102.207 |
2016 |
12.454 |
17.906 |
10.240 |
17.443 |
11.182 |
11.615 |
9.303 |
6.868 |
10.629 |
107.640 |
2017 |
12.794 |
18.613 |
10.854 |
18.240 |
11.294 |
11.730 |
9.279 |
7.152 |
11.427 |
111.383 |
2018 |
13.220 |
19.546 |
11.502 |
18.611 |
11.275 |
11.495 |
9.326 |
7.583 |
11.832 |
114.390 |
2019 |
13.606 |
20.567 |
12.696 |
18.904 |
11.424 |
11.414 |
9.181 |
7.869 |
12.460 |
118.121 |
2020 |
14.082 |
21.685 |
13.747 |
20.145 |
11.899 |
11.507 |
9.608 |
8.308 |
13.549 |
124.530 |
2021 |
14.429 |
23.901 |
15.022 |
20.962 |
12.115 |
11.596 |
9.534 |
9.405 |
14.868 |
131.832 |
Fonte: GeoCapes.
Mesmo
em momento de pandemia da COVID-19, as matrículas no doutorado cresceram: em
2020, houve um acréscimo de 5,4% em relação a 2019 e, em 2021, de 11,6%
comparado a 2019 (Gráfico 5). Em 2021, as matrículas são majoritariamente nas
áreas das ciências humanas (18,1%) e da saúde (15,9%), mas nota-se o aumento
relevante nos últimos anos da área multidisciplinar (Quadro 12).
Gráfico 6. Titulados no mestrado
Fonte: GeoCapes.
Quadro 13. Titulados no mestrado por grande
área e nível
Mestrado |
||||||||||
Discentes titulados |
||||||||||
Ano |
Eng. |
C. humanas |
C. soc. aplicadas |
C. da saúde |
C. ex. e da terra |
C. agrárias |
C. biológicas |
Ling., letras e artes |
Multidisc |
Total de titulados |
2000 |
2.669 |
2.872 |
2.589 |
2.694 |
1.773 |
1.955 |
1.469 |
1.071 |
519 |
17.611 |
2001 |
2.685 |
3.472 |
3.230 |
2.748 |
1.941 |
2.126 |
1.581 |
1.291 |
577 |
19.651 |
2002 |
3.055 |
4.306 |
4.093 |
3.328 |
2.252 |
2.335 |
1.778 |
1.483 |
827 |
23.457 |
2003 |
3.523 |
4.504 |
4.532 |
3.943 |
2.358 |
2.586 |
1.919 |
1.606 |
1.026 |
25.997 |
2004 |
3.603 |
4.395 |
3.895 |
3.573 |
2.211 |
2.469 |
1.772 |
1.708 |
1.129 |
24.755 |
2005 |
4.195 |
5.073 |
4.255 |
4.176 |
2.522 |
2.829 |
2.056 |
1.904 |
1.595 |
28.605 |
2006 |
4.016 |
5.408 |
4.477 |
4.422 |
2.561 |
3.036 |
2.222 |
2.000 |
1.600 |
29.742 |
2007 |
4.126 |
5.498 |
4.384 |
4.555 |
2.684 |
2.995 |
2.198 |
2.211 |
1.908 |
30.559 |
2008 |
4.225 |
6.123 |
4.843 |
4.607 |
2.781 |
3.501 |
2.507 |
2.386 |
2.387 |
33.360 |
2009 |
4.359 |
6.538 |
4.994 |
5.224 |
3.116 |
3.765 |
2.573 |
2.531 |
2.586 |
35.686 |
2010 |
4.314 |
6.589 |
4.895 |
5.488 |
3.251 |
4.015 |
2.637 |
2.350 |
2.708 |
36.247 |
2011 |
4.689 |
7.026 |
5.294 |
6.081 |
3.464 |
4.427 |
2.942 |
2.667 |
2.954 |
39.544 |
2012 |
4.819 |
7.332 |
5.704 |
6.685 |
3.752 |
4.998 |
3.307 |
2.924 |
3.357 |
42.878 |
2013 |
4.943 |
7.957 |
6.029 |
6.737 |
4.014 |
5.263 |
3.587 |
3.033 |
3.927 |
45.490 |
2014 |
5.116 |
7.961 |
6.302 |
6.817 |
3.947 |
5.301 |
3.324 |
3.179 |
4.298 |
46.245 |
2015 |
5.406 |
8.376 |
6.547 |
6.926 |
4.052 |
5.140 |
3.267 |
3.119 |
4.811 |
47.644 |
2016 |
5.772 |
8.265 |
6.900 |
7.092 |
4.214 |
5.232 |
3.100 |
3.098 |
5.329 |
49.002 |
2017 |
6.228 |
8.946 |
7.446 |
7.151 |
4.041 |
5.165 |
3.298 |
3.464 |
6.134 |
51.873 |
2018 |
6.489 |
8.855 |
7.764 |
7.684 |
4.181 |
5.213 |
3.212 |
3.332 |
6.589 |
53.319 |
2019 |
6.562 |
9.148 |
7.853 |
7.647 |
4.158 |
5.287 |
3.196 |
3.431 |
6.849 |
54.131 |
2020 |
5.175 |
7.672 |
7.072 |
6.679 |
3.488 |
4.410 |
2.706 |
2.850 |
6.008 |
46.060 |
2021 |
4.796 |
8.008 |
6.845 |
6.524 |
3.313 |
4.305 |
2.541 |
3.108 |
5.919 |
45.359 |
Fonte: GeoCapes.
Quanto
à titulação no mestrado, houve diminuição a partir de 2020. Em 2021, houve a
redução de 16,2% dos titulados em relação a 2019 (Gráfico 6). Em 2021, o
sistema público foi responsável por 82,7% das titulações de mestrado. Os
títulos de mestre em 2021 são maioria nas ciências humanas (17,6%), sociais
aplicadas (15,1%) e da saúde (14,4%) (Quadro 13).
Gráfico 7. Titulados no mestrado profissional
Fonte: GeoCapes.
Quadro 14. Titulados no mestrado profissional
por grande área e nível
Mestrado Profissional |
||||||||||
Discentes titulados |
||||||||||
Ano |
Eng. |
C. humanas |
C. soc. aplicadas |
C. da saúde |
C. ex. e da terra |
C. agrárias |
C. biológicas |
Ling., letras e
artes |
Multidisc |
Total
de titulados |
2000 |
- |
- |
103 |
90 |
- |
- |
- |
- |
17 |
210 |
2001 |
55 |
- |
137 |
106 |
03 |
- |
- |
- |
61 |
362 |
2002 |
175 |
11 |
372 |
247 |
19 |
06 |
- |
- |
157 |
987 |
2003 |
284 |
80 |
622 |
260 |
50 |
10 |
08 |
09 |
329 |
1.652 |
2004 |
529 |
51 |
653 |
260 |
48 |
10 |
52 |
- |
300 |
1.903 |
2005 |
480 |
69 |
649 |
391 |
42 |
- |
49 |
- |
349 |
2.029 |
2006 |
640 |
128 |
865 |
305 |
48 |
14 |
40 |
- |
479 |
2.519 |
2007 |
314 |
103 |
923 |
349 |
14 |
24 |
39 |
- |
565 |
2.331 |
2008 |
472 |
75 |
861 |
360 |
45 |
37 |
62 |
- |
742 |
2.654 |
2009 |
615 |
127 |
883 |
503 |
83 |
66 |
47 |
- |
778 |
3.102 |
2010 |
516 |
137 |
923 |
505 |
110 |
93 |
33 |
- |
1026 |
3.343 |
2011 |
597 |
125 |
1039 |
537 |
106 |
103 |
89 |
- |
1093 |
3.689 |
2012 |
692 |
191 |
1163 |
743 |
75 |
146 |
74 |
- |
1176 |
4.260 |
2013 |
726 |
379 |
1215 |
986 |
965 |
189 |
101 |
15 |
1469 |
6.045 |
2014 |
726 |
450 |
1544 |
1172 |
912 |
238 |
77 |
70 |
1778 |
6.967 |
2015 |
785 |
792 |
1.766 |
1.488 |
1.055 |
208 |
124 |
675 |
2.130 |
9.023 |
2016 |
1.078 |
1.218 |
2.092 |
1.727 |
1.031 |
273 |
140 |
606 |
2.447 |
10.612 |
2017 |
1.093 |
1.373 |
2.242 |
1.872 |
1.215 |
315 |
211 |
224 |
2.836 |
11.381 |
2018 |
918 |
1.827 |
2.863 |
2.082 |
1.195 |
450 |
137 |
787 |
3.415 |
13.674 |
2019 |
1.017 |
2.077 |
3.022 |
2.566 |
1.411 |
485 |
621 |
734 |
4.007 |
15.940 |
2020 |
771 |
2.074 |
2.440 |
2.071 |
1.206 |
377 |
455 |
805 |
3.780 |
13.979 |
2021 |
713 |
2.031 |
2.822 |
2.104 |
1.217 |
365 |
143 |
645 |
3.903 |
13.943 |
Fonte: GeoCapes.
Quanto
ao doutorado, há crescimento das matrículas e uma queda nas titulações em 2020
e 2021. Em 2021, houve uma redução de 15,3% de titulados em relação a 2019. Em
2021, 88,2% das matrículas e 85,7% dos titulados de doutorado eram de
instituições públicas (Gráfico 8). Em 2021, a formação no doutorado foi
predominantemente nas ciências da saúde (18,1%), humanas (17,1%) e agrárias
(11,4%), embora com crescimento da área multidisciplinar (Quadro 15). Apesar do
crescimento das titulações de doutorado, o Brasil está longe de atingir o
número de doutores desejáveis, se considerarmos o panorama mundial. O PNPG
(2011-2020) fez uma projeção do crescimento de doutores no Brasil visando
alcançar até 2038 a quantia de 23,77 doutores por mil habitantes. Para
acompanhar essa projeção, seria necessário titular cerca de 28.987 doutores em
2020 e 44.005 doutores em 2024 (BRASIL, 2010). Por meio do quadro 15, nota-se
que em 2020 foram titulados 20.066 doutores, número abaixo do indicado no PNPG
2011-2020. É certo que, quando ocorreu a elaboração do Plano, não se imaginava
que haveria uma crise sanitária. Os dados mostram que a pandemia da COVID-19 e
seus impactos no cotidiano dos docentes e discentes aprofundaram os desafios da
pós-graduação.
Gráfico 8. Titulados no doutorado
Fonte: GeoCapes.
Quadro 15. Titulados no doutorado por grande
área e nível
Doutorado |
||||||||||
Discentes titulados |
||||||||||
Ano |
Eng. |
C. humanas |
C. soc. aplicadas |
C. da saúde |
C. ex. e da terra |
C. agrárias |
C. biológicas |
Ling., letras e artes |
Multidisc |
Total
de titulados |
2000 |
705 |
892 |
441 |
1028 |
727 |
550 |
667 |
257 |
51 |
5.318 |
2001 |
765 |
1025 |
478 |
1111 |
788 |
721 |
769 |
324 |
59 |
6.040 |
2002 |
819 |
1140 |
613 |
1425 |
747 |
785 |
894 |
393 |
78 |
6.894 |
2003 |
1023 |
1286 |
736 |
1549 |
913 |
1026 |
1028 |
415 |
118 |
8.094 |
2004 |
1055 |
1329 |
755 |
1462 |
904 |
974 |
1035 |
452 |
127 |
8.093 |
2005 |
1114 |
1497 |
813 |
1682 |
964 |
1119 |
1141 |
496 |
163 |
8.989 |
2006 |
1123 |
1503 |
890 |
1731 |
951 |
1160 |
1158 |
617 |
233 |
9.366 |
2007 |
1169 |
1689 |
810 |
1798 |
988 |
1217 |
1154 |
710 |
380 |
9.915 |
2008 |
1222 |
1862 |
868 |
1959 |
1132 |
1319 |
1238 |
696 |
415 |
10.711 |
2009 |
1284 |
1954 |
952 |
2125 |
1119 |
1424 |
1269 |
732 |
509 |
11.368 |
2010 |
1196 |
2007 |
944 |
2132 |
1176 |
1475 |
1200 |
643 |
541 |
11.314 |
2011 |
1346 |
2168 |
980 |
2384 |
1224 |
1513 |
1289 |
752 |
665 |
12.321 |
2012 |
1517 |
2301 |
1273 |
2596 |
1355 |
1853 |
1420 |
756 |
841 |
13.912 |
2013 |
1579 |
2681 |
1334 |
2963 |
1502 |
2088 |
1559 |
928 |
1016 |
15.650 |
2014 |
1663 |
2882 |
1541 |
3154 |
1683 |
2268 |
1822 |
1124 |
1149 |
17.286 |
2015 |
1.967 |
3.239 |
1.625 |
3.451 |
1.812 |
2.427 |
1.897 |
1.210 |
1.368 |
18.996 |
2016 |
2.051 |
3.417 |
2.002 |
3.735 |
1.936 |
2.695 |
1.970 |
1.195 |
1.602 |
20.603 |
2017 |
2.019 |
3.726 |
2.235 |
3.968 |
2.126 |
2.664 |
2.023 |
1.312 |
1.978 |
22.051 |
2018 |
2.190 |
3.792 |
2.357 |
4.343 |
2.108 |
2.906 |
2.051 |
1.398 |
2.317 |
23.462 |
2019 |
2.254 |
4.120 |
2.464 |
4.352 |
2.152 |
2.859 |
2.151 |
1.639 |
2.431 |
24.422 |
2020 |
1.888 |
3.402 |
2.229 |
3.537 |
1.754 |
2.341 |
1.535 |
1.355 |
2.025 |
20.066 |
2021 |
1.920 |
3.535 |
2.321 |
3.737 |
1.771 |
2.358 |
1.621 |
1.340 |
2.068 |
20.671 |
Fonte: GeoCapes.
Um
estudo do Programa de Pós-Graduação em Ensino em Biociências e Saúde do
Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), realizado em 2020 com 5.985 discentes de
pós-graduação do Brasil, revelou um significativo impacto da pandemia de
COVID-19 nas atividades acadêmicas e na saúde mental dos participantes. Do
total de entrevistados, 45% sentiam ansiedade generalizada, 17% tiveram
depressão durante a pandemia, 80% tiveram falta de motivação e problemas de
concentração. Ressalta-se que o período de pandemia alterou profundamente as
relações sociais. A sociedade conviveu com muitas incertezas, medos e perdas,
situação também vivenciada pelos discentes e agravada pelo contexto estressante
da pós-graduação com prazos e pressão por produtividade. A referida pesquisa
admite que estudos anteriores à pandemia já afirmavam que os problemas de saúde
mental são frequentes em estudantes de pós-graduação (mais que em relação à
população em geral). Todavia, a emergência da crise sanitária agravou a questão
(Corrêa et al., 2022).
Considerações finais
O
Sistema Nacional de Pós-Graduação apresentou um crescimento ao longo de 2000 e
2019, tanto em termos de número de programas quanto de matrículas e titulações.
Os programas de pós-graduação stricto sensu aumentaram nos anos pesquisados,
com exceção de 2020, quando se obteve uma queda ínfima de 0,2% em relação a
2019, não sendo constatada redução de programas nas instituições federais.
As
assimetrias regionais ainda se fazem presente com a localização majoritária dos
programas no Sudeste. De 2000 a 2021, há o aumento de matrículas no mestrado,
mestrado profissional e doutorado. Entretanto, em 2020 e 2021, nota-se a
diminuição das titulações em todos os segmentos, explicitando a questão da
dificuldade de conclusão do curso durante a pandemia da COVID-19.
Fica
explícito a importância das pesquisas científicas e a necessidade de
investimentos face às grandes problemáticas emergentes no mundo. A ciência não
é neutra e deve ter condições de enfrentar desafios. Embora a demonstração de
resiliência dos programas se faça notar, é preciso maior investimento para a
sua expansão, com sistemático aumento de matrículas (porque ainda é muito
pequeno o número de pesquisadores no Brasil) e de titulações. O corte de
recursos na área foi notório, como apontam os próprios relatórios
institucionais da CAPES, a exemplo das bolsas de estudo. Segundo o relatório da
CAPES
Ao analisar a
evolução dos investimentos dos programas institucionais e estratégicos,
observa-se que a concessão de bolsas teve crescimento entre os anos de 2011 e
2015, seguiu estável até o ano de 2018, mantendo-se no patamar de 98.000
bolsas, e apresentou uma redução de cerca de 5% nos anos de 2019 e 2020 em
relação a 2015. [...] Vale ressaltar que o cenário de gastos do Governo Federal
como um todo passou a sofrer fortes restrições a partir de 2015, principalmente
em função da Emenda Constitucional nº 95/2016 (Brasil, 2021, p. 39-40).
Desta
forma, ressaltamos que os desafios nacionais são grandes demais para um modesto
investimento na política de educação e de ciência e tecnologia.
Referências
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Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia
e Inovação 2016-2022. Brasília (DF), 2016.
BRASIL.
Ministério da Educação. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior. Plano Nacional de
Pós-Graduação – PNPG 2011-2020 – Volume I. Brasília (DF), 2010.
BRASIL.
Ministério da Educação. Portaria nº 343, de 17 de março de 2020. Dispõe sobre a
substituição das aulas presenciais por aulas em meios digitais enquanto durar a
situação de pandemia do Novo Coronavírus - COVID-19. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil: seção 1, Brasília
(DF), p. 39, 18 mar. 2020b.
BRASIL.
Ministério da Educação. Portaria nº 345, de 19 de março de 2020. Altera a
Portaria MEC nº 343, de 17 de março de 2020. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil: seção 1, Brasília (DF), p. 1, 19
mar. 2020c.
BRASIL.
Ministério da Saúde. Portaria nº 188, de 3 de fevereiro de 2020. Declara
Emergência em Saúde Pública de importância Nacional (ESPIN) em decorrência da
infecção humana pelo novo coronavírus (2019-nCoV). Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil: seção 1, Brasília
(DF), p. 1, 4 fev. 2020a.
BRASIL. Ministério da Educação. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior. Evolução do SNPG no decênio do PNPG
2011-2020.
Brasília (DF), 2021.
CORRÊA, R.P. et al. The perceptions of
Brazilian postgraduate students about the impact of COVID-19 on their
well-being and academic performance. International
Journal of Educational Research Open, United Kingdom, v. 3, p. 1-8, 2022.
CURY,
C. R. J. Quadragésimo Ano do Parecer CFE n. 977/65. Revista Brasileira de
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ELIAS,
M.; ALVES. E. Desafios da formação profissional em Serviço Social no contexto
brasileiro da pandemia da covid-19. Serviço
Social e Sociedade, São Paulo, n. 144, p. 71-90, 2022.
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https://geocapes.capes.gov.br/geocapes/.
HÁ um ano, Brasil registrava a
primeira morte por Covid-19. O Popular,
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ORGANIZAÇÃO
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informativa sobre COVID-19, Brasília
(DF), [2021]. Disponível em: https://www.paho.org/pt/covid19. Acesso em: 20 jan.
2023.
ORGANIZAÇÃO
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VELOSO,
J. A doutora formada na UFBA que
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Digital, Salvador: UFBA, 2 abr. 2020. Disponível em: https://coronavirus.ufba.br/doutora-formada-na-ufba-que-liderou-o-primeiro-sequenciamento-genetico-do-coronavirus-no-brasil. Acesso em: 18 de
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MOURA, M.
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95% da ciência no Brasil. Notícias, Salvador: UNIFESP, 16 abr. 2019.
Disponível em: https://www.unifesp.br/noticias-anteriores/item/3799-universidades-publicas-realizam-mais-de-95-da-ciencia-no-brasil. Acesso em 10 abr.
2023.
VARGAS,
T. O cenário dos mestrados profissionais no país e o
caso da ENSP. Informe ENSP, Rio de
Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, 19 jun. 2015.
Disponível em: https://informe.ensp.fiocruz.br/noticias/37941. Acesso em: 21 jan.
2023.
Agradecimento
À
FAPEMIG pelo financiamento da pesquisa.
________________________________________________________________________________________________
Daniella Borges
Ribeiro
Docente
do curso de graduação em Serviço Social e da Pós-graduação em Economia
Doméstica da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Possui graduação em Serviço
Social, mestrado e doutorado em Política Social pela Universidade Federal do
Espírito Santo (UFES). Membro do Grupo de Pesquisas Fênix/UFES e Líder do Grupo
de Estudos, Pesquisas e Extensão em Política Social, Saúde Mental e Drogas
(GEPEPSS/UFV), cadastrado no CNPq.
________________________________________________________________________________________________
* Assistente Social. Doutora em Política
Social. Docente do Departamento de Serviço Social da Universidade Federal de
Viçosa. (UFV, Viçosa, Brasil). Av. Peter Henry Rolfs, s/n, Campus
Universitário, Cep: 36570-900, Viçosa/MG. Financiamento da Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG). E-mail: dborgesribeiro@yahoo.com.br.
[1] O primeiro caso de
COVID-19 no Brasil foi de um homem, que deu entrada no Hospital Albert
Einstein, em São Paulo, após chegar de viagem da Itália. A confirmação se deu
em fins de fevereiro de 2020. A primeira morte por COVID-19 foi em 12 de março de
2020, sendo a vítima uma mulher que trabalhava como diarista em São Paulo (Há
[...], 2021).
[2] As universidades públicas realizam mais
de 95% da ciência no Brasil (Moura, 2019).
[3] O doutorado profissional foi regulamentado
em 2017 (Brasil, 2021).
[4] A GeoCapes
é uma ferramenta de dados georreferencial e está disponível
em: https://geocapes.capes.gov.br/geocapes/.
[5] O mestrado profissional foi criado em
1995 e regulamentado em dezembro de 1998 (Portaria nº 80 de
16 de dezembro de 1998) (Vargas, 2015).
[6] Os registros desses programas aparecem
até 2003.
[7] Os registros dos
programas de mestrado profissional e doutorado profissional aparecem a partir de
2017.
[8] Os registros desses programas aparecem a
partir de 2018.