Reprimarização sem industrialização, uma crise estrutural no Brasil/ Reprimarization without industrialization, a structural crisis in Brazil

Autores

  • Pierre Salama Professeur émérite des universités, université de Paris XIII,

DOI:

https://doi.org/10.18315/argumentum.v8i2.13937

Resumo

O presente texto apresenta uma interpretação da crise brasileira atual a partir de uma análise mais abrangente, tanto no que diz respeito à interação entre os fatores externos da crise, especificamente a forma de inserção na divisão internacional do trabalho e suas conseqüências sobre estrutura produtiva, quanto em relação aos efeitos distributivos decorrentes. O autor demonstra o quanto a alta cotação das matérias-primas e a conseqüente reprimarização da economia implicaram um processo de desindustrialização e diminuição dos salários reais, apesar do aumento da produtividade nos setores exportadores. O artigo aponta ainda o quanto seria possível privilegiar o mercado interno, possibilitando uma melhoria na redistribuição de renda. A crise se revela tanto como esgotamento de um modelo de crescimento rentista e associado à reprimarização, quanto sua diferença em relação a uma verdadeira política de esquerda. Esta teria de ser baseada no reconhecimento de que a riqueza advém exclusivamente do trabalho e, portanto, no reconhecimento de que as políticas sociais têm atuar sobre a relação capital/trabalho e não em termos de discriminalização em termos de faixas renda.

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Publicado

01-09-2016

Como Citar

Salama, P. (2016). Reprimarização sem industrialização, uma crise estrutural no Brasil/ Reprimarization without industrialization, a structural crisis in Brazil. Argumentum, 8(2), 127–139. https://doi.org/10.18315/argumentum.v8i2.13937