A pandemia da COVID-19 e a pós-graduação stricto sensu no Brasil

 

The COVID-19 pandemic and graduate studies stricto sensu in Brazil

 

Daniella Borges Ribeiro*

 https://orcid.org/0000-0001-9264-7618

                                      

Resumo: A pesquisa tem como objetivo descrever o panorama dos programas de pós-graduação stricto sensu no Brasil do ano 2000 até 2021, destacando os anos de pandemia da COVID-19. Trata-se de pesquisa quantitativa elaborada por meio de dados coletados no Sistema de Informações Georreferenciadas da CAPES e analisados a partir da análise estatística descritiva. Os resultados demonstram a expansão dos programas de pós-graduação stricto sensu no Brasil, o aumento do número de matrículas e a redução das titulações em período de pandemia da COVID-19.

Palavras-chave: Pós-graduação. Política de Educação. Ciência. Pandemia.

 

Abstract: This research describes the scene for graduate programmes stricto sensu in Brazil, from 2000 to 2021, highlighting the years of the COVID-19 pandemic. It is quantitative research developed through data collected from the CAPES Georeferenced Information System, which was analysed using descriptive statistical analysis. The results reveal the expansion of graduate programmes stricto sensu in Brazil, an increase in enrolments, and a reduction in the number of degrees completed during the COVID-19 pandemic.

keywords: Graduate studies. Education policy. Science. Pandemic.

 

Submetido em: 28/1/2023. Aceito em: 22/5/2023.

 

Introdução

 

A

 pós-graduação no Brasil surge como uma das estratégias para garantir o desenvolvimento nacional. Nesse contexto, emerge o Decreto nº 19.851 de 1931 – Estatuto das Universidades Brasileiras – que prevê a existência de cursos de aperfeiçoamento e de especialização. Entretanto, somente a partir da década de 1960 é possível verificar a consolidação da pós-graduação. Em 1961 surge a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e, em seguida, a emissão do Parecer nº 977/65 do Conselho Federal de Educação (CFE), regulamentando a pós-graduação no Brasil (Cury, 2005).

 

A pós-graduação apresenta grande importância em virtude de sua produção de conhecimentos científicos fundamentais para o desenvolvimento do país. Mais recente, a eclosão da pandemia da COVID-19 explicitou a relevância da ciência em todo o mundo, uma vez que cientistas se debruçaram em pesquisas que visavam o controle da pandemia. No Brasil, a cientista Jaqueline Goes de Jesus, doutora pela Universidade Federal da Bahia, fez parte da equipe que mapeou os primeiros genomas do novo coronavírus em apenas 48 horas após a confirmação do primeiro caso de COVID-19 no Brasil (Veloso, 2020). Entre as várias iniciativas que envolveram pesquisadores (as) brasileiros (as) também destacamos o anúncio realizado no dia 22 de fevereiro de 2022 da primeira vacina nacional contra a COVID-19, produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) (Organização Pan-Americana da Saúde, 2022).

 

A ciência é fundamental para dar respostas às demandas da sociedade e, há de se considerar que no Brasil “[...] é nas universidades que se realiza a maior parte da pesquisa do país, especialmente nas públicas [...]” (Brasil, 2016, p. 27), com destaque para os programas de pós-graduação. Este artigo tem como objetivo descrever o panorama dos programas de pós-graduação stricto sensu no Brasil do ano 2000 até 2021, destacando o período referente à pandemia da COVID-19. Trata-se de pesquisa quantitativa cujos dados sobre os programas de pós-graduação stricto sensu foram coletados no Sistema de Informações Georreferenciadas da CAPES (GEOCAPES), sistematizados e analisados a partir da análise estatística descritiva (Minayo, 2004).

 

A pós-graduação brasileira no século 21

 

Os programas de pós-graduação atuam não apenas na formação de docentes e pesquisadores para as universidades e instituições de pesquisa, mas, também, na busca de soluções frente às problemáticas que se constituem como desafios para o Brasil. A ciência precisa estar afinada com as necessidades da sociedade expressas nos problemas ambientais, tecnológicos, sociais, econômicos, e deve ter capacidade de lidar tanto com temáticas complexas quanto a devolução de benefícios para a melhoria de vida da população. O Brasil se tornou referência em pesquisas ligadas à medicina tropical, odontologia, parasitologia, agricultura tropical, diversidade cultural e social, energia, biocombustíveis, estudos sobre violência, biodiversidade, vírus da zika, microcefalia (Brasil, 2021b), o que demonstra a necessidade de investimento na ciência e a defesa de seu retorno benéfico para o conjunto da sociedade.

 

O Brasil apresentou um aumento considerável na proporção de doutores titulados em relação à população, saltando de 6,4 doutores para cada 100 mil habitantes, em 2011, para 11,6 doutores para cada 100 mil habitantes, em 2019 (BRASIL, 2021). Apesar da conquista, esses números precisam avançar. O Relatório da Unesco expõe as seguintes informações: em 2014, havia no Brasil 888 pesquisadores por milhão de habitantes; no Japão, 5.328; nos Estados Unidos, 4.205; na Alemanha, 4.321; na França, 4.234; na China, 1.089. No mesmo levantamento, o Brasil fica atrás de países da América Latina como a Argentina, onde em 2014 havia 1.207 pesquisadores por milhão de habitantes (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, 2021).

 

Embora seja possível observar certo avanço, o Brasil ainda não investe o necessário para a expansão da ciência e tecnologia (C&T). Se considerarmos o investimento em pesquisa e desenvolvimento como proporção do PIB em 2018, o Brasil investiu 1,26% do PIB; o Japão, 3,26%; a Alemanha, 3,09%; os Estados Unidos, 2,84%; a França, 2,20% e; a China, 2,19% (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, 2021).

A crise econômica vivenciada pelo Brasil em 2015 afetou profundamente os investimentos na política de educação e C&T. Após o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, o governo brasileiro adotou um regime duro de austeridade fiscal, sendo emblemática a aprovação, em 2016, no Governo Michel Temer, da Emenda Constitucional nº 95 (EC/95), que congela por 20 anos o gasto público destinado a direitos sociais essenciais como saúde, educação e assistência social em contexto de hegemonia do capital financeiro e de disputa pelos recursos do fundo público (Souza; Soares, 2019). Ou seja, antes da pandemia da COVID-19 já havia uma tendência no Brasil de cortes de recursos para as políticas públicas e de aumento das desigualdades sociais.

 

A pandemia da COVID-19 teve início quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) recebeu em 31 de dezembro de 2019 um alerta sobre casos de pneumonia na cidade de Wuhan, na República Popular da China. Em 07 de janeiro de 2020, houve a ratificação da existência de um novo tipo de coronavírus, que recebeu o nome de SARS-CoV-2, o responsável por causar a doença COVID-19. Em 30 de janeiro de 2020, a OMS declarou o surto do novo coronavírus como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) e, em 11 de março de 2020, a COVID-19 foi caracterizada pela OMS como uma pandemia (Organização Pan-Americana da Saúde, [2021]). Até 25 de janeiro de 2023 a OMS registrou 664.873.023 casos confirmados de COVID-19 no mundo, sendo 6.724.248 mortes. O maior número de casos e mortes foi nos Estados Unidos (100.651.473 casos e 1.093.540 mortes), seguido do Brasil, com 36.730.913 casos confirmados e 696.342 mortes[1] (dados registrados até 25 de janeiro de 2023) (Organização Pan-Americana da Saúde, [202-]).

 

Após a declaração de Emergência em Saúde Pública da OMS, uma série de medidas foi adotada pelos países. No Brasil, as medidas foram variadas, desde o negacionismo até decisões que seguiram as recomendações científicas internacionais (Morel, 2021). Levando em consideração as disputas políticas, econômicas e ideológicas que envolveram a situação, em 03 de fevereiro de 2020 o Ministério da Saúde aprovou a Portaria nº 188, que declara Emergência em Saúde Pública em decorrência da infecção pelo coronavírus (Brasil, 2020a). No campo da política de educação, o Ministério da Educação lançou as Portarias nº 343, de 17 de março de 2020 (Brasil, 2020b) e nº 345, de 19 de março de 2020 (Brasil, 2020c) apontando a substituição das aulas presenciais pelas aulas remotas durante a pandemia. Assim, as instituições de ensino adotaram aulas mediadas pelas Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação.

 

A adoção do ensino remoto impactou a vida de docentes, discentes e técnicos das instituições de ensino. As rotinas de estudo e de trabalho foram alteradas rapidamente. Houve maior exigência de adaptação às tecnologias digitais; aumento da carga horária de trabalho docente; dificuldades de interação entre docentes e discentes; dificuldades para o estabelecimento de limites entre trabalho, estudo e rotina pessoal; suspensão de algumas atividades de pesquisa e extensão; dificuldade de acompanhamento das aulas; aumento dos gastos (pois, docentes e discentes arcaram com o pagamento das contas de luz, internet, entre outras); além das angústias e medos próprios do período de pandemia, que se somaram aos estresses do estudo e do trabalho (Elias; Alves, 2022). 

A vacina foi descoberta a partir de esforços de pesquisadores e investimentos em pesquisas em várias partes do mundo. A vacinação contra a COVID-19 no Brasil teve início em janeiro de 2021 e, segundo Leonel (2022, p. 1), “[...] o elevado número de mortes e o colapso no sistema de saúde de 2021 poderiam ter sido evitados se o país tivesse se preparado corretamente e antecipado a aquisição das vacinas”.

 

A formação social e econômica do Brasil com alto índice de desigualdade social, as crises econômicas e, recentemente, a pandemia da COVID-19, agravaram os problemas de todas as ordens já existentes no país. Em 2014 a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) declarou o Brasil como um país sem fome, condição perdida frente à crise econômica e os efeitos da pandemia (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, 2021). Em 2014, 2,7% da população vivia em situação de extrema pobreza. Em 2018, esse número aumenta para 4,4%, atingindo majoritariamente a população negra (8,8% do total geral dos negros e 3,6% do grupo populacional branco). Tais números aumentaram ainda mais a partir de 2020 (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, 2021).

 

Pelo exposto, verifica-se a relevância da ciência principalmente em tempos de pandemia da COVID-19 (mesmo com o fortalecimento de ideias negacionistas). Desse modo, se no Brasil a produção científica é realizada majoritariamente nas instituições públicas (com destaque para os programas de pós-graduação)[2] e por meio de cientistas formados nas universidades estaduais e federais, importa-nos identificar os programas de pós-graduação stricto sensu públicos e conhecer alguns dos impactos sofridos durante a pandemia da COVID-19.

 

Resultados

 

Os dados a seguir são referentes à distribuição dos programas de pós-graduação stricto sensu, suas matrículas e titulações, entre os anos 2000 e 2021, no mestrado, mestrado profissional e doutorado. Quanto ao doutorado profissional, não serão abordadas as matrículas e titulações, dada a sua criação recente[3]. O quadro 1 demonstra a expansão dos programas de pós-graduação stricto sensu, com exceção do ano de 2020, com pequena queda de 0,2% e retomada do crescimento em 2021. Em 2021, 51% dos programas possuíam cursos de mestrado e doutorado.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quadro 1. Distribuição dos programas de pós-graduação por nível

Ano

Mestrado/ doutorado

Mestr

Dout

Mestr/ Dout/ Mestr. Prof.

Mestr/ Mestr. Prof.

Mestr. Prof

Mestr. Prof./ Dout. Prof.

Dout. Prof.

Total de programas

2000

766

612

28

19

05

09

-

 

1.439

2001

883

560

29

44

05

29

-

 

1.550

2002

891

660

32

44

05

51

-

 

1.683

2003

907

764

35

44

06

62

-

 

1.818

2004

1.022

759

32

01

-

116

-

 

1.930

2005

1.063

829

33

-

-

132

-

 

2.057

2006

1.146

923

39

-

-

157

-

 

2.265

2007

1.207

980

37

-

-

184

-

 

2.408

2008

1.284

1.029

36

-

-

218

-

 

2.567

2009

1.381

1.054

40

-

-

243

-

 

2.718

2010

1.453

1.091

49

-

-

247

-

 

2.840

2011

1.563

1.175

52

-

-

338

-

 

3.128

2012

1.664

1.230

53

-

-

395

-

 

3.342

2013

1.897

1.095

56

-

-

480

-

 

3.528

2014

1.896

1.199

58

-

-

525

-

 

3.678

2015

2.087

1.167

64

-

-

613

-

 

3.931

2016

2.106

1.292

76

-

-

703

-

 

4.177

2017

2.144

1.367

82

-

-

753

01

 

4.347

2018

2.195

1.320

83

-

-

763

01

01

4.363

2019

2.330

1.333

80

-

-

802

24

01

4.570

2020

2.356

1.282

78

-

-

800

41

02

4.559

2021

2.391

1.348

87

-

-

811

51

03

4.691

Fonte: GeoCapes.[4]

 

Em 2020, não se registra diminuição dos programas nas instituições federais. Pelo contrário, houve aumento. Nesse ano, a queda ocorreu nos programas privados e estaduais e, em 2021 uma estreita diminuição dos programas municipais. Em 2021, 82,3% dos programas eram de instituições públicas, especialmente federais (Gráfico 1). O destaque para as federais reafirma que “[...] é nas universidades que se realiza a maior parte da pesquisa do País, especialmente nas públicas, o que significa que os docentes são responsáveis por uma parcela significativa da produção científica nacional” (Brasil, 2016, p. 27).

 

Em 2021, 42,5% dos programas se localizavam no Sudeste, seguido do Sul (21,4%). Nos anos de pandemia da COVID-19 constata-se a diminuição de programas no Nordeste e Sudeste, mas ainda assim o Sudeste continua concentrando o maior número de programas. Nota-se nos últimos anos o crescimento dos programas nas regiões Norte e Centro-Oeste, fato importante para a diminuição das disparidades regionais (Gráfico 2).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Gráfico 1. Distribuição dos programas de pós-graduação por status jurídico

 

Fonte: GeoCapes.

 

Gráfico 2. Distribuição dos programas de pós-graduação por região

 

Fonte: GeoCapes.

 

 

 

 

 

 

Quadro 2. Programas de mestrado/ doutorado – Grande área

 

Ano

C. da Saúde

C. ex. e da terra

C. humanas

C. biológicas

C. agrárias

Eng.

C. soc. aplicadas

Ling., letras e artes

Multidisc.

2000

189

105

101

97

86

79

49

51

09

2001

193

116

129

113

107

90

63

58

14

2002

198

114

130

115

108

90

63

58

15

2003

207

114

132

118

109

91

63

58

15

2004

214

124

141

135

127

111

84

60

26

2005

228

128

143

141

133

114

86

61

29

2006

244

131

159

148

144

124

94

68

34

2007

245

138

168

142

153

125

103

70

63

2008

259

146

182

149

163

130

109

73

73

2009

276

153

197

159

178

137

119

78

84

2010

279

160

211

168

186

145

128

82

94

2011

296

162

231

180

200

150

140

91

113

2012

310

165

247

187

213

160

157

96

129

2013

355

177

281

199

239

170

192

109

175

2014

352

177

278

202

242

172

194

107

172

2015

382

195

308

216

259

191

213

116

207

2016

384

195

309

219

259

193

217

118

212

2017

389

195

313

222

261

198

225

121

220

2018

389

201

328

224

262

200

238

126

227

2019

404

209

357

229

272

211

259

134

255

2020

407

210

365

231

269

212

266

138

258

2021

409

214

374

235

269

212

271

145

262

Fonte: GeoCapes.

 

Em 2021, dos programas que possuíam mestrado e doutorado, 17,1% eram da grande área das ciências da saúde. Observa-se que, com exceção das ciências agrárias, os programas de mestrado e doutorado cresceram também no período de pandemia da COVID-19 (em 2019, eram 2.330; em 2020, 2.356 e em 2021, 2.391) (Quadro 2).

 

Quadro 3. Programas de mestrado - Grande área

 

Ano

C. da Saúde

C. ex. e da terra

C. humanas

C. biológicas

C. agrárias

Eng.

C. soc. aplicadas

Ling., letras e artes

Multidisc.

2000

99

67

94

40

84

74

85

28

41

2001

83

59

97

35

67

73

83

27

36

2002

99

69

112

41

73

83

98

34

51

2003

120

77

127

44

87

91

114

42

62

2004

114

77

129

39

79

97

112

47

65

2005

122

83

141

39

79

107

130

50

78

2006

119

95

152

46

97

111

153

59

91

2007

118

98

166

45

101

112

167

64

109

2008

123

99

174

51

109

115

175

66

117

2009

120

97

185

47

108

123

182

69

123

2010

123

97

181

58

114

130

178

78

132

2011

134

103

193

67

118

141

183

82

154

2012

135

109

204

71

133

142

185

79

172

2013

100

101

176

61

117

139

167

65

169

2014

119

102

193

62

122

150

182

70

199

2015

108

93

183

66

116

140

188

71

202

2016

124

102

196

68

126

147

212

78

239

2017

137

106

205

72

130

156

223

78

260

2018

137

100

191

70

128

155

208

71

260

2019

137

98

201

64

123

155

210

76

269

2020

136

97

192

61

111

149

205

67

264

2021

149

100

198

62

121

160

205

65

288

Fonte: GeoCapes.

 

Em 2021, 21,4% dos programas de mestrado e 33,3% dos de doutorado pertenciam à área multidisciplinar (Quadros 3 e 4). Os programas de mestrado sofreram redução no ano de 2020, se comparado a 2019. Essa redução foi menor em programas de doutorado (Quadros 3 e 4).

 

Quadro 4. Programas de doutorado- Grande área

 

Ano

C. da Saúde

C. ex. e da terra

C. humanas

C. biológicas

C. agrárias

Eng.

C. soc. aplicadas

Ling., letras e artes

Multidisc.

2000

13

01

03

01

02

02

02

-

04

2001

13

01

02

01

03

02

01

-

06

2002

13

01

02

02

03

03

01

-

07

2003

14

02

03

03

03

03

01

-

06

2004

13

01

03

02

03

03

-

-

07

2005

14

01

03

02

03

03

-

-

07

2006

13

03

04

04

03

03

-

-

09

2007

12

04

04

02

02

04

-

-

09

2008

12

04

04

01

02

03

-

-

10

2009

13

04

04

02

02

03

-

-

12

2010

15

08

04

02

02

03

01

-

14

2011

16

08

03

02

02

03

02

01

15

2012

16

08

03

03

02

03

02

01

15

2013

16

08

02

02

02

03

02

01

20

2014

18

07

02

02

02

03

02

01

21

2015

18

07

02

02

01

05

03

01

25

2016

20

08

02

03

02

07

05

01

28

2017

21

09

02

03

03

07

07

01

29

2018

23

09

02

03

03

07

08

01

27

2019

22

10

02

03

02

07

07

01

26

2020

23

10

03

03

01

07

05

01

25

2021

24

10

05

03

02

07

05

02

29

Fonte: GeoCapes.

 

Os Programas com mestrado, doutorado e mestrado profissional[5] possuem registros até 2004 e, no ano, o único programa era da área multidisciplinar (Quadro 5). Dos programas de mestrado e mestrado profissional[6], em 2003, 4 estavam na área multidisciplinar (Quadro 6). Em 2021, dos 811 programas de mestrado profissional, 26,9% eram multidisciplinares; 20 programas de mestrado profissional e doutorado profissional[7] também são multidisciplinares, além de 2 programas de doutorado profissional[8] (Quadros 7, 8 e 9). A expansão dos programas profissionais na área multidisciplinar vem ao encontro das recomendações do Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG 2011-2020), que estimula novos programas, grupos de pesquisa e docentes na área.

 

 

 

Quadro 5. Programas de mestrado/ doutorado/Mestrado profissional - Grande área

 

Ano

C. da Saúde

C. ex. e da terra

C. humanas

C. biológicas

C. agrárias

Eng.

C. soc. aplicadas

Ling., letras e artes

Multidisc.

2000

05

03

-

01

-

04

05

-

01

2001

07

05

01

04

01

10

12

01

03

2002

07

05

01

04

01

10

12

01

03

2003

07

05

01

04

01

10

12

01

03

2004

-

-

-

-

-

-

-

-

01

Fonte: GeoCapes.

 

Quadro 6. Programas de mestrado/ Mestrado profissional - Grande área

 

Ano

C. da Saúde

C. ex. e da terra

C. humanas

C. biológicas

C. agrárias

Eng.

C. soc. aplicadas

Ling., letras e artes

Multidisc.

2000

01

01

-

-

-

01

01

-

01

2001

01

01

-

-

-

-

-

-

03

2002

01

01

-

-

-

-

-

-

03

2003

01

01

-

-

-

-

-

-

04

Fonte: GeoCapes.

 

Quadro 7. Programas de mestrado profissional - Grande área

 

Ano

C. da Saúde

C. ex. e da terra

C. humanas

C. biológicas

C. agrárias

Eng.

C. soc. aplicadas

Ling., letras e artes

Multidisc.

2000

05

-

01

-

-

02

01

-

-

2001

07

01

02

01

-

07

06

-

05

2002

11

01

03

01

-

11

13

-

11

2003

13

01

04

02

-

11

17

-

14

2004

23

06

05

05

01

20

30

-

26

2005

25

06

05

07

01

23

33

-

32

2006

27

08

06

07

03

29

35

-

42

2007

33

08

06

06

06

32

40

-

53

2008

39

10

06

07

08

35

41

-

72

2009

40

10

05

09

12

45

43

-

79

2010

38

10

06

08

13

44

50

-

78

2011

62

10

15

12

18

54

61

01

105

2012

74

14

19

15

20

57

70

02

124

2013

91

16

36

16

21

61

84

05

150

2014

97

17

50

16

23

61

95

09

157

2015

114

21

65

17

31

65

109

10

181

2016

131

23

74

17

38

72

129

13

206

2017

144

25

83

19

41

77

138

14

212

2018

144

25

88

19

41

78

139

14

215

2019

147

29

99

19

43

78

148

19

220

2020

148

30

100

18

43

75

147

19

220

2021

150

31

100

18

44

76

153

21

218

Fonte: GeoCapes.

 

 

 

 

 

 

 

Quadro 8. Programas de mestrado profissional/ doutorado profissional - Grande área

 

Ano

C. da Saúde

C. ex. e da terra

C. humanas

C. biológicas

C. agrárias

Eng.

C. soc. aplicadas

Ling., letras e artes

Multidisc.

2017

-

-

-

-

-

-

-

-

01

2018

-

-

-

-

-

-

-

-

01

2019

06

-

02

 

01

 

03

-

12

2020

07

01

05

01

01

01

08

-

17

2021

08

01

08

01

01

02

10

 

20

Fonte: GeoCapes.

 

Quadro 9. Programas de doutorado profissional - Grande área

 

Ano

C. da Saúde

C. ex. e da terra

C. humanas

C. biológicas

C. agrárias

Eng.

C. soc. aplicadas

Ling., letras e artes

 

Multidisc.

2018

-

-

-

-

-

-

-

-

 

01

2019

-

-

-

-

-

-

-

-

 

01

2020

-

-

-

-

-

-

-

-

 

02

2021

-

-

01

-

-

-

-

-

 

02

Fonte: GeoCapes.

 

Quanto às matrículas, observa-se uma evolução ao nível de mestrado em todos os anos, inclusive durante a pandemia. Comparando com 2019, as matrículas aumentaram 4,4%, em 2020, e 11%, em 2021. Prevalece a matrícula dos discentes nos programas públicos, com realce para os federais (em 2021, 86,8% das matrículas no mestrado foram em programas públicos) (Gráfico 3). Em 2021, as matrículas no mestrado são maioria nas ciências humanas (17,8%), ciências sociais aplicadas (14,4%) e ciências da saúde (14,1%) (Quadro 10).

 

Gráfico 3. Matrículas no mestrado

 

Fonte: GeoCapes.

 

 

Quadro 10. Matrículas no mestrado por grande área e nível

 

Mestrado

Discentes matriculados

Ano

Eng.

C. humanas

C. soc. aplicadas

C. da saúde

C. ex. e da terra

C. agrárias

C. biológicas

Ling., letras e artes

Multidisc

Total de matrículas

2000

11.873

9.626

10.258

7.752

5.818

5.114

3.830

3.866

2.288

60.425

2001

9.744

10.864

11.541

8.048

6.128

5.429

4.150

4.170

2.279

62.353

2002

10.516

11.256

11.023

8.194

6.136

5.550

4.235

4.441

2.639

63.990

2003

10.960

12.198

10.689

8.507

6.286

5.802

4.401

4.778

3.330

66.951

2004

11.305

12.737

10.532

9.149

6.311

6.056

4.660

4.921

3.519

69.190

2005

11.631

13.678

10.940

10.020

6.740

6.332

5.012

5.311

4.141

73.805

2006

12.433

14.618

11.423

10.579

7.110

6.876

5.488

5.758

4.765

79.050

2007

12.530

15.160

12.372

11.144

7.693

7.683

5.492

6.129

6.153

84.356

2008

12.914

15.829

12.359

12.242

8.223

8.300

5.692

6.201

6.535

88.295

2009

13.545

16.357

12.726

13.134

8.701

9.055

6.076

6.328

7.094

93.016

2010

14.338

17.072

13.066

14.008

9.244

9.924

6.754

6.665

7.540

98.611

2011

14.506

18.092

13.897

14.694

9.841

10.927

7.444

7.174

8.665

105.240

2012

14.674

19.022

14.347

14.919

10.309

11.454

7.589

7.485

9.716

109.515

2013

14.202

19.071

14.697

15.273

10.241

11.078

7.093

7.396

10.669

109.720

2014

15.146

19.976

15.321

15.566

10.684

11.098

7.024

7.505

12.021

114.341

2015

16.195

20.691

16.435

16.177

10.860

11.286

7.114

7.905

13.387

120.050

2016

17.717

21.657

17.321

16.886

11.030

11.356

7.273

8.427

14.769

126.436

2017

17.692

20.913

17.648

17.240

10.855

11.196

7.244

8.199

15.516

126.503

2018

17.809

21.475

17.967

17.757

10.906

11.188

7.263

8.394

16.107

128.866

2019

17.479

22.119

18.479

18.021

10.887

10.964

7.173

8.768

16.581

130.471

2020

17.844

23.515

19.543

19.141

11.409

10.628

7.463

9.248

17.403

136.194

2021

18.022

25.949

21.006

20.584

11.979

10.467

7.600

10.494

19.321

145.422

Fonte: GeoCapes.

 

Nota-se o crescimento das matrículas no mestrado profissional majoritariamente nas instituições federais (26.293 matrículas em 2021). Neste ano, o setor privado ultrapassa o número de matrículas das instituições estaduais e municipais, demonstrando o interesse do privado neste nível de ensino (Gráfico 4).

 

Gráfico 4. Matrículas no mestrado profissional

 

Fonte: GeoCapes.

Quadro 11. Matrículas no mestrado profissional por grande área e nível

 

Mestrado Profissional

Discentes matriculados

Ano

 

 

 

 

Eng.

 

 

 

 

C. humanas

 

 

C. soc. Aplicadas

 

 

C. da saúde

 

 

C. ex. e da terra

 

C. agrárias

C. biológicas

 

Ling; letras e artes

 

Multidisc

 

  Total de matrículas

2000

195

-

517

209

80

-

48

-

82

1.131

2001

827

47

943

345

186

20

14

-

574

2.956

2002

1064

117

1421

330

246

22

64

-

1086

4.350

2003

1424

114

1740

381

252

20

74

08

1052

5.065

2004

1489

171

1922

720

173

28

162

-

1144

5.809

2005

1465

190

2210

671

149

24

148

-

1444

6.301

2006

1457

154

2255

689

159

37

185

-

1862

6.798

2007

1804

203

2260

751

259

146

146

-

2069

7.638

2008

2087

292

2371

1079

336

193

119

-

2596

9.073

2009

2297

302

2453

1107

385

339

152

-

3100

10.135

2010

2288

408

2616

1093

360

397

215

-

2836

10.213

2011

2544

694

2788

1759

398

512

273

15

3522

12.505

2012

2696

945

3163

2225

484

576

314

71

4250

14.724

2013

2782

1486

3716

2659

3.238

607

330

966

4944

20.728

2014

3450

2381

4355

3195

3640

637

441

1243

5894

25.236

2015

3.594

3.079

4.673

3.592

3.684

788

535

1.484

6.955

28.384

2016

3.450

3.931

5.767

4.080

4.352

988

544

1.490

8.140

32.742

2017

3.451

4.458

6.651

4.947

4.573

1.175

938

1.992

9.226

37.411

2018

3.233

5.312

7.033

5.331

5.164

1.175

1.379

2.199

           11.207

42.033

2019

3.002

6.029

7.507

5.539

4.975

1.168

926

2.226

12.453

43.825

2020

3.014

6.489

8.007

6.184

4.471

1.197

1.068

1.681

12.057

44.168

2021

3.149

6.771

8.978

6.380

4.044

1.329

1.035

1.951

12.974

46.611

Fonte: GeoCapes.

 

As matrículas no mestrado profissional aumentaram nos anos analisados. Em 2020, houve o aumento de 0,78% de matrículas, se comparado com 2019, e, em 2021, de 6,3% em relação a 2019 (Gráfico 4). Observa-se, em 2021, 27,8% das matrículas na área multidisciplinar (Quadro 11). Entre 2000, 2001 e 2002, as matrículas no doutorado eram mais elevadas nos programas estaduais; a partir de 2003, tornaram-se superiores no setor federal (Gráfico 5).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Gráfico 5. Matrículas no doutorado

 

Fonte: GeoCapes.

 

Quadro 12. Matrículas no doutorado por grande área e nível

 

Doutorado

Discentes matriculados

Ano

Eng.

C. humanas

C. soc. aplicadas

C. da saúde

C. ex. e da terra

C. agrárias

C. biológicas

Ling., letras e artes

Multidisc

  Total de matrículas

2000

5.506

5.871

2.868

4.819

4.338

3.319

3.848

1.889

442

32.900

2001

5.379

6.225

3.324

5.147

4.505

3.683

4.241

2.039

591

35.134

2002

5.704

6.704

3.495

5.225

4.852

4.040

4.755

2.272

681

37.728

2003

6.078

7.211

3.492

5.654

4.995

4.252

5.101

2.583

847

40.213

2004

6.033

7.573

3.498

5.963

4.888

4.440

5.137

2.671

1.058

41.261

2005

6.466

7.878

3.664

6.487

5.121

4.788

5.292

3.018

1.228

43.942

2006

6.733

8.551

3.589

7.131

5.360

5.005

5.629

3.200

1.374

46.572

2007

6.862

8.949

3.940

7.644

5.748

5.379

5.405

3.292

2.448

49.667

2008

7.255

9.391

4.243

8.339

5.901

5.674

5.624

3.481

2.842

52.750

2009

7.979

10.079

4.734

9.092

6.522

6.441

6.039

3.683

3.348

57.917

2010

8.722

11.134

5.344

10.247

7.103

7.327

6.699

3.903

4.109

64.588

2011

9.432

12.106

5.995

11.527

7.893

8.410

7.383

4.370

4.774

71.890

2012

9.946

13.612

6.801

12.605

8.633

9.213

8.036

4.927

5.705

79.478

2013

10.545

14.867

7.750

14.509

9.571

10.164

8.588

5.418

6.925

88.337

2014

11.258

16.050

8.649

15.606

10.080

10.864

8.906

5.775

8.195

95.383

2015

11.765

16.873

9.602

16.740

10.692

11.408

9.283

6.280

9.564

102.207

2016

12.454

17.906

10.240

17.443

11.182

11.615

9.303

6.868

10.629

107.640

2017

12.794

18.613

10.854

18.240

11.294

11.730

9.279

7.152

11.427

111.383

2018

13.220

19.546

11.502

18.611

11.275

11.495

9.326

7.583

11.832

114.390

2019

13.606

20.567

12.696

18.904

11.424

11.414

9.181

7.869

12.460

118.121

2020

14.082

21.685

13.747

20.145

11.899

11.507

9.608

8.308

13.549

124.530

2021

14.429

23.901

15.022

20.962

12.115

11.596

9.534

9.405

14.868

131.832

Fonte: GeoCapes.

 

 

 

Mesmo em momento de pandemia da COVID-19, as matrículas no doutorado cresceram: em 2020, houve um acréscimo de 5,4% em relação a 2019 e, em 2021, de 11,6% comparado a 2019 (Gráfico 5). Em 2021, as matrículas são majoritariamente nas áreas das ciências humanas (18,1%) e da saúde (15,9%), mas nota-se o aumento relevante nos últimos anos da área multidisciplinar (Quadro 12).

 

Gráfico 6. Titulados no mestrado

 

 

Fonte: GeoCapes.

 

Quadro 13. Titulados no mestrado por grande área e nível

Mestrado

Discentes titulados

Ano

Eng.

C. humanas

C. soc. aplicadas

C. da saúde

C. ex. e da terra

C. agrárias

C. biológicas

Ling., letras e artes

Multidisc

Total de titulados

2000

2.669

2.872

2.589

2.694

1.773

1.955

1.469

1.071

519

17.611

2001

2.685

3.472

3.230

2.748

1.941

2.126

1.581

1.291

577

19.651

2002

3.055

4.306

4.093

3.328

2.252

2.335

1.778

1.483

827

23.457

2003

3.523

4.504

4.532

3.943

2.358

2.586

1.919

1.606

1.026

25.997

2004

3.603

4.395

3.895

3.573

2.211

2.469

1.772

1.708

1.129

24.755

2005

4.195

5.073

4.255

4.176

2.522

2.829

2.056

1.904

1.595

28.605

2006

4.016

5.408

4.477

4.422

2.561

3.036

2.222

2.000

1.600

29.742

2007

4.126

5.498

4.384

4.555

2.684

2.995

2.198

2.211

1.908

30.559

2008

4.225

6.123

4.843

4.607

2.781

3.501

2.507

2.386

2.387

33.360

2009

4.359

6.538

4.994

5.224

3.116

3.765

2.573

2.531

2.586

35.686

2010

4.314

6.589

4.895

5.488

3.251

4.015

2.637

2.350

2.708

36.247

2011

4.689

7.026

5.294

6.081

3.464

4.427

2.942

2.667

2.954

39.544

2012

4.819

7.332

5.704

6.685

3.752

4.998

3.307

2.924

3.357

42.878

2013

4.943

7.957

6.029

6.737

4.014

5.263

3.587

3.033

3.927

45.490

2014

5.116

7.961

6.302

6.817

3.947

5.301

3.324

3.179

4.298

46.245

2015

5.406

8.376

6.547

6.926

4.052

5.140

3.267

3.119

4.811

47.644

2016

5.772

8.265

6.900

7.092

4.214

5.232

3.100

3.098

5.329

49.002

2017

6.228

8.946

7.446

7.151

4.041

5.165

3.298

3.464

6.134

51.873

2018

6.489

8.855

7.764

7.684

4.181

5.213

3.212

3.332

6.589

53.319

2019

6.562

9.148

7.853

7.647

4.158

5.287

3.196

3.431

6.849

54.131

2020

5.175

7.672

7.072

6.679

3.488

4.410

2.706

2.850

6.008

46.060

2021

4.796

8.008

6.845

6.524

3.313

4.305

2.541

3.108

5.919

45.359

Fonte: GeoCapes.

 

Quanto à titulação no mestrado, houve diminuição a partir de 2020. Em 2021, houve a redução de 16,2% dos titulados em relação a 2019 (Gráfico 6). Em 2021, o sistema público foi responsável por 82,7% das titulações de mestrado. Os títulos de mestre em 2021 são maioria nas ciências humanas (17,6%), sociais aplicadas (15,1%) e da saúde (14,4%) (Quadro 13).

 

Gráfico 7. Titulados no mestrado profissional

 

Fonte: GeoCapes.

 

Quadro 14. Titulados no mestrado profissional por grande área e nível

Mestrado Profissional

Discentes titulados

Ano

Eng.

C. humanas

C. soc. aplicadas

C. da saúde

C. ex. e da terra

C. agrárias

C. biológicas

Ling., letras e artes

Multidisc

Total de titulados

2000

-

-

103

90

-

-

-

-

17

210

2001

55

-

137

106

03

-

-

-

61

362

2002

175

11

372

247

19

06

-

-

157

987

2003

284

80

622

260

50

10

08

09

329

1.652

2004

529

51

653

260

48

10

52

-

300

1.903

2005

480

69

649

391

42

-

49

-

349

2.029

2006

640

128

865

305

48

14

40

-

479

2.519

2007

314

103

923

349

14

24

39

-

565

2.331

2008

472

75

861

360

45

37

62

-

742

2.654

2009

615

127

883

503

83

66

47

-

778

3.102

2010

516

137

923

505

110

93

33

-

1026

3.343

2011

597

125

1039

537

106

103

89

-

1093

3.689

2012

692

191

1163

743

75

146

74

-

1176

4.260

2013

726

379

1215

986

965

189

101

15

1469

6.045

2014

726

450

1544

1172

912

238

77

70

1778

6.967

2015

785

792

1.766

1.488

1.055

208

124

675

2.130

9.023

2016

1.078

1.218

2.092

1.727

1.031

273

140

606

2.447

10.612

2017

1.093

1.373

2.242

1.872

1.215

315

211

224

2.836

11.381

2018

918

1.827

2.863

2.082

1.195

450

137

787

3.415

13.674

2019

1.017

2.077

3.022

2.566

1.411

485

621

734

4.007

15.940

2020

771

2.074

2.440

2.071

1.206

377

455

805

3.780

13.979

2021

713

2.031

2.822

2.104

1.217

365

143

645

3.903

13.943

Fonte: GeoCapes.

 

Quanto ao doutorado, há crescimento das matrículas e uma queda nas titulações em 2020 e 2021. Em 2021, houve uma redução de 15,3% de titulados em relação a 2019. Em 2021, 88,2% das matrículas e 85,7% dos titulados de doutorado eram de instituições públicas (Gráfico 8). Em 2021, a formação no doutorado foi predominantemente nas ciências da saúde (18,1%), humanas (17,1%) e agrárias (11,4%), embora com crescimento da área multidisciplinar (Quadro 15). Apesar do crescimento das titulações de doutorado, o Brasil está longe de atingir o número de doutores desejáveis, se considerarmos o panorama mundial. O PNPG (2011-2020) fez uma projeção do crescimento de doutores no Brasil visando alcançar até 2038 a quantia de 23,77 doutores por mil habitantes. Para acompanhar essa projeção, seria necessário titular cerca de 28.987 doutores em 2020 e 44.005 doutores em 2024 (BRASIL, 2010). Por meio do quadro 15, nota-se que em 2020 foram titulados 20.066 doutores, número abaixo do indicado no PNPG 2011-2020. É certo que, quando ocorreu a elaboração do Plano, não se imaginava que haveria uma crise sanitária. Os dados mostram que a pandemia da COVID-19 e seus impactos no cotidiano dos docentes e discentes aprofundaram os desafios da pós-graduação.

 

Gráfico 8. Titulados no doutorado

 

Fonte: GeoCapes.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quadro 15. Titulados no doutorado por grande área e nível

Doutorado

Discentes titulados

Ano

Eng.

C. humanas

C. soc. aplicadas

C. da saúde

C. ex. e da terra

C. agrárias

C. biológicas

Ling., letras e artes

Multidisc

Total de titulados

2000

705

892

441

1028

727

550

667

257

51

5.318

2001

765

1025

478

1111

788

721

769

324

59

6.040

2002

819

1140

613

1425

747

785

894

393

78

6.894

2003

1023

1286

736

1549

913

1026

1028

415

118

8.094

2004

1055

1329

755

1462

904

974

1035

452

127

8.093

2005

1114

1497

813

1682

964

1119

1141

496

163

8.989

2006

1123

1503

890

1731

951

1160

1158

617

233

9.366

2007

1169

1689

810

1798

988

1217

1154

710

380

9.915

2008

1222

1862

868

1959

1132

1319

1238

696

415

10.711

2009

1284

1954

952

2125

1119

1424

1269

732

509

11.368

2010

1196

2007

944

2132

1176

1475

1200

643

541

11.314

2011

1346

2168

980

2384

1224

1513

1289

752

665

12.321

2012

1517

2301

1273

2596

1355

1853

1420

756

841

13.912

2013

1579

2681

1334

2963

1502

2088

1559

928

1016

15.650

2014

1663

2882

1541

3154

1683

2268

1822

1124

1149

17.286

2015

1.967

3.239

1.625

3.451

1.812

2.427

1.897

1.210

1.368

18.996

2016

2.051

3.417

2.002

3.735

1.936

2.695

1.970

1.195

1.602

20.603

2017

2.019

3.726

2.235

3.968

2.126

2.664

2.023

1.312

1.978

22.051

2018

2.190

3.792

2.357

4.343

2.108

2.906

2.051

1.398

2.317

23.462

2019

2.254

4.120

2.464

4.352

2.152

2.859

2.151

1.639

2.431

24.422

2020

1.888

3.402

2.229

3.537

1.754

2.341

1.535

1.355

2.025

20.066

2021

1.920

3.535

2.321

3.737

1.771

2.358

1.621

1.340

2.068

20.671

Fonte: GeoCapes.

 

Um estudo do Programa de Pós-Graduação em Ensino em Biociências e Saúde do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), realizado em 2020 com 5.985 discentes de pós-graduação do Brasil, revelou um significativo impacto da pandemia de COVID-19 nas atividades acadêmicas e na saúde mental dos participantes. Do total de entrevistados, 45% sentiam ansiedade generalizada, 17% tiveram depressão durante a pandemia, 80% tiveram falta de motivação e problemas de concentração. Ressalta-se que o período de pandemia alterou profundamente as relações sociais. A sociedade conviveu com muitas incertezas, medos e perdas, situação também vivenciada pelos discentes e agravada pelo contexto estressante da pós-graduação com prazos e pressão por produtividade. A referida pesquisa admite que estudos anteriores à pandemia já afirmavam que os problemas de saúde mental são frequentes em estudantes de pós-graduação (mais que em relação à população em geral). Todavia, a emergência da crise sanitária agravou a questão (Corrêa et al., 2022).

 

Considerações finais

 

O Sistema Nacional de Pós-Graduação apresentou um crescimento ao longo de 2000 e 2019, tanto em termos de número de programas quanto de matrículas e titulações. Os programas de pós-graduação stricto sensu aumentaram nos anos pesquisados, com exceção de 2020, quando se obteve uma queda ínfima de 0,2% em relação a 2019, não sendo constatada redução de programas nas instituições federais.

 

As assimetrias regionais ainda se fazem presente com a localização majoritária dos programas no Sudeste. De 2000 a 2021, há o aumento de matrículas no mestrado, mestrado profissional e doutorado. Entretanto, em 2020 e 2021, nota-se a diminuição das titulações em todos os segmentos, explicitando a questão da dificuldade de conclusão do curso durante a pandemia da COVID-19.

 

Fica explícito a importância das pesquisas científicas e a necessidade de investimentos face às grandes problemáticas emergentes no mundo. A ciência não é neutra e deve ter condições de enfrentar desafios. Embora a demonstração de resiliência dos programas se faça notar, é preciso maior investimento para a sua expansão, com sistemático aumento de matrículas (porque ainda é muito pequeno o número de pesquisadores no Brasil) e de titulações. O corte de recursos na área foi notório, como apontam os próprios relatórios institucionais da CAPES, a exemplo das bolsas de estudo. Segundo o relatório da CAPES

 

Ao analisar a evolução dos investimentos dos programas institucionais e estratégicos, observa-se que a concessão de bolsas teve crescimento entre os anos de 2011 e 2015, seguiu estável até o ano de 2018, mantendo-se no patamar de 98.000 bolsas, e apresentou uma redução de cerca de 5% nos anos de 2019 e 2020 em relação a 2015. [...] Vale ressaltar que o cenário de gastos do Governo Federal como um todo passou a sofrer fortes restrições a partir de 2015, principalmente em função da Emenda Constitucional nº 95/2016 (Brasil, 2021, p. 39-40). 

 

Desta forma, ressaltamos que os desafios nacionais são grandes demais para um modesto investimento na política de educação e de ciência e tecnologia.

 

Referências

 

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BRASIL. Ministério da Educação. Portaria nº 345, de 19 de março de 2020. Altera a Portaria MEC nº 343, de 17 de março de 2020. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil: seção 1, Brasília (DF), p. 1, 19 mar. 2020c.

 

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 188, de 3 de fevereiro de 2020. Declara Emergência em Saúde Pública de importância Nacional (ESPIN) em decorrência da infecção humana pelo novo coronavírus (2019-nCoV). Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil: seção 1, Brasília (DF), p. 1, 4 fev. 2020a. 

 

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VARGAS, T. O cenário dos mestrados profissionais no país e o caso da ENSP. Informe ENSP, Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, 19 jun. 2015. Disponível em: https://informe.ensp.fiocruz.br/noticias/37941. Acesso em: 21 jan. 2023.

 

 

 

Agradecimento

 

À FAPEMIG pelo financiamento da pesquisa.

 

 

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Daniella Borges Ribeiro

Docente do curso de graduação em Serviço Social e da Pós-graduação em Economia Doméstica da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Possui graduação em Serviço Social, mestrado e doutorado em Política Social pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Membro do Grupo de Pesquisas Fênix/UFES e Líder do Grupo de Estudos, Pesquisas e Extensão em Política Social, Saúde Mental e Drogas (GEPEPSS/UFV), cadastrado no CNPq.

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* Assistente Social. Doutora em Política Social. Docente do Departamento de Serviço Social da Universidade Federal de Viçosa. (UFV, Viçosa, Brasil). Av. Peter Henry Rolfs, s/n, Campus Universitário, Cep: 36570-900, Viçosa/MG. Financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG). E-mail: dborgesribeiro@yahoo.com.br.

 

 © A(s) Autora(s)/O(s) Autor(es). 2023. Acesso Aberto Esta obra está licenciada sob os termos da Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR), que permite copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato, bem como adaptar, transformar e criar a partir deste material para qualquer fim, mesmo que comercial.  O licenciante não pode revogar estes direitos desde que você respeite os termos da licença.

[1] O primeiro caso de COVID-19 no Brasil foi de um homem, que deu entrada no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, após chegar de viagem da Itália. A confirmação se deu em fins de fevereiro de 2020. A primeira morte por COVID-19 foi em 12 de março de 2020, sendo a vítima uma mulher que trabalhava como diarista em São Paulo (Há [...], 2021).

[2] As universidades públicas realizam mais de 95% da ciência no Brasil (Moura, 2019).

[3] O doutorado profissional foi regulamentado em 2017 (Brasil, 2021).

[4] A GeoCapes é uma ferramenta de dados georreferencial e está disponível em: https://geocapes.capes.gov.br/geocapes/.

[5] O mestrado profissional foi criado em 1995 e regulamentado em dezembro de 1998 (Portaria nº 80 de 16 de dezembro de 1998) (Vargas, 2015).

[6] Os registros desses programas aparecem até 2003.

[7] Os registros dos programas de mestrado profissional e doutorado profissional aparecem a partir de 2017.

[8] Os registros desses programas aparecem a partir de 2018.