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PRIORIZAÇÃO DE RISCO EM OBRA DE MÉDIO PORTE ATRAVÉS DA UTILIZAÇÃO DO FMEA: UMA FERRAMENTA DE MELHORIA PARA SEGURANÇA DO TRABALHO EM ALTURA
RISK PRIORIZATION IN A MEDIUM-SIZED WORK THROUGH FMEA: AN IMPROVEMENT TOOL FOR SAFETY WORK AT HEIGHT
Gustavo Pires do Nascimento Jorge1&André Luís de Oliveira Cavaignac 2

1 2 3Departamento de Engenharias e Tecnologia do Centro Universitário Norte do Espírito Santo da Universidade
Federal do Espírito Santo
, Rodovia BR 101 Norte, Km. 60, Bairro Litorâneo, CEP 29932-540, São Mateus.*revistabjpe@gmail.com


Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Vol. X, N.º Y, p. aa-bb. (ano). Editora CEUNES/DETEC.
Disponível em: http://periodicos.ufes.br/BJPE
Brazilian Journal of Production Engeneering, São Mateus, Vol. X, N.º Y, p. aa-bb. (ano). Editora CEUNES/DETEC.
Disponível em: http://periodicos.ufes.br/BJPE
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ARTIGO INFO.
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Aprovado em:
Disponibilizado em:
Palavras-chave:
FastFormat; ABNT; artigos científicos; formatação automática.
Keywords:
FastFormat; ABNT; scientific articles;

*Autor Correspondente: Revista BJPE

RESUMO
Visto que na atualidade a engenharia civil movimenta a economia de maneira direta, com isso mais empregos são gerados em buscar de maior qualidade, todavia a segurança dos trabalhadores quase sempre é negligenciada e em consequência disso acidentes de todo tipo de gravidade. No presente trabalho foi feito abordagem da aplicação da ferramenta FMEA (failure mode and effects analysis) em uma obra de médio porte situada na cidade de Imperatriz-MA. Primeiramente no trabalho foi realizado um levantamento fotográfico na obra das inconformidades com as NRs, depois enumerado os principais riscos aos trabalhadores e baseado nos dados adquiridos foram feito a priorização de risco com ajuda do FMEA. Foi observado no trabalho que boa parte das inconformidades pode ser de fácil detecção, o que leva a conclusão do desconhecimento das normas ou simplesmente descaso.





ABSTRACT
Since civil engineering currently moves the economy in a direct way, with this more jobs are generated in pursuit of higher quality, yet the safety of workers is almost always neglected and as a consequence of this accidents of all kinds of gravity. In the present work, the application of the FMEA (failure mode and effects analysis) tool was applied in a medium-sized work located in the city of Imperatriz-MA. Firstly, a photographic survey was carried out in the work of the nonconformities with the NRs, then listed the main risks to the workers and based on the data acquired, the risk prioritization was done with the help of the FMEA. It was observed in the work that a great part of the nonconformities can be of easy detection, which leads to the conclusion of the ignorance of the norms or simply negligence.




















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Citação (APA):SECCHIM, A. B., FREITAS, R. R. de, & GONCALVES, W. (2018). Mapeamento e análise bibliométrica da utilização da análise envoltória de dados (DEA) em estudos de engenharia de produção. BrazilianJournalofProductionEngineering, 4(1): 116-128.







Introdução
Tradicionalmente, a construção civil é um setor de grande importância para qualquer economia, pois gera empregos diretos e indiretos. Além disso, sua amplitude com a diversidade de tipos de mão de obra e a ausência de restrições para recrutamento de empregados também contribui a situação do risco ao colaborador (TAKAHASHI, 2012). Neste sentido, Santana e Oliveira (2004) relatam que os trabalhadores da construção civil convivem em situações precárias de trabalho quando comparados com outros trabalhadores de outros setores. A situação dos trabalhadores da construção civil na maioria dos casos se assemelha a realidade vivida pelos os trabalhadores informais – aqueles que trabalham sem contratos assinados ou sob a regulamentação da CLT – consolidação das leis trabalhistas.
Nos últimos anos foi verificado um aumento no número de acidentes e até mesmo a morte de trabalhadores na construção civil em todo o país, principalmente por soterramento, choque elétrico e a queda em conseqüência do trabalho em altura (MENDES, 2013). Os trabalhos executados em altura, em especial, proporcionam uma grande exposição ao trabalhador de variados tipos de risco. Principalmente devido à diversidade de situações da atividade, como trabalhos com andaimes, trabalhos com escadas, trabalhos em telhados, entre outros. (CARLOS, 2015).
As quedas que ocorrem em trabalhos em altura foram responsáveis por 25% dos acidentes no setor da construção civil no Rio Grande do Sul em 1996 e 1997, levando em conta os fatais e não fatais. No Rio de Janeiro entre os anos de 1997 e 2001, as quedas com diferença de níveis foram apontadas como a principal causa de acidentes fatais na construção civil, responsável 33%. Já na indústria inglesa, em altura são responsáveis por 52% dos acidentes fatais (DORS et al., 2011).
Em 2012 o governo sancionou a NR-35 (Norma Regulamentadora nº 35 da Portaria 3.214 de oito de junho de 1978 do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE), definindo o trabalho em altura e seus aspectos de segurança realizados acima de dois metros do nível do piso. A norma também apresenta técnicas para treinamentos, planejamento, capacitação e várias outras com finalidade de reduzir o risco de acidentes (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2012).
A NR-35 (Trabalho em altura) esta relacionada com NR-6 (Equipamentos de proteção individual) e a NR-18 (Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção). Devido a isso, sempre que possível devem ser feito uma revisão dessas Normas Regulamentadoras em atividades voltadas à construção civil para se evitar situações de falha (FRAGA, 2016).
Para Rausand e Oien (1996), a falha está diretamente ligada com conceito de confiabilidade, sendo a definição de falha, o termino da capacidade de um item para o desempenho de uma função requerida. A qualidade de uma analise de confiabilidade depende da identificação de todas as funções desempenhadas pelos componentes e suas possíveis falhas com seu potencial de ocorrência. Com a conscientização dos consumidores, que não priorizam o produto apenas pelo preço, a qualidade tornou-se indispensável. Porem, as empresas falham quando não relacionam os seus objetivos, ou seja, a qualidade com o programa de ergonomia e segurança eficiente (GROHMANN, 1997).
Para se evitar um risco de acidente ou incidente que pode acarretar em lesões corporais até tragédia fatal, é exigido um planejamento detalhado de todos os processos e recursos da obra, desde a qualificação do trabalhador até a manutenção dos equipamentos (MENDES, 2013). Além disso, para diminuir o risco que os operários são submetidos, é essencial a aplicação de ferramentas de gerenciamento de risco laboral (SALIBA, 2018).
O FMEA (Failure Mode and Effects Analysis) é considerado uma importante ferramenta para análise de falhas. Através do uso de três fatores quantitativos - ocorrência (O), detecção (D) e severidade (S), é realizada uma classificação segundo os graus de importância, de acordo com risco potencial, representado no FMEA através do RPN (Risk Priority Number) (STAMATIS, 2003).
A severidade (S) é a hierarquização que aponta a gravidade de uma potencial falha, medida de 1 a 10, que vai de consequências sem danos ate danos trágicos ou irreparáveis. A detecção (D) quantifica a dificuldade de um possível cenário de falha ser identificado antes que a mesma ocorra, partindo da certeza de detecção, com índice 1, até a impossibilidade de detecção, com índice 10. Já a ocorrência (O) é a aproximação da freqüência ou probabilidade do acontecimento do modo de falha. O método mais aconselhável para determinar o seu valor, é através da utilização de dados reais do processo, porém, na falta de dados anteriores para avaliação, podem ser atribuídos escalas qualitativas baseado na experiência dos operadores (MCDERMOTT, et al., 2009).
Existem dificuldades na aplicação do FMEA devido à inconsistência dos valores de riscos obtidos, dependência de dados recolhidos através das experiências dos colaboradores e da exigência de tempo para a implementação da ferramenta (LAURENTI, et al., 2012). Essas dificuldades também foram relatadas na aplicação do FMEA em segurança ocupacional na construção civil (CAVAIGNAC & FORTE, 2018).
Para reduzir a dificuldade da aplicação e contribuir com a difusão do uso do FMEA em segurança ocupacional, Cavaignac & Uchoa, (2018), em um estudo recente, propuseram tabelas de referência para a correlação de cada índice (S), (O) e (D), com situações qualitativas reais em campo. A partir desta tabela, cada situação observada e classificada qualitativamente é rapidamente relacionada com o índice quantitativo, obedecendo a interpretação de evolução do melhor cenário ao pior cenário, partindo do índice 1 ao índice 10. A tabela 1 abaixo mostra a correlação entre a observação qualitativa com os índices numéricos.
Tabela 1- Tabela de referência de índices de severidade (S), ocorrência (O) e detecção (D)

Fonte: CAVAIGNAC & UCHOA, 2018. Adaptado.

Neste sentido, o presente trabalho tem como objetivo a análise da situação de risco laboral que os colaboradores de obras de médio porte estão expostos, em especial nas funções realizadas em altura. Para tal análise, será utilizada a ferramenta FMEA, que oferece um modo efetivo de priorização dos riscos através de uma análise quantitativa.

METODOLOGIA
O trabalho foi baseado em um estudo de caso em uma obra na construção civil de médio porte, situada no munícipio de Imperatriz no estado do Maranhão. A obra era de múltiplas casas de habitação popular, em total de 309 casas. Na ocasião a obra se encontrava na cobertura dos telhados das casas e do salão de festa, onde existia varias frentes de serviços no mesmo tempo, com cerca de 200 funcionários. Foram registradas in loco as observações e depoimentos dos colaboradores em trabalhos feitos em altura, posteriormente foi realizado o levantamento de dados para a aplicação do FMEA em quatro momentos críticos em riscos ocupacionais: utilização de escadas, utilização de andaime, colocação da estrutura de telhado e as telhas, utilização de EPI’s.
Foram realizados registros fotográficos dos processos realizados e foi criada uma discussão em relação a adequações e inadequações às normas regulamentadoras aplicáveis nas situações. Posteriormente a partir da verificação desses dados das possíveis falhas e aplicadas no FMEA.Por ultimo foram feitas tabelas de FMEA para cada processo incluindo um modo de falha, causas, efeitos, métodos de detecção, ações corretivas e a obtenção do RPN. Com isso foi concebível fazer as comparações, preferindo os momentos com maior índice de risco e os que necessitam de corretivas imediatas, produzindo um plano de ações corretivas. A Figura 1 mostra o fluxograma com as etapas de execução da pesquisa.
Figura 1. Fluxograma das etapas de execução da pesquisa

Fonte: CAVAIGNAC & FORTE (2018), adaptado.

NÃO-CONFORMIDADES OBSERVADAS NAS OBRAS

A seguir nas observações feitas na obra, que foram registradas em fotografias, se percebem divergências em relação às NRs, e foram observadas constantemente inconformidades in loco no canteiro. Além disso, o que era mencionado pelos trabalhadores complementava as imagens das fotografias, mostrando situações de risco. As divergências nas NRs podem ser observadas nas figuras de 1 a 6, onde é importante mencionar também que, em algumas situações, os próprios operários se colocam em situações de riscos através de comportamentos inseguros. A seguir, as figuras de 1 a 6 registradas durante a observação in loco, seguida da discussão sobre cada situação encontrada.

Figura 1 – Registro das divergências relacionada à segurança, observadas no trabalhador e no ambiente de trabalho, sendo a falta de (1) capacete; (2) dispositivo de segurança contra queda; (3) piso de forração do andaime incompleto; (4) guarda corpo e rodapé; além do (5) risco de queda de material ou ferramenta.
Fonte: Autores, 2019

Figura 2- Trabalhador com inconformidades no local de trabalho: (1) ancoragem irregular; (2) piso de forração do andaime incompleto; (3) falta de guarda corpo e rodapé; e (4) risco de queda de material ou ferramenta.

Fonte: Autores, 2019.

Figura 3 – Andaime da figura 2 apoiado de maneira irregular.

Fonte: Autores, 2019
Figura 4 – Trabalhador em situaçao de risco por falta do : (1) uso de luvas; (2) dispositivo de segurança contra queda; (3) cabo-guia de aço; (4) sinalização e isolamento da área; (5) local adequado para serviço de carpitaria.


Fonte: Autores, 2019.

Figura 5- Há inconformidades graves em relação às NRs na colação das telhas, como falta do (1) dispositivo de segurança contra queda; (2) cabo-guia de aço; (3) sinalização e isolamento da área; além de (4) transporte inadequado do material; (5) local inadequado para armazenagem/espera do material;(6) falta do capacete.

Fonte: Autores, 2019.
Figura 6 – Registro de situações que estão em inconformidade com as Nrs: (1) escada não apoiada em piso resistente; (2) escada situada nas proximidades de portas ou áreas de circulação; (3) escada colocada em lugar com risco de queda de objetos ou materiais; (4) Construída com madeira de má qualidade; (5) andaime com ausência de dispositivo de segurança contra queda; (6) piso de forração do andaime incompleto; (7) ausência de guarda corpo e rodapé.

Fonte: Autores, 2019.
Nas figuras de 1 a 6 é observado o trabalho em altura realizado de maneira irregular, visto que em quase todas as imagens a falta do uso dos dispositivos de segurança contra queda – mostrando descaso em relação Nr 35 – e quando foi usado, sua ancoragem foi colocada de maneira irregular. Além disso, a ausência dos guarda-corpos e rodapés principalmente nos andaimes fere as NRs 18 e 35, visto a que são indispensáveis para prevenir o risco de queda tanto do operário ocasionando uma lesão ou fatalidade como também de alguma ferramenta ou material atinja algum outro funcionário no nível abaixo. Soma-se a isso o fato de que a área não esta devidamente sinalizada e isolada conforme a Nr 18. Nas Figuras 2 e 3 o andaime está apoiado de formar irregular, onde deviria ser apoiados sobre superfície plana, que resista a seus esforços e permita a sua segura movimentação através de rodízios.
O uso dos EPI’s é de uso obrigatório e cabe o empregador o fornecimento com Certificado de Aprovação (CA) de acordo com NR 6, mesmo assim, ainda é um tema que precisa ser debatido, pois como foi visto nas figuras 1, 4 e 5, é recorrente a não utilização dos mesmos. A utilização do capacete tem como finalidade a proteção contra impactos de objetos sobre o crânio, contra choques elétricos, além do crânio a face contra fontes geradoras de calor coincidente com NR 6. Também mencionado pela mesma norma é indispensável o uso da luva de segurança para proteção das mãos contra agentes cortantes e perfurantes.
Já figura 4 se observa a execução de uma tarefa de carpintaria em lugar totalmente impróprio, com uso de uma serra circular. De acordo com a NR 18, o serviço de carpintaria deveria ser em um local dotado de mesa estável, com fechamento de suas faces inferiores, anterior e posterior, construída em madeira resistente e de primeira qualidade, material metálico ou similar de resistência equivalente, sem irregularidades, com dimensionamento suficiente para a execução das tarefas e também terem piso resistente, nivelado e antiderrapante, com cobertura capaz de proteger os trabalhadores contra quedas de materiais e intempéries.
Já figura 5 mostra um trabalho bastante freqüente em obra - que quase sempre se passa despercebido: a execução de telhamento da cobertura. Neste serviço é encontrado um conjunto de inconformidades em relação à NR 6, 18 e 35. Pode-se citar, por exemplo: a falta de uso de capacete; transporte impróprio das telhas; ausência de sinalização e isolamento do local; e armazenamento impróprio das telhas sobre a estrutura de suporte do telhado. Soma-se a isso a falta da instalação de cabo guia ou cabo de segurança para fixação de mecanismo de ligação por talabarte acoplado ao cinto de segurança tipo paraquedista e a falta de equipamentos de transporte vertical de materiais, que devem ser projetados, dimensionados e especificados tecnicamente por profissional legalmente habilitado.
Na figura 6 podemos ver inconformidades em relação à NR 18 no que diz respeito a utilização de escadas de mão. Por ter seu uso em diversas atividades rotineiras, os riscos são negligenciados – como observado na imagem. A escada esta apoiada em solo úmido, sem o nivelamento adequado e também na proximidade de porta e janelas. Além disso, há o risco de queda de material em local onde tem o fluxo de entrada e saída - e no caso da figura outro operário trabalhando um nível abaixo no andaime. Em relação ao material, não aparenta ser de boa qualidade, pois se observa uma não uniformidade dos componentes e espessura mais fina na ponta de apoio da escada. Também como já observado nas figuras anteriores a falta do uso do cinto de paraquedas e todo o sistema de ancoragem e dos guarda-corpos e rodapés nos andaimes.

Aplicação do FMEA

O FMEA é caracterizado por medidas com finalidade de antecipar futuros problemas, necessidades ou mudanças no decorrer dos processos na obra (PALADY, 1997). Nas tabelas de 1 a 5 estão contidas as informações obtidas a partir da aplicação do FMEA, analisando os processos e identificando as causas da falha, natureza da ocorrência, efeitos, meio de detecção e ações corretivas. Cada causa da falha ao final obteve um RPN, a partir da multiplicação das três variáveis (Ocorrência, Severidade e Detecção), sendo estas três variáveis retiradas da tabela de referência proposta por Cavaignac & Uchoa, 2018. A abordagem sobre as seis tabelas adquiridas vem a seguir:

Tabela 1 – Uso da ferramenta FMEA sobre a utilização de andaime
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
O processo estudado na tabela 1 foi a utilização de andaime, podendo apresentar o modo de falha com a queda do material do andaime ou a queda do trabalhador do andaime, na primeira situação é ocasionada pela forração incompleta do andaime, que consequentemente alguma ferramenta ou material poderá cair para o nível mais baixo e atingir algum outro colaborador sofrendo um impacto, que tem o índice (O) igual a 6, todavia acarretará apenas incapacidade temporária sem afastamento com índice de severidade (S) igual a 4, podemos detectar esse tipo inconformidade na obra apenas pelo meio visual , adquirindo o índice (D) igual a 2, posteriormente com a multiplicação dos três índices anteriores obtemos o índice de risco igual 48, que não é muito grave, porem não se deve fazer descaso dessa situação e implementar rapidamente as ações corretivas como adequar a NR-18, que cita que a forração do andaime tem que ser completa. Já na segunda possível falha, que é a queda do trabalhador do andaime pode ser causada pela falta de guarda corpo, rodapé e/ou amarração e ancoragem em local fixo que ocasionará a queda de nível colaborador que terá o índice (O) igual 5 e como a situação anterior vai trazer uma incapacidade temporária sem afastamento com índice de severidade (S) igual a 4 , que pode ser justificada pela altura moderada do andaime, também será de fácil detecção , sendo apenas o visual necessário , novamente tendo o índice (D) igual a 2 e consequentemente o índice de risco igual a 40, que mais uma vez para correção das possíveis falhas é adequação as normas, pois um andaime deve possuir guarda corpo e rodapé , como também o andaime deve estar devidamente amarrado e ancorado conforme as NRs. Além disso, uma causa da queda do colaborador que não foi mencionado é falta de treinamento, que o meio de detecção é um pouco complexo chegando ao índice (D) igual 5, pois é check list, devido isso que o índice de risco é maior que os anteriores chegando a 100 e sua correção é apenas com o treinamento dos operários.













Tabela 2 – Referente às figuras 2 e 3 em situações de risco em andaime
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
Apesar de o processo ser o mesmo da tabela anterior, todavia é mais perigoso, como é confirmado no índice de risco mais elevado que a tabela 1, chegando a 175, mesmo que apresente identicamente as causas básicas das falhas como: forragem incompleta dos andaimes; ausência do guarda-corpo e rodapé, a altura é mais elevada e consequentemente oferecendo mais riscos. Nota-se que as naturezas de ocorrências e formas de detecção são mesmas que da tabela anterior, portanto obtendo os mesmo índices de (O) e (D), porém o que chama atenção para esse processo é alta nos índices de severidade (S), porque como foi mencionado o trabalho está sendo realizado em uma altura bastante considerável. Os índices de severidade (S) quando o trabalhador cair de nível mais alto para um baixo nesse processo, em todas as causas os efeitos que podem acontecer são incapacidade permanente parcial, com índice(S) igual 7, o que é bastante preocupante. Em uma severidade ainda maior estar quando ocorrer apenas a queda material do andaime nessa altura, que associado com a gravidade vai gerar um impacto muito grande caso atinja alguém embaixo, podendo ocasionar na pior das hipóteses a morte, justificando o índice máximo de severidade igual a 10. Portanto como a maioria dessas inconformidades podem ser vista apenas com visual, a ação deve ser imediatamente e colocar o andaime conforme as NRs.

Tabela 3- Serviços de telhado das figuras 4 e 5.
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
No presente serviço de telhado pode acontecer à queda do trabalhador causada pela falta do cabo guia de aço ou dispositivo contra queda, que são exigidos pelas NRs, como também o trabalhador sem treinamento pode gerar a queda de diferente nível. Ambas as situações possuem a mesma natureza de ocorrência, portanto tendo o mesmo índice (O) que é igual 5, podendo acarretar em uma incapacidade temporária curta com índice de severidade (S) igual 5 e o meio de detecção das duas possíveis falhas acontecem através de check list, que possui o índice (D) igual 5 , por fim o índice de risco de ambas chegam a 125, as soluções corretivas são o uso de equipamentos contra queda e a realização de treinamento com colaboradores, respectivamente.
Outro possível acidente no processo é a queda de material ocasionado por duas possíveis causas nas ações da tabela 3 , que são o transporte e armazenagem inadequada das telhas , que com a queda delas pode atingir alguém , que receberá o impacto desse material , tendo o índice (O) igual a 6 e em consequência gerar uma incapacidade temporária longa , possuindo o índice de severidade igual a 6, por outro lado meio de detecção dessas possíveis falhas é o visual , que é igual 1, por fim temos que o índice de risco para ambas causas é de 36. As NRs mencionam quando se faz esses tipos de serviços mencionados, deve-se isolar a área e sinalizar a mesma, o transporte deve ser de maneira adequada para não ocorrer risco de queda material e preservar a saúde do colaborador e sobre estrutura que não foi projetada para receber aquela carga pontual (telhas armazenadas em um ponto), elas devem ser armazenadas em local apropriado ou em menor quantidade.
Na tabela temos o uso da serrar circular sem o uso do EPI, no caso a luva, que poderia evitar um possível corte ou algo mais grave, a natureza de ocorrência de abrasão possui o índice (O) igual a 3, porem pode gerar uma incapacidade permanente ou parcial com índice severidade (S) igual a 7, por outra tem um detecção fácil , pois é visual com índice (D) igual 1 , consequentemente tendo seu índice de risco igual a 21, não é um índice alto, mas deve-se exigir em uma obra o uso de EPI’s e os fiscalizar. As NRs cita que os serviços de carpintaria devem ser feitos em lugares próprios, o que não é visto no processo estudado, pelo contrario um ato totalmente inseguro realizado em altura sem EPI contra queda, que ele pode vim a cair com a maquina sofrendo um impacto (de uma maquina cortante) dela, essa natureza de ocorrência seria de índice (O) igual 6 podendo ocasionar uma incapacidade permanente total com índice de severidade igual a 8 , a detecção seria check list, pois seria pela visualização do trabalho em local inapropriado e falta do EPI contra queda, ficando com índice (D) igual 5 e consequentemente tendo um índice de risco igual 240, um serviço que nem deveria começar a ser feito nesse local e quando for visto parado imediatamente . Outra possível situação estudada seria apenas a queda da maquina, vista apenas com um ato irresponsável que iria gerar um impacto de uma maquina cortante em quem estivesse embaixo no local, natureza de ocorrência também igual 6 causando uma incapacidade permanente parcial de índice de severidade (S) igual 7, que poderia ter sua detecção apenas visual, de índice (D) igual l, pois é um serviço em um local inadequado.





Tabela 5- Aplicação do FMEA na utilização da escada.
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
A quebra da escada pode ser ocasionada devido à falta de resistência do material, pois geralmente pegam qualquer sobra de madeiras e fabricam a escada, chegando ao um índice de risco de 250 e a falta de métodos de avaliação para detecção, fazendo com que o índice chegue a 10, contribui bastante para esse elevado RPN, portanto precisa ser revisto urgentemente uma maneira de avaliação da resistência das escadas. Ocorrendo a ruptura do material acarretaria a queda do colaborador provocando desde lesões leves e recuperáveis até lesões definitivas como amputações ou perda de movimentos, com possibilidade, ainda que remota, de lesões fatais. Porém a detecção dessa possível falha é complicada, portanto se faz necessário à fabricação dessa escada com um material de qualidade e certificado, fazer sempre uma inspeção da mesma e também armazenar em local adequado afim de não provocar um desgaste precoce do material.
Muitas quedas através de escada acontecem por falta de instabilidade que apresentar o segundo maior índice de risco, chegando a 125, porque na maioria das vezes ela é apoiada em locais impróprios como é visto na figura 6, que está em solo e, além disso, úmido, podendo acontecer em uma desagradável possibilidade um deslocamento ou recalque da escada, ocasionando a queda do trabalhador provocando de lesões recuperáveis a permanentes. Vale mencionar que a escolha do tipo da escada inadequada para o serviço pode também ocasionar a queda, pois é não será instável para o local ou serviço onde será executado o processo.

Conclusão

A utilização do FMEA para questões de segurança na construção civil ainda é escasso, todavia, estudo realizado por CAVAIGNAC & FORTE (2018) foi abordado à mesma temática, como também foi encontrado as mesmas inconformidades com as NRs, principalmente relacionadas à EPI’s, andaimes e escadas em obras de pequeno porte. Portanto com a realização do nosso trabalho realizado em uma obra de médio porte podemos concluir os mesmo vícios errôneos que divergem com as NR’s foram detectados nas mesmas atividades, ou seja, podemos pressupor que também poderá ser encontrado em obras de grande porte. Entendemos então que as questões de segurança na construção civil precisam ser revista ou ate mesmo incentivada, porém também existe a falta de uma fiscalização e treinamentos rigorosos.
Percebemos também nesse artigo, que a execução de serviços em locais inapropriados, como no caso da carpintaria, que com a utilização da serra circular, uma ferramenta cortante, apresentou um índice risco alto, principalmente o uso negligente do trabalho realizado em altura no telhado, podendo ocorrer na pior das hipóteses uma fatalidade. O que também é bastante preocupante, é que os serviços em telhado são efeitos rotineiramentede maneira incorreta relacionada a segurança, tanto em empresas como no trabalhos informais.

REFERENCIAS

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TAKAHASHI, Mara Alice Batista Conti et al. Precarização do Trabalho e Risco de Acidentes na construção civil: um estudo com base na Análise Coletiva do Trabalho (ACT). Saúde e Sociedade, v. 21, p. 976-988, 2012

Citações
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Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Utilização de andaime Queda do material do andaime Falta de forração completa do andaime Impacto sofrido 6 Incapacidade temporária sem afastamento 4 Visual 2 48 Adequação do andaime as normas
Queda do trabalhador do andaime Ausência de guarda-corpo e rodapé Queda de diferente nível 5 4 Visual 2 40
Ausência de amarração e ancoragem do andaime em local fixo Queda de diferente nível 5 4 Visual 2 40
Trabalhadores sem treinamento Queda de diferente nível 5 4 Check list 5 100 Realizar treinamento

Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Utilização de andaime Queda do material do andaime Falta de forração completa do andaime Impacto sofrido 6 Morte dos não envolvidos do processo 10 Visual 2 120 Adequação do andaime as normas
Queda do trabalhador do andaime Ausência de guarda-corpo e rodapé Queda de diferente nível 5 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 2 70
Ausência de amarração e ancoragem do andaime em local fixo Queda de diferente nível 5 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 2 70
Trabalhadores sem treinamento Queda de diferente nível 5 Incapacidade permanente parcial 7 Check list 5 175 Realizar treinamento

Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Serviços de Telhado Queda do trabalhador Falta do cabo guia ou dispositivo contra queda Queda de diferente nível 5 Incapacidade temporária curta 5 Check list 5 125 Uso do equipamento contra queda
Trabalhadores sem treinamento Queda de diferente nível 5 Incapacidade temporária curta 5 Check list 5 125 Realizar treinamento
Queda do material (telhas) Transporte irregular das telhas Impacto sofrido 6 Incapacidade temporária longa 6 Visual 1 36 Uso de equipamento adequado para transporte
Armazenagem inadequada das telhas Impacto sofrido 6 Incapacidade temporária longa 6 Visual 1 36 Evitar local inadequado
Corte com a serra circular Ausência de EPI's Atrito ou abrasão 3 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 1 21 Conscientizar os trabalhadores sobre o seu uso; exigir o uso; fiscalizar o uso dos EPI's e local proprio para serviço de carpintaria
Queda do trabalhador com a maquina Ausência de EPI's / Ato inseguro Impacto sofrido 6 Incapacidade permanente total 8 Check list 5 240
Queda apenas da serra circular Ato inseguro Impacto sofrido 6 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 1 42

Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Utilização da escada Quebra da escada Falta resistência do material Queda com diferença de nível 5 Incapacidade temporária com afastamento curto 5 Ausência de métodos de avaliação 10 250 troca da escada
Queda do colaborador da escada Falta de estabilidade 5 5 Check list 5 125
Tipo inadequado 5 5 5 125
Falta de habilidade do usuário 5 5 5 125 Realizar treinamento


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PRIORIZAÇÃO DE RISCO EM OBRA DE MÉDIO PORTE ATRAVÉS DA UTILIZAÇÃO DO FMEA: UMA FERRAMENTA DE MELHORIA PARA SEGURANÇA DO TRABALHO EM ALTURA
RISK PRIORIZATION IN A MEDIUM-SIZED WORK THROUGH FMEA: AN IMPROVEMENT TOOL FOR SAFETY WORK AT HEIGHT
Gustavo Pires do Nascimento Jorge1&André Luís de Oliveira Cavaignac 2

1 2 3Departamento de Engenharias e Tecnologia do Centro Universitário Norte do Espírito Santo da Universidade
Federal do Espírito Santo
, Rodovia BR 101 Norte, Km. 60, Bairro Litorâneo, CEP 29932-540, São Mateus.*revistabjpe@gmail.com


Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Vol. X, N.º Y, p. aa-bb. (ano). Editora CEUNES/DETEC.
Disponível em: http://periodicos.ufes.br/BJPE
Brazilian Journal of Production Engeneering, São Mateus, Vol. X, N.º Y, p. aa-bb. (ano). Editora CEUNES/DETEC.
Disponível em: http://periodicos.ufes.br/BJPE
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ARTIGO INFO.
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Palavras-chave:
FastFormat; ABNT; artigos científicos; formatação automática.
Keywords:
FastFormat; ABNT; scientific articles;

*Autor Correspondente: Revista BJPE

RESUMO
Visto que na atualidade a engenharia civil movimenta a economia de maneira direta, com isso mais empregos são gerados em buscar de maior qualidade, todavia a segurança dos trabalhadores quase sempre é negligenciada e em consequência disso acidentes de todo tipo de gravidade. No presente trabalho foi feito abordagem da aplicação da ferramenta FMEA (failure mode and effects analysis) em uma obra de médio porte situada na cidade de Imperatriz-MA. Primeiramente no trabalho foi realizado um levantamento fotográfico na obra das inconformidades com as NRs, depois enumerado os principais riscos aos trabalhadores e baseado nos dados adquiridos foram feito a priorização de risco com ajuda do FMEA. Foi observado no trabalho que boa parte das inconformidades pode ser de fácil detecção, o que leva a conclusão do desconhecimento das normas ou simplesmente descaso.





ABSTRACT
Since civil engineering currently moves the economy in a direct way, with this more jobs are generated in pursuit of higher quality, yet the safety of workers is almost always neglected and as a consequence of this accidents of all kinds of gravity. In the present work, the application of the FMEA (failure mode and effects analysis) tool was applied in a medium-sized work located in the city of Imperatriz-MA. Firstly, a photographic survey was carried out in the work of the nonconformities with the NRs, then listed the main risks to the workers and based on the data acquired, the risk prioritization was done with the help of the FMEA. It was observed in the work that a great part of the nonconformities can be of easy detection, which leads to the conclusion of the ignorance of the norms or simply negligence.




















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Citação (APA):SECCHIM, A. B., FREITAS, R. R. de, & GONCALVES, W. (2018). Mapeamento e análise bibliométrica da utilização da análise envoltória de dados (DEA) em estudos de engenharia de produção. BrazilianJournalofProductionEngineering, 4(1): 116-128.







Introdução
Tradicionalmente, a construção civil é um setor de grande importância para qualquer economia, pois gera empregos diretos e indiretos. Além disso, sua amplitude com a diversidade de tipos de mão de obra e a ausência de restrições para recrutamento de empregados também contribui a situação do risco ao colaborador (TAKAHASHI, 2012). Neste sentido, Santana e Oliveira (2004) relatam que os trabalhadores da construção civil convivem em situações precárias de trabalho quando comparados com outros trabalhadores de outros setores. A situação dos trabalhadores da construção civil na maioria dos casos se assemelha a realidade vivida pelos os trabalhadores informais – aqueles que trabalham sem contratos assinados ou sob a regulamentação da CLT – consolidação das leis trabalhistas.
Nos últimos anos foi verificado um aumento no número de acidentes e até mesmo a morte de trabalhadores na construção civil em todo o país, principalmente por soterramento, choque elétrico e a queda em conseqüência do trabalho em altura (MENDES, 2013). Os trabalhos executados em altura, em especial, proporcionam uma grande exposição ao trabalhador de variados tipos de risco. Principalmente devido à diversidade de situações da atividade, como trabalhos com andaimes, trabalhos com escadas, trabalhos em telhados, entre outros. (CARLOS, 2015).
As quedas que ocorrem em trabalhos em altura foram responsáveis por 25% dos acidentes no setor da construção civil no Rio Grande do Sul em 1996 e 1997, levando em conta os fatais e não fatais. No Rio de Janeiro entre os anos de 1997 e 2001, as quedas com diferença de níveis foram apontadas como a principal causa de acidentes fatais na construção civil, responsável 33%. Já na indústria inglesa, em altura são responsáveis por 52% dos acidentes fatais (DORS et al., 2011).
Em 2012 o governo sancionou a NR-35 (Norma Regulamentadora nº 35 da Portaria 3.214 de oito de junho de 1978 do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE), definindo o trabalho em altura e seus aspectos de segurança realizados acima de dois metros do nível do piso. A norma também apresenta técnicas para treinamentos, planejamento, capacitação e várias outras com finalidade de reduzir o risco de acidentes (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2012).
A NR-35 (Trabalho em altura) esta relacionada com NR-6 (Equipamentos de proteção individual) e a NR-18 (Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção). Devido a isso, sempre que possível devem ser feito uma revisão dessas Normas Regulamentadoras em atividades voltadas à construção civil para se evitar situações de falha (FRAGA, 2016).
Para Rausand e Oien (1996), a falha está diretamente ligada com conceito de confiabilidade, sendo a definição de falha, o termino da capacidade de um item para o desempenho de uma função requerida. A qualidade de uma analise de confiabilidade depende da identificação de todas as funções desempenhadas pelos componentes e suas possíveis falhas com seu potencial de ocorrência. Com a conscientização dos consumidores, que não priorizam o produto apenas pelo preço, a qualidade tornou-se indispensável. Porem, as empresas falham quando não relacionam os seus objetivos, ou seja, a qualidade com o programa de ergonomia e segurança eficiente (GROHMANN, 1997).
Para se evitar um risco de acidente ou incidente que pode acarretar em lesões corporais até tragédia fatal, é exigido um planejamento detalhado de todos os processos e recursos da obra, desde a qualificação do trabalhador até a manutenção dos equipamentos (MENDES, 2013). Além disso, para diminuir o risco que os operários são submetidos, é essencial a aplicação de ferramentas de gerenciamento de risco laboral (SALIBA, 2018).
O FMEA (Failure Mode and Effects Analysis) é considerado uma importante ferramenta para análise de falhas. Através do uso de três fatores quantitativos - ocorrência (O), detecção (D) e severidade (S), é realizada uma classificação segundo os graus de importância, de acordo com risco potencial, representado no FMEA através do RPN (Risk Priority Number) (STAMATIS, 2003).
A severidade (S) é a hierarquização que aponta a gravidade de uma potencial falha, medida de 1 a 10, que vai de consequências sem danos ate danos trágicos ou irreparáveis. A detecção (D) quantifica a dificuldade de um possível cenário de falha ser identificado antes que a mesma ocorra, partindo da certeza de detecção, com índice 1, até a impossibilidade de detecção, com índice 10. Já a ocorrência (O) é a aproximação da freqüência ou probabilidade do acontecimento do modo de falha. O método mais aconselhável para determinar o seu valor, é através da utilização de dados reais do processo, porém, na falta de dados anteriores para avaliação, podem ser atribuídos escalas qualitativas baseado na experiência dos operadores (MCDERMOTT, et al., 2009).
Existem dificuldades na aplicação do FMEA devido à inconsistência dos valores de riscos obtidos, dependência de dados recolhidos através das experiências dos colaboradores e da exigência de tempo para a implementação da ferramenta (LAURENTI, et al., 2012). Essas dificuldades também foram relatadas na aplicação do FMEA em segurança ocupacional na construção civil (CAVAIGNAC & FORTE, 2018).
Para reduzir a dificuldade da aplicação e contribuir com a difusão do uso do FMEA em segurança ocupacional, Cavaignac & Uchoa, (2018), em um estudo recente, propuseram tabelas de referência para a correlação de cada índice (S), (O) e (D), com situações qualitativas reais em campo. A partir desta tabela, cada situação observada e classificada qualitativamente é rapidamente relacionada com o índice quantitativo, obedecendo a interpretação de evolução do melhor cenário ao pior cenário, partindo do índice 1 ao índice 10. A tabela 1 abaixo mostra a correlação entre a observação qualitativa com os índices numéricos.
Tabela 1- Tabela de referência de índices de severidade (S), ocorrência (O) e detecção (D)

Fonte: CAVAIGNAC & UCHOA, 2018. Adaptado.

Neste sentido, o presente trabalho tem como objetivo a análise da situação de risco laboral que os colaboradores de obras de médio porte estão expostos, em especial nas funções realizadas em altura. Para tal análise, será utilizada a ferramenta FMEA, que oferece um modo efetivo de priorização dos riscos através de uma análise quantitativa.

METODOLOGIA
O trabalho foi baseado em um estudo de caso em uma obra na construção civil de médio porte, situada no munícipio de Imperatriz no estado do Maranhão. A obra era de múltiplas casas de habitação popular, em total de 309 casas. Na ocasião a obra se encontrava na cobertura dos telhados das casas e do salão de festa, onde existia varias frentes de serviços no mesmo tempo, com cerca de 200 funcionários. Foram registradas in loco as observações e depoimentos dos colaboradores em trabalhos feitos em altura, posteriormente foi realizado o levantamento de dados para a aplicação do FMEA em quatro momentos críticos em riscos ocupacionais: utilização de escadas, utilização de andaime, colocação da estrutura de telhado e as telhas, utilização de EPI’s.
Foram realizados registros fotográficos dos processos realizados e foi criada uma discussão em relação a adequações e inadequações às normas regulamentadoras aplicáveis nas situações. Posteriormente a partir da verificação desses dados das possíveis falhas e aplicadas no FMEA.Por ultimo foram feitas tabelas de FMEA para cada processo incluindo um modo de falha, causas, efeitos, métodos de detecção, ações corretivas e a obtenção do RPN. Com isso foi concebível fazer as comparações, preferindo os momentos com maior índice de risco e os que necessitam de corretivas imediatas, produzindo um plano de ações corretivas. A Figura 1 mostra o fluxograma com as etapas de execução da pesquisa.
Figura 1. Fluxograma das etapas de execução da pesquisa

Fonte: CAVAIGNAC & FORTE (2018), adaptado.

NÃO-CONFORMIDADES OBSERVADAS NAS OBRAS

A seguir nas observações feitas na obra, que foram registradas em fotografias, se percebem divergências em relação às NRs, e foram observadas constantemente inconformidades in loco no canteiro. Além disso, o que era mencionado pelos trabalhadores complementava as imagens das fotografias, mostrando situações de risco. As divergências nas NRs podem ser observadas nas figuras de 1 a 6, onde é importante mencionar também que, em algumas situações, os próprios operários se colocam em situações de riscos através de comportamentos inseguros. A seguir, as figuras de 1 a 6 registradas durante a observação in loco, seguida da discussão sobre cada situação encontrada.

Figura 1 – Registro das divergências relacionada à segurança, observadas no trabalhador e no ambiente de trabalho, sendo a falta de (1) capacete; (2) dispositivo de segurança contra queda; (3) piso de forração do andaime incompleto; (4) guarda corpo e rodapé; além do (5) risco de queda de material ou ferramenta.
Fonte: Autores, 2019

Figura 2- Trabalhador com inconformidades no local de trabalho: (1) ancoragem irregular; (2) piso de forração do andaime incompleto; (3) falta de guarda corpo e rodapé; e (4) risco de queda de material ou ferramenta.

Fonte: Autores, 2019.

Figura 3 – Andaime da figura 2 apoiado de maneira irregular.

Fonte: Autores, 2019
Figura 4 – Trabalhador em situaçao de risco por falta do : (1) uso de luvas; (2) dispositivo de segurança contra queda; (3) cabo-guia de aço; (4) sinalização e isolamento da área; (5) local adequado para serviço de carpitaria.


Fonte: Autores, 2019.

Figura 5- Há inconformidades graves em relação às NRs na colação das telhas, como falta do (1) dispositivo de segurança contra queda; (2) cabo-guia de aço; (3) sinalização e isolamento da área; além de (4) transporte inadequado do material; (5) local inadequado para armazenagem/espera do material;(6) falta do capacete.

Fonte: Autores, 2019.
Figura 6 – Registro de situações que estão em inconformidade com as Nrs: (1) escada não apoiada em piso resistente; (2) escada situada nas proximidades de portas ou áreas de circulação; (3) escada colocada em lugar com risco de queda de objetos ou materiais; (4) Construída com madeira de má qualidade; (5) andaime com ausência de dispositivo de segurança contra queda; (6) piso de forração do andaime incompleto; (7) ausência de guarda corpo e rodapé.

Fonte: Autores, 2019.
Nas figuras de 1 a 6 é observado o trabalho em altura realizado de maneira irregular, visto que em quase todas as imagens a falta do uso dos dispositivos de segurança contra queda – mostrando descaso em relação Nr 35 – e quando foi usado, sua ancoragem foi colocada de maneira irregular. Além disso, a ausência dos guarda-corpos e rodapés principalmente nos andaimes fere as NRs 18 e 35, visto a que são indispensáveis para prevenir o risco de queda tanto do operário ocasionando uma lesão ou fatalidade como também de alguma ferramenta ou material atinja algum outro funcionário no nível abaixo. Soma-se a isso o fato de que a área não esta devidamente sinalizada e isolada conforme a Nr 18. Nas Figuras 2 e 3 o andaime está apoiado de formar irregular, onde deviria ser apoiados sobre superfície plana, que resista a seus esforços e permita a sua segura movimentação através de rodízios.
O uso dos EPI’s é de uso obrigatório e cabe o empregador o fornecimento com Certificado de Aprovação (CA) de acordo com NR 6, mesmo assim, ainda é um tema que precisa ser debatido, pois como foi visto nas figuras 1, 4 e 5, é recorrente a não utilização dos mesmos. A utilização do capacete tem como finalidade a proteção contra impactos de objetos sobre o crânio, contra choques elétricos, além do crânio a face contra fontes geradoras de calor coincidente com NR 6. Também mencionado pela mesma norma é indispensável o uso da luva de segurança para proteção das mãos contra agentes cortantes e perfurantes.
Já figura 4 se observa a execução de uma tarefa de carpintaria em lugar totalmente impróprio, com uso de uma serra circular. De acordo com a NR 18, o serviço de carpintaria deveria ser em um local dotado de mesa estável, com fechamento de suas faces inferiores, anterior e posterior, construída em madeira resistente e de primeira qualidade, material metálico ou similar de resistência equivalente, sem irregularidades, com dimensionamento suficiente para a execução das tarefas e também terem piso resistente, nivelado e antiderrapante, com cobertura capaz de proteger os trabalhadores contra quedas de materiais e intempéries.
Já figura 5 mostra um trabalho bastante freqüente em obra - que quase sempre se passa despercebido: a execução de telhamento da cobertura. Neste serviço é encontrado um conjunto de inconformidades em relação à NR 6, 18 e 35. Pode-se citar, por exemplo: a falta de uso de capacete; transporte impróprio das telhas; ausência de sinalização e isolamento do local; e armazenamento impróprio das telhas sobre a estrutura de suporte do telhado. Soma-se a isso a falta da instalação de cabo guia ou cabo de segurança para fixação de mecanismo de ligação por talabarte acoplado ao cinto de segurança tipo paraquedista e a falta de equipamentos de transporte vertical de materiais, que devem ser projetados, dimensionados e especificados tecnicamente por profissional legalmente habilitado.
Na figura 6 podemos ver inconformidades em relação à NR 18 no que diz respeito a utilização de escadas de mão. Por ter seu uso em diversas atividades rotineiras, os riscos são negligenciados – como observado na imagem. A escada esta apoiada em solo úmido, sem o nivelamento adequado e também na proximidade de porta e janelas. Além disso, há o risco de queda de material em local onde tem o fluxo de entrada e saída - e no caso da figura outro operário trabalhando um nível abaixo no andaime. Em relação ao material, não aparenta ser de boa qualidade, pois se observa uma não uniformidade dos componentes e espessura mais fina na ponta de apoio da escada. Também como já observado nas figuras anteriores a falta do uso do cinto de paraquedas e todo o sistema de ancoragem e dos guarda-corpos e rodapés nos andaimes.

Aplicação do FMEA

O FMEA é caracterizado por medidas com finalidade de antecipar futuros problemas, necessidades ou mudanças no decorrer dos processos na obra (PALADY, 1997). Nas tabelas de 1 a 5 estão contidas as informações obtidas a partir da aplicação do FMEA, analisando os processos e identificando as causas da falha, natureza da ocorrência, efeitos, meio de detecção e ações corretivas. Cada causa da falha ao final obteve um RPN, a partir da multiplicação das três variáveis (Ocorrência, Severidade e Detecção), sendo estas três variáveis retiradas da tabela de referência proposta por Cavaignac & Uchoa, 2018. A abordagem sobre as seis tabelas adquiridas vem a seguir:

Tabela 1 – Uso da ferramenta FMEA sobre a utilização de andaime
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
O processo estudado na tabela 1 foi a utilização de andaime, podendo apresentar o modo de falha com a queda do material do andaime ou a queda do trabalhador do andaime, na primeira situação é ocasionada pela forração incompleta do andaime, que consequentemente alguma ferramenta ou material poderá cair para o nível mais baixo e atingir algum outro colaborador sofrendo um impacto, que tem o índice (O) igual a 6, todavia acarretará apenas incapacidade temporária sem afastamento com índice de severidade (S) igual a 4, podemos detectar esse tipo inconformidade na obra apenas pelo meio visual , adquirindo o índice (D) igual a 2, posteriormente com a multiplicação dos três índices anteriores obtemos o índice de risco igual 48, que não é muito grave, porem não se deve fazer descaso dessa situação e implementar rapidamente as ações corretivas como adequar a NR-18, que cita que a forração do andaime tem que ser completa. Já na segunda possível falha, que é a queda do trabalhador do andaime pode ser causada pela falta de guarda corpo, rodapé e/ou amarração e ancoragem em local fixo que ocasionará a queda de nível colaborador que terá o índice (O) igual 5 e como a situação anterior vai trazer uma incapacidade temporária sem afastamento com índice de severidade (S) igual a 4 , que pode ser justificada pela altura moderada do andaime, também será de fácil detecção , sendo apenas o visual necessário , novamente tendo o índice (D) igual a 2 e consequentemente o índice de risco igual a 40, que mais uma vez para correção das possíveis falhas é adequação as normas, pois um andaime deve possuir guarda corpo e rodapé , como também o andaime deve estar devidamente amarrado e ancorado conforme as NRs. Além disso, uma causa da queda do colaborador que não foi mencionado é falta de treinamento, que o meio de detecção é um pouco complexo chegando ao índice (D) igual 5, pois é check list, devido isso que o índice de risco é maior que os anteriores chegando a 100 e sua correção é apenas com o treinamento dos operários.













Tabela 2 – Referente às figuras 2 e 3 em situações de risco em andaime
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
Apesar de o processo ser o mesmo da tabela anterior, todavia é mais perigoso, como é confirmado no índice de risco mais elevado que a tabela 1, chegando a 175, mesmo que apresente identicamente as causas básicas das falhas como: forragem incompleta dos andaimes; ausência do guarda-corpo e rodapé, a altura é mais elevada e consequentemente oferecendo mais riscos. Nota-se que as naturezas de ocorrências e formas de detecção são mesmas que da tabela anterior, portanto obtendo os mesmo índices de (O) e (D), porém o que chama atenção para esse processo é alta nos índices de severidade (S), porque como foi mencionado o trabalho está sendo realizado em uma altura bastante considerável. Os índices de severidade (S) quando o trabalhador cair de nível mais alto para um baixo nesse processo, em todas as causas os efeitos que podem acontecer são incapacidade permanente parcial, com índice(S) igual 7, o que é bastante preocupante. Em uma severidade ainda maior estar quando ocorrer apenas a queda material do andaime nessa altura, que associado com a gravidade vai gerar um impacto muito grande caso atinja alguém embaixo, podendo ocasionar na pior das hipóteses a morte, justificando o índice máximo de severidade igual a 10. Portanto como a maioria dessas inconformidades podem ser vista apenas com visual, a ação deve ser imediatamente e colocar o andaime conforme as NRs.

Tabela 3- Serviços de telhado das figuras 4 e 5.
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
No presente serviço de telhado pode acontecer à queda do trabalhador causada pela falta do cabo guia de aço ou dispositivo contra queda, que são exigidos pelas NRs, como também o trabalhador sem treinamento pode gerar a queda de diferente nível. Ambas as situações possuem a mesma natureza de ocorrência, portanto tendo o mesmo índice (O) que é igual 5, podendo acarretar em uma incapacidade temporária curta com índice de severidade (S) igual 5 e o meio de detecção das duas possíveis falhas acontecem através de check list, que possui o índice (D) igual 5 , por fim o índice de risco de ambas chegam a 125, as soluções corretivas são o uso de equipamentos contra queda e a realização de treinamento com colaboradores, respectivamente.
Outro possível acidente no processo é a queda de material ocasionado por duas possíveis causas nas ações da tabela 3 , que são o transporte e armazenagem inadequada das telhas , que com a queda delas pode atingir alguém , que receberá o impacto desse material , tendo o índice (O) igual a 6 e em consequência gerar uma incapacidade temporária longa , possuindo o índice de severidade igual a 6, por outro lado meio de detecção dessas possíveis falhas é o visual , que é igual 1, por fim temos que o índice de risco para ambas causas é de 36. As NRs mencionam quando se faz esses tipos de serviços mencionados, deve-se isolar a área e sinalizar a mesma, o transporte deve ser de maneira adequada para não ocorrer risco de queda material e preservar a saúde do colaborador e sobre estrutura que não foi projetada para receber aquela carga pontual (telhas armazenadas em um ponto), elas devem ser armazenadas em local apropriado ou em menor quantidade.
Na tabela temos o uso da serrar circular sem o uso do EPI, no caso a luva, que poderia evitar um possível corte ou algo mais grave, a natureza de ocorrência de abrasão possui o índice (O) igual a 3, porem pode gerar uma incapacidade permanente ou parcial com índice severidade (S) igual a 7, por outra tem um detecção fácil , pois é visual com índice (D) igual 1 , consequentemente tendo seu índice de risco igual a 21, não é um índice alto, mas deve-se exigir em uma obra o uso de EPI’s e os fiscalizar. As NRs cita que os serviços de carpintaria devem ser feitos em lugares próprios, o que não é visto no processo estudado, pelo contrario um ato totalmente inseguro realizado em altura sem EPI contra queda, que ele pode vim a cair com a maquina sofrendo um impacto (de uma maquina cortante) dela, essa natureza de ocorrência seria de índice (O) igual 6 podendo ocasionar uma incapacidade permanente total com índice de severidade igual a 8 , a detecção seria check list, pois seria pela visualização do trabalho em local inapropriado e falta do EPI contra queda, ficando com índice (D) igual 5 e consequentemente tendo um índice de risco igual 240, um serviço que nem deveria começar a ser feito nesse local e quando for visto parado imediatamente . Outra possível situação estudada seria apenas a queda da maquina, vista apenas com um ato irresponsável que iria gerar um impacto de uma maquina cortante em quem estivesse embaixo no local, natureza de ocorrência também igual 6 causando uma incapacidade permanente parcial de índice de severidade (S) igual 7, que poderia ter sua detecção apenas visual, de índice (D) igual l, pois é um serviço em um local inadequado.





Tabela 5- Aplicação do FMEA na utilização da escada.
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
A quebra da escada pode ser ocasionada devido à falta de resistência do material, pois geralmente pegam qualquer sobra de madeiras e fabricam a escada, chegando ao um índice de risco de 250 e a falta de métodos de avaliação para detecção, fazendo com que o índice chegue a 10, contribui bastante para esse elevado RPN, portanto precisa ser revisto urgentemente uma maneira de avaliação da resistência das escadas. Ocorrendo a ruptura do material acarretaria a queda do colaborador provocando desde lesões leves e recuperáveis até lesões definitivas como amputações ou perda de movimentos, com possibilidade, ainda que remota, de lesões fatais. Porém a detecção dessa possível falha é complicada, portanto se faz necessário à fabricação dessa escada com um material de qualidade e certificado, fazer sempre uma inspeção da mesma e também armazenar em local adequado afim de não provocar um desgaste precoce do material.
Muitas quedas através de escada acontecem por falta de instabilidade que apresentar o segundo maior índice de risco, chegando a 125, porque na maioria das vezes ela é apoiada em locais impróprios como é visto na figura 6, que está em solo e, além disso, úmido, podendo acontecer em uma desagradável possibilidade um deslocamento ou recalque da escada, ocasionando a queda do trabalhador provocando de lesões recuperáveis a permanentes. Vale mencionar que a escolha do tipo da escada inadequada para o serviço pode também ocasionar a queda, pois é não será instável para o local ou serviço onde será executado o processo.

Conclusão

A utilização do FMEA para questões de segurança na construção civil ainda é escasso, todavia, estudo realizado por CAVAIGNAC & FORTE (2018) foi abordado à mesma temática, como também foi encontrado as mesmas inconformidades com as NRs, principalmente relacionadas à EPI’s, andaimes e escadas em obras de pequeno porte. Portanto com a realização do nosso trabalho realizado em uma obra de médio porte podemos concluir os mesmo vícios errôneos que divergem com as NR’s foram detectados nas mesmas atividades, ou seja, podemos pressupor que também poderá ser encontrado em obras de grande porte. Entendemos então que as questões de segurança na construção civil precisam ser revista ou ate mesmo incentivada, porém também existe a falta de uma fiscalização e treinamentos rigorosos.
Percebemos também nesse artigo, que a execução de serviços em locais inapropriados, como no caso da carpintaria, que com a utilização da serra circular, uma ferramenta cortante, apresentou um índice risco alto, principalmente o uso negligente do trabalho realizado em altura no telhado, podendo ocorrer na pior das hipóteses uma fatalidade. O que também é bastante preocupante, é que os serviços em telhado são efeitos rotineiramentede maneira incorreta relacionada a segurança, tanto em empresas como no trabalhos informais.

REFERENCIAS

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Citações
O método empregado pelas Normas APAe? autor-data, isto e?, o sobrenome do autor e o ano de publicação. O texto deve ser documentado citando o autor e a data de publicação dos trabalhos pesquisados e consultados. Todos os autores citados no texto, e apenas eles, devem estar presentes nas referências com as informações completas. Este procedimento e? obrigatório.A lista de referências completa deve ser apresentada no final do texto e por ordem alfabética pelo sobrenome do primeiro autor. Devem ser justificadas, editadas com espaçamento 1,5 entre linhas, sem afastamento anterior e 6pt posterior entre parágrafos. Seguir orientações: http://www.anpad.org.br/rac/rac_guia_apa.pdf
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Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Utilização de andaime Queda do material do andaime Falta de forração completa do andaime Impacto sofrido 6 Incapacidade temporária sem afastamento 4 Visual 2 48 Adequação do andaime as normas
Queda do trabalhador do andaime Ausência de guarda-corpo e rodapé Queda de diferente nível 5 4 Visual 2 40
Ausência de amarração e ancoragem do andaime em local fixo Queda de diferente nível 5 4 Visual 2 40
Trabalhadores sem treinamento Queda de diferente nível 5 4 Check list 5 100 Realizar treinamento

Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Utilização de andaime Queda do material do andaime Falta de forração completa do andaime Impacto sofrido 6 Morte dos não envolvidos do processo 10 Visual 2 120 Adequação do andaime as normas
Queda do trabalhador do andaime Ausência de guarda-corpo e rodapé Queda de diferente nível 5 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 2 70
Ausência de amarração e ancoragem do andaime em local fixo Queda de diferente nível 5 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 2 70
Trabalhadores sem treinamento Queda de diferente nível 5 Incapacidade permanente parcial 7 Check list 5 175 Realizar treinamento

Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Serviços de Telhado Queda do trabalhador Falta do cabo guia ou dispositivo contra queda Queda de diferente nível 5 Incapacidade temporária curta 5 Check list 5 125 Uso do equipamento contra queda
Trabalhadores sem treinamento Queda de diferente nível 5 Incapacidade temporária curta 5 Check list 5 125 Realizar treinamento
Queda do material (telhas) Transporte irregular das telhas Impacto sofrido 6 Incapacidade temporária longa 6 Visual 1 36 Uso de equipamento adequado para transporte
Armazenagem inadequada das telhas Impacto sofrido 6 Incapacidade temporária longa 6 Visual 1 36 Evitar local inadequado
Corte com a serra circular Ausência de EPI's Atrito ou abrasão 3 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 1 21 Conscientizar os trabalhadores sobre o seu uso; exigir o uso; fiscalizar o uso dos EPI's e local proprio para serviço de carpintaria
Queda do trabalhador com a maquina Ausência de EPI's / Ato inseguro Impacto sofrido 6 Incapacidade permanente total 8 Check list 5 240
Queda apenas da serra circular Ato inseguro Impacto sofrido 6 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 1 42

Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Utilização da escada Quebra da escada Falta resistência do material Queda com diferença de nível 5 Incapacidade temporária com afastamento curto 5 Ausência de métodos de avaliação 10 250 troca da escada
Queda do colaborador da escada Falta de estabilidade 5 5 Check list 5 125
Tipo inadequado 5 5 5 125
Falta de habilidade do usuário 5 5 5 125 Realizar treinamento


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PRIORIZAÇÃO DE RISCO EM OBRA DE MÉDIO PORTE ATRAVÉS DA UTILIZAÇÃO DO FMEA: UMA FERRAMENTA DE MELHORIA PARA SEGURANÇA DO TRABALHO EM ALTURA
RISK PRIORIZATION IN A MEDIUM-SIZED WORK THROUGH FMEA: AN IMPROVEMENT TOOL FOR SAFETY WORK AT HEIGHT
Gustavo Pires do Nascimento Jorge1&André Luís de Oliveira Cavaignac 2

1 2 3Departamento de Engenharias e Tecnologia do Centro Universitário Norte do Espírito Santo da Universidade
Federal do Espírito Santo, Rodovia BR 101 Norte, Km. 60, Bairro Litorâneo, CEP 29932-540, São Mateus.*revistabjpe@gmail.com



Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Vol. X, N.º Y, p. aa-bb. (ano). Editora CEUNES/DETEC.
Disponível em: http://periodicos.ufes.br/BJPE

Brazilian Journal of Production Engeneering, São Mateus, Vol. X, N.º Y, p. aa-bb. (ano). Editora CEUNES/DETEC.
Disponível em: http://periodicos.ufes.br/BJPE

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Palavras-chave:
FastFormat; ABNT; artigos científicos; formatação automática.
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FastFormat; ABNT; scientific articles
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*Autor Correspondente: Revista BJPE

RESUMO
Visto que na atualidade a engenharia civil movimenta a economia de maneira direta, com isso mais empregos são gerados em buscar de maior qualidade, todavia a segurança dos trabalhadores quase sempre é negligenciada e em consequência disso acidentes de todo tipo de gravidade. No presente trabalho foi feito abordagem da aplicação da ferramenta FMEA (failure mode and effects analysis) em uma obra de médio porte situada na cidade de Imperatriz-MA. Primeiramente no trabalho foi realizado um levantamento fotográfico na obra das inconformidades com as NRs, depois enumerado os principais riscos aos trabalhadores e baseado nos dados adquiridos foram feito a priorização de risco com ajuda do FMEA. Foi observado no trabalho que boa parte das inconformidades pode ser de fácil detecção, o que leva a conclusão do desconhecimento das normas ou simplesmente descaso.





ABSTRACT
Since civil engineering currently moves the economy in a direct way, with this more jobs are generated in pursuit of higher quality, yet the safety of workers is almost always neglected and as a consequence of this accidents of all kinds of gravity. In the present work, the application of the FMEA (failure mode and effects analysis) tool was applied in a medium-sized work located in the city of Imperatriz-MA. Firstly, a photographic survey was carried out in the work of the nonconformities with the NRs, then listed the main risks to the workers and based on the data acquired, the risk prioritization was done with the help of the FMEA. It was observed in the work that a great part of the nonconformities can be of easy detection, which leads to the conclusion of the ignorance of the norms or simply negligence.




















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Citação (APA):SECCHIM, A. B., FREITAS, R. R. de, & GONCALVES, W. (2018). Mapeamento e análise bibliométrica da utilização da análise envoltória de dados (DEA) em estudos de engenharia de produção. BrazilianJournalofProductionEngineering, 4(1): 116-128.







Introdução
Tradicionalmente, a construção civil é um setor de grande importância para qualquer economia, pois gera empregos diretos e indiretos. Além disso, sua amplitude com a diversidade de tipos de mão de obra e a ausência de restrições para recrutamento de empregados também contribui a situação do risco ao colaborador (TAKAHASHI, 2012). Neste sentido, Santana e Oliveira (2004) relatam que os trabalhadores da construção civil convivem em situações precárias de trabalho quando comparados com outros trabalhadores de outros setores. A situação dos trabalhadores da construção civil na maioria dos casos se assemelha a realidade vivida pelos os trabalhadores informais – aqueles que trabalham sem contratos assinados ou sob a regulamentação da CLT – consolidação das leis trabalhistas.
Nos últimos anos foi verificado um aumento no número de acidentes e até mesmo a morte de trabalhadores na construção civil em todo o país, principalmente por soterramento, choque elétrico e a queda em conseqüência do trabalho em altura (MENDES, 2013). Os trabalhos executados em altura, em especial, proporcionam uma grande exposição ao trabalhador de variados tipos de risco. Principalmente devido à diversidade de situações da atividade, como trabalhos com andaimes, trabalhos com escadas, trabalhos em telhados, entre outros. (CARLOS, 2015).
As quedas que ocorrem em trabalhos em altura foram responsáveis por 25% dos acidentes no setor da construção civil no Rio Grande do Sul em 1996 e 1997, levando em conta os fatais e não fatais. No Rio de Janeiro entre os anos de 1997 e 2001, as quedas com diferença de níveis foram apontadas como a principal causa de acidentes fatais na construção civil, responsável 33%. Já na indústria inglesa, em altura são responsáveis por 52% dos acidentes fatais (DORS et al., 2011).
Em 2012 o governo sancionou a NR-35 (Norma Regulamentadora nº 35 da Portaria 3.214 de oito de junho de 1978 do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE), definindo o trabalho em altura e seus aspectos de segurança realizados acima de dois metros do nível do piso. A norma também apresenta técnicas para treinamentos, planejamento, capacitação e várias outras com finalidade de reduzir o risco de acidentes (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2012).
A NR-35 (Trabalho em altura) esta relacionada com NR-6 (Equipamentos de proteção individual) e a NR-18 (Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção). Devido a isso, sempre que possível devem ser feito uma revisão dessas Normas Regulamentadoras em atividades voltadas à construção civil para se evitar situações de falha (FRAGA, 2016).
Para Rausand e Oien (1996), a falha está diretamente ligada com conceito de confiabilidade, sendo a definição de falha, o termino da capacidade de um item para o desempenho de uma função requerida. A qualidade de uma analise de confiabilidade depende da identificação de todas as funções desempenhadas pelos componentes e suas possíveis falhas com seu potencial de ocorrência. Com a conscientização dos consumidores, que não priorizam o produto apenas pelo preço, a qualidade tornou-se indispensável. Porem, as empresas falham quando não relacionam os seus objetivos, ou seja, a qualidade com o programa de ergonomia e segurança eficiente (GROHMANN, 1997).
Para se evitar um risco de acidente ou incidente que pode acarretar em lesões corporais até tragédia fatal, é exigido um planejamento detalhado de todos os processos e recursos da obra, desde a qualificação do trabalhador até a manutenção dos equipamentos (MENDES, 2013). Além disso, para diminuir o risco que os operários são submetidos, é essencial a aplicação de ferramentas de gerenciamento de risco laboral (SALIBA, 2018).
O FMEA (Failure Mode and Effects Analysis) é considerado uma importante ferramenta para análise de falhas. Através do uso de três fatores quantitativos - ocorrência (O), detecção (D) e severidade (S), é realizada uma classificação segundo os graus de importância, de acordo com risco potencial, representado no FMEA através do RPN (Risk Priority Number) (STAMATIS, 2003).
A severidade (S) é a hierarquização que aponta a gravidade de uma potencial falha, medida de 1 a 10, que vai de consequências sem danos ate danos trágicos ou irreparáveis. A detecção (D) quantifica a dificuldade de um possível cenário de falha ser identificado antes que a mesma ocorra, partindo da certeza de detecção, com índice 1, até a impossibilidade de detecção, com índice 10. Já a ocorrência (O) é a aproximação da freqüência ou probabilidade do acontecimento do modo de falha. O método mais aconselhável para determinar o seu valor, é através da utilização de dados reais do processo, porém, na falta de dados anteriores para avaliação, podem ser atribuídos escalas qualitativas baseado na experiência dos operadores (MCDERMOTT, et al., 2009).
Existem dificuldades na aplicação do FMEA devido à inconsistência dos valores de riscos obtidos, dependência de dados recolhidos através das experiências dos colaboradores e da exigência de tempo para a implementação da ferramenta (LAURENTI, et al., 2012). Essas dificuldades também foram relatadas na aplicação do FMEA em segurança ocupacional na construção civil (CAVAIGNAC & FORTE, 2018).
Para reduzir a dificuldade da aplicação e contribuir com a difusão do uso do FMEA em segurança ocupacional, Cavaignac & Uchoa, (2018), em um estudo recente, propuseram tabelas de referência para a correlação de cada índice (S), (O) e (D), com situações qualitativas reais em campo. A partir desta tabela, cada situação observada e classificada qualitativamente é rapidamente relacionada com o índice quantitativo, obedecendo a interpretação de evolução do melhor cenário ao pior cenário, partindo do índice 1 ao índice 10. A tabela 1 abaixo mostra a correlação entre a observação qualitativa com os índices numéricos.
Tabela 1- Tabela de referência de índices de severidade (S), ocorrência (O) e detecção (D)

Fonte: CAVAIGNAC & UCHOA, 2018. Adaptado.

Neste sentido, o presente trabalho tem como objetivo a análise da situação de risco laboral que os colaboradores de obras de médio porte estão expostos, em especial nas funções realizadas em altura. Para tal análise, será utilizada a ferramenta FMEA, que oferece um modo efetivo de priorização dos riscos através de uma análise quantitativa.

METODOLOGIA
O trabalho foi baseado em um estudo de caso em uma obra na construção civil de médio porte, situada no munícipio de Imperatriz no estado do Maranhão. A obra era de múltiplas casas de habitação popular, em total de 309 casas. Na ocasião a obra se encontrava na cobertura dos telhados das casas e do salão de festa, onde existia varias frentes de serviços no mesmo tempo, com cerca de 200 funcionários. Foram registradas in loco as observações e depoimentos dos colaboradores em trabalhos feitos em altura, posteriormente foi realizado o levantamento de dados para a aplicação do FMEA em quatro momentos críticos em riscos ocupacionais: utilização de escadas, utilização de andaime, colocação da estrutura de telhado e as telhas, utilização de EPI’s.
Foram realizados registros fotográficos dos processos realizados e foi criada uma discussão em relação a adequações e inadequações às normas regulamentadoras aplicáveis nas situações. Posteriormente a partir da verificação desses dados das possíveis falhas e aplicadas no FMEA.Por ultimo foram feitas tabelas de FMEA para cada processo incluindo um modo de falha, causas, efeitos, métodos de detecção, ações corretivas e a obtenção do RPN. Com isso foi concebível fazer as comparações, preferindo os momentos com maior índice de risco e os que necessitam de corretivas imediatas, produzindo um plano de ações corretivas. A Figura 1 mostra o fluxograma com as etapas de execução da pesquisa.
Figura 1. Fluxograma das etapas de execução da pesquisa

Fonte: CAVAIGNAC & FORTE (2018), adaptado.

NÃO-CONFORMIDADES OBSERVADAS NAS OBRAS

A seguir nas observações feitas na obra, que foram registradas em fotografias, se percebem divergências em relação às NRs, e foram observadas constantemente inconformidades in loco no canteiro. Além disso, o que era mencionado pelos trabalhadores complementava as imagens das fotografias, mostrando situações de risco. As divergências nas NRs podem ser observadas nas figuras de 1 a 6, onde é importante mencionar também que, em algumas situações, os próprios operários se colocam em situações de riscos através de comportamentos inseguros. A seguir, as figuras de 1 a 6 registradas durante a observação in loco, seguida da discussão sobre cada situação encontrada.

Figura 1 – Registro das divergências relacionada à segurança, observadas no trabalhador e no ambiente de trabalho, sendo a falta de (1) capacete; (2) dispositivo de segurança contra queda; (3) piso de forração do andaime incompleto; (4) guarda corpo e rodapé; além do (5) risco de queda de material ou ferramenta.
Fonte: Autores, 2019

Figura 2- Trabalhador com inconformidades no local de trabalho: (1) ancoragem irregular; (2) piso de forração do andaime incompleto; (3) falta de guarda corpo e rodapé; e (4) risco de queda de material ou ferramenta.

Fonte: Autores, 2019.

Figura 3 – Andaime da figura 2 apoiado de maneira irregular.

Fonte: Autores, 2019
Figura 4 – Trabalhador em situaçao de risco por falta do : (1) uso de luvas; (2) dispositivo de segurança contra queda; (3) cabo-guia de aço; (4) sinalização e isolamento da área; (5) local adequado para serviço de carpitaria.


Fonte: Autores, 2019.

Figura 5- Há inconformidades graves em relação às NRs na colação das telhas, como falta do (1) dispositivo de segurança contra queda; (2) cabo-guia de aço; (3) sinalização e isolamento da área; além de (4) transporte inadequado do material; (5) local inadequado para armazenagem/espera do material;(6) falta do capacete.

Fonte: Autores, 2019.
Figura 6 – Registro de situações que estão em inconformidade com as Nrs: (1) escada não apoiada em piso resistente; (2) escada situada nas proximidades de portas ou áreas de circulação; (3) escada colocada em lugar com risco de queda de objetos ou materiais; (4) Construída com madeira de má qualidade; (5) andaime com ausência de dispositivo de segurança contra queda; (6) piso de forração do andaime incompleto; (7) ausência de guarda corpo e rodapé.

Fonte: Autores, 2019.
Nas figuras de 1 a 6 é observado o trabalho em altura realizado de maneira irregular, visto que em quase todas as imagens a falta do uso dos dispositivos de segurança contra queda – mostrando descaso em relação Nr 35 – e quando foi usado, sua ancoragem foi colocada de maneira irregular. Além disso, a ausência dos guarda-corpos e rodapés principalmente nos andaimes fere as NRs 18 e 35, visto a que são indispensáveis para prevenir o risco de queda tanto do operário ocasionando uma lesão ou fatalidade como também de alguma ferramenta ou material atinja algum outro funcionário no nível abaixo. Soma-se a isso o fato de que a área não esta devidamente sinalizada e isolada conforme a Nr 18. Nas Figuras 2 e 3 o andaime está apoiado de formar irregular, onde deviria ser apoiados sobre superfície plana, que resista a seus esforços e permita a sua segura movimentação através de rodízios.
O uso dos EPI’s é de uso obrigatório e cabe o empregador o fornecimento com Certificado de Aprovação (CA) de acordo com NR 6, mesmo assim, ainda é um tema que precisa ser debatido, pois como foi visto nas figuras 1, 4 e 5, é recorrente a não utilização dos mesmos. A utilização do capacete tem como finalidade a proteção contra impactos de objetos sobre o crânio, contra choques elétricos, além do crânio a face contra fontes geradoras de calor coincidente com NR 6. Também mencionado pela mesma norma é indispensável o uso da luva de segurança para proteção das mãos contra agentes cortantes e perfurantes.
Já figura 4 se observa a execução de uma tarefa de carpintaria em lugar totalmente impróprio, com uso de uma serra circular. De acordo com a NR 18, o serviço de carpintaria deveria ser em um local dotado de mesa estável, com fechamento de suas faces inferiores, anterior e posterior, construída em madeira resistente e de primeira qualidade, material metálico ou similar de resistência equivalente, sem irregularidades, com dimensionamento suficiente para a execução das tarefas e também terem piso resistente, nivelado e antiderrapante, com cobertura capaz de proteger os trabalhadores contra quedas de materiais e intempéries.
Já figura 5 mostra um trabalho bastante freqüente em obra - que quase sempre se passa despercebido: a execução de telhamento da cobertura. Neste serviço é encontrado um conjunto de inconformidades em relação à NR 6, 18 e 35. Pode-se citar, por exemplo: a falta de uso de capacete; transporte impróprio das telhas; ausência de sinalização e isolamento do local; e armazenamento impróprio das telhas sobre a estrutura de suporte do telhado. Soma-se a isso a falta da instalação de cabo guia ou cabo de segurança para fixação de mecanismo de ligação por talabarte acoplado ao cinto de segurança tipo paraquedista e a falta de equipamentos de transporte vertical de materiais, que devem ser projetados, dimensionados e especificados tecnicamente por profissional legalmente habilitado.
Na figura 6 podemos ver inconformidades em relação à NR 18 no que diz respeito a utilização de escadas de mão. Por ter seu uso em diversas atividades rotineiras, os riscos são negligenciados – como observado na imagem. A escada esta apoiada em solo úmido, sem o nivelamento adequado e também na proximidade de porta e janelas. Além disso, há o risco de queda de material em local onde tem o fluxo de entrada e saída - e no caso da figura outro operário trabalhando um nível abaixo no andaime. Em relação ao material, não aparenta ser de boa qualidade, pois se observa uma não uniformidade dos componentes e espessura mais fina na ponta de apoio da escada. Também como já observado nas figuras anteriores a falta do uso do cinto de paraquedas e todo o sistema de ancoragem e dos guarda-corpos e rodapés nos andaimes.

Aplicação do FMEA

O FMEA é caracterizado por medidas com finalidade de antecipar futuros problemas, necessidades ou mudanças no decorrer dos processos na obra (PALADY, 1997). Nas tabelas de 1 a 5 estão contidas as informações obtidas a partir da aplicação do FMEA, analisando os processos e identificando as causas da falha, natureza da ocorrência, efeitos, meio de detecção e ações corretivas. Cada causa da falha ao final obteve um RPN, a partir da multiplicação das três variáveis (Ocorrência, Severidade e Detecção), sendo estas três variáveis retiradas da tabela de referência proposta por Cavaignac & Uchoa, 2018. A abordagem sobre as seis tabelas adquiridas vem a seguir:

Tabela 1 – Uso da ferramenta FMEA sobre a utilização de andaime
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
O processo estudado na tabela 1 foi a utilização de andaime, podendo apresentar o modo de falha com a queda do material do andaime ou a queda do trabalhador do andaime, na primeira situação é ocasionada pela forração incompleta do andaime, que consequentemente alguma ferramenta ou material poderá cair para o nível mais baixo e atingir algum outro colaborador sofrendo um impacto, que tem o índice (O) igual a 6, todavia acarretará apenas incapacidade temporária sem afastamento com índice de severidade (S) igual a 4, podemos detectar esse tipo inconformidade na obra apenas pelo meio visual , adquirindo o índice (D) igual a 2, posteriormente com a multiplicação dos três índices anteriores obtemos o índice de risco igual 48, que não é muito grave, porem não se deve fazer descaso dessa situação e implementar rapidamente as ações corretivas como adequar a NR-18, que cita que a forração do andaime tem que ser completa. Já na segunda possível falha, que é a queda do trabalhador do andaime pode ser causada pela falta de guarda corpo, rodapé e/ou amarração e ancoragem em local fixo que ocasionará a queda de nível colaborador que terá o índice (O) igual 5 e como a situação anterior vai trazer uma incapacidade temporária sem afastamento com índice de severidade (S) igual a 4 , que pode ser justificada pela altura moderada do andaime, também será de fácil detecção , sendo apenas o visual necessário , novamente tendo o índice (D) igual a 2 e consequentemente o índice de risco igual a 40, que mais uma vez para correção das possíveis falhas é adequação as normas, pois um andaime deve possuir guarda corpo e rodapé , como também o andaime deve estar devidamente amarrado e ancorado conforme as NRs. Além disso, uma causa da queda do colaborador que não foi mencionado é falta de treinamento, que o meio de detecção é um pouco complexo chegando ao índice (D) igual 5, pois é check list, devido isso que o índice de risco é maior que os anteriores chegando a 100 e sua correção é apenas com o treinamento dos operários.













Tabela 2 – Referente às figuras 2 e 3 em situações de risco em andaime
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
Apesar de o processo ser o mesmo da tabela anterior, todavia é mais perigoso, como é confirmado no índice de risco mais elevado que a tabela 1, chegando a 175, mesmo que apresente identicamente as causas básicas das falhas como: forragem incompleta dos andaimes; ausência do guarda-corpo e rodapé, a altura é mais elevada e consequentemente oferecendo mais riscos. Nota-se que as naturezas de ocorrências e formas de detecção são mesmas que da tabela anterior, portanto obtendo os mesmo índices de (O) e (D), porém o que chama atenção para esse processo é alta nos índices de severidade (S), porque como foi mencionado o trabalho está sendo realizado em uma altura bastante considerável. Os índices de severidade (S) quando o trabalhador cair de nível mais alto para um baixo nesse processo, em todas as causas os efeitos que podem acontecer são incapacidade permanente parcial, com índice(S) igual 7, o que é bastante preocupante. Em uma severidade ainda maior estar quando ocorrer apenas a queda material do andaime nessa altura, que associado com a gravidade vai gerar um impacto muito grande caso atinja alguém embaixo, podendo ocasionar na pior das hipóteses a morte, justificando o índice máximo de severidade igual a 10. Portanto como a maioria dessas inconformidades podem ser vista apenas com visual, a ação deve ser imediatamente e colocar o andaime conforme as NRs.

Tabela 3- Serviços de telhado das figuras 4 e 5.
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
No presente serviço de telhado pode acontecer à queda do trabalhador causada pela falta do cabo guia de aço ou dispositivo contra queda, que são exigidos pelas NRs, como também o trabalhador sem treinamento pode gerar a queda de diferente nível. Ambas as situações possuem a mesma natureza de ocorrência, portanto tendo o mesmo índice (O) que é igual 5, podendo acarretar em uma incapacidade temporária curta com índice de severidade (S) igual 5 e o meio de detecção das duas possíveis falhas acontecem através de check list, que possui o índice (D) igual 5 , por fim o índice de risco de ambas chegam a 125, as soluções corretivas são o uso de equipamentos contra queda e a realização de treinamento com colaboradores, respectivamente.
Outro possível acidente no processo é a queda de material ocasionado por duas possíveis causas nas ações da tabela 3 , que são o transporte e armazenagem inadequada das telhas , que com a queda delas pode atingir alguém , que receberá o impacto desse material , tendo o índice (O) igual a 6 e em consequência gerar uma incapacidade temporária longa , possuindo o índice de severidade igual a 6, por outro lado meio de detecção dessas possíveis falhas é o visual , que é igual 1, por fim temos que o índice de risco para ambas causas é de 36. As NRs mencionam quando se faz esses tipos de serviços mencionados, deve-se isolar a área e sinalizar a mesma, o transporte deve ser de maneira adequada para não ocorrer risco de queda material e preservar a saúde do colaborador e sobre estrutura que não foi projetada para receber aquela carga pontual (telhas armazenadas em um ponto), elas devem ser armazenadas em local apropriado ou em menor quantidade.
Na tabela temos o uso da serrar circular sem o uso do EPI, no caso a luva, que poderia evitar um possível corte ou algo mais grave, a natureza de ocorrência de abrasão possui o índice (O) igual a 3, porem pode gerar uma incapacidade permanente ou parcial com índice severidade (S) igual a 7, por outra tem um detecção fácil , pois é visual com índice (D) igual 1 , consequentemente tendo seu índice de risco igual a 21, não é um índice alto, mas deve-se exigir em uma obra o uso de EPI’s e os fiscalizar. As NRs cita que os serviços de carpintaria devem ser feitos em lugares próprios, o que não é visto no processo estudado, pelo contrario um ato totalmente inseguro realizado em altura sem EPI contra queda, que ele pode vim a cair com a maquina sofrendo um impacto (de uma maquina cortante) dela, essa natureza de ocorrência seria de índice (O) igual 6 podendo ocasionar uma incapacidade permanente total com índice de severidade igual a 8 , a detecção seria check list, pois seria pela visualização do trabalho em local inapropriado e falta do EPI contra queda, ficando com índice (D) igual 5 e consequentemente tendo um índice de risco igual 240, um serviço que nem deveria começar a ser feito nesse local e quando for visto parado imediatamente . Outra possível situação estudada seria apenas a queda da maquina, vista apenas com um ato irresponsável que iria gerar um impacto de uma maquina cortante em quem estivesse embaixo no local, natureza de ocorrência também igual 6 causando uma incapacidade permanente parcial de índice de severidade (S) igual 7, que poderia ter sua detecção apenas visual, de índice (D) igual l, pois é um serviço em um local inadequado.





Tabela 5- Aplicação do FMEA na utilização da escada.
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
A quebra da escada pode ser ocasionada devido à falta de resistência do material, pois geralmente pegam qualquer sobra de madeiras e fabricam a escada, chegando ao um índice de risco de 250 e a falta de métodos de avaliação para detecção, fazendo com que o índice chegue a 10, contribui bastante para esse elevado RPN, portanto precisa ser revisto urgentemente uma maneira de avaliação da resistência das escadas. Ocorrendo a ruptura do material acarretaria a queda do colaborador provocando desde lesões leves e recuperáveis até lesões definitivas como amputações ou perda de movimentos, com possibilidade, ainda que remota, de lesões fatais. Porém a detecção dessa possível falha é complicada, portanto se faz necessário à fabricação dessa escada com um material de qualidade e certificado, fazer sempre uma inspeção da mesma e também armazenar em local adequado afim de não provocar um desgaste precoce do material.
Muitas quedas através de escada acontecem por falta de instabilidade que apresentar o segundo maior índice de risco, chegando a 125, porque na maioria das vezes ela é apoiada em locais impróprios como é visto na figura 6, que está em solo e, além disso, úmido, podendo acontecer em uma desagradável possibilidade um deslocamento ou recalque da escada, ocasionando a queda do trabalhador provocando de lesões recuperáveis a permanentes. Vale mencionar que a escolha do tipo da escada inadequada para o serviço pode também ocasionar a queda, pois é não será instável para o local ou serviço onde será executado o processo.

Conclusão

A utilização do FMEA para questões de segurança na construção civil ainda é escasso, todavia, estudo realizado por CAVAIGNAC & FORTE (2018) foi abordado à mesma temática, como também foi encontrado as mesmas inconformidades com as NRs, principalmente relacionadas à EPI’s, andaimes e escadas em obras de pequeno porte. Portanto com a realização do nosso trabalho realizado em uma obra de médio porte podemos concluir os mesmo vícios errôneos que divergem com as NR’s foram detectados nas mesmas atividades, ou seja, podemos pressupor que também poderá ser encontrado em obras de grande porte. Entendemos então que as questões de segurança na construção civil precisam ser revista ou ate mesmo incentivada, porém também existe a falta de uma fiscalização e treinamentos rigorosos.
Percebemos também nesse artigo, que a execução de serviços em locais inapropriados, como no caso da carpintaria, que com a utilização da serra circular, uma ferramenta cortante, apresentou um índice risco alto, principalmente o uso negligente do trabalho realizado em altura no telhado, podendo ocorrer na pior das hipóteses uma fatalidade. O que também é bastante preocupante, é que os serviços em telhado são efeitos rotineiramentede maneira incorreta relacionada a segurança, tanto em empresas como no trabalhos informais.

REFERENCIAS

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Citações
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Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Utilização de andaime Queda do material do andaime Falta de forração completa do andaime Impacto sofrido 6 Incapacidade temporária sem afastamento 4 Visual 2 48 Adequação do andaime as normas
Queda do trabalhador do andaime Ausência de guarda-corpo e rodapé Queda de diferente nível 5 4 Visual 2 40
Ausência de amarração e ancoragem do andaime em local fixo Queda de diferente nível 5 4 Visual 2 40
Trabalhadores sem treinamento Queda de diferente nível 5 4 Check list 5 100 Realizar treinamento

Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Utilização de andaime Queda do material do andaime Falta de forração completa do andaime Impacto sofrido 6 Morte dos não envolvidos do processo 10 Visual 2 120 Adequação do andaime as normas
Queda do trabalhador do andaime Ausência de guarda-corpo e rodapé Queda de diferente nível 5 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 2 70
Ausência de amarração e ancoragem do andaime em local fixo Queda de diferente nível 5 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 2 70
Trabalhadores sem treinamento Queda de diferente nível 5 Incapacidade permanente parcial 7 Check list 5 175 Realizar treinamento

Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Serviços de Telhado Queda do trabalhador Falta do cabo guia ou dispositivo contra queda Queda de diferente nível 5 Incapacidade temporária curta 5 Check list 5 125 Uso do equipamento contra queda
Trabalhadores sem treinamento Queda de diferente nível 5 Incapacidade temporária curta 5 Check list 5 125 Realizar treinamento
Queda do material (telhas) Transporte irregular das telhas Impacto sofrido 6 Incapacidade temporária longa 6 Visual 1 36 Uso de equipamento adequado para transporte
Armazenagem inadequada das telhas Impacto sofrido 6 Incapacidade temporária longa 6 Visual 1 36 Evitar local inadequado
Corte com a serra circular Ausência de EPI's Atrito ou abrasão 3 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 1 21 Conscientizar os trabalhadores sobre o seu uso; exigir o uso; fiscalizar o uso dos EPI's e local proprio para serviço de carpintaria
Queda do trabalhador com a maquina Ausência de EPI's / Ato inseguro Impacto sofrido 6 Incapacidade permanente total 8 Check list 5 240
Queda apenas da serra circular Ato inseguro Impacto sofrido 6 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 1 42

Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Utilização da escada Quebra da escada Falta resistência do material Queda com diferença de nível 5 Incapacidade temporária com afastamento curto 5 Ausência de métodos de avaliação 10 250 troca da escada
Queda do colaborador da escada Falta de estabilidade 5 5 Check list 5 125
Tipo inadequado 5 5 5 125
Falta de habilidade do usuário 5 5 5 125 Realizar treinamento


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PRIORIZAÇÃO DE RISCO EM OBRA DE MÉDIO PORTE ATRAVÉS DA UTILIZAÇÃO DO FMEA: UMA FERRAMENTA DE MELHORIA PARA SEGURANÇA DO TRABALHO EM ALTURA
RISK PRIORIZATION IN A MEDIUM-SIZED WORK THROUGH FMEA: AN IMPROVEMENT TOOL FOR SAFETY WORK AT HEIGHT
Gustavo Pires do Nascimento Jorge1&André Luís de Oliveira Cavaignac 2

1 2 3Departamento de Engenharias e Tecnologia do Centro Universitário Norte do Espírito Santo da Universidade
Federal do Espírito Santo, Rodovia BR 101 Norte, Km. 60, Bairro Litorâneo, CEP 29932-540, São Mateus.*revistabjpe@gmail.com


Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Vol. X, N.º Y, p. aa-bb. (ano). Editora CEUNES/DETEC.
Disponível em: http://periodicos.ufes.br/BJPE
Brazilian Journal of Production Engeneering, São Mateus, Vol. X, N.º Y, p. aa-bb. (ano). Editora CEUNES/DETEC.
Disponível em: http://periodicos.ufes.br/BJPE
Esta obra está licenciada com uma Licença CreativeCommons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Editora UFES/CEUNES/DETEC.
ARTIGO INFO.
Recebido em:
Aprovado em:
Disponibilizado em:
Palavras-chave:
FastFormat; ABNT; artigos científicos; formatação automática.
Keywords:
FastFormat; ABNT; scientific articles;

*Autor Correspondente: Revista BJPE

RESUMO
Visto que na atualidade a engenharia civil movimenta a economia de maneira direta, com isso mais empregos são gerados em buscar de maior qualidade, todavia a segurança dos trabalhadores quase sempre é negligenciada e em consequência disso acidentes de todo tipo de gravidade. No presente trabalho foi feito abordagem da aplicação da ferramenta FMEA (failure mode and effects analysis) em uma obra de médio porte situada na cidade de Imperatriz-MA. Primeiramente no trabalho foi realizado um levantamento fotográfico na obra das inconformidades com as NRs, depois enumerado os principais riscos aos trabalhadores e baseado nos dados adquiridos foram feito a priorização de risco com ajuda do FMEA. Foi observado no trabalho que boa parte das inconformidades pode ser de fácil detecção, o que leva a conclusão do desconhecimento das normas ou simplesmente descaso.





ABSTRACT
Since civil engineering currently moves the economy in a direct way, with this more jobs are generated in pursuit of higher quality, yet the safety of workers is almost always neglected and as a consequence of this accidents of all kinds of gravity. In the present work, the application of the FMEA (failure mode and effects analysis) tool was applied in a medium-sized work located in the city of Imperatriz-MA. Firstly, a photographic survey was carried out in the work of the nonconformities with the NRs, then listed the main risks to the workers and based on the data acquired, the risk prioritization was done with the help of the FMEA. It was observed in the work that a great part of the nonconformities can be of easy detection, which leads to the conclusion of the ignorance of the norms or simply negligence.




















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Citação (APA):SECCHIM, A. B., FREITAS, R. R. de, & GONCALVES, W. (2018). Mapeamento e análise bibliométrica da utilização da análise envoltória de dados (DEA) em estudos de engenharia de produção. BrazilianJournalofProductionEngineering, 4(1): 116-128.







Introdução
Tradicionalmente, a construção civil é um setor de grande importância para qualquer economia, pois gera empregos diretos e indiretos. Além disso, sua amplitude com a diversidade de tipos de mão de obra e a ausência de restrições para recrutamento de empregados também contribui a situação do risco ao colaborador (TAKAHASHI, 2012). Neste sentido, Santana e Oliveira (2004) relatam que os trabalhadores da construção civil convivem em situações precárias de trabalho quando comparados com outros trabalhadores de outros setores. A situação dos trabalhadores da construção civil na maioria dos casos se assemelha a realidade vivida pelos os trabalhadores informais – aqueles que trabalham sem contratos assinados ou sob a regulamentação da CLT – consolidação das leis trabalhistas.
Nos últimos anos foi verificado um aumento no número de acidentes e até mesmo a morte de trabalhadores na construção civil em todo o país, principalmente por soterramento, choque elétrico e a queda em conseqüência do trabalho em altura (MENDES, 2013). Os trabalhos executados em altura, em especial, proporcionam uma grande exposição ao trabalhador de variados tipos de risco. Principalmente devido à diversidade de situações da atividade, como trabalhos com andaimes, trabalhos com escadas, trabalhos em telhados, entre outros. (CARLOS, 2015).
As quedas que ocorrem em trabalhos em altura foram responsáveis por 25% dos acidentes no setor da construção civil no Rio Grande do Sul em 1996 e 1997, levando em conta os fatais e não fatais. No Rio de Janeiro entre os anos de 1997 e 2001, as quedas com diferença de níveis foram apontadas como a principal causa de acidentes fatais na construção civil, responsável 33%. Já na indústria inglesa, em altura são responsáveis por 52% dos acidentes fatais (DORS et al., 2011).
Em 2012 o governo sancionou a NR-35 (Norma Regulamentadora nº 35 da Portaria 3.214 de oito de junho de 1978 do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE), definindo o trabalho em altura e seus aspectos de segurança realizados acima de dois metros do nível do piso. A norma também apresenta técnicas para treinamentos, planejamento, capacitação e várias outras com finalidade de reduzir o risco de acidentes (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2012).
A NR-35 (Trabalho em altura) esta relacionada com NR-6 (Equipamentos de proteção individual) e a NR-18 (Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção). Devido a isso, sempre que possível devem ser feito uma revisão dessas Normas Regulamentadoras em atividades voltadas à construção civil para se evitar situações de falha (FRAGA, 2016).
Para Rausand e Oien (1996), a falha está diretamente ligada com conceito de confiabilidade, sendo a definição de falha, o termino da capacidade de um item para o desempenho de uma função requerida. A qualidade de uma analise de confiabilidade depende da identificação de todas as funções desempenhadas pelos componentes e suas possíveis falhas com seu potencial de ocorrência. Com a conscientização dos consumidores, que não priorizam o produto apenas pelo preço, a qualidade tornou-se indispensável. Porem, as empresas falham quando não relacionam os seus objetivos, ou seja, a qualidade com o programa de ergonomia e segurança eficiente (GROHMANN, 1997).
Para se evitar um risco de acidente ou incidente que pode acarretar em lesões corporais até tragédia fatal, é exigido um planejamento detalhado de todos os processos e recursos da obra, desde a qualificação do trabalhador até a manutenção dos equipamentos (MENDES, 2013). Além disso, para diminuir o risco que os operários são submetidos, é essencial a aplicação de ferramentas de gerenciamento de risco laboral (SALIBA, 2018).
O FMEA (Failure Mode and Effects Analysis) é considerado uma importante ferramenta para análise de falhas. Através do uso de três fatores quantitativos - ocorrência (O), detecção (D) e severidade (S), é realizada uma classificação segundo os graus de importância, de acordo com risco potencial, representado no FMEA através do RPN (Risk Priority Number) (STAMATIS, 2003).
A severidade (S) é a hierarquização que aponta a gravidade de uma potencial falha, medida de 1 a 10, que vai de consequências sem danos ate danos trágicos ou irreparáveis. A detecção (D) quantifica a dificuldade de um possível cenário de falha ser identificado antes que a mesma ocorra, partindo da certeza de detecção, com índice 1, até a impossibilidade de detecção, com índice 10. Já a ocorrência (O) é a aproximação da freqüência ou probabilidade do acontecimento do modo de falha. O método mais aconselhável para determinar o seu valor, é através da utilização de dados reais do processo, porém, na falta de dados anteriores para avaliação, podem ser atribuídos escalas qualitativas baseado na experiência dos operadores (MCDERMOTT, et al., 2009).
Existem dificuldades na aplicação do FMEA devido à inconsistência dos valores de riscos obtidos, dependência de dados recolhidos através das experiências dos colaboradores e da exigência de tempo para a implementação da ferramenta (LAURENTI, et al., 2012). Essas dificuldades também foram relatadas na aplicação do FMEA em segurança ocupacional na construção civil (CAVAIGNAC & FORTE, 2018).
Para reduzir a dificuldade da aplicação e contribuir com a difusão do uso do FMEA em segurança ocupacional, Cavaignac & Uchoa, (2018), em um estudo recente, propuseram tabelas de referência para a correlação de cada índice (S), (O) e (D), com situações qualitativas reais em campo. A partir desta tabela, cada situação observada e classificada qualitativamente é rapidamente relacionada com o índice quantitativo, obedecendo a interpretação de evolução do melhor cenário ao pior cenário, partindo do índice 1 ao índice 10. A tabela 1 abaixo mostra a correlação entre a observação qualitativa com os índices numéricos.
Tabela 1- Tabela de referência de índices de severidade (S), ocorrência (O) e detecção (D)

Fonte: CAVAIGNAC & UCHOA, 2018. Adaptado.

Neste sentido, o presente trabalho tem como objetivo a análise da situação de risco laboral que os colaboradores de obras de médio porte estão expostos, em especial nas funções realizadas em altura. Para tal análise, será utilizada a ferramenta FMEA, que oferece um modo efetivo de priorização dos riscos através de uma análise quantitativa.

METODOLOGIA
O trabalho foi baseado em um estudo de caso em uma obra na construção civil de médio porte, situada no munícipio de Imperatriz no estado do Maranhão. A obra era de múltiplas casas de habitação popular, em total de 309 casas. Na ocasião a obra se encontrava na cobertura dos telhados das casas e do salão de festa, onde existia varias frentes de serviços no mesmo tempo, com cerca de 200 funcionários. Foram registradas in loco as observações e depoimentos dos colaboradores em trabalhos feitos em altura, posteriormente foi realizado o levantamento de dados para a aplicação do FMEA em quatro momentos críticos em riscos ocupacionais: utilização de escadas, utilização de andaime, colocação da estrutura de telhado e as telhas, utilização de EPI’s.
Foram realizados registros fotográficos dos processos realizados e foi criada uma discussão em relação a adequações e inadequações às normas regulamentadoras aplicáveis nas situações. Posteriormente a partir da verificação desses dados das possíveis falhas e aplicadas no FMEA.Por ultimo foram feitas tabelas de FMEA para cada processo incluindo um modo de falha, causas, efeitos, métodos de detecção, ações corretivas e a obtenção do RPN. Com isso foi concebível fazer as comparações, preferindo os momentos com maior índice de risco e os que necessitam de corretivas imediatas, produzindo um plano de ações corretivas. A Figura 1 mostra o fluxograma com as etapas de execução da pesquisa.
Figura 1. Fluxograma das etapas de execução da pesquisa

Fonte: CAVAIGNAC & FORTE (2018), adaptado.

NÃO-CONFORMIDADES OBSERVADAS NAS OBRAS

A seguir nas observações feitas na obra, que foram registradas em fotografias, se percebem divergências em relação às NRs, e foram observadas constantemente inconformidades in loco no canteiro. Além disso, o que era mencionado pelos trabalhadores complementava as imagens das fotografias, mostrando situações de risco. As divergências nas NRs podem ser observadas nas figuras de 1 a 6, onde é importante mencionar também que, em algumas situações, os próprios operários se colocam em situações de riscos através de comportamentos inseguros. A seguir, as figuras de 1 a 6 registradas durante a observação in loco, seguida da discussão sobre cada situação encontrada.

Figura 1 – Registro das divergências relacionada à segurança, observadas no trabalhador e no ambiente de trabalho, sendo a falta de (1) capacete; (2) dispositivo de segurança contra queda; (3) piso de forração do andaime incompleto; (4) guarda corpo e rodapé; além do (5) risco de queda de material ou ferramenta.
Fonte: Autores, 2019

Figura 2- Trabalhador com inconformidades no local de trabalho: (1) ancoragem irregular; (2) piso de forração do andaime incompleto; (3) falta de guarda corpo e rodapé; e (4) risco de queda de material ou ferramenta.

Fonte: Autores, 2019.

Figura 3 – Andaime da figura 2 apoiado de maneira irregular.

Fonte: Autores, 2019
Figura 4 – Trabalhador em situaçao de risco por falta do : (1) uso de luvas; (2) dispositivo de segurança contra queda; (3) cabo-guia de aço; (4) sinalização e isolamento da área; (5) local adequado para serviço de carpitaria.


Fonte: Autores, 2019.

Figura 5- Há inconformidades graves em relação às NRs na colação das telhas, como falta do (1) dispositivo de segurança contra queda; (2) cabo-guia de aço; (3) sinalização e isolamento da área; além de (4) transporte inadequado do material; (5) local inadequado para armazenagem/espera do material;(6) falta do capacete.

Fonte: Autores, 2019.
Figura 6 – Registro de situações que estão em inconformidade com as Nrs: (1) escada não apoiada em piso resistente; (2) escada situada nas proximidades de portas ou áreas de circulação; (3) escada colocada em lugar com risco de queda de objetos ou materiais; (4) Construída com madeira de má qualidade; (5) andaime com ausência de dispositivo de segurança contra queda; (6) piso de forração do andaime incompleto; (7) ausência de guarda corpo e rodapé.

Fonte: Autores, 2019.
Nas figuras de 1 a 6 é observado o trabalho em altura realizado de maneira irregular, visto que em quase todas as imagens a falta do uso dos dispositivos de segurança contra queda – mostrando descaso em relação Nr 35 – e quando foi usado, sua ancoragem foi colocada de maneira irregular. Além disso, a ausência dos guarda-corpos e rodapés principalmente nos andaimes fere as NRs 18 e 35, visto a que são indispensáveis para prevenir o risco de queda tanto do operário ocasionando uma lesão ou fatalidade como também de alguma ferramenta ou material atinja algum outro funcionário no nível abaixo. Soma-se a isso o fato de que a área não esta devidamente sinalizada e isolada conforme a Nr 18. Nas Figuras 2 e 3 o andaime está apoiado de formar irregular, onde deviria ser apoiados sobre superfície plana, que resista a seus esforços e permita a sua segura movimentação através de rodízios.
O uso dos EPI’s é de uso obrigatório e cabe o empregador o fornecimento com Certificado de Aprovação (CA) de acordo com NR 6, mesmo assim, ainda é um tema que precisa ser debatido, pois como foi visto nas figuras 1, 4 e 5, é recorrente a não utilização dos mesmos. A utilização do capacete tem como finalidade a proteção contra impactos de objetos sobre o crânio, contra choques elétricos, além do crânio a face contra fontes geradoras de calor coincidente com NR 6. Também mencionado pela mesma norma é indispensável o uso da luva de segurança para proteção das mãos contra agentes cortantes e perfurantes.
Já figura 4 se observa a execução de uma tarefa de carpintaria em lugar totalmente impróprio, com uso de uma serra circular. De acordo com a NR 18, o serviço de carpintaria deveria ser em um local dotado de mesa estável, com fechamento de suas faces inferiores, anterior e posterior, construída em madeira resistente e de primeira qualidade, material metálico ou similar de resistência equivalente, sem irregularidades, com dimensionamento suficiente para a execução das tarefas e também terem piso resistente, nivelado e antiderrapante, com cobertura capaz de proteger os trabalhadores contra quedas de materiais e intempéries.
Já figura 5 mostra um trabalho bastante freqüente em obra - que quase sempre se passa despercebido: a execução de telhamento da cobertura. Neste serviço é encontrado um conjunto de inconformidades em relação à NR 6, 18 e 35. Pode-se citar, por exemplo: a falta de uso de capacete; transporte impróprio das telhas; ausência de sinalização e isolamento do local; e armazenamento impróprio das telhas sobre a estrutura de suporte do telhado. Soma-se a isso a falta da instalação de cabo guia ou cabo de segurança para fixação de mecanismo de ligação por talabarte acoplado ao cinto de segurança tipo paraquedista e a falta de equipamentos de transporte vertical de materiais, que devem ser projetados, dimensionados e especificados tecnicamente por profissional legalmente habilitado.
Na figura 6 podemos ver inconformidades em relação à NR 18 no que diz respeito a utilização de escadas de mão. Por ter seu uso em diversas atividades rotineiras, os riscos são negligenciados – como observado na imagem. A escada esta apoiada em solo úmido, sem o nivelamento adequado e também na proximidade de porta e janelas. Além disso, há o risco de queda de material em local onde tem o fluxo de entrada e saída - e no caso da figura outro operário trabalhando um nível abaixo no andaime. Em relação ao material, não aparenta ser de boa qualidade, pois se observa uma não uniformidade dos componentes e espessura mais fina na ponta de apoio da escada. Também como já observado nas figuras anteriores a falta do uso do cinto de paraquedas e todo o sistema de ancoragem e dos guarda-corpos e rodapés nos andaimes.

Aplicação do FMEA

O FMEA é caracterizado por medidas com finalidade de antecipar futuros problemas, necessidades ou mudanças no decorrer dos processos na obra (PALADY, 1997). Nas tabelas de 1 a 5 estão contidas as informações obtidas a partir da aplicação do FMEA, analisando os processos e identificando as causas da falha, natureza da ocorrência, efeitos, meio de detecção e ações corretivas. Cada causa da falha ao final obteve um RPN, a partir da multiplicação das três variáveis (Ocorrência, Severidade e Detecção), sendo estas três variáveis retiradas da tabela de referência proposta por Cavaignac & Uchoa, 2018. A abordagem sobre as seis tabelas adquiridas vem a seguir:

Tabela 1 – Uso da ferramenta FMEA sobre a utilização de andaime
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
O processo estudado na tabela 1 foi a utilização de andaime, podendo apresentar o modo de falha com a queda do material do andaime ou a queda do trabalhador do andaime, na primeira situação é ocasionada pela forração incompleta do andaime, que consequentemente alguma ferramenta ou material poderá cair para o nível mais baixo e atingir algum outro colaborador sofrendo um impacto, que tem o índice (O) igual a 6, todavia acarretará apenas incapacidade temporária sem afastamento com índice de severidade (S) igual a 4, podemos detectar esse tipo inconformidade na obra apenas pelo meio visual , adquirindo o índice (D) igual a 2, posteriormente com a multiplicação dos três índices anteriores obtemos o índice de risco igual 48, que não é muito grave, porem não se deve fazer descaso dessa situação e implementar rapidamente as ações corretivas como adequar a NR-18, que cita que a forração do andaime tem que ser completa. Já na segunda possível falha, que é a queda do trabalhador do andaime pode ser causada pela falta de guarda corpo, rodapé e/ou amarração e ancoragem em local fixo que ocasionará a queda de nível colaborador que terá o índice (O) igual 5 e como a situação anterior vai trazer uma incapacidade temporária sem afastamento com índice de severidade (S) igual a 4 , que pode ser justificada pela altura moderada do andaime, também será de fácil detecção , sendo apenas o visual necessário , novamente tendo o índice (D) igual a 2 e consequentemente o índice de risco igual a 40, que mais uma vez para correção das possíveis falhas é adequação as normas, pois um andaime deve possuir guarda corpo e rodapé , como também o andaime deve estar devidamente amarrado e ancorado conforme as NRs. Além disso, uma causa da queda do colaborador que não foi mencionado é falta de treinamento, que o meio de detecção é um pouco complexo chegando ao índice (D) igual 5, pois é check list, devido isso que o índice de risco é maior que os anteriores chegando a 100 e sua correção é apenas com o treinamento dos operários.













Tabela 2 – Referente às figuras 2 e 3 em situações de risco em andaime
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
Apesar de o processo ser o mesmo da tabela anterior, todavia é mais perigoso, como é confirmado no índice de risco mais elevado que a tabela 1, chegando a 175, mesmo que apresente identicamente as causas básicas das falhas como: forragem incompleta dos andaimes; ausência do guarda-corpo e rodapé, a altura é mais elevada e consequentemente oferecendo mais riscos. Nota-se que as naturezas de ocorrências e formas de detecção são mesmas que da tabela anterior, portanto obtendo os mesmo índices de (O) e (D), porém o que chama atenção para esse processo é alta nos índices de severidade (S), porque como foi mencionado o trabalho está sendo realizado em uma altura bastante considerável. Os índices de severidade (S) quando o trabalhador cair de nível mais alto para um baixo nesse processo, em todas as causas os efeitos que podem acontecer são incapacidade permanente parcial, com índice(S) igual 7, o que é bastante preocupante. Em uma severidade ainda maior estar quando ocorrer apenas a queda material do andaime nessa altura, que associado com a gravidade vai gerar um impacto muito grande caso atinja alguém embaixo, podendo ocasionar na pior das hipóteses a morte, justificando o índice máximo de severidade igual a 10. Portanto como a maioria dessas inconformidades podem ser vista apenas com visual, a ação deve ser imediatamente e colocar o andaime conforme as NRs.

Tabela 3- Serviços de telhado das figuras 4 e 5.
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
No presente serviço de telhado pode acontecer à queda do trabalhador causada pela falta do cabo guia de aço ou dispositivo contra queda, que são exigidos pelas NRs, como também o trabalhador sem treinamento pode gerar a queda de diferente nível. Ambas as situações possuem a mesma natureza de ocorrência, portanto tendo o mesmo índice (O) que é igual 5, podendo acarretar em uma incapacidade temporária curta com índice de severidade (S) igual 5 e o meio de detecção das duas possíveis falhas acontecem através de check list, que possui o índice (D) igual 5 , por fim o índice de risco de ambas chegam a 125, as soluções corretivas são o uso de equipamentos contra queda e a realização de treinamento com colaboradores, respectivamente.
Outro possível acidente no processo é a queda de material ocasionado por duas possíveis causas nas ações da tabela 3 , que são o transporte e armazenagem inadequada das telhas , que com a queda delas pode atingir alguém , que receberá o impacto desse material , tendo o índice (O) igual a 6 e em consequência gerar uma incapacidade temporária longa , possuindo o índice de severidade igual a 6, por outro lado meio de detecção dessas possíveis falhas é o visual , que é igual 1, por fim temos que o índice de risco para ambas causas é de 36. As NRs mencionam quando se faz esses tipos de serviços mencionados, deve-se isolar a área e sinalizar a mesma, o transporte deve ser de maneira adequada para não ocorrer risco de queda material e preservar a saúde do colaborador e sobre estrutura que não foi projetada para receber aquela carga pontual (telhas armazenadas em um ponto), elas devem ser armazenadas em local apropriado ou em menor quantidade.
Na tabela temos o uso da serrar circular sem o uso do EPI, no caso a luva, que poderia evitar um possível corte ou algo mais grave, a natureza de ocorrência de abrasão possui o índice (O) igual a 3, porem pode gerar uma incapacidade permanente ou parcial com índice severidade (S) igual a 7, por outra tem um detecção fácil , pois é visual com índice (D) igual 1 , consequentemente tendo seu índice de risco igual a 21, não é um índice alto, mas deve-se exigir em uma obra o uso de EPI’s e os fiscalizar. As NRs cita que os serviços de carpintaria devem ser feitos em lugares próprios, o que não é visto no processo estudado, pelo contrario um ato totalmente inseguro realizado em altura sem EPI contra queda, que ele pode vim a cair com a maquina sofrendo um impacto (de uma maquina cortante) dela, essa natureza de ocorrência seria de índice (O) igual 6 podendo ocasionar uma incapacidade permanente total com índice de severidade igual a 8 , a detecção seria check list, pois seria pela visualização do trabalho em local inapropriado e falta do EPI contra queda, ficando com índice (D) igual 5 e consequentemente tendo um índice de risco igual 240, um serviço que nem deveria começar a ser feito nesse local e quando for visto parado imediatamente . Outra possível situação estudada seria apenas a queda da maquina, vista apenas com um ato irresponsável que iria gerar um impacto de uma maquina cortante em quem estivesse embaixo no local, natureza de ocorrência também igual 6 causando uma incapacidade permanente parcial de índice de severidade (S) igual 7, que poderia ter sua detecção apenas visual, de índice (D) igual l, pois é um serviço em um local inadequado.





Tabela 5- Aplicação do FMEA na utilização da escada.
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
A quebra da escada pode ser ocasionada devido à falta de resistência do material, pois geralmente pegam qualquer sobra de madeiras e fabricam a escada, chegando ao um índice de risco de 250 e a falta de métodos de avaliação para detecção, fazendo com que o índice chegue a 10, contribui bastante para esse elevado RPN, portanto precisa ser revisto urgentemente uma maneira de avaliação da resistência das escadas. Ocorrendo a ruptura do material acarretaria a queda do colaborador provocando desde lesões leves e recuperáveis até lesões definitivas como amputações ou perda de movimentos, com possibilidade, ainda que remota, de lesões fatais. Porém a detecção dessa possível falha é complicada, portanto se faz necessário à fabricação dessa escada com um material de qualidade e certificado, fazer sempre uma inspeção da mesma e também armazenar em local adequado afim de não provocar um desgaste precoce do material.
Muitas quedas através de escada acontecem por falta de instabilidade que apresentar o segundo maior índice de risco, chegando a 125, porque na maioria das vezes ela é apoiada em locais impróprios como é visto na figura 6, que está em solo e, além disso, úmido, podendo acontecer em uma desagradável possibilidade um deslocamento ou recalque da escada, ocasionando a queda do trabalhador provocando de lesões recuperáveis a permanentes. Vale mencionar que a escolha do tipo da escada inadequada para o serviço pode também ocasionar a queda, pois é não será instável para o local ou serviço onde será executado o processo.

Conclusão

A utilização do FMEA para questões de segurança na construção civil ainda é escasso, todavia, estudo realizado por CAVAIGNAC & FORTE (2018) foi abordado à mesma temática, como também foi encontrado as mesmas inconformidades com as NRs, principalmente relacionadas à EPI’s, andaimes e escadas em obras de pequeno porte. Portanto com a realização do nosso trabalho realizado em uma obra de médio porte podemos concluir os mesmo vícios errôneos que divergem com as NR’s foram detectados nas mesmas atividades, ou seja, podemos pressupor que também poderá ser encontrado em obras de grande porte. Entendemos então que as questões de segurança na construção civil precisam ser revista ou ate mesmo incentivada, porém também existe a falta de uma fiscalização e treinamentos rigorosos.
Percebemos também nesse artigo, que a execução de serviços em locais inapropriados, como no caso da carpintaria, que com a utilização da serra circular, uma ferramenta cortante, apresentou um índice risco alto, principalmente o uso negligente do trabalho realizado em altura no telhado, podendo ocorrer na pior das hipóteses uma fatalidade. O que também é bastante preocupante, é que os serviços em telhado são efeitos rotineiramentede maneira incorreta relacionada a segurança, tanto em empresas como no trabalhos informais.

REFERENCIAS

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Citações
O método empregado pelas Normas APAe? autor-data, isto e?, o sobrenome do autor e o ano de publicação. O texto deve ser documentado citando o autor e a data de publicação dos trabalhos pesquisados e consultados. Todos os autores citados no texto, e apenas eles, devem estar presentes nas referências com as informações completas. Este procedimento e? obrigatório.A lista de referências completa deve ser apresentada no final do texto e por ordem alfabética pelo sobrenome do primeiro autor. Devem ser justificadas, editadas com espaçamento 1,5 entre linhas, sem afastamento anterior e 6pt posterior entre parágrafos. Seguir orientações: http://www.anpad.org.br/rac/rac_guia_apa.pdf
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Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Utilização de andaime Queda do material do andaime Falta de forração completa do andaime Impacto sofrido 6 Incapacidade temporária sem afastamento 4 Visual 2 48 Adequação do andaime as normas
Queda do trabalhador do andaime Ausência de guarda-corpo e rodapé Queda de diferente nível 5 4 Visual 2 40
Ausência de amarração e ancoragem do andaime em local fixo Queda de diferente nível 5 4 Visual 2 40
Trabalhadores sem treinamento Queda de diferente nível 5 4 Check list 5 100 Realizar treinamento

Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Utilização de andaime Queda do material do andaime Falta de forração completa do andaime Impacto sofrido 6 Morte dos não envolvidos do processo 10 Visual 2 120 Adequação do andaime as normas
Queda do trabalhador do andaime Ausência de guarda-corpo e rodapé Queda de diferente nível 5 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 2 70
Ausência de amarração e ancoragem do andaime em local fixo Queda de diferente nível 5 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 2 70
Trabalhadores sem treinamento Queda de diferente nível 5 Incapacidade permanente parcial 7 Check list 5 175 Realizar treinamento

Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Serviços de Telhado Queda do trabalhador Falta do cabo guia ou dispositivo contra queda Queda de diferente nível 5 Incapacidade temporária curta 5 Check list 5 125 Uso do equipamento contra queda
Trabalhadores sem treinamento Queda de diferente nível 5 Incapacidade temporária curta 5 Check list 5 125 Realizar treinamento
Queda do material (telhas) Transporte irregular das telhas Impacto sofrido 6 Incapacidade temporária longa 6 Visual 1 36 Uso de equipamento adequado para transporte
Armazenagem inadequada das telhas Impacto sofrido 6 Incapacidade temporária longa 6 Visual 1 36 Evitar local inadequado
Corte com a serra circular Ausência de EPI's Atrito ou abrasão 3 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 1 21 Conscientizar os trabalhadores sobre o seu uso; exigir o uso; fiscalizar o uso dos EPI's e local proprio para serviço de carpintaria
Queda do trabalhador com a maquina Ausência de EPI's / Ato inseguro Impacto sofrido 6 Incapacidade permanente total 8 Check list 5 240
Queda apenas da serra circular Ato inseguro Impacto sofrido 6 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 1 42

Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Utilização da escada Quebra da escada Falta resistência do material Queda com diferença de nível 5 Incapacidade temporária com afastamento curto 5 Ausência de métodos de avaliação 10 250 troca da escada
Queda do colaborador da escada Falta de estabilidade 5 5 Check list 5 125
Tipo inadequado 5 5 5 125
Falta de habilidade do usuário 5 5 5 125 Realizar treinamento


Arquivo de entrada: Manuscrito com tabelas.docx (4767 termos)
Arquivo encontrado: http://asq.org/public/improving-efficiency-and-effectiveness-of-FEMA-studies.pdf (2590 termos)

Termos comuns: 3
Similaridade: 0,04%

O texto abaixo é o conteúdo do documento
 "Manuscrito com tabelas.docx".
Os termos em vermelho foram encontrados no documento
 "http://asq.org/public/improving-efficiency-and-effectiveness-of-FEMA-studies.pdf".


PRIORIZAÇÃO DE RISCO EM OBRA DE MÉDIO PORTE ATRAVÉS DA UTILIZAÇÃO DO FMEA: UMA FERRAMENTA DE MELHORIA PARA SEGURANÇA DO TRABALHO EM ALTURA
RISK PRIORIZATION IN A MEDIUM-SIZED WORK THROUGH FMEA: AN IMPROVEMENT TOOL FOR SAFETY WORK AT HEIGHT
Gustavo Pires do Nascimento Jorge1&André Luís de Oliveira Cavaignac 2

1 2 3Departamento de Engenharias e Tecnologia do Centro Universitário Norte do Espírito Santo da Universidade
Federal do Espírito Santo, Rodovia BR 101 Norte, Km. 60, Bairro Litorâneo, CEP 29932-540, São Mateus.*revistabjpe@gmail.com


Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Vol. X, N.º Y, p. aa-bb. (ano). Editora CEUNES/DETEC.
Disponível em: http://periodicos.ufes.br/BJPE
Brazilian Journal of Production Engeneering, São Mateus, Vol. X, N.º Y, p. aa-bb. (ano). Editora CEUNES/DETEC.
Disponível em: http://periodicos.ufes.br/BJPE
Esta obra está licenciada com uma Licença CreativeCommons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Editora UFES/CEUNES/DETEC.
ARTIGO INFO.
Recebido em:
Aprovado em:
Disponibilizado em:
Palavras-chave:
FastFormat; ABNT; artigos científicos; formatação automática.
Keywords:
FastFormat; ABNT; scientific articles;

*Autor Correspondente: Revista BJPE

RESUMO
Visto que na atualidade a engenharia civil movimenta a economia de maneira direta, com isso mais empregos são gerados em buscar de maior qualidade, todavia a segurança dos trabalhadores quase sempre é negligenciada e em consequência disso acidentes de todo tipo de gravidade. No presente trabalho foi feito abordagem da aplicação da ferramenta FMEA (failure mode and effects analysis) em uma obra de médio porte situada na cidade de Imperatriz-MA. Primeiramente no trabalho foi realizado um levantamento fotográfico na obra das inconformidades com as NRs, depois enumerado os principais riscos aos trabalhadores e baseado nos dados adquiridos foram feito a priorização de risco com ajuda do FMEA. Foi observado no trabalho que boa parte das inconformidades pode ser de fácil detecção, o que leva a conclusão do desconhecimento das normas ou simplesmente descaso.





ABSTRACT
Since civil engineering currently moves the economy in a direct way, with this more jobs are generated in pursuit of higher quality, yet the safety of workers is almost always neglected and as a consequence of this accidents of all kinds of gravity. In the present work, the application of the FMEA (failure mode and effects analysis) tool was applied in a medium-sized work located in the city of Imperatriz-MA. Firstly, a photographic survey was carried out in the work of the nonconformities with the NRs, then listed the main risks to the workers and based on the data acquired, the risk prioritization was done with the help of the FMEA. It was observed in the work that a great part of the nonconformities can be of easy detection, which leads to the conclusion of the ignorance of the norms or simply negligence.




















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Citação (APA):SECCHIM, A. B., FREITAS, R. R. de, & GONCALVES, W. (2018). Mapeamento e análise bibliométrica da utilização da análise envoltória de dados (DEA) em estudos de engenharia de produção. BrazilianJournalofProductionEngineering, 4(1): 116-128.







Introdução
Tradicionalmente, a construção civil é um setor de grande importância para qualquer economia, pois gera empregos diretos e indiretos. Além disso, sua amplitude com a diversidade de tipos de mão de obra e a ausência de restrições para recrutamento de empregados também contribui a situação do risco ao colaborador (TAKAHASHI, 2012). Neste sentido, Santana e Oliveira (2004) relatam que os trabalhadores da construção civil convivem em situações precárias de trabalho quando comparados com outros trabalhadores de outros setores. A situação dos trabalhadores da construção civil na maioria dos casos se assemelha a realidade vivida pelos os trabalhadores informais – aqueles que trabalham sem contratos assinados ou sob a regulamentação da CLT – consolidação das leis trabalhistas.
Nos últimos anos foi verificado um aumento no número de acidentes e até mesmo a morte de trabalhadores na construção civil em todo o país, principalmente por soterramento, choque elétrico e a queda em conseqüência do trabalho em altura (MENDES, 2013). Os trabalhos executados em altura, em especial, proporcionam uma grande exposição ao trabalhador de variados tipos de risco. Principalmente devido à diversidade de situações da atividade, como trabalhos com andaimes, trabalhos com escadas, trabalhos em telhados, entre outros. (CARLOS, 2015).
As quedas que ocorrem em trabalhos em altura foram responsáveis por 25% dos acidentes no setor da construção civil no Rio Grande do Sul em 1996 e 1997, levando em conta os fatais e não fatais. No Rio de Janeiro entre os anos de 1997 e 2001, as quedas com diferença de níveis foram apontadas como a principal causa de acidentes fatais na construção civil, responsável 33%. Já na indústria inglesa, em altura são responsáveis por 52% dos acidentes fatais (DORS et al., 2011).
Em 2012 o governo sancionou a NR-35 (Norma Regulamentadora nº 35 da Portaria 3.214 de oito de junho de 1978 do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE), definindo o trabalho em altura e seus aspectos de segurança realizados acima de dois metros do nível do piso. A norma também apresenta técnicas para treinamentos, planejamento, capacitação e várias outras com finalidade de reduzir o risco de acidentes (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2012).
A NR-35 (Trabalho em altura) esta relacionada com NR-6 (Equipamentos de proteção individual) e a NR-18 (Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção). Devido a isso, sempre que possível devem ser feito uma revisão dessas Normas Regulamentadoras em atividades voltadas à construção civil para se evitar situações de falha (FRAGA, 2016).
Para Rausand e Oien (1996), a falha está diretamente ligada com conceito de confiabilidade, sendo a definição de falha, o termino da capacidade de um item para o desempenho de uma função requerida. A qualidade de uma analise de confiabilidade depende da identificação de todas as funções desempenhadas pelos componentes e suas possíveis falhas com seu potencial de ocorrência. Com a conscientização dos consumidores, que não priorizam o produto apenas pelo preço, a qualidade tornou-se indispensável. Porem, as empresas falham quando não relacionam os seus objetivos, ou seja, a qualidade com o programa de ergonomia e segurança eficiente (GROHMANN, 1997).
Para se evitar um risco de acidente ou incidente que pode acarretar em lesões corporais até tragédia fatal, é exigido um planejamento detalhado de todos os processos e recursos da obra, desde a qualificação do trabalhador até a manutenção dos equipamentos (MENDES, 2013). Além disso, para diminuir o risco que os operários são submetidos, é essencial a aplicação de ferramentas de gerenciamento de risco laboral (SALIBA, 2018).
O FMEA (Failure Mode and Effects Analysis) é considerado uma importante ferramenta para análise de falhas. Através do uso de três fatores quantitativos - ocorrência (O), detecção (D) e severidade (S), é realizada uma classificação segundo os graus de importância, de acordo com risco potencial, representado no FMEA através do RPN (Risk Priority Number) (STAMATIS, 2003).
A severidade (S) é a hierarquização que aponta a gravidade de uma potencial falha, medida de 1 a 10, que vai de consequências sem danos ate danos trágicos ou irreparáveis. A detecção (D) quantifica a dificuldade de um possível cenário de falha ser identificado antes que a mesma ocorra, partindo da certeza de detecção, com índice 1, até a impossibilidade de detecção, com índice 10. Já a ocorrência (O) é a aproximação da freqüência ou probabilidade do acontecimento do modo de falha. O método mais aconselhável para determinar o seu valor, é através da utilização de dados reais do processo, porém, na falta de dados anteriores para avaliação, podem ser atribuídos escalas qualitativas baseado na experiência dos operadores (MCDERMOTT, et al., 2009).
Existem dificuldades na aplicação do FMEA devido à inconsistência dos valores de riscos obtidos, dependência de dados recolhidos através das experiências dos colaboradores e da exigência de tempo para a implementação da ferramenta (LAURENTI, et al., 2012). Essas dificuldades também foram relatadas na aplicação do FMEA em segurança ocupacional na construção civil (CAVAIGNAC & FORTE, 2018).
Para reduzir a dificuldade da aplicação e contribuir com a difusão do uso do FMEA em segurança ocupacional, Cavaignac & Uchoa, (2018), em um estudo recente, propuseram tabelas de referência para a correlação de cada índice (S), (O) e (D), com situações qualitativas reais em campo. A partir desta tabela, cada situação observada e classificada qualitativamente é rapidamente relacionada com o índice quantitativo, obedecendo a interpretação de evolução do melhor cenário ao pior cenário, partindo do índice 1 ao índice 10. A tabela 1 abaixo mostra a correlação entre a observação qualitativa com os índices numéricos.
Tabela 1- Tabela de referência de índices de severidade (S), ocorrência (O) e detecção (D)

Fonte: CAVAIGNAC & UCHOA, 2018. Adaptado.

Neste sentido, o presente trabalho tem como objetivo a análise da situação de risco laboral que os colaboradores de obras de médio porte estão expostos, em especial nas funções realizadas em altura. Para tal análise, será utilizada a ferramenta FMEA, que oferece um modo efetivo de priorização dos riscos através de uma análise quantitativa.

METODOLOGIA
O trabalho foi baseado em um estudo de caso em uma obra na construção civil de médio porte, situada no munícipio de Imperatriz no estado do Maranhão. A obra era de múltiplas casas de habitação popular, em total de 309 casas. Na ocasião a obra se encontrava na cobertura dos telhados das casas e do salão de festa, onde existia varias frentes de serviços no mesmo tempo, com cerca de 200 funcionários. Foram registradas in loco as observações e depoimentos dos colaboradores em trabalhos feitos em altura, posteriormente foi realizado o levantamento de dados para a aplicação do FMEA em quatro momentos críticos em riscos ocupacionais: utilização de escadas, utilização de andaime, colocação da estrutura de telhado e as telhas, utilização de EPI’s.
Foram realizados registros fotográficos dos processos realizados e foi criada uma discussão em relação a adequações e inadequações às normas regulamentadoras aplicáveis nas situações. Posteriormente a partir da verificação desses dados das possíveis falhas e aplicadas no FMEA.Por ultimo foram feitas tabelas de FMEA para cada processo incluindo um modo de falha, causas, efeitos, métodos de detecção, ações corretivas e a obtenção do RPN. Com isso foi concebível fazer as comparações, preferindo os momentos com maior índice de risco e os que necessitam de corretivas imediatas, produzindo um plano de ações corretivas. A Figura 1 mostra o fluxograma com as etapas de execução da pesquisa.
Figura 1. Fluxograma das etapas de execução da pesquisa

Fonte: CAVAIGNAC & FORTE (2018), adaptado.

NÃO-CONFORMIDADES OBSERVADAS NAS OBRAS

A seguir nas observações feitas na obra, que foram registradas em fotografias, se percebem divergências em relação às NRs, e foram observadas constantemente inconformidades in loco no canteiro. Além disso, o que era mencionado pelos trabalhadores complementava as imagens das fotografias, mostrando situações de risco. As divergências nas NRs podem ser observadas nas figuras de 1 a 6, onde é importante mencionar também que, em algumas situações, os próprios operários se colocam em situações de riscos através de comportamentos inseguros. A seguir, as figuras de 1 a 6 registradas durante a observação in loco, seguida da discussão sobre cada situação encontrada.

Figura 1 – Registro das divergências relacionada à segurança, observadas no trabalhador e no ambiente de trabalho, sendo a falta de (1) capacete; (2) dispositivo de segurança contra queda; (3) piso de forração do andaime incompleto; (4) guarda corpo e rodapé; além do (5) risco de queda de material ou ferramenta.
Fonte: Autores, 2019

Figura 2- Trabalhador com inconformidades no local de trabalho: (1) ancoragem irregular; (2) piso de forração do andaime incompleto; (3) falta de guarda corpo e rodapé; e (4) risco de queda de material ou ferramenta.

Fonte: Autores, 2019.

Figura 3 – Andaime da figura 2 apoiado de maneira irregular.

Fonte: Autores, 2019
Figura 4 – Trabalhador em situaçao de risco por falta do : (1) uso de luvas; (2) dispositivo de segurança contra queda; (3) cabo-guia de aço; (4) sinalização e isolamento da área; (5) local adequado para serviço de carpitaria.


Fonte: Autores, 2019.

Figura 5- Há inconformidades graves em relação às NRs na colação das telhas, como falta do (1) dispositivo de segurança contra queda; (2) cabo-guia de aço; (3) sinalização e isolamento da área; além de (4) transporte inadequado do material; (5) local inadequado para armazenagem/espera do material;(6) falta do capacete.

Fonte: Autores, 2019.
Figura 6 – Registro de situações que estão em inconformidade com as Nrs: (1) escada não apoiada em piso resistente; (2) escada situada nas proximidades de portas ou áreas de circulação; (3) escada colocada em lugar com risco de queda de objetos ou materiais; (4) Construída com madeira de má qualidade; (5) andaime com ausência de dispositivo de segurança contra queda; (6) piso de forração do andaime incompleto; (7) ausência de guarda corpo e rodapé.

Fonte: Autores, 2019.
Nas figuras de 1 a 6 é observado o trabalho em altura realizado de maneira irregular, visto que em quase todas as imagens a falta do uso dos dispositivos de segurança contra queda – mostrando descaso em relação Nr 35 – e quando foi usado, sua ancoragem foi colocada de maneira irregular. Além disso, a ausência dos guarda-corpos e rodapés principalmente nos andaimes fere as NRs 18 e 35, visto a que são indispensáveis para prevenir o risco de queda tanto do operário ocasionando uma lesão ou fatalidade como também de alguma ferramenta ou material atinja algum outro funcionário no nível abaixo. Soma-se a isso o fato de que a área não esta devidamente sinalizada e isolada conforme a Nr 18. Nas Figuras 2 e 3 o andaime está apoiado de formar irregular, onde deviria ser apoiados sobre superfície plana, que resista a seus esforços e permita a sua segura movimentação através de rodízios.
O uso dos EPI’s é de uso obrigatório e cabe o empregador o fornecimento com Certificado de Aprovação (CA) de acordo com NR 6, mesmo assim, ainda é um tema que precisa ser debatido, pois como foi visto nas figuras 1, 4 e 5, é recorrente a não utilização dos mesmos. A utilização do capacete tem como finalidade a proteção contra impactos de objetos sobre o crânio, contra choques elétricos, além do crânio a face contra fontes geradoras de calor coincidente com NR 6. Também mencionado pela mesma norma é indispensável o uso da luva de segurança para proteção das mãos contra agentes cortantes e perfurantes.
Já figura 4 se observa a execução de uma tarefa de carpintaria em lugar totalmente impróprio, com uso de uma serra circular. De acordo com a NR 18, o serviço de carpintaria deveria ser em um local dotado de mesa estável, com fechamento de suas faces inferiores, anterior e posterior, construída em madeira resistente e de primeira qualidade, material metálico ou similar de resistência equivalente, sem irregularidades, com dimensionamento suficiente para a execução das tarefas e também terem piso resistente, nivelado e antiderrapante, com cobertura capaz de proteger os trabalhadores contra quedas de materiais e intempéries.
Já figura 5 mostra um trabalho bastante freqüente em obra - que quase sempre se passa despercebido: a execução de telhamento da cobertura. Neste serviço é encontrado um conjunto de inconformidades em relação à NR 6, 18 e 35. Pode-se citar, por exemplo: a falta de uso de capacete; transporte impróprio das telhas; ausência de sinalização e isolamento do local; e armazenamento impróprio das telhas sobre a estrutura de suporte do telhado. Soma-se a isso a falta da instalação de cabo guia ou cabo de segurança para fixação de mecanismo de ligação por talabarte acoplado ao cinto de segurança tipo paraquedista e a falta de equipamentos de transporte vertical de materiais, que devem ser projetados, dimensionados e especificados tecnicamente por profissional legalmente habilitado.
Na figura 6 podemos ver inconformidades em relação à NR 18 no que diz respeito a utilização de escadas de mão. Por ter seu uso em diversas atividades rotineiras, os riscos são negligenciados – como observado na imagem. A escada esta apoiada em solo úmido, sem o nivelamento adequado e também na proximidade de porta e janelas. Além disso, há o risco de queda de material em local onde tem o fluxo de entrada e saída - e no caso da figura outro operário trabalhando um nível abaixo no andaime. Em relação ao material, não aparenta ser de boa qualidade, pois se observa uma não uniformidade dos componentes e espessura mais fina na ponta de apoio da escada. Também como já observado nas figuras anteriores a falta do uso do cinto de paraquedas e todo o sistema de ancoragem e dos guarda-corpos e rodapés nos andaimes.

Aplicação do FMEA

O FMEA é caracterizado por medidas com finalidade de antecipar futuros problemas, necessidades ou mudanças no decorrer dos processos na obra (PALADY, 1997). Nas tabelas de 1 a 5 estão contidas as informações obtidas a partir da aplicação do FMEA, analisando os processos e identificando as causas da falha, natureza da ocorrência, efeitos, meio de detecção e ações corretivas. Cada causa da falha ao final obteve um RPN, a partir da multiplicação das três variáveis (Ocorrência, Severidade e Detecção), sendo estas três variáveis retiradas da tabela de referência proposta por Cavaignac & Uchoa, 2018. A abordagem sobre as seis tabelas adquiridas vem a seguir:

Tabela 1 – Uso da ferramenta FMEA sobre a utilização de andaime
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
O processo estudado na tabela 1 foi a utilização de andaime, podendo apresentar o modo de falha com a queda do material do andaime ou a queda do trabalhador do andaime, na primeira situação é ocasionada pela forração incompleta do andaime, que consequentemente alguma ferramenta ou material poderá cair para o nível mais baixo e atingir algum outro colaborador sofrendo um impacto, que tem o índice (O) igual a 6, todavia acarretará apenas incapacidade temporária sem afastamento com índice de severidade (S) igual a 4, podemos detectar esse tipo inconformidade na obra apenas pelo meio visual , adquirindo o índice (D) igual a 2, posteriormente com a multiplicação dos três índices anteriores obtemos o índice de risco igual 48, que não é muito grave, porem não se deve fazer descaso dessa situação e implementar rapidamente as ações corretivas como adequar a NR-18, que cita que a forração do andaime tem que ser completa. Já na segunda possível falha, que é a queda do trabalhador do andaime pode ser causada pela falta de guarda corpo, rodapé e/ou amarração e ancoragem em local fixo que ocasionará a queda de nível colaborador que terá o índice (O) igual 5 e como a situação anterior vai trazer uma incapacidade temporária sem afastamento com índice de severidade (S) igual a 4 , que pode ser justificada pela altura moderada do andaime, também será de fácil detecção , sendo apenas o visual necessário , novamente tendo o índice (D) igual a 2 e consequentemente o índice de risco igual a 40, que mais uma vez para correção das possíveis falhas é adequação as normas, pois um andaime deve possuir guarda corpo e rodapé , como também o andaime deve estar devidamente amarrado e ancorado conforme as NRs. Além disso, uma causa da queda do colaborador que não foi mencionado é falta de treinamento, que o meio de detecção é um pouco complexo chegando ao índice (D) igual 5, pois é check list, devido isso que o índice de risco é maior que os anteriores chegando a 100 e sua correção é apenas com o treinamento dos operários.













Tabela 2 – Referente às figuras 2 e 3 em situações de risco em andaime
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
Apesar de o processo ser o mesmo da tabela anterior, todavia é mais perigoso, como é confirmado no índice de risco mais elevado que a tabela 1, chegando a 175, mesmo que apresente identicamente as causas básicas das falhas como: forragem incompleta dos andaimes; ausência do guarda-corpo e rodapé, a altura é mais elevada e consequentemente oferecendo mais riscos. Nota-se que as naturezas de ocorrências e formas de detecção são mesmas que da tabela anterior, portanto obtendo os mesmo índices de (O) e (D), porém o que chama atenção para esse processo é alta nos índices de severidade (S), porque como foi mencionado o trabalho está sendo realizado em uma altura bastante considerável. Os índices de severidade (S) quando o trabalhador cair de nível mais alto para um baixo nesse processo, em todas as causas os efeitos que podem acontecer são incapacidade permanente parcial, com índice(S) igual 7, o que é bastante preocupante. Em uma severidade ainda maior estar quando ocorrer apenas a queda material do andaime nessa altura, que associado com a gravidade vai gerar um impacto muito grande caso atinja alguém embaixo, podendo ocasionar na pior das hipóteses a morte, justificando o índice máximo de severidade igual a 10. Portanto como a maioria dessas inconformidades podem ser vista apenas com visual, a ação deve ser imediatamente e colocar o andaime conforme as NRs.

Tabela 3- Serviços de telhado das figuras 4 e 5.
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
No presente serviço de telhado pode acontecer à queda do trabalhador causada pela falta do cabo guia de aço ou dispositivo contra queda, que são exigidos pelas NRs, como também o trabalhador sem treinamento pode gerar a queda de diferente nível. Ambas as situações possuem a mesma natureza de ocorrência, portanto tendo o mesmo índice (O) que é igual 5, podendo acarretar em uma incapacidade temporária curta com índice de severidade (S) igual 5 e o meio de detecção das duas possíveis falhas acontecem através de check list, que possui o índice (D) igual 5 , por fim o índice de risco de ambas chegam a 125, as soluções corretivas são o uso de equipamentos contra queda e a realização de treinamento com colaboradores, respectivamente.
Outro possível acidente no processo é a queda de material ocasionado por duas possíveis causas nas ações da tabela 3 , que são o transporte e armazenagem inadequada das telhas , que com a queda delas pode atingir alguém , que receberá o impacto desse material , tendo o índice (O) igual a 6 e em consequência gerar uma incapacidade temporária longa , possuindo o índice de severidade igual a 6, por outro lado meio de detecção dessas possíveis falhas é o visual , que é igual 1, por fim temos que o índice de risco para ambas causas é de 36. As NRs mencionam quando se faz esses tipos de serviços mencionados, deve-se isolar a área e sinalizar a mesma, o transporte deve ser de maneira adequada para não ocorrer risco de queda material e preservar a saúde do colaborador e sobre estrutura que não foi projetada para receber aquela carga pontual (telhas armazenadas em um ponto), elas devem ser armazenadas em local apropriado ou em menor quantidade.
Na tabela temos o uso da serrar circular sem o uso do EPI, no caso a luva, que poderia evitar um possível corte ou algo mais grave, a natureza de ocorrência de abrasão possui o índice (O) igual a 3, porem pode gerar uma incapacidade permanente ou parcial com índice severidade (S) igual a 7, por outra tem um detecção fácil , pois é visual com índice (D) igual 1 , consequentemente tendo seu índice de risco igual a 21, não é um índice alto, mas deve-se exigir em uma obra o uso de EPI’s e os fiscalizar. As NRs cita que os serviços de carpintaria devem ser feitos em lugares próprios, o que não é visto no processo estudado, pelo contrario um ato totalmente inseguro realizado em altura sem EPI contra queda, que ele pode vim a cair com a maquina sofrendo um impacto (de uma maquina cortante) dela, essa natureza de ocorrência seria de índice (O) igual 6 podendo ocasionar uma incapacidade permanente total com índice de severidade igual a 8 , a detecção seria check list, pois seria pela visualização do trabalho em local inapropriado e falta do EPI contra queda, ficando com índice (D) igual 5 e consequentemente tendo um índice de risco igual 240, um serviço que nem deveria começar a ser feito nesse local e quando for visto parado imediatamente . Outra possível situação estudada seria apenas a queda da maquina, vista apenas com um ato irresponsável que iria gerar um impacto de uma maquina cortante em quem estivesse embaixo no local, natureza de ocorrência também igual 6 causando uma incapacidade permanente parcial de índice de severidade (S) igual 7, que poderia ter sua detecção apenas visual, de índice (D) igual l, pois é um serviço em um local inadequado.





Tabela 5- Aplicação do FMEA na utilização da escada.
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
A quebra da escada pode ser ocasionada devido à falta de resistência do material, pois geralmente pegam qualquer sobra de madeiras e fabricam a escada, chegando ao um índice de risco de 250 e a falta de métodos de avaliação para detecção, fazendo com que o índice chegue a 10, contribui bastante para esse elevado RPN, portanto precisa ser revisto urgentemente uma maneira de avaliação da resistência das escadas. Ocorrendo a ruptura do material acarretaria a queda do colaborador provocando desde lesões leves e recuperáveis até lesões definitivas como amputações ou perda de movimentos, com possibilidade, ainda que remota, de lesões fatais. Porém a detecção dessa possível falha é complicada, portanto se faz necessário à fabricação dessa escada com um material de qualidade e certificado, fazer sempre uma inspeção da mesma e também armazenar em local adequado afim de não provocar um desgaste precoce do material.
Muitas quedas através de escada acontecem por falta de instabilidade que apresentar o segundo maior índice de risco, chegando a 125, porque na maioria das vezes ela é apoiada em locais impróprios como é visto na figura 6, que está em solo e, além disso, úmido, podendo acontecer em uma desagradável possibilidade um deslocamento ou recalque da escada, ocasionando a queda do trabalhador provocando de lesões recuperáveis a permanentes. Vale mencionar que a escolha do tipo da escada inadequada para o serviço pode também ocasionar a queda, pois é não será instável para o local ou serviço onde será executado o processo.

Conclusão

A utilização do FMEA para questões de segurança na construção civil ainda é escasso, todavia, estudo realizado por CAVAIGNAC & FORTE (2018) foi abordado à mesma temática, como também foi encontrado as mesmas inconformidades com as NRs, principalmente relacionadas à EPI’s, andaimes e escadas em obras de pequeno porte. Portanto com a realização do nosso trabalho realizado em uma obra de médio porte podemos concluir os mesmo vícios errôneos que divergem com as NR’s foram detectados nas mesmas atividades, ou seja, podemos pressupor que também poderá ser encontrado em obras de grande porte. Entendemos então que as questões de segurança na construção civil precisam ser revista ou ate mesmo incentivada, porém também existe a falta de uma fiscalização e treinamentos rigorosos.
Percebemos também nesse artigo, que a execução de serviços em locais inapropriados, como no caso da carpintaria, que com a utilização da serra circular, uma ferramenta cortante, apresentou um índice risco alto, principalmente o uso negligente do trabalho realizado em altura no telhado, podendo ocorrer na pior das hipóteses uma fatalidade. O que também é bastante preocupante, é que os serviços em telhado são efeitos rotineiramentede maneira incorreta relacionada a segurança, tanto em empresas como no trabalhos informais.

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Citações
O método empregado pelas Normas APAe? autor-data, isto e?, o sobrenome do autor e o ano de publicação. O texto deve ser documentado citando o autor e a data de publicação dos trabalhos pesquisados e consultados. Todos os autores citados no texto, e apenas eles, devem estar presentes nas referências com as informações completas. Este procedimento e? obrigatório.A lista de referências completa deve ser apresentada no final do texto e por ordem alfabética pelo sobrenome do primeiro autor. Devem ser justificadas, editadas com espaçamento 1,5 entre linhas, sem afastamento anterior e 6pt posterior entre parágrafos. Seguir orientações: http://www.anpad.org.br/rac/rac_guia_apa.pdf
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Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Utilização de andaime Queda do material do andaime Falta de forração completa do andaime Impacto sofrido 6 Incapacidade temporária sem afastamento 4 Visual 2 48 Adequação do andaime as normas
Queda do trabalhador do andaime Ausência de guarda-corpo e rodapé Queda de diferente nível 5 4 Visual 2 40
Ausência de amarração e ancoragem do andaime em local fixo Queda de diferente nível 5 4 Visual 2 40
Trabalhadores sem treinamento Queda de diferente nível 5 4 Check list 5 100 Realizar treinamento

Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Utilização de andaime Queda do material do andaime Falta de forração completa do andaime Impacto sofrido 6 Morte dos não envolvidos do processo 10 Visual 2 120 Adequação do andaime as normas
Queda do trabalhador do andaime Ausência de guarda-corpo e rodapé Queda de diferente nível 5 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 2 70
Ausência de amarração e ancoragem do andaime em local fixo Queda de diferente nível 5 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 2 70
Trabalhadores sem treinamento Queda de diferente nível 5 Incapacidade permanente parcial 7 Check list 5 175 Realizar treinamento

Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Serviços de Telhado Queda do trabalhador Falta do cabo guia ou dispositivo contra queda Queda de diferente nível 5 Incapacidade temporária curta 5 Check list 5 125 Uso do equipamento contra queda
Trabalhadores sem treinamento Queda de diferente nível 5 Incapacidade temporária curta 5 Check list 5 125 Realizar treinamento
Queda do material (telhas) Transporte irregular das telhas Impacto sofrido 6 Incapacidade temporária longa 6 Visual 1 36 Uso de equipamento adequado para transporte
Armazenagem inadequada das telhas Impacto sofrido 6 Incapacidade temporária longa 6 Visual 1 36 Evitar local inadequado
Corte com a serra circular Ausência de EPI's Atrito ou abrasão 3 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 1 21 Conscientizar os trabalhadores sobre o seu uso; exigir o uso; fiscalizar o uso dos EPI's e local proprio para serviço de carpintaria
Queda do trabalhador com a maquina Ausência de EPI's / Ato inseguro Impacto sofrido 6 Incapacidade permanente total 8 Check list 5 240
Queda apenas da serra circular Ato inseguro Impacto sofrido 6 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 1 42

Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Utilização da escada Quebra da escada Falta resistência do material Queda com diferença de nível 5 Incapacidade temporária com afastamento curto 5 Ausência de métodos de avaliação 10 250 troca da escada
Queda do colaborador da escada Falta de estabilidade 5 5 Check list 5 125
Tipo inadequado 5 5 5 125
Falta de habilidade do usuário 5 5 5 125 Realizar treinamento


Arquivo de entrada: Manuscrito com tabelas.docx (4767 termos)
Arquivo encontrado: https://asq.org/quality-resources/fmea (1278 termos)

Termos comuns: 6
Similaridade: 0,09%

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 "Manuscrito com tabelas.docx".
Os termos em vermelho foram encontrados no documento
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PRIORIZAÇÃO DE RISCO EM OBRA DE MÉDIO PORTE ATRAVÉS DA UTILIZAÇÃO DO FMEA: UMA FERRAMENTA DE MELHORIA PARA SEGURANÇA DO TRABALHO EM ALTURA
RISK PRIORIZATION IN A MEDIUM-SIZED WORK THROUGH FMEA: AN IMPROVEMENT TOOL FOR SAFETY WORK AT HEIGHT
Gustavo Pires do Nascimento Jorge1&André Luís de Oliveira Cavaignac 2

1 2 3Departamento de Engenharias e Tecnologia do Centro Universitário Norte do Espírito Santo da Universidade
Federal do Espírito Santo, Rodovia BR 101 Norte, Km. 60, Bairro Litorâneo, CEP 29932-540, São Mateus.*revistabjpe@gmail.com


Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Vol. X, N.º Y, p. aa-bb. (ano). Editora CEUNES/DETEC.
Disponível em: http://periodicos.ufes.br/BJPE
Brazilian Journal of Production Engeneering, São Mateus, Vol. X, N.º Y, p. aa-bb. (ano). Editora CEUNES/DETEC.
Disponível em: http://periodicos.ufes.br/BJPE
Esta obra está licenciada com uma Licença CreativeCommons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Editora UFES/CEUNES/DETEC.
ARTIGO INFO.
Recebido em:
Aprovado em:
Disponibilizado em:
Palavras-chave:
FastFormat; ABNT; artigos científicos; formatação automática.
Keywords:
FastFormat; ABNT; scientific articles;

*Autor Correspondente: Revista BJPE

RESUMO
Visto que na atualidade a engenharia civil movimenta a economia de maneira direta, com isso mais empregos são gerados em buscar de maior qualidade, todavia a segurança dos trabalhadores quase sempre é negligenciada e em consequência disso acidentes de todo tipo de gravidade. No presente trabalho foi feito abordagem da aplicação da ferramenta FMEA (failure mode and effects analysis) em uma obra de médio porte situada na cidade de Imperatriz-MA. Primeiramente no trabalho foi realizado um levantamento fotográfico na obra das inconformidades com as NRs, depois enumerado os principais riscos aos trabalhadores e baseado nos dados adquiridos foram feito a priorização de risco com ajuda do FMEA. Foi observado no trabalho que boa parte das inconformidades pode ser de fácil detecção, o que leva a conclusão do desconhecimento das normas ou simplesmente descaso.





ABSTRACT
Since civil engineering currently moves the economy in a direct way, with this more jobs are generated in pursuit of higher quality, yet the safety of workers is almost always neglected and as a consequence of this accidents of all kinds of gravity. In the present work, the application of the FMEA (failure mode and effects analysis) tool was applied in a medium-sized work located in the city of Imperatriz-MA. Firstly, a photographic survey was carried out in the work of the nonconformities with the NRs, then listed the main risks to the workers and based on the data acquired, the risk prioritization was done with the help of the FMEA. It was observed in the work that a great part of the nonconformities can be of easy detection, which leads to the conclusion of the ignorance of the norms or simply negligence.




















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Citação (APA):SECCHIM, A. B., FREITAS, R. R. de, & GONCALVES, W. (2018). Mapeamento e análise bibliométrica da utilização da análise envoltória de dados (DEA) em estudos de engenharia de produção. BrazilianJournalofProductionEngineering, 4(1): 116-128.







Introdução
Tradicionalmente, a construção civil é um setor de grande importância para qualquer economia, pois gera empregos diretos e indiretos. Além disso, sua amplitude com a diversidade de tipos de mão de obra e a ausência de restrições para recrutamento de empregados também contribui a situação do risco ao colaborador (TAKAHASHI, 2012). Neste sentido, Santana e Oliveira (2004) relatam que os trabalhadores da construção civil convivem em situações precárias de trabalho quando comparados com outros trabalhadores de outros setores. A situação dos trabalhadores da construção civil na maioria dos casos se assemelha a realidade vivida pelos os trabalhadores informais – aqueles que trabalham sem contratos assinados ou sob a regulamentação da CLT – consolidação das leis trabalhistas.
Nos últimos anos foi verificado um aumento no número de acidentes e até mesmo a morte de trabalhadores na construção civil em todo o país, principalmente por soterramento, choque elétrico e a queda em conseqüência do trabalho em altura (MENDES, 2013). Os trabalhos executados em altura, em especial, proporcionam uma grande exposição ao trabalhador de variados tipos de risco. Principalmente devido à diversidade de situações da atividade, como trabalhos com andaimes, trabalhos com escadas, trabalhos em telhados, entre outros. (CARLOS, 2015).
As quedas que ocorrem em trabalhos em altura foram responsáveis por 25% dos acidentes no setor da construção civil no Rio Grande do Sul em 1996 e 1997, levando em conta os fatais e não fatais. No Rio de Janeiro entre os anos de 1997 e 2001, as quedas com diferença de níveis foram apontadas como a principal causa de acidentes fatais na construção civil, responsável 33%. Já na indústria inglesa, em altura são responsáveis por 52% dos acidentes fatais (DORS et al., 2011).
Em 2012 o governo sancionou a NR-35 (Norma Regulamentadora nº 35 da Portaria 3.214 de oito de junho de 1978 do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE), definindo o trabalho em altura e seus aspectos de segurança realizados acima de dois metros do nível do piso. A norma também apresenta técnicas para treinamentos, planejamento, capacitação e várias outras com finalidade de reduzir o risco de acidentes (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2012).
A NR-35 (Trabalho em altura) esta relacionada com NR-6 (Equipamentos de proteção individual) e a NR-18 (Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção). Devido a isso, sempre que possível devem ser feito uma revisão dessas Normas Regulamentadoras em atividades voltadas à construção civil para se evitar situações de falha (FRAGA, 2016).
Para Rausand e Oien (1996), a falha está diretamente ligada com conceito de confiabilidade, sendo a definição de falha, o termino da capacidade de um item para o desempenho de uma função requerida. A qualidade de uma analise de confiabilidade depende da identificação de todas as funções desempenhadas pelos componentes e suas possíveis falhas com seu potencial de ocorrência. Com a conscientização dos consumidores, que não priorizam o produto apenas pelo preço, a qualidade tornou-se indispensável. Porem, as empresas falham quando não relacionam os seus objetivos, ou seja, a qualidade com o programa de ergonomia e segurança eficiente (GROHMANN, 1997).
Para se evitar um risco de acidente ou incidente que pode acarretar em lesões corporais até tragédia fatal, é exigido um planejamento detalhado de todos os processos e recursos da obra, desde a qualificação do trabalhador até a manutenção dos equipamentos (MENDES, 2013). Além disso, para diminuir o risco que os operários são submetidos, é essencial a aplicação de ferramentas de gerenciamento de risco laboral (SALIBA, 2018).
O FMEA (Failure Mode and Effects Analysis) é considerado uma importante ferramenta para análise de falhas. Através do uso de três fatores quantitativos - ocorrência (O), detecção (D) e severidade (S), é realizada uma classificação segundo os graus de importância, de acordo com risco potencial, representado no FMEA através do RPN (Risk Priority Number) (STAMATIS, 2003).
A severidade (S) é a hierarquização que aponta a gravidade de uma potencial falha, medida de 1 a 10, que vai de consequências sem danos ate danos trágicos ou irreparáveis. A detecção (D) quantifica a dificuldade de um possível cenário de falha ser identificado antes que a mesma ocorra, partindo da certeza de detecção, com índice 1, até a impossibilidade de detecção, com índice 10. Já a ocorrência (O) é a aproximação da freqüência ou probabilidade do acontecimento do modo de falha. O método mais aconselhável para determinar o seu valor, é através da utilização de dados reais do processo, porém, na falta de dados anteriores para avaliação, podem ser atribuídos escalas qualitativas baseado na experiência dos operadores (MCDERMOTT, et al., 2009).
Existem dificuldades na aplicação do FMEA devido à inconsistência dos valores de riscos obtidos, dependência de dados recolhidos através das experiências dos colaboradores e da exigência de tempo para a implementação da ferramenta (LAURENTI, et al., 2012). Essas dificuldades também foram relatadas na aplicação do FMEA em segurança ocupacional na construção civil (CAVAIGNAC & FORTE, 2018).
Para reduzir a dificuldade da aplicação e contribuir com a difusão do uso do FMEA em segurança ocupacional, Cavaignac & Uchoa, (2018), em um estudo recente, propuseram tabelas de referência para a correlação de cada índice (S), (O) e (D), com situações qualitativas reais em campo. A partir desta tabela, cada situação observada e classificada qualitativamente é rapidamente relacionada com o índice quantitativo, obedecendo a interpretação de evolução do melhor cenário ao pior cenário, partindo do índice 1 ao índice 10. A tabela 1 abaixo mostra a correlação entre a observação qualitativa com os índices numéricos.
Tabela 1- Tabela de referência de índices de severidade (S), ocorrência (O) e detecção (D)

Fonte: CAVAIGNAC & UCHOA, 2018. Adaptado.

Neste sentido, o presente trabalho tem como objetivo a análise da situação de risco laboral que os colaboradores de obras de médio porte estão expostos, em especial nas funções realizadas em altura. Para tal análise, será utilizada a ferramenta FMEA, que oferece um modo efetivo de priorização dos riscos através de uma análise quantitativa.

METODOLOGIA
O trabalho foi baseado em um estudo de caso em uma obra na construção civil de médio porte, situada no munícipio de Imperatriz no estado do Maranhão. A obra era de múltiplas casas de habitação popular, em total de 309 casas. Na ocasião a obra se encontrava na cobertura dos telhados das casas e do salão de festa, onde existia varias frentes de serviços no mesmo tempo, com cerca de 200 funcionários. Foram registradas in loco as observações e depoimentos dos colaboradores em trabalhos feitos em altura, posteriormente foi realizado o levantamento de dados para a aplicação do FMEA em quatro momentos críticos em riscos ocupacionais: utilização de escadas, utilização de andaime, colocação da estrutura de telhado e as telhas, utilização de EPI’s.
Foram realizados registros fotográficos dos processos realizados e foi criada uma discussão em relação a adequações e inadequações às normas regulamentadoras aplicáveis nas situações. Posteriormente a partir da verificação desses dados das possíveis falhas e aplicadas no FMEA.Por ultimo foram feitas tabelas de FMEA para cada processo incluindo um modo de falha, causas, efeitos, métodos de detecção, ações corretivas e a obtenção do RPN. Com isso foi concebível fazer as comparações, preferindo os momentos com maior índice de risco e os que necessitam de corretivas imediatas, produzindo um plano de ações corretivas. A Figura 1 mostra o fluxograma com as etapas de execução da pesquisa.
Figura 1. Fluxograma das etapas de execução da pesquisa

Fonte: CAVAIGNAC & FORTE (2018), adaptado.

NÃO-CONFORMIDADES OBSERVADAS NAS OBRAS

A seguir nas observações feitas na obra, que foram registradas em fotografias, se percebem divergências em relação às NRs, e foram observadas constantemente inconformidades in loco no canteiro. Além disso, o que era mencionado pelos trabalhadores complementava as imagens das fotografias, mostrando situações de risco. As divergências nas NRs podem ser observadas nas figuras de 1 a 6, onde é importante mencionar também que, em algumas situações, os próprios operários se colocam em situações de riscos através de comportamentos inseguros. A seguir, as figuras de 1 a 6 registradas durante a observação in loco, seguida da discussão sobre cada situação encontrada.

Figura 1 – Registro das divergências relacionada à segurança, observadas no trabalhador e no ambiente de trabalho, sendo a falta de (1) capacete; (2) dispositivo de segurança contra queda; (3) piso de forração do andaime incompleto; (4) guarda corpo e rodapé; além do (5) risco de queda de material ou ferramenta.
Fonte: Autores, 2019

Figura 2- Trabalhador com inconformidades no local de trabalho: (1) ancoragem irregular; (2) piso de forração do andaime incompleto; (3) falta de guarda corpo e rodapé; e (4) risco de queda de material ou ferramenta.

Fonte: Autores, 2019.

Figura 3 – Andaime da figura 2 apoiado de maneira irregular.

Fonte: Autores, 2019
Figura 4 – Trabalhador em situaçao de risco por falta do : (1) uso de luvas; (2) dispositivo de segurança contra queda; (3) cabo-guia de aço; (4) sinalização e isolamento da área; (5) local adequado para serviço de carpitaria.


Fonte: Autores, 2019.

Figura 5- Há inconformidades graves em relação às NRs na colação das telhas, como falta do (1) dispositivo de segurança contra queda; (2) cabo-guia de aço; (3) sinalização e isolamento da área; além de (4) transporte inadequado do material; (5) local inadequado para armazenagem/espera do material;(6) falta do capacete.

Fonte: Autores, 2019.
Figura 6 – Registro de situações que estão em inconformidade com as Nrs: (1) escada não apoiada em piso resistente; (2) escada situada nas proximidades de portas ou áreas de circulação; (3) escada colocada em lugar com risco de queda de objetos ou materiais; (4) Construída com madeira de má qualidade; (5) andaime com ausência de dispositivo de segurança contra queda; (6) piso de forração do andaime incompleto; (7) ausência de guarda corpo e rodapé.

Fonte: Autores, 2019.
Nas figuras de 1 a 6 é observado o trabalho em altura realizado de maneira irregular, visto que em quase todas as imagens a falta do uso dos dispositivos de segurança contra queda – mostrando descaso em relação Nr 35 – e quando foi usado, sua ancoragem foi colocada de maneira irregular. Além disso, a ausência dos guarda-corpos e rodapés principalmente nos andaimes fere as NRs 18 e 35, visto a que são indispensáveis para prevenir o risco de queda tanto do operário ocasionando uma lesão ou fatalidade como também de alguma ferramenta ou material atinja algum outro funcionário no nível abaixo. Soma-se a isso o fato de que a área não esta devidamente sinalizada e isolada conforme a Nr 18. Nas Figuras 2 e 3 o andaime está apoiado de formar irregular, onde deviria ser apoiados sobre superfície plana, que resista a seus esforços e permita a sua segura movimentação através de rodízios.
O uso dos EPI’s é de uso obrigatório e cabe o empregador o fornecimento com Certificado de Aprovação (CA) de acordo com NR 6, mesmo assim, ainda é um tema que precisa ser debatido, pois como foi visto nas figuras 1, 4 e 5, é recorrente a não utilização dos mesmos. A utilização do capacete tem como finalidade a proteção contra impactos de objetos sobre o crânio, contra choques elétricos, além do crânio a face contra fontes geradoras de calor coincidente com NR 6. Também mencionado pela mesma norma é indispensável o uso da luva de segurança para proteção das mãos contra agentes cortantes e perfurantes.
Já figura 4 se observa a execução de uma tarefa de carpintaria em lugar totalmente impróprio, com uso de uma serra circular. De acordo com a NR 18, o serviço de carpintaria deveria ser em um local dotado de mesa estável, com fechamento de suas faces inferiores, anterior e posterior, construída em madeira resistente e de primeira qualidade, material metálico ou similar de resistência equivalente, sem irregularidades, com dimensionamento suficiente para a execução das tarefas e também terem piso resistente, nivelado e antiderrapante, com cobertura capaz de proteger os trabalhadores contra quedas de materiais e intempéries.
Já figura 5 mostra um trabalho bastante freqüente em obra - que quase sempre se passa despercebido: a execução de telhamento da cobertura. Neste serviço é encontrado um conjunto de inconformidades em relação à NR 6, 18 e 35. Pode-se citar, por exemplo: a falta de uso de capacete; transporte impróprio das telhas; ausência de sinalização e isolamento do local; e armazenamento impróprio das telhas sobre a estrutura de suporte do telhado. Soma-se a isso a falta da instalação de cabo guia ou cabo de segurança para fixação de mecanismo de ligação por talabarte acoplado ao cinto de segurança tipo paraquedista e a falta de equipamentos de transporte vertical de materiais, que devem ser projetados, dimensionados e especificados tecnicamente por profissional legalmente habilitado.
Na figura 6 podemos ver inconformidades em relação à NR 18 no que diz respeito a utilização de escadas de mão. Por ter seu uso em diversas atividades rotineiras, os riscos são negligenciados – como observado na imagem. A escada esta apoiada em solo úmido, sem o nivelamento adequado e também na proximidade de porta e janelas. Além disso, há o risco de queda de material em local onde tem o fluxo de entrada e saída - e no caso da figura outro operário trabalhando um nível abaixo no andaime. Em relação ao material, não aparenta ser de boa qualidade, pois se observa uma não uniformidade dos componentes e espessura mais fina na ponta de apoio da escada. Também como já observado nas figuras anteriores a falta do uso do cinto de paraquedas e todo o sistema de ancoragem e dos guarda-corpos e rodapés nos andaimes.

Aplicação do FMEA

O FMEA é caracterizado por medidas com finalidade de antecipar futuros problemas, necessidades ou mudanças no decorrer dos processos na obra (PALADY, 1997). Nas tabelas de 1 a 5 estão contidas as informações obtidas a partir da aplicação do FMEA, analisando os processos e identificando as causas da falha, natureza da ocorrência, efeitos, meio de detecção e ações corretivas. Cada causa da falha ao final obteve um RPN, a partir da multiplicação das três variáveis (Ocorrência, Severidade e Detecção), sendo estas três variáveis retiradas da tabela de referência proposta por Cavaignac & Uchoa, 2018. A abordagem sobre as seis tabelas adquiridas vem a seguir:

Tabela 1 – Uso da ferramenta FMEA sobre a utilização de andaime
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
O processo estudado na tabela 1 foi a utilização de andaime, podendo apresentar o modo de falha com a queda do material do andaime ou a queda do trabalhador do andaime, na primeira situação é ocasionada pela forração incompleta do andaime, que consequentemente alguma ferramenta ou material poderá cair para o nível mais baixo e atingir algum outro colaborador sofrendo um impacto, que tem o índice (O) igual a 6, todavia acarretará apenas incapacidade temporária sem afastamento com índice de severidade (S) igual a 4, podemos detectar esse tipo inconformidade na obra apenas pelo meio visual , adquirindo o índice (D) igual a 2, posteriormente com a multiplicação dos três índices anteriores obtemos o índice de risco igual 48, que não é muito grave, porem não se deve fazer descaso dessa situação e implementar rapidamente as ações corretivas como adequar a NR-18, que cita que a forração do andaime tem que ser completa. Já na segunda possível falha, que é a queda do trabalhador do andaime pode ser causada pela falta de guarda corpo, rodapé e/ou amarração e ancoragem em local fixo que ocasionará a queda de nível colaborador que terá o índice (O) igual 5 e como a situação anterior vai trazer uma incapacidade temporária sem afastamento com índice de severidade (S) igual a 4 , que pode ser justificada pela altura moderada do andaime, também será de fácil detecção , sendo apenas o visual necessário , novamente tendo o índice (D) igual a 2 e consequentemente o índice de risco igual a 40, que mais uma vez para correção das possíveis falhas é adequação as normas, pois um andaime deve possuir guarda corpo e rodapé , como também o andaime deve estar devidamente amarrado e ancorado conforme as NRs. Além disso, uma causa da queda do colaborador que não foi mencionado é falta de treinamento, que o meio de detecção é um pouco complexo chegando ao índice (D) igual 5, pois é check list, devido isso que o índice de risco é maior que os anteriores chegando a 100 e sua correção é apenas com o treinamento dos operários.













Tabela 2 – Referente às figuras 2 e 3 em situações de risco em andaime
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
Apesar de o processo ser o mesmo da tabela anterior, todavia é mais perigoso, como é confirmado no índice de risco mais elevado que a tabela 1, chegando a 175, mesmo que apresente identicamente as causas básicas das falhas como: forragem incompleta dos andaimes; ausência do guarda-corpo e rodapé, a altura é mais elevada e consequentemente oferecendo mais riscos. Nota-se que as naturezas de ocorrências e formas de detecção são mesmas que da tabela anterior, portanto obtendo os mesmo índices de (O) e (D), porém o que chama atenção para esse processo é alta nos índices de severidade (S), porque como foi mencionado o trabalho está sendo realizado em uma altura bastante considerável. Os índices de severidade (S) quando o trabalhador cair de nível mais alto para um baixo nesse processo, em todas as causas os efeitos que podem acontecer são incapacidade permanente parcial, com índice(S) igual 7, o que é bastante preocupante. Em uma severidade ainda maior estar quando ocorrer apenas a queda material do andaime nessa altura, que associado com a gravidade vai gerar um impacto muito grande caso atinja alguém embaixo, podendo ocasionar na pior das hipóteses a morte, justificando o índice máximo de severidade igual a 10. Portanto como a maioria dessas inconformidades podem ser vista apenas com visual, a ação deve ser imediatamente e colocar o andaime conforme as NRs.

Tabela 3- Serviços de telhado das figuras 4 e 5.
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
No presente serviço de telhado pode acontecer à queda do trabalhador causada pela falta do cabo guia de aço ou dispositivo contra queda, que são exigidos pelas NRs, como também o trabalhador sem treinamento pode gerar a queda de diferente nível. Ambas as situações possuem a mesma natureza de ocorrência, portanto tendo o mesmo índice (O) que é igual 5, podendo acarretar em uma incapacidade temporária curta com índice de severidade (S) igual 5 e o meio de detecção das duas possíveis falhas acontecem através de check list, que possui o índice (D) igual 5 , por fim o índice de risco de ambas chegam a 125, as soluções corretivas são o uso de equipamentos contra queda e a realização de treinamento com colaboradores, respectivamente.
Outro possível acidente no processo é a queda de material ocasionado por duas possíveis causas nas ações da tabela 3 , que são o transporte e armazenagem inadequada das telhas , que com a queda delas pode atingir alguém , que receberá o impacto desse material , tendo o índice (O) igual a 6 e em consequência gerar uma incapacidade temporária longa , possuindo o índice de severidade igual a 6, por outro lado meio de detecção dessas possíveis falhas é o visual , que é igual 1, por fim temos que o índice de risco para ambas causas é de 36. As NRs mencionam quando se faz esses tipos de serviços mencionados, deve-se isolar a área e sinalizar a mesma, o transporte deve ser de maneira adequada para não ocorrer risco de queda material e preservar a saúde do colaborador e sobre estrutura que não foi projetada para receber aquela carga pontual (telhas armazenadas em um ponto), elas devem ser armazenadas em local apropriado ou em menor quantidade.
Na tabela temos o uso da serrar circular sem o uso do EPI, no caso a luva, que poderia evitar um possível corte ou algo mais grave, a natureza de ocorrência de abrasão possui o índice (O) igual a 3, porem pode gerar uma incapacidade permanente ou parcial com índice severidade (S) igual a 7, por outra tem um detecção fácil , pois é visual com índice (D) igual 1 , consequentemente tendo seu índice de risco igual a 21, não é um índice alto, mas deve-se exigir em uma obra o uso de EPI’s e os fiscalizar. As NRs cita que os serviços de carpintaria devem ser feitos em lugares próprios, o que não é visto no processo estudado, pelo contrario um ato totalmente inseguro realizado em altura sem EPI contra queda, que ele pode vim a cair com a maquina sofrendo um impacto (de uma maquina cortante) dela, essa natureza de ocorrência seria de índice (O) igual 6 podendo ocasionar uma incapacidade permanente total com índice de severidade igual a 8 , a detecção seria check list, pois seria pela visualização do trabalho em local inapropriado e falta do EPI contra queda, ficando com índice (D) igual 5 e consequentemente tendo um índice de risco igual 240, um serviço que nem deveria começar a ser feito nesse local e quando for visto parado imediatamente . Outra possível situação estudada seria apenas a queda da maquina, vista apenas com um ato irresponsável que iria gerar um impacto de uma maquina cortante em quem estivesse embaixo no local, natureza de ocorrência também igual 6 causando uma incapacidade permanente parcial de índice de severidade (S) igual 7, que poderia ter sua detecção apenas visual, de índice (D) igual l, pois é um serviço em um local inadequado.





Tabela 5- Aplicação do FMEA na utilização da escada.
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
A quebra da escada pode ser ocasionada devido à falta de resistência do material, pois geralmente pegam qualquer sobra de madeiras e fabricam a escada, chegando ao um índice de risco de 250 e a falta de métodos de avaliação para detecção, fazendo com que o índice chegue a 10, contribui bastante para esse elevado RPN, portanto precisa ser revisto urgentemente uma maneira de avaliação da resistência das escadas. Ocorrendo a ruptura do material acarretaria a queda do colaborador provocando desde lesões leves e recuperáveis até lesões definitivas como amputações ou perda de movimentos, com possibilidade, ainda que remota, de lesões fatais. Porém a detecção dessa possível falha é complicada, portanto se faz necessário à fabricação dessa escada com um material de qualidade e certificado, fazer sempre uma inspeção da mesma e também armazenar em local adequado afim de não provocar um desgaste precoce do material.
Muitas quedas através de escada acontecem por falta de instabilidade que apresentar o segundo maior índice de risco, chegando a 125, porque na maioria das vezes ela é apoiada em locais impróprios como é visto na figura 6, que está em solo e, além disso, úmido, podendo acontecer em uma desagradável possibilidade um deslocamento ou recalque da escada, ocasionando a queda do trabalhador provocando de lesões recuperáveis a permanentes. Vale mencionar que a escolha do tipo da escada inadequada para o serviço pode também ocasionar a queda, pois é não será instável para o local ou serviço onde será executado o processo.

Conclusão

A utilização do FMEA para questões de segurança na construção civil ainda é escasso, todavia, estudo realizado por CAVAIGNAC & FORTE (2018) foi abordado à mesma temática, como também foi encontrado as mesmas inconformidades com as NRs, principalmente relacionadas à EPI’s, andaimes e escadas em obras de pequeno porte. Portanto com a realização do nosso trabalho realizado em uma obra de médio porte podemos concluir os mesmo vícios errôneos que divergem com as NR’s foram detectados nas mesmas atividades, ou seja, podemos pressupor que também poderá ser encontrado em obras de grande porte. Entendemos então que as questões de segurança na construção civil precisam ser revista ou ate mesmo incentivada, porém também existe a falta de uma fiscalização e treinamentos rigorosos.
Percebemos também nesse artigo, que a execução de serviços em locais inapropriados, como no caso da carpintaria, que com a utilização da serra circular, uma ferramenta cortante, apresentou um índice risco alto, principalmente o uso negligente do trabalho realizado em altura no telhado, podendo ocorrer na pior das hipóteses uma fatalidade. O que também é bastante preocupante, é que os serviços em telhado são efeitos rotineiramentede maneira incorreta relacionada a segurança, tanto em empresas como no trabalhos informais.

REFERENCIAS

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Citações
O método empregado pelas Normas APAe? autor-data, isto e?, o sobrenome do autor e o ano de publicação. O texto deve ser documentado citando o autor e a data de publicação dos trabalhos pesquisados e consultados. Todos os autores citados no texto, e apenas eles, devem estar presentes nas referências com as informações completas. Este procedimento e? obrigatório.A lista de referências completa deve ser apresentada no final do texto e por ordem alfabética pelo sobrenome do primeiro autor. Devem ser justificadas, editadas com espaçamento 1,5 entre linhas, sem afastamento anterior e 6pt posterior entre parágrafos. Seguir orientações: http://www.anpad.org.br/rac/rac_guia_apa.pdf
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Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Utilização de andaime Queda do material do andaime Falta de forração completa do andaime Impacto sofrido 6 Incapacidade temporária sem afastamento 4 Visual 2 48 Adequação do andaime as normas
Queda do trabalhador do andaime Ausência de guarda-corpo e rodapé Queda de diferente nível 5 4 Visual 2 40
Ausência de amarração e ancoragem do andaime em local fixo Queda de diferente nível 5 4 Visual 2 40
Trabalhadores sem treinamento Queda de diferente nível 5 4 Check list 5 100 Realizar treinamento

Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Utilização de andaime Queda do material do andaime Falta de forração completa do andaime Impacto sofrido 6 Morte dos não envolvidos do processo 10 Visual 2 120 Adequação do andaime as normas
Queda do trabalhador do andaime Ausência de guarda-corpo e rodapé Queda de diferente nível 5 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 2 70
Ausência de amarração e ancoragem do andaime em local fixo Queda de diferente nível 5 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 2 70
Trabalhadores sem treinamento Queda de diferente nível 5 Incapacidade permanente parcial 7 Check list 5 175 Realizar treinamento

Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Serviços de Telhado Queda do trabalhador Falta do cabo guia ou dispositivo contra queda Queda de diferente nível 5 Incapacidade temporária curta 5 Check list 5 125 Uso do equipamento contra queda
Trabalhadores sem treinamento Queda de diferente nível 5 Incapacidade temporária curta 5 Check list 5 125 Realizar treinamento
Queda do material (telhas) Transporte irregular das telhas Impacto sofrido 6 Incapacidade temporária longa 6 Visual 1 36 Uso de equipamento adequado para transporte
Armazenagem inadequada das telhas Impacto sofrido 6 Incapacidade temporária longa 6 Visual 1 36 Evitar local inadequado
Corte com a serra circular Ausência de EPI's Atrito ou abrasão 3 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 1 21 Conscientizar os trabalhadores sobre o seu uso; exigir o uso; fiscalizar o uso dos EPI's e local proprio para serviço de carpintaria
Queda do trabalhador com a maquina Ausência de EPI's / Ato inseguro Impacto sofrido 6 Incapacidade permanente total 8 Check list 5 240
Queda apenas da serra circular Ato inseguro Impacto sofrido 6 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 1 42

Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Utilização da escada Quebra da escada Falta resistência do material Queda com diferença de nível 5 Incapacidade temporária com afastamento curto 5 Ausência de métodos de avaliação 10 250 troca da escada
Queda do colaborador da escada Falta de estabilidade 5 5 Check list 5 125
Tipo inadequado 5 5 5 125
Falta de habilidade do usuário 5 5 5 125 Realizar treinamento


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PRIORIZAÇÃO DE RISCO EM OBRA DE MÉDIO PORTE ATRAVÉS DA UTILIZAÇÃO DO FMEA: UMA FERRAMENTA DE MELHORIA PARA SEGURANÇA DO TRABALHO EM ALTURA
RISK PRIORIZATION IN A MEDIUM-SIZED WORK THROUGH FMEA: AN IMPROVEMENT TOOL FOR SAFETY WORK AT HEIGHT
Gustavo Pires do Nascimento Jorge1&André Luís de Oliveira Cavaignac 2

1 2 3Departamento de Engenharias e Tecnologia do Centro Universitário Norte do Espírito Santo da Universidade
Federal do Espírito Santo, Rodovia BR 101 Norte, Km. 60, Bairro Litorâneo, CEP 29932-540, São Mateus.*revistabjpe@gmail.com


Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Vol. X, N.º Y, p. aa-bb. (ano). Editora CEUNES/DETEC.
Disponível em: http://periodicos.ufes.br/BJPE
Brazilian Journal of Production Engeneering, São Mateus, Vol. X, N.º Y, p. aa-bb. (ano). Editora CEUNES/DETEC.
Disponível em: http://periodicos.ufes.br/BJPE
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Palavras-chave:
FastFormat; ABNT; artigos científicos; formatação automática.
Keywords:
FastFormat; ABNT; scientific articles;

*Autor Correspondente: Revista BJPE

RESUMO
Visto que na atualidade a engenharia civil movimenta a economia de maneira direta, com isso mais empregos são gerados em buscar de maior qualidade, todavia a segurança dos trabalhadores quase sempre é negligenciada e em consequência disso acidentes de todo tipo de gravidade. No presente trabalho foi feito abordagem da aplicação da ferramenta FMEA (failure mode and effects analysis) em uma obra de médio porte situada na cidade de Imperatriz-MA. Primeiramente no trabalho foi realizado um levantamento fotográfico na obra das inconformidades com as NRs, depois enumerado os principais riscos aos trabalhadores e baseado nos dados adquiridos foram feito a priorização de risco com ajuda do FMEA. Foi observado no trabalho que boa parte das inconformidades pode ser de fácil detecção, o que leva a conclusão do desconhecimento das normas ou simplesmente descaso.





ABSTRACT
Since civil engineering currently moves the economy in a direct way, with this more jobs are generated in pursuit of higher quality, yet the safety of workers is almost always neglected and as a consequence of this accidents of all kinds of gravity. In the present work, the application of the FMEA (failure mode and effects analysis) tool was applied in a medium-sized work located in the city of Imperatriz-MA. Firstly, a photographic survey was carried out in the work of the nonconformities with the NRs, then listed the main risks to the workers and based on the data acquired, the risk prioritization was done with the help of the FMEA. It was observed in the work that a great part of the nonconformities can be of easy detection, which leads to the conclusion of the ignorance of the norms or simply negligence.




















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Citação (APA):SECCHIM, A. B., FREITAS, R. R. de, & GONCALVES, W. (2018). Mapeamento e análise bibliométrica da utilização da análise envoltória de dados (DEA) em estudos de engenharia de produção. BrazilianJournalofProductionEngineering, 4(1): 116-128.







Introdução
Tradicionalmente, a construção civil é um setor de grande importância para qualquer economia, pois gera empregos diretos e indiretos. Além disso, sua amplitude com a diversidade de tipos de mão de obra e a ausência de restrições para recrutamento de empregados também contribui a situação do risco ao colaborador (TAKAHASHI, 2012). Neste sentido, Santana e Oliveira (2004) relatam que os trabalhadores da construção civil convivem em situações precárias de trabalho quando comparados com outros trabalhadores de outros setores. A situação dos trabalhadores da construção civil na maioria dos casos se assemelha a realidade vivida pelos os trabalhadores informais – aqueles que trabalham sem contratos assinados ou sob a regulamentação da CLT – consolidação das leis trabalhistas.
Nos últimos anos foi verificado um aumento no número de acidentes e até mesmo a morte de trabalhadores na construção civil em todo o país, principalmente por soterramento, choque elétrico e a queda em conseqüência do trabalho em altura (MENDES, 2013). Os trabalhos executados em altura, em especial, proporcionam uma grande exposição ao trabalhador de variados tipos de risco. Principalmente devido à diversidade de situações da atividade, como trabalhos com andaimes, trabalhos com escadas, trabalhos em telhados, entre outros. (CARLOS, 2015).
As quedas que ocorrem em trabalhos em altura foram responsáveis por 25% dos acidentes no setor da construção civil no Rio Grande do Sul em 1996 e 1997, levando em conta os fatais e não fatais. No Rio de Janeiro entre os anos de 1997 e 2001, as quedas com diferença de níveis foram apontadas como a principal causa de acidentes fatais na construção civil, responsável 33%. Já na indústria inglesa, em altura são responsáveis por 52% dos acidentes fatais (DORS et al., 2011).
Em 2012 o governo sancionou a NR-35 (Norma Regulamentadora nº 35 da Portaria 3.214 de oito de junho de 1978 do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE), definindo o trabalho em altura e seus aspectos de segurança realizados acima de dois metros do nível do piso. A norma também apresenta técnicas para treinamentos, planejamento, capacitação e várias outras com finalidade de reduzir o risco de acidentes (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2012).
A NR-35 (Trabalho em altura) esta relacionada com NR-6 (Equipamentos de proteção individual) e a NR-18 (Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção). Devido a isso, sempre que possível devem ser feito uma revisão dessas Normas Regulamentadoras em atividades voltadas à construção civil para se evitar situações de falha (FRAGA, 2016).
Para Rausand e Oien (1996), a falha está diretamente ligada com conceito de confiabilidade, sendo a definição de falha, o termino da capacidade de um item para o desempenho de uma função requerida. A qualidade de uma analise de confiabilidade depende da identificação de todas as funções desempenhadas pelos componentes e suas possíveis falhas com seu potencial de ocorrência. Com a conscientização dos consumidores, que não priorizam o produto apenas pelo preço, a qualidade tornou-se indispensável. Porem, as empresas falham quando não relacionam os seus objetivos, ou seja, a qualidade com o programa de ergonomia e segurança eficiente (GROHMANN, 1997).
Para se evitar um risco de acidente ou incidente que pode acarretar em lesões corporais até tragédia fatal, é exigido um planejamento detalhado de todos os processos e recursos da obra, desde a qualificação do trabalhador até a manutenção dos equipamentos (MENDES, 2013). Além disso, para diminuir o risco que os operários são submetidos, é essencial a aplicação de ferramentas de gerenciamento de risco laboral (SALIBA, 2018).
O FMEA (Failure Mode and Effects Analysis) é considerado uma importante ferramenta para análise de falhas. Através do uso de três fatores quantitativos - ocorrência (O), detecção (D) e severidade (S), é realizada uma classificação segundo os graus de importância, de acordo com risco potencial, representado no FMEA através do RPN (Risk Priority Number) (STAMATIS, 2003).
A severidade (S) é a hierarquização que aponta a gravidade de uma potencial falha, medida de 1 a 10, que vai de consequências sem danos ate danos trágicos ou irreparáveis. A detecção (D) quantifica a dificuldade de um possível cenário de falha ser identificado antes que a mesma ocorra, partindo da certeza de detecção, com índice 1, até a impossibilidade de detecção, com índice 10. Já a ocorrência (O) é a aproximação da freqüência ou probabilidade do acontecimento do modo de falha. O método mais aconselhável para determinar o seu valor, é através da utilização de dados reais do processo, porém, na falta de dados anteriores para avaliação, podem ser atribuídos escalas qualitativas baseado na experiência dos operadores (MCDERMOTT, et al., 2009).
Existem dificuldades na aplicação do FMEA devido à inconsistência dos valores de riscos obtidos, dependência de dados recolhidos através das experiências dos colaboradores e da exigência de tempo para a implementação da ferramenta (LAURENTI, et al., 2012). Essas dificuldades também foram relatadas na aplicação do FMEA em segurança ocupacional na construção civil (CAVAIGNAC & FORTE, 2018).
Para reduzir a dificuldade da aplicação e contribuir com a difusão do uso do FMEA em segurança ocupacional, Cavaignac & Uchoa, (2018), em um estudo recente, propuseram tabelas de referência para a correlação de cada índice (S), (O) e (D), com situações qualitativas reais em campo. A partir desta tabela, cada situação observada e classificada qualitativamente é rapidamente relacionada com o índice quantitativo, obedecendo a interpretação de evolução do melhor cenário ao pior cenário, partindo do índice 1 ao índice 10. A tabela 1 abaixo mostra a correlação entre a observação qualitativa com os índices numéricos.
Tabela 1- Tabela de referência de índices de severidade (S), ocorrência (O) e detecção (D)

Fonte: CAVAIGNAC & UCHOA, 2018. Adaptado.

Neste sentido, o presente trabalho tem como objetivo a análise da situação de risco laboral que os colaboradores de obras de médio porte estão expostos, em especial nas funções realizadas em altura. Para tal análise, será utilizada a ferramenta FMEA, que oferece um modo efetivo de priorização dos riscos através de uma análise quantitativa.

METODOLOGIA
O trabalho foi baseado em um estudo de caso em uma obra na construção civil de médio porte, situada no munícipio de Imperatriz no estado do Maranhão. A obra era de múltiplas casas de habitação popular, em total de 309 casas. Na ocasião a obra se encontrava na cobertura dos telhados das casas e do salão de festa, onde existia varias frentes de serviços no mesmo tempo, com cerca de 200 funcionários. Foram registradas in loco as observações e depoimentos dos colaboradores em trabalhos feitos em altura, posteriormente foi realizado o levantamento de dados para a aplicação do FMEA em quatro momentos críticos em riscos ocupacionais: utilização de escadas, utilização de andaime, colocação da estrutura de telhado e as telhas, utilização de EPI’s.
Foram realizados registros fotográficos dos processos realizados e foi criada uma discussão em relação a adequações e inadequações às normas regulamentadoras aplicáveis nas situações. Posteriormente a partir da verificação desses dados das possíveis falhas e aplicadas no FMEA.Por ultimo foram feitas tabelas de FMEA para cada processo incluindo um modo de falha, causas, efeitos, métodos de detecção, ações corretivas e a obtenção do RPN. Com isso foi concebível fazer as comparações, preferindo os momentos com maior índice de risco e os que necessitam de corretivas imediatas, produzindo um plano de ações corretivas. A Figura 1 mostra o fluxograma com as etapas de execução da pesquisa.
Figura 1. Fluxograma das etapas de execução da pesquisa

Fonte: CAVAIGNAC & FORTE (2018), adaptado.

NÃO-CONFORMIDADES OBSERVADAS NAS OBRAS

A seguir nas observações feitas na obra, que foram registradas em fotografias, se percebem divergências em relação às NRs, e foram observadas constantemente inconformidades in loco no canteiro. Além disso, o que era mencionado pelos trabalhadores complementava as imagens das fotografias, mostrando situações de risco. As divergências nas NRs podem ser observadas nas figuras de 1 a 6, onde é importante mencionar também que, em algumas situações, os próprios operários se colocam em situações de riscos através de comportamentos inseguros. A seguir, as figuras de 1 a 6 registradas durante a observação in loco, seguida da discussão sobre cada situação encontrada.

Figura 1 – Registro das divergências relacionada à segurança, observadas no trabalhador e no ambiente de trabalho, sendo a falta de (1) capacete; (2) dispositivo de segurança contra queda; (3) piso de forração do andaime incompleto; (4) guarda corpo e rodapé; além do (5) risco de queda de material ou ferramenta.
Fonte: Autores, 2019

Figura 2- Trabalhador com inconformidades no local de trabalho: (1) ancoragem irregular; (2) piso de forração do andaime incompleto; (3) falta de guarda corpo e rodapé; e (4) risco de queda de material ou ferramenta.

Fonte: Autores, 2019.

Figura 3 – Andaime da figura 2 apoiado de maneira irregular.

Fonte: Autores, 2019
Figura 4 – Trabalhador em situaçao de risco por falta do : (1) uso de luvas; (2) dispositivo de segurança contra queda; (3) cabo-guia de aço; (4) sinalização e isolamento da área; (5) local adequado para serviço de carpitaria.


Fonte: Autores, 2019.

Figura 5- Há inconformidades graves em relação às NRs na colação das telhas, como falta do (1) dispositivo de segurança contra queda; (2) cabo-guia de aço; (3) sinalização e isolamento da área; além de (4) transporte inadequado do material; (5) local inadequado para armazenagem/espera do material;(6) falta do capacete.

Fonte: Autores, 2019.
Figura 6 – Registro de situações que estão em inconformidade com as Nrs: (1) escada não apoiada em piso resistente; (2) escada situada nas proximidades de portas ou áreas de circulação; (3) escada colocada em lugar com risco de queda de objetos ou materiais; (4) Construída com madeira de má qualidade; (5) andaime com ausência de dispositivo de segurança contra queda; (6) piso de forração do andaime incompleto; (7) ausência de guarda corpo e rodapé.

Fonte: Autores, 2019.
Nas figuras de 1 a 6 é observado o trabalho em altura realizado de maneira irregular, visto que em quase todas as imagens a falta do uso dos dispositivos de segurança contra queda – mostrando descaso em relação Nr 35 – e quando foi usado, sua ancoragem foi colocada de maneira irregular. Além disso, a ausência dos guarda-corpos e rodapés principalmente nos andaimes fere as NRs 18 e 35, visto a que são indispensáveis para prevenir o risco de queda tanto do operário ocasionando uma lesão ou fatalidade como também de alguma ferramenta ou material atinja algum outro funcionário no nível abaixo. Soma-se a isso o fato de que a área não esta devidamente sinalizada e isolada conforme a Nr 18. Nas Figuras 2 e 3 o andaime está apoiado de formar irregular, onde deviria ser apoiados sobre superfície plana, que resista a seus esforços e permita a sua segura movimentação através de rodízios.
O uso dos EPI’s é de uso obrigatório e cabe o empregador o fornecimento com Certificado de Aprovação (CA) de acordo com NR 6, mesmo assim, ainda é um tema que precisa ser debatido, pois como foi visto nas figuras 1, 4 e 5, é recorrente a não utilização dos mesmos. A utilização do capacete tem como finalidade a proteção contra impactos de objetos sobre o crânio, contra choques elétricos, além do crânio a face contra fontes geradoras de calor coincidente com NR 6. Também mencionado pela mesma norma é indispensável o uso da luva de segurança para proteção das mãos contra agentes cortantes e perfurantes.
Já figura 4 se observa a execução de uma tarefa de carpintaria em lugar totalmente impróprio, com uso de uma serra circular. De acordo com a NR 18, o serviço de carpintaria deveria ser em um local dotado de mesa estável, com fechamento de suas faces inferiores, anterior e posterior, construída em madeira resistente e de primeira qualidade, material metálico ou similar de resistência equivalente, sem irregularidades, com dimensionamento suficiente para a execução das tarefas e também terem piso resistente, nivelado e antiderrapante, com cobertura capaz de proteger os trabalhadores contra quedas de materiais e intempéries.
Já figura 5 mostra um trabalho bastante freqüente em obra - que quase sempre se passa despercebido: a execução de telhamento da cobertura. Neste serviço é encontrado um conjunto de inconformidades em relação à NR 6, 18 e 35. Pode-se citar, por exemplo: a falta de uso de capacete; transporte impróprio das telhas; ausência de sinalização e isolamento do local; e armazenamento impróprio das telhas sobre a estrutura de suporte do telhado. Soma-se a isso a falta da instalação de cabo guia ou cabo de segurança para fixação de mecanismo de ligação por talabarte acoplado ao cinto de segurança tipo paraquedista e a falta de equipamentos de transporte vertical de materiais, que devem ser projetados, dimensionados e especificados tecnicamente por profissional legalmente habilitado.
Na figura 6 podemos ver inconformidades em relação à NR 18 no que diz respeito a utilização de escadas de mão. Por ter seu uso em diversas atividades rotineiras, os riscos são negligenciados – como observado na imagem. A escada esta apoiada em solo úmido, sem o nivelamento adequado e também na proximidade de porta e janelas. Além disso, há o risco de queda de material em local onde tem o fluxo de entrada e saída - e no caso da figura outro operário trabalhando um nível abaixo no andaime. Em relação ao material, não aparenta ser de boa qualidade, pois se observa uma não uniformidade dos componentes e espessura mais fina na ponta de apoio da escada. Também como já observado nas figuras anteriores a falta do uso do cinto de paraquedas e todo o sistema de ancoragem e dos guarda-corpos e rodapés nos andaimes.

Aplicação do FMEA

O FMEA é caracterizado por medidas com finalidade de antecipar futuros problemas, necessidades ou mudanças no decorrer dos processos na obra (PALADY, 1997). Nas tabelas de 1 a 5 estão contidas as informações obtidas a partir da aplicação do FMEA, analisando os processos e identificando as causas da falha, natureza da ocorrência, efeitos, meio de detecção e ações corretivas. Cada causa da falha ao final obteve um RPN, a partir da multiplicação das três variáveis (Ocorrência, Severidade e Detecção), sendo estas três variáveis retiradas da tabela de referência proposta por Cavaignac & Uchoa, 2018. A abordagem sobre as seis tabelas adquiridas vem a seguir:

Tabela 1 – Uso da ferramenta FMEA sobre a utilização de andaime
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
O processo estudado na tabela 1 foi a utilização de andaime, podendo apresentar o modo de falha com a queda do material do andaime ou a queda do trabalhador do andaime, na primeira situação é ocasionada pela forração incompleta do andaime, que consequentemente alguma ferramenta ou material poderá cair para o nível mais baixo e atingir algum outro colaborador sofrendo um impacto, que tem o índice (O) igual a 6, todavia acarretará apenas incapacidade temporária sem afastamento com índice de severidade (S) igual a 4, podemos detectar esse tipo inconformidade na obra apenas pelo meio visual , adquirindo o índice (D) igual a 2, posteriormente com a multiplicação dos três índices anteriores obtemos o índice de risco igual 48, que não é muito grave, porem não se deve fazer descaso dessa situação e implementar rapidamente as ações corretivas como adequar a NR-18, que cita que a forração do andaime tem que ser completa. Já na segunda possível falha, que é a queda do trabalhador do andaime pode ser causada pela falta de guarda corpo, rodapé e/ou amarração e ancoragem em local fixo que ocasionará a queda de nível colaborador que terá o índice (O) igual 5 e como a situação anterior vai trazer uma incapacidade temporária sem afastamento com índice de severidade (S) igual a 4 , que pode ser justificada pela altura moderada do andaime, também será de fácil detecção , sendo apenas o visual necessário , novamente tendo o índice (D) igual a 2 e consequentemente o índice de risco igual a 40, que mais uma vez para correção das possíveis falhas é adequação as normas, pois um andaime deve possuir guarda corpo e rodapé , como também o andaime deve estar devidamente amarrado e ancorado conforme as NRs. Além disso, uma causa da queda do colaborador que não foi mencionado é falta de treinamento, que o meio de detecção é um pouco complexo chegando ao índice (D) igual 5, pois é check list, devido isso que o índice de risco é maior que os anteriores chegando a 100 e sua correção é apenas com o treinamento dos operários.













Tabela 2 – Referente às figuras 2 e 3 em situações de risco em andaime
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
Apesar de o processo ser o mesmo da tabela anterior, todavia é mais perigoso, como é confirmado no índice de risco mais elevado que a tabela 1, chegando a 175, mesmo que apresente identicamente as causas básicas das falhas como: forragem incompleta dos andaimes; ausência do guarda-corpo e rodapé, a altura é mais elevada e consequentemente oferecendo mais riscos. Nota-se que as naturezas de ocorrências e formas de detecção são mesmas que da tabela anterior, portanto obtendo os mesmo índices de (O) e (D), porém o que chama atenção para esse processo é alta nos índices de severidade (S), porque como foi mencionado o trabalho está sendo realizado em uma altura bastante considerável. Os índices de severidade (S) quando o trabalhador cair de nível mais alto para um baixo nesse processo, em todas as causas os efeitos que podem acontecer são incapacidade permanente parcial, com índice(S) igual 7, o que é bastante preocupante. Em uma severidade ainda maior estar quando ocorrer apenas a queda material do andaime nessa altura, que associado com a gravidade vai gerar um impacto muito grande caso atinja alguém embaixo, podendo ocasionar na pior das hipóteses a morte, justificando o índice máximo de severidade igual a 10. Portanto como a maioria dessas inconformidades podem ser vista apenas com visual, a ação deve ser imediatamente e colocar o andaime conforme as NRs.

Tabela 3- Serviços de telhado das figuras 4 e 5.
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
No presente serviço de telhado pode acontecer à queda do trabalhador causada pela falta do cabo guia de aço ou dispositivo contra queda, que são exigidos pelas NRs, como também o trabalhador sem treinamento pode gerar a queda de diferente nível. Ambas as situações possuem a mesma natureza de ocorrência, portanto tendo o mesmo índice (O) que é igual 5, podendo acarretar em uma incapacidade temporária curta com índice de severidade (S) igual 5 e o meio de detecção das duas possíveis falhas acontecem através de check list, que possui o índice (D) igual 5 , por fim o índice de risco de ambas chegam a 125, as soluções corretivas são o uso de equipamentos contra queda e a realização de treinamento com colaboradores, respectivamente.
Outro possível acidente no processo é a queda de material ocasionado por duas possíveis causas nas ações da tabela 3 , que são o transporte e armazenagem inadequada das telhas , que com a queda delas pode atingir alguém , que receberá o impacto desse material , tendo o índice (O) igual a 6 e em consequência gerar uma incapacidade temporária longa , possuindo o índice de severidade igual a 6, por outro lado meio de detecção dessas possíveis falhas é o visual , que é igual 1, por fim temos que o índice de risco para ambas causas é de 36. As NRs mencionam quando se faz esses tipos de serviços mencionados, deve-se isolar a área e sinalizar a mesma, o transporte deve ser de maneira adequada para não ocorrer risco de queda material e preservar a saúde do colaborador e sobre estrutura que não foi projetada para receber aquela carga pontual (telhas armazenadas em um ponto), elas devem ser armazenadas em local apropriado ou em menor quantidade.
Na tabela temos o uso da serrar circular sem o uso do EPI, no caso a luva, que poderia evitar um possível corte ou algo mais grave, a natureza de ocorrência de abrasão possui o índice (O) igual a 3, porem pode gerar uma incapacidade permanente ou parcial com índice severidade (S) igual a 7, por outra tem um detecção fácil , pois é visual com índice (D) igual 1 , consequentemente tendo seu índice de risco igual a 21, não é um índice alto, mas deve-se exigir em uma obra o uso de EPI’s e os fiscalizar. As NRs cita que os serviços de carpintaria devem ser feitos em lugares próprios, o que não é visto no processo estudado, pelo contrario um ato totalmente inseguro realizado em altura sem EPI contra queda, que ele pode vim a cair com a maquina sofrendo um impacto (de uma maquina cortante) dela, essa natureza de ocorrência seria de índice (O) igual 6 podendo ocasionar uma incapacidade permanente total com índice de severidade igual a 8 , a detecção seria check list, pois seria pela visualização do trabalho em local inapropriado e falta do EPI contra queda, ficando com índice (D) igual 5 e consequentemente tendo um índice de risco igual 240, um serviço que nem deveria começar a ser feito nesse local e quando for visto parado imediatamente . Outra possível situação estudada seria apenas a queda da maquina, vista apenas com um ato irresponsável que iria gerar um impacto de uma maquina cortante em quem estivesse embaixo no local, natureza de ocorrência também igual 6 causando uma incapacidade permanente parcial de índice de severidade (S) igual 7, que poderia ter sua detecção apenas visual, de índice (D) igual l, pois é um serviço em um local inadequado.





Tabela 5- Aplicação do FMEA na utilização da escada.
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
A quebra da escada pode ser ocasionada devido à falta de resistência do material, pois geralmente pegam qualquer sobra de madeiras e fabricam a escada, chegando ao um índice de risco de 250 e a falta de métodos de avaliação para detecção, fazendo com que o índice chegue a 10, contribui bastante para esse elevado RPN, portanto precisa ser revisto urgentemente uma maneira de avaliação da resistência das escadas. Ocorrendo a ruptura do material acarretaria a queda do colaborador provocando desde lesões leves e recuperáveis até lesões definitivas como amputações ou perda de movimentos, com possibilidade, ainda que remota, de lesões fatais. Porém a detecção dessa possível falha é complicada, portanto se faz necessário à fabricação dessa escada com um material de qualidade e certificado, fazer sempre uma inspeção da mesma e também armazenar em local adequado afim de não provocar um desgaste precoce do material.
Muitas quedas através de escada acontecem por falta de instabilidade que apresentar o segundo maior índice de risco, chegando a 125, porque na maioria das vezes ela é apoiada em locais impróprios como é visto na figura 6, que está em solo e, além disso, úmido, podendo acontecer em uma desagradável possibilidade um deslocamento ou recalque da escada, ocasionando a queda do trabalhador provocando de lesões recuperáveis a permanentes. Vale mencionar que a escolha do tipo da escada inadequada para o serviço pode também ocasionar a queda, pois é não será instável para o local ou serviço onde será executado o processo.

Conclusão

A utilização do FMEA para questões de segurança na construção civil ainda é escasso, todavia, estudo realizado por CAVAIGNAC & FORTE (2018) foi abordado à mesma temática, como também foi encontrado as mesmas inconformidades com as NRs, principalmente relacionadas à EPI’s, andaimes e escadas em obras de pequeno porte. Portanto com a realização do nosso trabalho realizado em uma obra de médio porte podemos concluir os mesmo vícios errôneos que divergem com as NR’s foram detectados nas mesmas atividades, ou seja, podemos pressupor que também poderá ser encontrado em obras de grande porte. Entendemos então que as questões de segurança na construção civil precisam ser revista ou ate mesmo incentivada, porém também existe a falta de uma fiscalização e treinamentos rigorosos.
Percebemos também nesse artigo, que a execução de serviços em locais inapropriados, como no caso da carpintaria, que com a utilização da serra circular, uma ferramenta cortante, apresentou um índice risco alto, principalmente o uso negligente do trabalho realizado em altura no telhado, podendo ocorrer na pior das hipóteses uma fatalidade. O que também é bastante preocupante, é que os serviços em telhado são efeitos rotineiramentede maneira incorreta relacionada a segurança, tanto em empresas como no trabalhos informais.

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Citações
O método empregado pelas Normas APAe? autor-data, isto e?, o sobrenome do autor e o ano de publicação. O texto deve ser documentado citando o autor e a data de publicação dos trabalhos pesquisados e consultados. Todos os autores citados no texto, e apenas eles, devem estar presentes nas referências com as informações completas. Este procedimento e? obrigatório.A lista de referências completa deve ser apresentada no final do texto e por ordem alfabética pelo sobrenome do primeiro autor. Devem ser justificadas, editadas com espaçamento 1,5 entre linhas, sem afastamento anterior e 6pt posterior entre parágrafos. Seguir orientações: http://www.anpad.org.br/rac/rac_guia_apa.pdf
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Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Utilização de andaime Queda do material do andaime Falta de forração completa do andaime Impacto sofrido 6 Incapacidade temporária sem afastamento 4 Visual 2 48 Adequação do andaime as normas
Queda do trabalhador do andaime Ausência de guarda-corpo e rodapé Queda de diferente nível 5 4 Visual 2 40
Ausência de amarração e ancoragem do andaime em local fixo Queda de diferente nível 5 4 Visual 2 40
Trabalhadores sem treinamento Queda de diferente nível 5 4 Check list 5 100 Realizar treinamento

Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Utilização de andaime Queda do material do andaime Falta de forração completa do andaime Impacto sofrido 6 Morte dos não envolvidos do processo 10 Visual 2 120 Adequação do andaime as normas
Queda do trabalhador do andaime Ausência de guarda-corpo e rodapé Queda de diferente nível 5 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 2 70
Ausência de amarração e ancoragem do andaime em local fixo Queda de diferente nível 5 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 2 70
Trabalhadores sem treinamento Queda de diferente nível 5 Incapacidade permanente parcial 7 Check list 5 175 Realizar treinamento

Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Serviços de Telhado Queda do trabalhador Falta do cabo guia ou dispositivo contra queda Queda de diferente nível 5 Incapacidade temporária curta 5 Check list 5 125 Uso do equipamento contra queda
Trabalhadores sem treinamento Queda de diferente nível 5 Incapacidade temporária curta 5 Check list 5 125 Realizar treinamento
Queda do material (telhas) Transporte irregular das telhas Impacto sofrido 6 Incapacidade temporária longa 6 Visual 1 36 Uso de equipamento adequado para transporte
Armazenagem inadequada das telhas Impacto sofrido 6 Incapacidade temporária longa 6 Visual 1 36 Evitar local inadequado
Corte com a serra circular Ausência de EPI's Atrito ou abrasão 3 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 1 21 Conscientizar os trabalhadores sobre o seu uso; exigir o uso; fiscalizar o uso dos EPI's e local proprio para serviço de carpintaria
Queda do trabalhador com a maquina Ausência de EPI's / Ato inseguro Impacto sofrido 6 Incapacidade permanente total 8 Check list 5 240
Queda apenas da serra circular Ato inseguro Impacto sofrido 6 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 1 42

Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Utilização da escada Quebra da escada Falta resistência do material Queda com diferença de nível 5 Incapacidade temporária com afastamento curto 5 Ausência de métodos de avaliação 10 250 troca da escada
Queda do colaborador da escada Falta de estabilidade 5 5 Check list 5 125
Tipo inadequado 5 5 5 125
Falta de habilidade do usuário 5 5 5 125 Realizar treinamento


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PRIORIZAÇÃO DE RISCO EM OBRA DE MÉDIO PORTE ATRAVÉS DA UTILIZAÇÃO DO FMEA: UMA FERRAMENTA DE MELHORIA PARA SEGURANÇA DO TRABALHO EM ALTURA
RISK PRIORIZATION IN A MEDIUM-SIZED WORK THROUGH FMEA: AN IMPROVEMENT TOOL FOR SAFETY WORK AT HEIGHT
Gustavo Pires do Nascimento Jorge1&André Luís de Oliveira Cavaignac 2

1 2 3Departamento de Engenharias e Tecnologia do Centro Universitário Norte do Espírito Santo da Universidade
Federal do Espírito Santo
, Rodovia BR 101 Norte, Km. 60, Bairro Litorâneo, CEP 29932-540, São Mateus.*revistabjpe@gmail.com


Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Vol. X, N.º Y, p. aa-bb. (ano). Editora CEUNES/DETEC.
Disponível em: http://periodicos.ufes.br/BJPE
Brazilian Journal of Production Engeneering, São Mateus, Vol. X, N.º Y, p. aa-bb. (ano). Editora CEUNES/DETEC.
Disponível em: http://periodicos.ufes.br/BJPE
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ARTIGO INFO.
Recebido em:
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Disponibilizado em:
Palavras-chave:
FastFormat; ABNT; artigos científicos; formatação automática.
Keywords:
FastFormat; ABNT; scientific articles;

*Autor Correspondente: Revista BJPE

RESUMO
Visto que na atualidade a engenharia civil movimenta a economia de maneira direta, com isso mais empregos são gerados em buscar de maior qualidade, todavia a segurança dos trabalhadores quase sempre é negligenciada e em consequência disso acidentes de todo tipo de gravidade. No presente trabalho foi feito abordagem da aplicação da ferramenta FMEA (failure mode and effects analysis) em uma obra de médio porte situada na cidade de Imperatriz-MA. Primeiramente no trabalho foi realizado um levantamento fotográfico na obra das inconformidades com as NRs, depois enumerado os principais riscos aos trabalhadores e baseado nos dados adquiridos foram feito a priorização de risco com ajuda do FMEA. Foi observado no trabalho que boa parte das inconformidades pode ser de fácil detecção, o que leva a conclusão do desconhecimento das normas ou simplesmente descaso.





ABSTRACT
Since civil engineering currently moves the economy in a direct way, with this more jobs are generated in pursuit of higher quality, yet the safety of workers is almost always neglected and as a consequence of this accidents of all kinds of gravity. In the present work, the application of the FMEA (failure mode and effects analysis) tool was applied in a medium-sized work located in the city of Imperatriz-MA. Firstly, a photographic survey was carried out in the work of the nonconformities with the NRs, then listed the main risks to the workers and based on the data acquired, the risk prioritization was done with the help of the FMEA. It was observed in the work that a great part of the nonconformities can be of easy detection, which leads to the conclusion of the ignorance of the norms or simply negligence.




















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- 3 -
Citação (APA):SECCHIM, A. B., FREITAS, R. R. de, & GONCALVES, W. (2018). Mapeamento e análise bibliométrica da utilização da análise envoltória de dados (DEA) em estudos de engenharia de produção. BrazilianJournalofProductionEngineering, 4(1): 116-128.







Introdução
Tradicionalmente, a construção civil é um setor de grande importância para qualquer economia, pois gera empregos diretos e indiretos. Além disso, sua amplitude com a diversidade de tipos de mão de obra e a ausência de restrições para recrutamento de empregados também contribui a situação do risco ao colaborador (TAKAHASHI, 2012). Neste sentido, Santana e Oliveira (2004) relatam que os trabalhadores da construção civil convivem em situações precárias de trabalho quando comparados com outros trabalhadores de outros setores. A situação dos trabalhadores da construção civil na maioria dos casos se assemelha a realidade vivida pelos os trabalhadores informais – aqueles que trabalham sem contratos assinados ou sob a regulamentação da CLT – consolidação das leis trabalhistas.
Nos últimos anos foi verificado um aumento no número de acidentes e até mesmo a morte de trabalhadores na construção civil em todo o país, principalmente por soterramento, choque elétrico e a queda em conseqüência do trabalho em altura (MENDES, 2013). Os trabalhos executados em altura, em especial, proporcionam uma grande exposição ao trabalhador de variados tipos de risco. Principalmente devido à diversidade de situações da atividade, como trabalhos com andaimes, trabalhos com escadas, trabalhos em telhados, entre outros. (CARLOS, 2015).
As quedas que ocorrem em trabalhos em altura foram responsáveis por 25% dos acidentes no setor da construção civil no Rio Grande do Sul em 1996 e 1997, levando em conta os fatais e não fatais. No Rio de Janeiro entre os anos de 1997 e 2001, as quedas com diferença de níveis foram apontadas como a principal causa de acidentes fatais na construção civil, responsável 33%. Já na indústria inglesa, em altura são responsáveis por 52% dos acidentes fatais (DORS et al., 2011).
Em 2012 o governo sancionou a NR-35 (Norma Regulamentadora nº 35 da Portaria 3.214 de oito de junho de 1978 do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE), definindo o trabalho em altura e seus aspectos de segurança realizados acima de dois metros do nível do piso. A norma também apresenta técnicas para treinamentos, planejamento, capacitação e várias outras com finalidade de reduzir o risco de acidentes (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2012).
A NR-35 (Trabalho em altura) esta relacionada com NR-6 (Equipamentos de proteção individual) e a NR-18 (Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção). Devido a isso, sempre que possível devem ser feito uma revisão dessas Normas Regulamentadoras em atividades voltadas à construção civil para se evitar situações de falha (FRAGA, 2016).
Para Rausand e Oien (1996), a falha está diretamente ligada com conceito de confiabilidade, sendo a definição de falha, o termino da capacidade de um item para o desempenho de uma função requerida. A qualidade de uma analise de confiabilidade depende da identificação de todas as funções desempenhadas pelos componentes e suas possíveis falhas com seu potencial de ocorrência. Com a conscientização dos consumidores, que não priorizam o produto apenas pelo preço, a qualidade tornou-se indispensável. Porem, as empresas falham quando não relacionam os seus objetivos, ou seja, a qualidade com o programa de ergonomia e segurança eficiente (GROHMANN, 1997).
Para se evitar um risco de acidente ou incidente que pode acarretar em lesões corporais até tragédia fatal, é exigido um planejamento detalhado de todos os processos e recursos da obra, desde a qualificação do trabalhador até a manutenção dos equipamentos (MENDES, 2013). Além disso, para diminuir o risco que os operários são submetidos, é essencial a aplicação de ferramentas de gerenciamento de risco laboral (SALIBA, 2018).
O FMEA (Failure Mode and Effects Analysis) é considerado uma importante ferramenta para análise de falhas. Através do uso de três fatores quantitativos - ocorrência (O), detecção (D) e severidade (S), é realizada uma classificação segundo os graus de importância, de acordo com risco potencial, representado no FMEA através do RPN (Risk Priority Number) (STAMATIS, 2003).
A severidade (S) é a hierarquização que aponta a gravidade de uma potencial falha, medida de 1 a 10, que vai de consequências sem danos ate danos trágicos ou irreparáveis. A detecção (D) quantifica a dificuldade de um possível cenário de falha ser identificado antes que a mesma ocorra, partindo da certeza de detecção, com índice 1, até a impossibilidade de detecção, com índice 10. Já a ocorrência (O) é a aproximação da freqüência ou probabilidade do acontecimento do modo de falha. O método mais aconselhável para determinar o seu valor, é através da utilização de dados reais do processo, porém, na falta de dados anteriores para avaliação, podem ser atribuídos escalas qualitativas baseado na experiência dos operadores (MCDERMOTT, et al., 2009).
Existem dificuldades na aplicação do FMEA devido à inconsistência dos valores de riscos obtidos, dependência de dados recolhidos através das experiências dos colaboradores e da exigência de tempo para a implementação da ferramenta (LAURENTI, et al., 2012). Essas dificuldades também foram relatadas na aplicação do FMEA em segurança ocupacional na construção civil (CAVAIGNAC & FORTE, 2018).
Para reduzir a dificuldade da aplicação e contribuir com a difusão do uso do FMEA em segurança ocupacional, Cavaignac & Uchoa, (2018), em um estudo recente, propuseram tabelas de referência para a correlação de cada índice (S), (O) e (D), com situações qualitativas reais em campo. A partir desta tabela, cada situação observada e classificada qualitativamente é rapidamente relacionada com o índice quantitativo, obedecendo a interpretação de evolução do melhor cenário ao pior cenário, partindo do índice 1 ao índice 10. A tabela 1 abaixo mostra a correlação entre a observação qualitativa com os índices numéricos.
Tabela 1- Tabela de referência de índices de severidade (S), ocorrência (O) e detecção (D)

Fonte: CAVAIGNAC & UCHOA, 2018. Adaptado.

Neste sentido, o presente trabalho tem como objetivo a análise da situação de risco laboral que os colaboradores de obras de médio porte estão expostos, em especial nas funções realizadas em altura. Para tal análise, será utilizada a ferramenta FMEA, que oferece um modo efetivo de priorização dos riscos através de uma análise quantitativa.

METODOLOGIA
O trabalho foi baseado em um estudo de caso em uma obra na construção civil de médio porte, situada no munícipio de Imperatriz no estado do Maranhão. A obra era de múltiplas casas de habitação popular, em total de 309 casas. Na ocasião a obra se encontrava na cobertura dos telhados das casas e do salão de festa, onde existia varias frentes de serviços no mesmo tempo, com cerca de 200 funcionários. Foram registradas in loco as observações e depoimentos dos colaboradores em trabalhos feitos em altura, posteriormente foi realizado o levantamento de dados para a aplicação do FMEA em quatro momentos críticos em riscos ocupacionais: utilização de escadas, utilização de andaime, colocação da estrutura de telhado e as telhas, utilização de EPI’s.
Foram realizados registros fotográficos dos processos realizados e foi criada uma discussão em relação a adequações e inadequações às normas regulamentadoras aplicáveis nas situações. Posteriormente a partir da verificação desses dados das possíveis falhas e aplicadas no FMEA.Por ultimo foram feitas tabelas de FMEA para cada processo incluindo um modo de falha, causas, efeitos, métodos de detecção, ações corretivas e a obtenção do RPN. Com isso foi concebível fazer as comparações, preferindo os momentos com maior índice de risco e os que necessitam de corretivas imediatas, produzindo um plano de ações corretivas. A Figura 1 mostra o fluxograma com as etapas de execução da pesquisa.
Figura 1. Fluxograma das etapas de execução da pesquisa

Fonte: CAVAIGNAC & FORTE (2018), adaptado.

NÃO-CONFORMIDADES OBSERVADAS NAS OBRAS

A seguir nas observações feitas na obra, que foram registradas em fotografias, se percebem divergências em relação às NRs, e foram observadas constantemente inconformidades in loco no canteiro. Além disso, o que era mencionado pelos trabalhadores complementava as imagens das fotografias, mostrando situações de risco. As divergências nas NRs podem ser observadas nas figuras de 1 a 6, onde é importante mencionar também que, em algumas situações, os próprios operários se colocam em situações de riscos através de comportamentos inseguros. A seguir, as figuras de 1 a 6 registradas durante a observação in loco, seguida da discussão sobre cada situação encontrada.

Figura 1 – Registro das divergências relacionada à segurança, observadas no trabalhador e no ambiente de trabalho, sendo a falta de (1) capacete; (2) dispositivo de segurança contra queda; (3) piso de forração do andaime incompleto; (4) guarda corpo e rodapé; além do (5) risco de queda de material ou ferramenta.
Fonte: Autores, 2019

Figura 2- Trabalhador com inconformidades no local de trabalho: (1) ancoragem irregular; (2) piso de forração do andaime incompleto; (3) falta de guarda corpo e rodapé; e (4) risco de queda de material ou ferramenta.

Fonte: Autores, 2019.

Figura 3 – Andaime da figura 2 apoiado de maneira irregular.

Fonte: Autores, 2019
Figura 4 – Trabalhador em situaçao de risco por falta do : (1) uso de luvas; (2) dispositivo de segurança contra queda; (3) cabo-guia de aço; (4) sinalização e isolamento da área; (5) local adequado para serviço de carpitaria.


Fonte: Autores, 2019.

Figura 5- Há inconformidades graves em relação às NRs na colação das telhas, como falta do (1) dispositivo de segurança contra queda; (2) cabo-guia de aço; (3) sinalização e isolamento da área; além de (4) transporte inadequado do material; (5) local inadequado para armazenagem/espera do material;(6) falta do capacete.

Fonte: Autores, 2019.
Figura 6 – Registro de situações que estão em inconformidade com as Nrs: (1) escada não apoiada em piso resistente; (2) escada situada nas proximidades de portas ou áreas de circulação; (3) escada colocada em lugar com risco de queda de objetos ou materiais; (4) Construída com madeira de má qualidade; (5) andaime com ausência de dispositivo de segurança contra queda; (6) piso de forração do andaime incompleto; (7) ausência de guarda corpo e rodapé.

Fonte: Autores, 2019.
Nas figuras de 1 a 6 é observado o trabalho em altura realizado de maneira irregular, visto que em quase todas as imagens a falta do uso dos dispositivos de segurança contra queda – mostrando descaso em relação Nr 35 – e quando foi usado, sua ancoragem foi colocada de maneira irregular. Além disso, a ausência dos guarda-corpos e rodapés principalmente nos andaimes fere as NRs 18 e 35, visto a que são indispensáveis para prevenir o risco de queda tanto do operário ocasionando uma lesão ou fatalidade como também de alguma ferramenta ou material atinja algum outro funcionário no nível abaixo. Soma-se a isso o fato de que a área não esta devidamente sinalizada e isolada conforme a Nr 18. Nas Figuras 2 e 3 o andaime está apoiado de formar irregular, onde deviria ser apoiados sobre superfície plana, que resista a seus esforços e permita a sua segura movimentação através de rodízios.
O uso dos EPI’s é de uso obrigatório e cabe o empregador o fornecimento com Certificado de Aprovação (CA) de acordo com NR 6, mesmo assim, ainda é um tema que precisa ser debatido, pois como foi visto nas figuras 1, 4 e 5, é recorrente a não utilização dos mesmos. A utilização do capacete tem como finalidade a proteção contra impactos de objetos sobre o crânio, contra choques elétricos, além do crânio a face contra fontes geradoras de calor coincidente com NR 6. Também mencionado pela mesma norma é indispensável o uso da luva de segurança para proteção das mãos contra agentes cortantes e perfurantes.
Já figura 4 se observa a execução de uma tarefa de carpintaria em lugar totalmente impróprio, com uso de uma serra circular. De acordo com a NR 18, o serviço de carpintaria deveria ser em um local dotado de mesa estável, com fechamento de suas faces inferiores, anterior e posterior, construída em madeira resistente e de primeira qualidade, material metálico ou similar de resistência equivalente, sem irregularidades, com dimensionamento suficiente para a execução das tarefas e também terem piso resistente, nivelado e antiderrapante, com cobertura capaz de proteger os trabalhadores contra quedas de materiais e intempéries.
Já figura 5 mostra um trabalho bastante freqüente em obra - que quase sempre se passa despercebido: a execução de telhamento da cobertura. Neste serviço é encontrado um conjunto de inconformidades em relação à NR 6, 18 e 35. Pode-se citar, por exemplo: a falta de uso de capacete; transporte impróprio das telhas; ausência de sinalização e isolamento do local; e armazenamento impróprio das telhas sobre a estrutura de suporte do telhado. Soma-se a isso a falta da instalação de cabo guia ou cabo de segurança para fixação de mecanismo de ligação por talabarte acoplado ao cinto de segurança tipo paraquedista e a falta de equipamentos de transporte vertical de materiais, que devem ser projetados, dimensionados e especificados tecnicamente por profissional legalmente habilitado.
Na figura 6 podemos ver inconformidades em relação à NR 18 no que diz respeito a utilização de escadas de mão. Por ter seu uso em diversas atividades rotineiras, os riscos são negligenciados – como observado na imagem. A escada esta apoiada em solo úmido, sem o nivelamento adequado e também na proximidade de porta e janelas. Além disso, há o risco de queda de material em local onde tem o fluxo de entrada e saída - e no caso da figura outro operário trabalhando um nível abaixo no andaime. Em relação ao material, não aparenta ser de boa qualidade, pois se observa uma não uniformidade dos componentes e espessura mais fina na ponta de apoio da escada. Também como já observado nas figuras anteriores a falta do uso do cinto de paraquedas e todo o sistema de ancoragem e dos guarda-corpos e rodapés nos andaimes.

Aplicação do FMEA

O FMEA é caracterizado por medidas com finalidade de antecipar futuros problemas, necessidades ou mudanças no decorrer dos processos na obra (PALADY, 1997). Nas tabelas de 1 a 5 estão contidas as informações obtidas a partir da aplicação do FMEA, analisando os processos e identificando as causas da falha, natureza da ocorrência, efeitos, meio de detecção e ações corretivas. Cada causa da falha ao final obteve um RPN, a partir da multiplicação das três variáveis (Ocorrência, Severidade e Detecção), sendo estas três variáveis retiradas da tabela de referência proposta por Cavaignac & Uchoa, 2018. A abordagem sobre as seis tabelas adquiridas vem a seguir:

Tabela 1 – Uso da ferramenta FMEA sobre a utilização de andaime
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
O processo estudado na tabela 1 foi a utilização de andaime, podendo apresentar o modo de falha com a queda do material do andaime ou a queda do trabalhador do andaime, na primeira situação é ocasionada pela forração incompleta do andaime, que consequentemente alguma ferramenta ou material poderá cair para o nível mais baixo e atingir algum outro colaborador sofrendo um impacto, que tem o índice (O) igual a 6, todavia acarretará apenas incapacidade temporária sem afastamento com índice de severidade (S) igual a 4, podemos detectar esse tipo inconformidade na obra apenas pelo meio visual , adquirindo o índice (D) igual a 2, posteriormente com a multiplicação dos três índices anteriores obtemos o índice de risco igual 48, que não é muito grave, porem não se deve fazer descaso dessa situação e implementar rapidamente as ações corretivas como adequar a NR-18, que cita que a forração do andaime tem que ser completa. Já na segunda possível falha, que é a queda do trabalhador do andaime pode ser causada pela falta de guarda corpo, rodapé e/ou amarração e ancoragem em local fixo que ocasionará a queda de nível colaborador que terá o índice (O) igual 5 e como a situação anterior vai trazer uma incapacidade temporária sem afastamento com índice de severidade (S) igual a 4 , que pode ser justificada pela altura moderada do andaime, também será de fácil detecção , sendo apenas o visual necessário , novamente tendo o índice (D) igual a 2 e consequentemente o índice de risco igual a 40, que mais uma vez para correção das possíveis falhas é adequação as normas, pois um andaime deve possuir guarda corpo e rodapé , como também o andaime deve estar devidamente amarrado e ancorado conforme as NRs. Além disso, uma causa da queda do colaborador que não foi mencionado é falta de treinamento, que o meio de detecção é um pouco complexo chegando ao índice (D) igual 5, pois é check list, devido isso que o índice de risco é maior que os anteriores chegando a 100 e sua correção é apenas com o treinamento dos operários.













Tabela 2 – Referente às figuras 2 e 3 em situações de risco em andaime
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
Apesar de o processo ser o mesmo da tabela anterior, todavia é mais perigoso, como é confirmado no índice de risco mais elevado que a tabela 1, chegando a 175, mesmo que apresente identicamente as causas básicas das falhas como: forragem incompleta dos andaimes; ausência do guarda-corpo e rodapé, a altura é mais elevada e consequentemente oferecendo mais riscos. Nota-se que as naturezas de ocorrências e formas de detecção são mesmas que da tabela anterior, portanto obtendo os mesmo índices de (O) e (D), porém o que chama atenção para esse processo é alta nos índices de severidade (S), porque como foi mencionado o trabalho está sendo realizado em uma altura bastante considerável. Os índices de severidade (S) quando o trabalhador cair de nível mais alto para um baixo nesse processo, em todas as causas os efeitos que podem acontecer são incapacidade permanente parcial, com índice(S) igual 7, o que é bastante preocupante. Em uma severidade ainda maior estar quando ocorrer apenas a queda material do andaime nessa altura, que associado com a gravidade vai gerar um impacto muito grande caso atinja alguém embaixo, podendo ocasionar na pior das hipóteses a morte, justificando o índice máximo de severidade igual a 10. Portanto como a maioria dessas inconformidades podem ser vista apenas com visual, a ação deve ser imediatamente e colocar o andaime conforme as NRs.

Tabela 3- Serviços de telhado das figuras 4 e 5.
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
No presente serviço de telhado pode acontecer à queda do trabalhador causada pela falta do cabo guia de aço ou dispositivo contra queda, que são exigidos pelas NRs, como também o trabalhador sem treinamento pode gerar a queda de diferente nível. Ambas as situações possuem a mesma natureza de ocorrência, portanto tendo o mesmo índice (O) que é igual 5, podendo acarretar em uma incapacidade temporária curta com índice de severidade (S) igual 5 e o meio de detecção das duas possíveis falhas acontecem através de check list, que possui o índice (D) igual 5 , por fim o índice de risco de ambas chegam a 125, as soluções corretivas são o uso de equipamentos contra queda e a realização de treinamento com colaboradores, respectivamente.
Outro possível acidente no processo é a queda de material ocasionado por duas possíveis causas nas ações da tabela 3 , que são o transporte e armazenagem inadequada das telhas , que com a queda delas pode atingir alguém , que receberá o impacto desse material , tendo o índice (O) igual a 6 e em consequência gerar uma incapacidade temporária longa , possuindo o índice de severidade igual a 6, por outro lado meio de detecção dessas possíveis falhas é o visual , que é igual 1, por fim temos que o índice de risco para ambas causas é de 36. As NRs mencionam quando se faz esses tipos de serviços mencionados, deve-se isolar a área e sinalizar a mesma, o transporte deve ser de maneira adequada para não ocorrer risco de queda material e preservar a saúde do colaborador e sobre estrutura que não foi projetada para receber aquela carga pontual (telhas armazenadas em um ponto), elas devem ser armazenadas em local apropriado ou em menor quantidade.
Na tabela temos o uso da serrar circular sem o uso do EPI, no caso a luva, que poderia evitar um possível corte ou algo mais grave, a natureza de ocorrência de abrasão possui o índice (O) igual a 3, porem pode gerar uma incapacidade permanente ou parcial com índice severidade (S) igual a 7, por outra tem um detecção fácil , pois é visual com índice (D) igual 1 , consequentemente tendo seu índice de risco igual a 21, não é um índice alto, mas deve-se exigir em uma obra o uso de EPI’s e os fiscalizar. As NRs cita que os serviços de carpintaria devem ser feitos em lugares próprios, o que não é visto no processo estudado, pelo contrario um ato totalmente inseguro realizado em altura sem EPI contra queda, que ele pode vim a cair com a maquina sofrendo um impacto (de uma maquina cortante) dela, essa natureza de ocorrência seria de índice (O) igual 6 podendo ocasionar uma incapacidade permanente total com índice de severidade igual a 8 , a detecção seria check list, pois seria pela visualização do trabalho em local inapropriado e falta do EPI contra queda, ficando com índice (D) igual 5 e consequentemente tendo um índice de risco igual 240, um serviço que nem deveria começar a ser feito nesse local e quando for visto parado imediatamente . Outra possível situação estudada seria apenas a queda da maquina, vista apenas com um ato irresponsável que iria gerar um impacto de uma maquina cortante em quem estivesse embaixo no local, natureza de ocorrência também igual 6 causando uma incapacidade permanente parcial de índice de severidade (S) igual 7, que poderia ter sua detecção apenas visual, de índice (D) igual l, pois é um serviço em um local inadequado.





Tabela 5- Aplicação do FMEA na utilização da escada.
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
A quebra da escada pode ser ocasionada devido à falta de resistência do material, pois geralmente pegam qualquer sobra de madeiras e fabricam a escada, chegando ao um índice de risco de 250 e a falta de métodos de avaliação para detecção, fazendo com que o índice chegue a 10, contribui bastante para esse elevado RPN, portanto precisa ser revisto urgentemente uma maneira de avaliação da resistência das escadas. Ocorrendo a ruptura do material acarretaria a queda do colaborador provocando desde lesões leves e recuperáveis até lesões definitivas como amputações ou perda de movimentos, com possibilidade, ainda que remota, de lesões fatais. Porém a detecção dessa possível falha é complicada, portanto se faz necessário à fabricação dessa escada com um material de qualidade e certificado, fazer sempre uma inspeção da mesma e também armazenar em local adequado afim de não provocar um desgaste precoce do material.
Muitas quedas através de escada acontecem por falta de instabilidade que apresentar o segundo maior índice de risco, chegando a 125, porque na maioria das vezes ela é apoiada em locais impróprios como é visto na figura 6, que está em solo e, além disso, úmido, podendo acontecer em uma desagradável possibilidade um deslocamento ou recalque da escada, ocasionando a queda do trabalhador provocando de lesões recuperáveis a permanentes. Vale mencionar que a escolha do tipo da escada inadequada para o serviço pode também ocasionar a queda, pois é não será instável para o local ou serviço onde será executado o processo.

Conclusão

A utilização do FMEA para questões de segurança na construção civil ainda é escasso, todavia, estudo realizado por CAVAIGNAC & FORTE (2018) foi abordado à mesma temática, como também foi encontrado as mesmas inconformidades com as NRs, principalmente relacionadas à EPI’s, andaimes e escadas em obras de pequeno porte. Portanto com a realização do nosso trabalho realizado em uma obra de médio porte podemos concluir os mesmo vícios errôneos que divergem com as NR’s foram detectados nas mesmas atividades, ou seja, podemos pressupor que também poderá ser encontrado em obras de grande porte. Entendemos então que as questões de segurança na construção civil precisam ser revista ou ate mesmo incentivada, porém também existe a falta de uma fiscalização e treinamentos rigorosos.
Percebemos também nesse artigo, que a execução de serviços em locais inapropriados, como no caso da carpintaria, que com a utilização da serra circular, uma ferramenta cortante, apresentou um índice risco alto, principalmente o uso negligente do trabalho realizado em altura no telhado, podendo ocorrer na pior das hipóteses uma fatalidade. O que também é bastante preocupante, é que os serviços em telhado são efeitos rotineiramentede maneira incorreta relacionada a segurança, tanto em empresas como no trabalhos informais.

REFERENCIAS

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Citações
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Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Utilização de andaime Queda do material do andaime Falta de forração completa do andaime Impacto sofrido 6 Incapacidade temporária sem afastamento 4 Visual 2 48 Adequação do andaime as normas
Queda do trabalhador do andaime Ausência de guarda-corpo e rodapé Queda de diferente nível 5 4 Visual 2 40
Ausência de amarração e ancoragem do andaime em local fixo Queda de diferente nível 5 4 Visual 2 40
Trabalhadores sem treinamento Queda de diferente nível 5 4 Check list 5 100 Realizar treinamento

Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Utilização de andaime Queda do material do andaime Falta de forração completa do andaime Impacto sofrido 6 Morte dos não envolvidos do processo 10 Visual 2 120 Adequação do andaime as normas
Queda do trabalhador do andaime Ausência de guarda-corpo e rodapé Queda de diferente nível 5 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 2 70
Ausência de amarração e ancoragem do andaime em local fixo Queda de diferente nível 5 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 2 70
Trabalhadores sem treinamento Queda de diferente nível 5 Incapacidade permanente parcial 7 Check list 5 175 Realizar treinamento

Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Serviços de Telhado Queda do trabalhador Falta do cabo guia ou dispositivo contra queda Queda de diferente nível 5 Incapacidade temporária curta 5 Check list 5 125 Uso do equipamento contra queda
Trabalhadores sem treinamento Queda de diferente nível 5 Incapacidade temporária curta 5 Check list 5 125 Realizar treinamento
Queda do material (telhas) Transporte irregular das telhas Impacto sofrido 6 Incapacidade temporária longa 6 Visual 1 36 Uso de equipamento adequado para transporte
Armazenagem inadequada das telhas Impacto sofrido 6 Incapacidade temporária longa 6 Visual 1 36 Evitar local inadequado
Corte com a serra circular Ausência de EPI's Atrito ou abrasão 3 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 1 21 Conscientizar os trabalhadores sobre o seu uso; exigir o uso; fiscalizar o uso dos EPI's e local proprio para serviço de carpintaria
Queda do trabalhador com a maquina Ausência de EPI's / Ato inseguro Impacto sofrido 6 Incapacidade permanente total 8 Check list 5 240
Queda apenas da serra circular Ato inseguro Impacto sofrido 6 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 1 42

Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Utilização da escada Quebra da escada Falta resistência do material Queda com diferença de nível 5 Incapacidade temporária com afastamento curto 5 Ausência de métodos de avaliação 10 250 troca da escada
Queda do colaborador da escada Falta de estabilidade 5 5 Check list 5 125
Tipo inadequado 5 5 5 125
Falta de habilidade do usuário 5 5 5 125 Realizar treinamento


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PRIORIZAÇÃO DE RISCO EM OBRA DE MÉDIO PORTE ATRAVÉS DA UTILIZAÇÃO DO FMEA: UMA FERRAMENTA DE MELHORIA PARA SEGURANÇA DO TRABALHO EM ALTURA
RISK PRIORIZATION IN A MEDIUM-SIZED WORK THROUGH FMEA: AN IMPROVEMENT TOOL FOR SAFETY WORK AT HEIGHT
Gustavo Pires do Nascimento Jorge1&André Luís de Oliveira Cavaignac 2

1 2 3Departamento de Engenharias e Tecnologia do Centro Universitário Norte do Espírito Santo da Universidade
Federal do Espírito Santo
, Rodovia BR 101 Norte, Km. 60, Bairro Litorâneo, CEP 29932-540, São Mateus.*revistabjpe@gmail.com


Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Vol. X, N.º Y, p. aa-bb. (ano). Editora CEUNES/DETEC.
Disponível em: http://periodicos.ufes.br/BJPE
Brazilian Journal of Production Engeneering, São Mateus, Vol. X, N.º Y, p. aa-bb. (ano). Editora CEUNES/DETEC.
Disponível em: http://periodicos.ufes.br/BJPE
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ARTIGO INFO.
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Palavras-chave:
FastFormat; ABNT; artigos científicos; formatação automática.
Keywords:
FastFormat; ABNT; scientific articles;

*Autor Correspondente: Revista BJPE

RESUMO
Visto que na atualidade a engenharia civil movimenta a economia de maneira direta, com isso mais empregos são gerados em buscar de maior qualidade, todavia a segurança dos trabalhadores quase sempre é negligenciada e em consequência disso acidentes de todo tipo de gravidade. No presente trabalho foi feito abordagem da aplicação da ferramenta FMEA (failure mode and effects analysis) em uma obra de médio porte situada na cidade de Imperatriz-MA. Primeiramente no trabalho foi realizado um levantamento fotográfico na obra das inconformidades com as NRs, depois enumerado os principais riscos aos trabalhadores e baseado nos dados adquiridos foram feito a priorização de risco com ajuda do FMEA. Foi observado no trabalho que boa parte das inconformidades pode ser de fácil detecção, o que leva a conclusão do desconhecimento das normas ou simplesmente descaso.





ABSTRACT
Since civil engineering currently moves the economy in a direct way, with this more jobs are generated in pursuit of higher quality, yet the safety of workers is almost always neglected and as a consequence of this accidents of all kinds of gravity. In the present work, the application of the FMEA (failure mode and effects analysis) tool was applied in a medium-sized work located in the city of Imperatriz-MA. Firstly, a photographic survey was carried out in the work of the nonconformities with the NRs, then listed the main risks to the workers and based on the data acquired, the risk prioritization was done with the help of the FMEA. It was observed in the work that a great part of the nonconformities can be of easy detection, which leads to the conclusion of the ignorance of the norms or simply negligence.




















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Citação (APA):SECCHIM, A. B., FREITAS, R. R. de, & GONCALVES, W. (2018). Mapeamento e análise bibliométrica da utilização da análise envoltória de dados (DEA) em estudos de engenharia de produção. BrazilianJournalofProductionEngineering, 4(1): 116-128.







Introdução
Tradicionalmente, a construção civil é um setor de grande importância para qualquer economia, pois gera empregos diretos e indiretos. Além disso, sua amplitude com a diversidade de tipos de mão de obra e a ausência de restrições para recrutamento de empregados também contribui a situação do risco ao colaborador (TAKAHASHI, 2012). Neste sentido, Santana e Oliveira (2004) relatam que os trabalhadores da construção civil convivem em situações precárias de trabalho quando comparados com outros trabalhadores de outros setores. A situação dos trabalhadores da construção civil na maioria dos casos se assemelha a realidade vivida pelos os trabalhadores informais – aqueles que trabalham sem contratos assinados ou sob a regulamentação da CLT – consolidação das leis trabalhistas.
Nos últimos anos foi verificado um aumento no número de acidentes e até mesmo a morte de trabalhadores na construção civil em todo o país, principalmente por soterramento, choque elétrico e a queda em conseqüência do trabalho em altura (MENDES, 2013). Os trabalhos executados em altura, em especial, proporcionam uma grande exposição ao trabalhador de variados tipos de risco. Principalmente devido à diversidade de situações da atividade, como trabalhos com andaimes, trabalhos com escadas, trabalhos em telhados, entre outros. (CARLOS, 2015).
As quedas que ocorrem em trabalhos em altura foram responsáveis por 25% dos acidentes no setor da construção civil no Rio Grande do Sul em 1996 e 1997, levando em conta os fatais e não fatais. No Rio de Janeiro entre os anos de 1997 e 2001, as quedas com diferença de níveis foram apontadas como a principal causa de acidentes fatais na construção civil, responsável 33%. Já na indústria inglesa, em altura são responsáveis por 52% dos acidentes fatais (DORS et al., 2011).
Em 2012 o governo sancionou a NR-35 (Norma Regulamentadora nº 35 da Portaria 3.214 de oito de junho de 1978 do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE), definindo o trabalho em altura e seus aspectos de segurança realizados acima de dois metros do nível do piso. A norma também apresenta técnicas para treinamentos, planejamento, capacitação e várias outras com finalidade de reduzir o risco de acidentes (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2012).
A NR-35 (Trabalho em altura) esta relacionada com NR-6 (Equipamentos de proteção individual) e a NR-18 (Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção). Devido a isso, sempre que possível devem ser feito uma revisão dessas Normas Regulamentadoras em atividades voltadas à construção civil para se evitar situações de falha (FRAGA, 2016).
Para Rausand e Oien (1996), a falha está diretamente ligada com conceito de confiabilidade, sendo a definição de falha, o termino da capacidade de um item para o desempenho de uma função requerida. A qualidade de uma analise de confiabilidade depende da identificação de todas as funções desempenhadas pelos componentes e suas possíveis falhas com seu potencial de ocorrência. Com a conscientização dos consumidores, que não priorizam o produto apenas pelo preço, a qualidade tornou-se indispensável. Porem, as empresas falham quando não relacionam os seus objetivos, ou seja, a qualidade com o programa de ergonomia e segurança eficiente (GROHMANN, 1997).
Para se evitar um risco de acidente ou incidente que pode acarretar em lesões corporais até tragédia fatal, é exigido um planejamento detalhado de todos os processos e recursos da obra, desde a qualificação do trabalhador até a manutenção dos equipamentos (MENDES, 2013). Além disso, para diminuir o risco que os operários são submetidos, é essencial a aplicação de ferramentas de gerenciamento de risco laboral (SALIBA, 2018).
O FMEA (Failure Mode and Effects Analysis) é considerado uma importante ferramenta para análise de falhas. Através do uso de três fatores quantitativos - ocorrência (O), detecção (D) e severidade (S), é realizada uma classificação segundo os graus de importância, de acordo com risco potencial, representado no FMEA através do RPN (Risk Priority Number) (STAMATIS, 2003).
A severidade (S) é a hierarquização que aponta a gravidade de uma potencial falha, medida de 1 a 10, que vai de consequências sem danos ate danos trágicos ou irreparáveis. A detecção (D) quantifica a dificuldade de um possível cenário de falha ser identificado antes que a mesma ocorra, partindo da certeza de detecção, com índice 1, até a impossibilidade de detecção, com índice 10. Já a ocorrência (O) é a aproximação da freqüência ou probabilidade do acontecimento do modo de falha. O método mais aconselhável para determinar o seu valor, é através da utilização de dados reais do processo, porém, na falta de dados anteriores para avaliação, podem ser atribuídos escalas qualitativas baseado na experiência dos operadores (MCDERMOTT, et al., 2009).
Existem dificuldades na aplicação do FMEA devido à inconsistência dos valores de riscos obtidos, dependência de dados recolhidos através das experiências dos colaboradores e da exigência de tempo para a implementação da ferramenta (LAURENTI, et al., 2012). Essas dificuldades também foram relatadas na aplicação do FMEA em segurança ocupacional na construção civil (CAVAIGNAC & FORTE, 2018).
Para reduzir a dificuldade da aplicação e contribuir com a difusão do uso do FMEA em segurança ocupacional, Cavaignac & Uchoa, (2018), em um estudo recente, propuseram tabelas de referência para a correlação de cada índice (S), (O) e (D), com situações qualitativas reais em campo. A partir desta tabela, cada situação observada e classificada qualitativamente é rapidamente relacionada com o índice quantitativo, obedecendo a interpretação de evolução do melhor cenário ao pior cenário, partindo do índice 1 ao índice 10. A tabela 1 abaixo mostra a correlação entre a observação qualitativa com os índices numéricos.
Tabela 1- Tabela de referência de índices de severidade (S), ocorrência (O) e detecção (D)

Fonte: CAVAIGNAC & UCHOA, 2018. Adaptado.

Neste sentido, o presente trabalho tem como objetivo a análise da situação de risco laboral que os colaboradores de obras de médio porte estão expostos, em especial nas funções realizadas em altura. Para tal análise, será utilizada a ferramenta FMEA, que oferece um modo efetivo de priorização dos riscos através de uma análise quantitativa.

METODOLOGIA
O trabalho foi baseado em um estudo de caso em uma obra na construção civil de médio porte, situada no munícipio de Imperatriz no estado do Maranhão. A obra era de múltiplas casas de habitação popular, em total de 309 casas. Na ocasião a obra se encontrava na cobertura dos telhados das casas e do salão de festa, onde existia varias frentes de serviços no mesmo tempo, com cerca de 200 funcionários. Foram registradas in loco as observações e depoimentos dos colaboradores em trabalhos feitos em altura, posteriormente foi realizado o levantamento de dados para a aplicação do FMEA em quatro momentos críticos em riscos ocupacionais: utilização de escadas, utilização de andaime, colocação da estrutura de telhado e as telhas, utilização de EPI’s.
Foram realizados registros fotográficos dos processos realizados e foi criada uma discussão em relação a adequações e inadequações às normas regulamentadoras aplicáveis nas situações. Posteriormente a partir da verificação desses dados das possíveis falhas e aplicadas no FMEA.Por ultimo foram feitas tabelas de FMEA para cada processo incluindo um modo de falha, causas, efeitos, métodos de detecção, ações corretivas e a obtenção do RPN. Com isso foi concebível fazer as comparações, preferindo os momentos com maior índice de risco e os que necessitam de corretivas imediatas, produzindo um plano de ações corretivas. A Figura 1 mostra o fluxograma com as etapas de execução da pesquisa.
Figura 1. Fluxograma das etapas de execução da pesquisa

Fonte: CAVAIGNAC & FORTE (2018), adaptado.

NÃO-CONFORMIDADES OBSERVADAS NAS OBRAS

A seguir nas observações feitas na obra, que foram registradas em fotografias, se percebem divergências em relação às NRs, e foram observadas constantemente inconformidades in loco no canteiro. Além disso, o que era mencionado pelos trabalhadores complementava as imagens das fotografias, mostrando situações de risco. As divergências nas NRs podem ser observadas nas figuras de 1 a 6, onde é importante mencionar também que, em algumas situações, os próprios operários se colocam em situações de riscos através de comportamentos inseguros. A seguir, as figuras de 1 a 6 registradas durante a observação in loco, seguida da discussão sobre cada situação encontrada.

Figura 1 – Registro das divergências relacionada à segurança, observadas no trabalhador e no ambiente de trabalho, sendo a falta de (1) capacete; (2) dispositivo de segurança contra queda; (3) piso de forração do andaime incompleto; (4) guarda corpo e rodapé; além do (5) risco de queda de material ou ferramenta.
Fonte: Autores, 2019

Figura 2- Trabalhador com inconformidades no local de trabalho: (1) ancoragem irregular; (2) piso de forração do andaime incompleto; (3) falta de guarda corpo e rodapé; e (4) risco de queda de material ou ferramenta.

Fonte: Autores, 2019.

Figura 3 – Andaime da figura 2 apoiado de maneira irregular.

Fonte: Autores, 2019
Figura 4 – Trabalhador em situaçao de risco por falta do : (1) uso de luvas; (2) dispositivo de segurança contra queda; (3) cabo-guia de aço; (4) sinalização e isolamento da área; (5) local adequado para serviço de carpitaria.


Fonte: Autores, 2019.

Figura 5- Há inconformidades graves em relação às NRs na colação das telhas, como falta do (1) dispositivo de segurança contra queda; (2) cabo-guia de aço; (3) sinalização e isolamento da área; além de (4) transporte inadequado do material; (5) local inadequado para armazenagem/espera do material;(6) falta do capacete.

Fonte: Autores, 2019.
Figura 6 – Registro de situações que estão em inconformidade com as Nrs: (1) escada não apoiada em piso resistente; (2) escada situada nas proximidades de portas ou áreas de circulação; (3) escada colocada em lugar com risco de queda de objetos ou materiais; (4) Construída com madeira de má qualidade; (5) andaime com ausência de dispositivo de segurança contra queda; (6) piso de forração do andaime incompleto; (7) ausência de guarda corpo e rodapé.

Fonte: Autores, 2019.
Nas figuras de 1 a 6 é observado o trabalho em altura realizado de maneira irregular, visto que em quase todas as imagens a falta do uso dos dispositivos de segurança contra queda – mostrando descaso em relação Nr 35 – e quando foi usado, sua ancoragem foi colocada de maneira irregular. Além disso, a ausência dos guarda-corpos e rodapés principalmente nos andaimes fere as NRs 18 e 35, visto a que são indispensáveis para prevenir o risco de queda tanto do operário ocasionando uma lesão ou fatalidade como também de alguma ferramenta ou material atinja algum outro funcionário no nível abaixo. Soma-se a isso o fato de que a área não esta devidamente sinalizada e isolada conforme a Nr 18. Nas Figuras 2 e 3 o andaime está apoiado de formar irregular, onde deviria ser apoiados sobre superfície plana, que resista a seus esforços e permita a sua segura movimentação através de rodízios.
O uso dos EPI’s é de uso obrigatório e cabe o empregador o fornecimento com Certificado de Aprovação (CA) de acordo com NR 6, mesmo assim, ainda é um tema que precisa ser debatido, pois como foi visto nas figuras 1, 4 e 5, é recorrente a não utilização dos mesmos. A utilização do capacete tem como finalidade a proteção contra impactos de objetos sobre o crânio, contra choques elétricos, além do crânio a face contra fontes geradoras de calor coincidente com NR 6. Também mencionado pela mesma norma é indispensável o uso da luva de segurança para proteção das mãos contra agentes cortantes e perfurantes.
Já figura 4 se observa a execução de uma tarefa de carpintaria em lugar totalmente impróprio, com uso de uma serra circular. De acordo com a NR 18, o serviço de carpintaria deveria ser em um local dotado de mesa estável, com fechamento de suas faces inferiores, anterior e posterior, construída em madeira resistente e de primeira qualidade, material metálico ou similar de resistência equivalente, sem irregularidades, com dimensionamento suficiente para a execução das tarefas e também terem piso resistente, nivelado e antiderrapante, com cobertura capaz de proteger os trabalhadores contra quedas de materiais e intempéries.
Já figura 5 mostra um trabalho bastante freqüente em obra - que quase sempre se passa despercebido: a execução de telhamento da cobertura. Neste serviço é encontrado um conjunto de inconformidades em relação à NR 6, 18 e 35. Pode-se citar, por exemplo: a falta de uso de capacete; transporte impróprio das telhas; ausência de sinalização e isolamento do local; e armazenamento impróprio das telhas sobre a estrutura de suporte do telhado. Soma-se a isso a falta da instalação de cabo guia ou cabo de segurança para fixação de mecanismo de ligação por talabarte acoplado ao cinto de segurança tipo paraquedista e a falta de equipamentos de transporte vertical de materiais, que devem ser projetados, dimensionados e especificados tecnicamente por profissional legalmente habilitado.
Na figura 6 podemos ver inconformidades em relação à NR 18 no que diz respeito a utilização de escadas de mão. Por ter seu uso em diversas atividades rotineiras, os riscos são negligenciados – como observado na imagem. A escada esta apoiada em solo úmido, sem o nivelamento adequado e também na proximidade de porta e janelas. Além disso, há o risco de queda de material em local onde tem o fluxo de entrada e saída - e no caso da figura outro operário trabalhando um nível abaixo no andaime. Em relação ao material, não aparenta ser de boa qualidade, pois se observa uma não uniformidade dos componentes e espessura mais fina na ponta de apoio da escada. Também como já observado nas figuras anteriores a falta do uso do cinto de paraquedas e todo o sistema de ancoragem e dos guarda-corpos e rodapés nos andaimes.

Aplicação do FMEA

O FMEA é caracterizado por medidas com finalidade de antecipar futuros problemas, necessidades ou mudanças no decorrer dos processos na obra (PALADY, 1997). Nas tabelas de 1 a 5 estão contidas as informações obtidas a partir da aplicação do FMEA, analisando os processos e identificando as causas da falha, natureza da ocorrência, efeitos, meio de detecção e ações corretivas. Cada causa da falha ao final obteve um RPN, a partir da multiplicação das três variáveis (Ocorrência, Severidade e Detecção), sendo estas três variáveis retiradas da tabela de referência proposta por Cavaignac & Uchoa, 2018. A abordagem sobre as seis tabelas adquiridas vem a seguir:

Tabela 1 – Uso da ferramenta FMEA sobre a utilização de andaime
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
O processo estudado na tabela 1 foi a utilização de andaime, podendo apresentar o modo de falha com a queda do material do andaime ou a queda do trabalhador do andaime, na primeira situação é ocasionada pela forração incompleta do andaime, que consequentemente alguma ferramenta ou material poderá cair para o nível mais baixo e atingir algum outro colaborador sofrendo um impacto, que tem o índice (O) igual a 6, todavia acarretará apenas incapacidade temporária sem afastamento com índice de severidade (S) igual a 4, podemos detectar esse tipo inconformidade na obra apenas pelo meio visual , adquirindo o índice (D) igual a 2, posteriormente com a multiplicação dos três índices anteriores obtemos o índice de risco igual 48, que não é muito grave, porem não se deve fazer descaso dessa situação e implementar rapidamente as ações corretivas como adequar a NR-18, que cita que a forração do andaime tem que ser completa. Já na segunda possível falha, que é a queda do trabalhador do andaime pode ser causada pela falta de guarda corpo, rodapé e/ou amarração e ancoragem em local fixo que ocasionará a queda de nível colaborador que terá o índice (O) igual 5 e como a situação anterior vai trazer uma incapacidade temporária sem afastamento com índice de severidade (S) igual a 4 , que pode ser justificada pela altura moderada do andaime, também será de fácil detecção , sendo apenas o visual necessário , novamente tendo o índice (D) igual a 2 e consequentemente o índice de risco igual a 40, que mais uma vez para correção das possíveis falhas é adequação as normas, pois um andaime deve possuir guarda corpo e rodapé , como também o andaime deve estar devidamente amarrado e ancorado conforme as NRs. Além disso, uma causa da queda do colaborador que não foi mencionado é falta de treinamento, que o meio de detecção é um pouco complexo chegando ao índice (D) igual 5, pois é check list, devido isso que o índice de risco é maior que os anteriores chegando a 100 e sua correção é apenas com o treinamento dos operários.













Tabela 2 – Referente às figuras 2 e 3 em situações de risco em andaime
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
Apesar de o processo ser o mesmo da tabela anterior, todavia é mais perigoso, como é confirmado no índice de risco mais elevado que a tabela 1, chegando a 175, mesmo que apresente identicamente as causas básicas das falhas como: forragem incompleta dos andaimes; ausência do guarda-corpo e rodapé, a altura é mais elevada e consequentemente oferecendo mais riscos. Nota-se que as naturezas de ocorrências e formas de detecção são mesmas que da tabela anterior, portanto obtendo os mesmo índices de (O) e (D), porém o que chama atenção para esse processo é alta nos índices de severidade (S), porque como foi mencionado o trabalho está sendo realizado em uma altura bastante considerável. Os índices de severidade (S) quando o trabalhador cair de nível mais alto para um baixo nesse processo, em todas as causas os efeitos que podem acontecer são incapacidade permanente parcial, com índice(S) igual 7, o que é bastante preocupante. Em uma severidade ainda maior estar quando ocorrer apenas a queda material do andaime nessa altura, que associado com a gravidade vai gerar um impacto muito grande caso atinja alguém embaixo, podendo ocasionar na pior das hipóteses a morte, justificando o índice máximo de severidade igual a 10. Portanto como a maioria dessas inconformidades podem ser vista apenas com visual, a ação deve ser imediatamente e colocar o andaime conforme as NRs.

Tabela 3- Serviços de telhado das figuras 4 e 5.
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
No presente serviço de telhado pode acontecer à queda do trabalhador causada pela falta do cabo guia de aço ou dispositivo contra queda, que são exigidos pelas NRs, como também o trabalhador sem treinamento pode gerar a queda de diferente nível. Ambas as situações possuem a mesma natureza de ocorrência, portanto tendo o mesmo índice (O) que é igual 5, podendo acarretar em uma incapacidade temporária curta com índice de severidade (S) igual 5 e o meio de detecção das duas possíveis falhas acontecem através de check list, que possui o índice (D) igual 5 , por fim o índice de risco de ambas chegam a 125, as soluções corretivas são o uso de equipamentos contra queda e a realização de treinamento com colaboradores, respectivamente.
Outro possível acidente no processo é a queda de material ocasionado por duas possíveis causas nas ações da tabela 3 , que são o transporte e armazenagem inadequada das telhas , que com a queda delas pode atingir alguém , que receberá o impacto desse material , tendo o índice (O) igual a 6 e em consequência gerar uma incapacidade temporária longa , possuindo o índice de severidade igual a 6, por outro lado meio de detecção dessas possíveis falhas é o visual , que é igual 1, por fim temos que o índice de risco para ambas causas é de 36. As NRs mencionam quando se faz esses tipos de serviços mencionados, deve-se isolar a área e sinalizar a mesma, o transporte deve ser de maneira adequada para não ocorrer risco de queda material e preservar a saúde do colaborador e sobre estrutura que não foi projetada para receber aquela carga pontual (telhas armazenadas em um ponto), elas devem ser armazenadas em local apropriado ou em menor quantidade.
Na tabela temos o uso da serrar circular sem o uso do EPI, no caso a luva, que poderia evitar um possível corte ou algo mais grave, a natureza de ocorrência de abrasão possui o índice (O) igual a 3, porem pode gerar uma incapacidade permanente ou parcial com índice severidade (S) igual a 7, por outra tem um detecção fácil , pois é visual com índice (D) igual 1 , consequentemente tendo seu índice de risco igual a 21, não é um índice alto, mas deve-se exigir em uma obra o uso de EPI’s e os fiscalizar. As NRs cita que os serviços de carpintaria devem ser feitos em lugares próprios, o que não é visto no processo estudado, pelo contrario um ato totalmente inseguro realizado em altura sem EPI contra queda, que ele pode vim a cair com a maquina sofrendo um impacto (de uma maquina cortante) dela, essa natureza de ocorrência seria de índice (O) igual 6 podendo ocasionar uma incapacidade permanente total com índice de severidade igual a 8 , a detecção seria check list, pois seria pela visualização do trabalho em local inapropriado e falta do EPI contra queda, ficando com índice (D) igual 5 e consequentemente tendo um índice de risco igual 240, um serviço que nem deveria começar a ser feito nesse local e quando for visto parado imediatamente . Outra possível situação estudada seria apenas a queda da maquina, vista apenas com um ato irresponsável que iria gerar um impacto de uma maquina cortante em quem estivesse embaixo no local, natureza de ocorrência também igual 6 causando uma incapacidade permanente parcial de índice de severidade (S) igual 7, que poderia ter sua detecção apenas visual, de índice (D) igual l, pois é um serviço em um local inadequado.





Tabela 5- Aplicação do FMEA na utilização da escada.
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
A quebra da escada pode ser ocasionada devido à falta de resistência do material, pois geralmente pegam qualquer sobra de madeiras e fabricam a escada, chegando ao um índice de risco de 250 e a falta de métodos de avaliação para detecção, fazendo com que o índice chegue a 10, contribui bastante para esse elevado RPN, portanto precisa ser revisto urgentemente uma maneira de avaliação da resistência das escadas. Ocorrendo a ruptura do material acarretaria a queda do colaborador provocando desde lesões leves e recuperáveis até lesões definitivas como amputações ou perda de movimentos, com possibilidade, ainda que remota, de lesões fatais. Porém a detecção dessa possível falha é complicada, portanto se faz necessário à fabricação dessa escada com um material de qualidade e certificado, fazer sempre uma inspeção da mesma e também armazenar em local adequado afim de não provocar um desgaste precoce do material.
Muitas quedas através de escada acontecem por falta de instabilidade que apresentar o segundo maior índice de risco, chegando a 125, porque na maioria das vezes ela é apoiada em locais impróprios como é visto na figura 6, que está em solo e, além disso, úmido, podendo acontecer em uma desagradável possibilidade um deslocamento ou recalque da escada, ocasionando a queda do trabalhador provocando de lesões recuperáveis a permanentes. Vale mencionar que a escolha do tipo da escada inadequada para o serviço pode também ocasionar a queda, pois é não será instável para o local ou serviço onde será executado o processo.

Conclusão

A utilização do FMEA para questões de segurança na construção civil ainda é escasso, todavia, estudo realizado por CAVAIGNAC & FORTE (2018) foi abordado à mesma temática, como também foi encontrado as mesmas inconformidades com as NRs, principalmente relacionadas à EPI’s, andaimes e escadas em obras de pequeno porte. Portanto com a realização do nosso trabalho realizado em uma obra de médio porte podemos concluir os mesmo vícios errôneos que divergem com as NR’s foram detectados nas mesmas atividades, ou seja, podemos pressupor que também poderá ser encontrado em obras de grande porte. Entendemos então que as questões de segurança na construção civil precisam ser revista ou ate mesmo incentivada, porém também existe a falta de uma fiscalização e treinamentos rigorosos.
Percebemos também nesse artigo, que a execução de serviços em locais inapropriados, como no caso da carpintaria, que com a utilização da serra circular, uma ferramenta cortante, apresentou um índice risco alto, principalmente o uso negligente do trabalho realizado em altura no telhado, podendo ocorrer na pior das hipóteses uma fatalidade. O que também é bastante preocupante, é que os serviços em telhado são efeitos rotineiramentede maneira incorreta relacionada a segurança, tanto em empresas como no trabalhos informais.

REFERENCIAS

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Citações
O método empregado pelas Normas APAe? autor-data, isto e?, o sobrenome do autor e o ano de publicação. O texto deve ser documentado citando o autor e a data de publicação dos trabalhos pesquisados e consultados. Todos os autores citados no texto, e apenas eles, devem estar presentes nas referências com as informações completas. Este procedimento e? obrigatório.A lista de referências completa deve ser apresentada no final do texto e por ordem alfabética pelo sobrenome do primeiro autor. Devem ser justificadas, editadas com espaçamento 1,5 entre linhas, sem afastamento anterior e 6pt posterior entre parágrafos. Seguir orientações: http://www.anpad.org.br/rac/rac_guia_apa.pdf
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Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Utilização de andaime Queda do material do andaime Falta de forração completa do andaime Impacto sofrido 6 Incapacidade temporária sem afastamento 4 Visual 2 48 Adequação do andaime as normas
Queda do trabalhador do andaime Ausência de guarda-corpo e rodapé Queda de diferente nível 5 4 Visual 2 40
Ausência de amarração e ancoragem do andaime em local fixo Queda de diferente nível 5 4 Visual 2 40
Trabalhadores sem treinamento Queda de diferente nível 5 4 Check list 5 100 Realizar treinamento

Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Utilização de andaime Queda do material do andaime Falta de forração completa do andaime Impacto sofrido 6 Morte dos não envolvidos do processo 10 Visual 2 120 Adequação do andaime as normas
Queda do trabalhador do andaime Ausência de guarda-corpo e rodapé Queda de diferente nível 5 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 2 70
Ausência de amarração e ancoragem do andaime em local fixo Queda de diferente nível 5 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 2 70
Trabalhadores sem treinamento Queda de diferente nível 5 Incapacidade permanente parcial 7 Check list 5 175 Realizar treinamento

Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Serviços de Telhado Queda do trabalhador Falta do cabo guia ou dispositivo contra queda Queda de diferente nível 5 Incapacidade temporária curta 5 Check list 5 125 Uso do equipamento contra queda
Trabalhadores sem treinamento Queda de diferente nível 5 Incapacidade temporária curta 5 Check list 5 125 Realizar treinamento
Queda do material (telhas) Transporte irregular das telhas Impacto sofrido 6 Incapacidade temporária longa 6 Visual 1 36 Uso de equipamento adequado para transporte
Armazenagem inadequada das telhas Impacto sofrido 6 Incapacidade temporária longa 6 Visual 1 36 Evitar local inadequado
Corte com a serra circular Ausência de EPI's Atrito ou abrasão 3 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 1 21 Conscientizar os trabalhadores sobre o seu uso; exigir o uso; fiscalizar o uso dos EPI's e local proprio para serviço de carpintaria
Queda do trabalhador com a maquina Ausência de EPI's / Ato inseguro Impacto sofrido 6 Incapacidade permanente total 8 Check list 5 240
Queda apenas da serra circular Ato inseguro Impacto sofrido 6 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 1 42

Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Utilização da escada Quebra da escada Falta resistência do material Queda com diferença de nível 5 Incapacidade temporária com afastamento curto 5 Ausência de métodos de avaliação 10 250 troca da escada
Queda do colaborador da escada Falta de estabilidade 5 5 Check list 5 125
Tipo inadequado 5 5 5 125
Falta de habilidade do usuário 5 5 5 125 Realizar treinamento


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PRIORIZAÇÃO DE RISCO EM OBRA DE MÉDIO PORTE ATRAVÉS DA UTILIZAÇÃO DO FMEA: UMA FERRAMENTA DE MELHORIA PARA SEGURANÇA DO TRABALHO EM ALTURA
RISK PRIORIZATION IN A MEDIUM-SIZED WORK THROUGH FMEA: AN IMPROVEMENT TOOL FOR SAFETY WORK AT HEIGHT
Gustavo Pires do Nascimento Jorge1&André Luís de Oliveira Cavaignac 2

1 2 3Departamento de Engenharias e Tecnologia do Centro Universitário Norte do Espírito Santo da Universidade
Federal do Espírito Santo, Rodovia BR 101 Norte, Km. 60, Bairro Litorâneo, CEP 29932-540, São Mateus.*revistabjpe@gmail.com


Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Vol. X, N.º Y, p. aa-bb. (ano). Editora CEUNES/DETEC.
Disponível em: http://periodicos.ufes.br/BJPE
Brazilian Journal of Production Engeneering, São Mateus, Vol. X, N.º Y, p. aa-bb. (ano). Editora CEUNES/DETEC.
Disponível em: http://periodicos.ufes.br/BJPE
Esta obra está licenciada com uma Licença CreativeCommons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Editora UFES/CEUNES/DETEC.
ARTIGO INFO.
Recebido em:
Aprovado em:
Disponibilizado em:
Palavras-chave:
FastFormat; ABNT; artigos científicos; formatação automática.
Keywords:
FastFormat; ABNT; scientific articles;

*Autor Correspondente: Revista BJPE

RESUMO
Visto que na atualidade a engenharia civil movimenta a economia de maneira direta, com isso mais empregos são gerados em buscar de maior qualidade, todavia a segurança dos trabalhadores quase sempre é negligenciada e em consequência disso acidentes de todo tipo de gravidade. No presente trabalho foi feito abordagem da aplicação da ferramenta FMEA (failure mode and effects analysis) em uma obra de médio porte situada na cidade de Imperatriz-MA. Primeiramente no trabalho foi realizado um levantamento fotográfico na obra das inconformidades com as NRs, depois enumerado os principais riscos aos trabalhadores e baseado nos dados adquiridos foram feito a priorização de risco com ajuda do FMEA. Foi observado no trabalho que boa parte das inconformidades pode ser de fácil detecção, o que leva a conclusão do desconhecimento das normas ou simplesmente descaso.





ABSTRACT
Since civil engineering currently moves the economy in a direct way, with this more jobs are generated in pursuit of higher quality, yet the safety of workers is almost always neglected and as a consequence of this accidents of all kinds of gravity. In the present work, the application of the FMEA (failure mode and effects analysis) tool was applied in a medium-sized work located in the city of Imperatriz-MA. Firstly, a photographic survey was carried out in the work of the nonconformities with the NRs, then listed the main risks to the workers and based on the data acquired, the risk prioritization was done with the help of the FMEA. It was observed in the work that a great part of the nonconformities can be of easy detection, which leads to the conclusion of the ignorance of the norms or simply negligence.




















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Citação (APA):SECCHIM, A. B., FREITAS, R. R. de, & GONCALVES, W. (2018). Mapeamento e análise bibliométrica da utilização da análise envoltória de dados (DEA) em estudos de engenharia de produção. BrazilianJournalofProductionEngineering, 4(1): 116-128.







Introdução
Tradicionalmente, a construção civil é um setor de grande importância para qualquer economia, pois gera empregos diretos e indiretos. Além disso, sua amplitude com a diversidade de tipos de mão de obra e a ausência de restrições para recrutamento de empregados também contribui a situação do risco ao colaborador (TAKAHASHI, 2012). Neste sentido, Santana e Oliveira (2004) relatam que os trabalhadores da construção civil convivem em situações precárias de trabalho quando comparados com outros trabalhadores de outros setores. A situação dos trabalhadores da construção civil na maioria dos casos se assemelha a realidade vivida pelos os trabalhadores informais – aqueles que trabalham sem contratos assinados ou sob a regulamentação da CLT – consolidação das leis trabalhistas.
Nos últimos anos foi verificado um aumento no número de acidentes e até mesmo a morte de trabalhadores na construção civil em todo o país, principalmente por soterramento, choque elétrico e a queda em conseqüência do trabalho em altura (MENDES, 2013). Os trabalhos executados em altura, em especial, proporcionam uma grande exposição ao trabalhador de variados tipos de risco. Principalmente devido à diversidade de situações da atividade, como trabalhos com andaimes, trabalhos com escadas, trabalhos em telhados, entre outros. (CARLOS, 2015).
As quedas que ocorrem em trabalhos em altura foram responsáveis por 25% dos acidentes no setor da construção civil no Rio Grande do Sul em 1996 e 1997, levando em conta os fatais e não fatais. No Rio de Janeiro entre os anos de 1997 e 2001, as quedas com diferença de níveis foram apontadas como a principal causa de acidentes fatais na construção civil, responsável 33%. Já na indústria inglesa, em altura são responsáveis por 52% dos acidentes fatais (DORS et al., 2011).
Em 2012 o governo sancionou a NR-35 (Norma Regulamentadora nº 35 da Portaria 3.214 de oito de junho de 1978 do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE), definindo o trabalho em altura e seus aspectos de segurança realizados acima de dois metros do nível do piso. A norma também apresenta técnicas para treinamentos, planejamento, capacitação e várias outras com finalidade de reduzir o risco de acidentes (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2012).
A NR-35 (Trabalho em altura) esta relacionada com NR-6 (Equipamentos de proteção individual) e a NR-18 (Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção). Devido a isso, sempre que possível devem ser feito uma revisão dessas Normas Regulamentadoras em atividades voltadas à construção civil para se evitar situações de falha (FRAGA, 2016).
Para Rausand e Oien (1996), a falha está diretamente ligada com conceito de confiabilidade, sendo a definição de falha, o termino da capacidade de um item para o desempenho de uma função requerida. A qualidade de uma analise de confiabilidade depende da identificação de todas as funções desempenhadas pelos componentes e suas possíveis falhas com seu potencial de ocorrência. Com a conscientização dos consumidores, que não priorizam o produto apenas pelo preço, a qualidade tornou-se indispensável. Porem, as empresas falham quando não relacionam os seus objetivos, ou seja, a qualidade com o programa de ergonomia e segurança eficiente (GROHMANN, 1997).
Para se evitar um risco de acidente ou incidente que pode acarretar em lesões corporais até tragédia fatal, é exigido um planejamento detalhado de todos os processos e recursos da obra, desde a qualificação do trabalhador até a manutenção dos equipamentos (MENDES, 2013). Além disso, para diminuir o risco que os operários são submetidos, é essencial a aplicação de ferramentas de gerenciamento de risco laboral (SALIBA, 2018).
O FMEA (Failure Mode and Effects Analysis) é considerado uma importante ferramenta para análise de falhas. Através do uso de três fatores quantitativos - ocorrência (O), detecção (D) e severidade (S), é realizada uma classificação segundo os graus de importância, de acordo com risco potencial, representado no FMEA através do RPN (Risk Priority Number) (STAMATIS, 2003).
A severidade (S) é a hierarquização que aponta a gravidade de uma potencial falha, medida de 1 a 10, que vai de consequências sem danos ate danos trágicos ou irreparáveis. A detecção (D) quantifica a dificuldade de um possível cenário de falha ser identificado antes que a mesma ocorra, partindo da certeza de detecção, com índice 1, até a impossibilidade de detecção, com índice 10. Já a ocorrência (O) é a aproximação da freqüência ou probabilidade do acontecimento do modo de falha. O método mais aconselhável para determinar o seu valor, é através da utilização de dados reais do processo, porém, na falta de dados anteriores para avaliação, podem ser atribuídos escalas qualitativas baseado na experiência dos operadores (MCDERMOTT, et al., 2009).
Existem dificuldades na aplicação do FMEA devido à inconsistência dos valores de riscos obtidos, dependência de dados recolhidos através das experiências dos colaboradores e da exigência de tempo para a implementação da ferramenta (LAURENTI, et al., 2012). Essas dificuldades também foram relatadas na aplicação do FMEA em segurança ocupacional na construção civil (CAVAIGNAC & FORTE, 2018).
Para reduzir a dificuldade da aplicação e contribuir com a difusão do uso do FMEA em segurança ocupacional, Cavaignac & Uchoa, (2018), em um estudo recente, propuseram tabelas de referência para a correlação de cada índice (S), (O) e (D), com situações qualitativas reais em campo. A partir desta tabela, cada situação observada e classificada qualitativamente é rapidamente relacionada com o índice quantitativo, obedecendo a interpretação de evolução do melhor cenário ao pior cenário, partindo do índice 1 ao índice 10. A tabela 1 abaixo mostra a correlação entre a observação qualitativa com os índices numéricos.
Tabela 1- Tabela de referência de índices de severidade (S), ocorrência (O) e detecção (D)

Fonte: CAVAIGNAC & UCHOA, 2018. Adaptado.

Neste sentido, o presente trabalho tem como objetivo a análise da situação de risco laboral que os colaboradores de obras de médio porte estão expostos, em especial nas funções realizadas em altura. Para tal análise, será utilizada a ferramenta FMEA, que oferece um modo efetivo de priorização dos riscos através de uma análise quantitativa.

METODOLOGIA
O trabalho foi baseado em um estudo de caso em uma obra na construção civil de médio porte, situada no munícipio de Imperatriz no estado do Maranhão. A obra era de múltiplas casas de habitação popular, em total de 309 casas. Na ocasião a obra se encontrava na cobertura dos telhados das casas e do salão de festa, onde existia varias frentes de serviços no mesmo tempo, com cerca de 200 funcionários. Foram registradas in loco as observações e depoimentos dos colaboradores em trabalhos feitos em altura, posteriormente foi realizado o levantamento de dados para a aplicação do FMEA em quatro momentos críticos em riscos ocupacionais: utilização de escadas, utilização de andaime, colocação da estrutura de telhado e as telhas, utilização de EPI’s.
Foram realizados registros fotográficos dos processos realizados e foi criada uma discussão em relação a adequações e inadequações às normas regulamentadoras aplicáveis nas situações. Posteriormente a partir da verificação desses dados das possíveis falhas e aplicadas no FMEA.Por ultimo foram feitas tabelas de FMEA para cada processo incluindo um modo de falha, causas, efeitos, métodos de detecção, ações corretivas e a obtenção do RPN. Com isso foi concebível fazer as comparações, preferindo os momentos com maior índice de risco e os que necessitam de corretivas imediatas, produzindo um plano de ações corretivas. A Figura 1 mostra o fluxograma com as etapas de execução da pesquisa.
Figura 1. Fluxograma das etapas de execução da pesquisa

Fonte: CAVAIGNAC & FORTE (2018), adaptado.

NÃO-CONFORMIDADES OBSERVADAS NAS OBRAS

A seguir nas observações feitas na obra, que foram registradas em fotografias, se percebem divergências em relação às NRs, e foram observadas constantemente inconformidades in loco no canteiro. Além disso, o que era mencionado pelos trabalhadores complementava as imagens das fotografias, mostrando situações de risco. As divergências nas NRs podem ser observadas nas figuras de 1 a 6, onde é importante mencionar também que, em algumas situações, os próprios operários se colocam em situações de riscos através de comportamentos inseguros. A seguir, as figuras de 1 a 6 registradas durante a observação in loco, seguida da discussão sobre cada situação encontrada.

Figura 1 – Registro das divergências relacionada à segurança, observadas no trabalhador e no ambiente de trabalho, sendo a falta de (1) capacete; (2) dispositivo de segurança contra queda; (3) piso de forração do andaime incompleto; (4) guarda corpo e rodapé; além do (5) risco de queda de material ou ferramenta.
Fonte: Autores, 2019

Figura 2- Trabalhador com inconformidades no local de trabalho: (1) ancoragem irregular; (2) piso de forração do andaime incompleto; (3) falta de guarda corpo e rodapé; e (4) risco de queda de material ou ferramenta.

Fonte: Autores, 2019.

Figura 3 – Andaime da figura 2 apoiado de maneira irregular.

Fonte: Autores, 2019
Figura 4 – Trabalhador em situaçao de risco por falta do : (1) uso de luvas; (2) dispositivo de segurança contra queda; (3) cabo-guia de aço; (4) sinalização e isolamento da área; (5) local adequado para serviço de carpitaria.


Fonte: Autores, 2019.

Figura 5- Há inconformidades graves em relação às NRs na colação das telhas, como falta do (1) dispositivo de segurança contra queda; (2) cabo-guia de aço; (3) sinalização e isolamento da área; além de (4) transporte inadequado do material; (5) local inadequado para armazenagem/espera do material;(6) falta do capacete.

Fonte: Autores, 2019.
Figura 6 – Registro de situações que estão em inconformidade com as Nrs: (1) escada não apoiada em piso resistente; (2) escada situada nas proximidades de portas ou áreas de circulação; (3) escada colocada em lugar com risco de queda de objetos ou materiais; (4) Construída com madeira de má qualidade; (5) andaime com ausência de dispositivo de segurança contra queda; (6) piso de forração do andaime incompleto; (7) ausência de guarda corpo e rodapé.

Fonte: Autores, 2019.
Nas figuras de 1 a 6 é observado o trabalho em altura realizado de maneira irregular, visto que em quase todas as imagens a falta do uso dos dispositivos de segurança contra queda – mostrando descaso em relação Nr 35 – e quando foi usado, sua ancoragem foi colocada de maneira irregular. Além disso, a ausência dos guarda-corpos e rodapés principalmente nos andaimes fere as NRs 18 e 35, visto a que são indispensáveis para prevenir o risco de queda tanto do operário ocasionando uma lesão ou fatalidade como também de alguma ferramenta ou material atinja algum outro funcionário no nível abaixo. Soma-se a isso o fato de que a área não esta devidamente sinalizada e isolada conforme a Nr 18. Nas Figuras 2 e 3 o andaime está apoiado de formar irregular, onde deviria ser apoiados sobre superfície plana, que resista a seus esforços e permita a sua segura movimentação através de rodízios.
O uso dos EPI’s é de uso obrigatório e cabe o empregador o fornecimento com Certificado de Aprovação (CA) de acordo com NR 6, mesmo assim, ainda é um tema que precisa ser debatido, pois como foi visto nas figuras 1, 4 e 5, é recorrente a não utilização dos mesmos. A utilização do capacete tem como finalidade a proteção contra impactos de objetos sobre o crânio, contra choques elétricos, além do crânio a face contra fontes geradoras de calor coincidente com NR 6. Também mencionado pela mesma norma é indispensável o uso da luva de segurança para proteção das mãos contra agentes cortantes e perfurantes.
Já figura 4 se observa a execução de uma tarefa de carpintaria em lugar totalmente impróprio, com uso de uma serra circular. De acordo com a NR 18, o serviço de carpintaria deveria ser em um local dotado de mesa estável, com fechamento de suas faces inferiores, anterior e posterior, construída em madeira resistente e de primeira qualidade, material metálico ou similar de resistência equivalente, sem irregularidades, com dimensionamento suficiente para a execução das tarefas e também terem piso resistente, nivelado e antiderrapante, com cobertura capaz de proteger os trabalhadores contra quedas de materiais e intempéries.
Já figura 5 mostra um trabalho bastante freqüente em obra - que quase sempre se passa despercebido: a execução de telhamento da cobertura. Neste serviço é encontrado um conjunto de inconformidades em relação à NR 6, 18 e 35. Pode-se citar, por exemplo: a falta de uso de capacete; transporte impróprio das telhas; ausência de sinalização e isolamento do local; e armazenamento impróprio das telhas sobre a estrutura de suporte do telhado. Soma-se a isso a falta da instalação de cabo guia ou cabo de segurança para fixação de mecanismo de ligação por talabarte acoplado ao cinto de segurança tipo paraquedista e a falta de equipamentos de transporte vertical de materiais, que devem ser projetados, dimensionados e especificados tecnicamente por profissional legalmente habilitado.
Na figura 6 podemos ver inconformidades em relação à NR 18 no que diz respeito a utilização de escadas de mão. Por ter seu uso em diversas atividades rotineiras, os riscos são negligenciados – como observado na imagem. A escada esta apoiada em solo úmido, sem o nivelamento adequado e também na proximidade de porta e janelas. Além disso, há o risco de queda de material em local onde tem o fluxo de entrada e saída - e no caso da figura outro operário trabalhando um nível abaixo no andaime. Em relação ao material, não aparenta ser de boa qualidade, pois se observa uma não uniformidade dos componentes e espessura mais fina na ponta de apoio da escada. Também como já observado nas figuras anteriores a falta do uso do cinto de paraquedas e todo o sistema de ancoragem e dos guarda-corpos e rodapés nos andaimes.

Aplicação do FMEA

O FMEA é caracterizado por medidas com finalidade de antecipar futuros problemas, necessidades ou mudanças no decorrer dos processos na obra (PALADY, 1997). Nas tabelas de 1 a 5 estão contidas as informações obtidas a partir da aplicação do FMEA, analisando os processos e identificando as causas da falha, natureza da ocorrência, efeitos, meio de detecção e ações corretivas. Cada causa da falha ao final obteve um RPN, a partir da multiplicação das três variáveis (Ocorrência, Severidade e Detecção), sendo estas três variáveis retiradas da tabela de referência proposta por Cavaignac & Uchoa, 2018. A abordagem sobre as seis tabelas adquiridas vem a seguir:

Tabela 1 – Uso da ferramenta FMEA sobre a utilização de andaime
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
O processo estudado na tabela 1 foi a utilização de andaime, podendo apresentar o modo de falha com a queda do material do andaime ou a queda do trabalhador do andaime, na primeira situação é ocasionada pela forração incompleta do andaime, que consequentemente alguma ferramenta ou material poderá cair para o nível mais baixo e atingir algum outro colaborador sofrendo um impacto, que tem o índice (O) igual a 6, todavia acarretará apenas incapacidade temporária sem afastamento com índice de severidade (S) igual a 4, podemos detectar esse tipo inconformidade na obra apenas pelo meio visual , adquirindo o índice (D) igual a 2, posteriormente com a multiplicação dos três índices anteriores obtemos o índice de risco igual 48, que não é muito grave, porem não se deve fazer descaso dessa situação e implementar rapidamente as ações corretivas como adequar a NR-18, que cita que a forração do andaime tem que ser completa. Já na segunda possível falha, que é a queda do trabalhador do andaime pode ser causada pela falta de guarda corpo, rodapé e/ou amarração e ancoragem em local fixo que ocasionará a queda de nível colaborador que terá o índice (O) igual 5 e como a situação anterior vai trazer uma incapacidade temporária sem afastamento com índice de severidade (S) igual a 4 , que pode ser justificada pela altura moderada do andaime, também será de fácil detecção , sendo apenas o visual necessário , novamente tendo o índice (D) igual a 2 e consequentemente o índice de risco igual a 40, que mais uma vez para correção das possíveis falhas é adequação as normas, pois um andaime deve possuir guarda corpo e rodapé , como também o andaime deve estar devidamente amarrado e ancorado conforme as NRs. Além disso, uma causa da queda do colaborador que não foi mencionado é falta de treinamento, que o meio de detecção é um pouco complexo chegando ao índice (D) igual 5, pois é check list, devido isso que o índice de risco é maior que os anteriores chegando a 100 e sua correção é apenas com o treinamento dos operários.













Tabela 2 – Referente às figuras 2 e 3 em situações de risco em andaime
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
Apesar de o processo ser o mesmo da tabela anterior, todavia é mais perigoso, como é confirmado no índice de risco mais elevado que a tabela 1, chegando a 175, mesmo que apresente identicamente as causas básicas das falhas como: forragem incompleta dos andaimes; ausência do guarda-corpo e rodapé, a altura é mais elevada e consequentemente oferecendo mais riscos. Nota-se que as naturezas de ocorrências e formas de detecção são mesmas que da tabela anterior, portanto obtendo os mesmo índices de (O) e (D), porém o que chama atenção para esse processo é alta nos índices de severidade (S), porque como foi mencionado o trabalho está sendo realizado em uma altura bastante considerável. Os índices de severidade (S) quando o trabalhador cair de nível mais alto para um baixo nesse processo, em todas as causas os efeitos que podem acontecer são incapacidade permanente parcial, com índice(S) igual 7, o que é bastante preocupante. Em uma severidade ainda maior estar quando ocorrer apenas a queda material do andaime nessa altura, que associado com a gravidade vai gerar um impacto muito grande caso atinja alguém embaixo, podendo ocasionar na pior das hipóteses a morte, justificando o índice máximo de severidade igual a 10. Portanto como a maioria dessas inconformidades podem ser vista apenas com visual, a ação deve ser imediatamente e colocar o andaime conforme as NRs.

Tabela 3- Serviços de telhado das figuras 4 e 5.
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
No presente serviço de telhado pode acontecer à queda do trabalhador causada pela falta do cabo guia de aço ou dispositivo contra queda, que são exigidos pelas NRs, como também o trabalhador sem treinamento pode gerar a queda de diferente nível. Ambas as situações possuem a mesma natureza de ocorrência, portanto tendo o mesmo índice (O) que é igual 5, podendo acarretar em uma incapacidade temporária curta com índice de severidade (S) igual 5 e o meio de detecção das duas possíveis falhas acontecem através de check list, que possui o índice (D) igual 5 , por fim o índice de risco de ambas chegam a 125, as soluções corretivas são o uso de equipamentos contra queda e a realização de treinamento com colaboradores, respectivamente.
Outro possível acidente no processo é a queda de material ocasionado por duas possíveis causas nas ações da tabela 3 , que são o transporte e armazenagem inadequada das telhas , que com a queda delas pode atingir alguém , que receberá o impacto desse material , tendo o índice (O) igual a 6 e em consequência gerar uma incapacidade temporária longa , possuindo o índice de severidade igual a 6, por outro lado meio de detecção dessas possíveis falhas é o visual , que é igual 1, por fim temos que o índice de risco para ambas causas é de 36. As NRs mencionam quando se faz esses tipos de serviços mencionados, deve-se isolar a área e sinalizar a mesma, o transporte deve ser de maneira adequada para não ocorrer risco de queda material e preservar a saúde do colaborador e sobre estrutura que não foi projetada para receber aquela carga pontual (telhas armazenadas em um ponto), elas devem ser armazenadas em local apropriado ou em menor quantidade.
Na tabela temos o uso da serrar circular sem o uso do EPI, no caso a luva, que poderia evitar um possível corte ou algo mais grave, a natureza de ocorrência de abrasão possui o índice (O) igual a 3, porem pode gerar uma incapacidade permanente ou parcial com índice severidade (S) igual a 7, por outra tem um detecção fácil , pois é visual com índice (D) igual 1 , consequentemente tendo seu índice de risco igual a 21, não é um índice alto, mas deve-se exigir em uma obra o uso de EPI’s e os fiscalizar. As NRs cita que os serviços de carpintaria devem ser feitos em lugares próprios, o que não é visto no processo estudado, pelo contrario um ato totalmente inseguro realizado em altura sem EPI contra queda, que ele pode vim a cair com a maquina sofrendo um impacto (de uma maquina cortante) dela, essa natureza de ocorrência seria de índice (O) igual 6 podendo ocasionar uma incapacidade permanente total com índice de severidade igual a 8 , a detecção seria check list, pois seria pela visualização do trabalho em local inapropriado e falta do EPI contra queda, ficando com índice (D) igual 5 e consequentemente tendo um índice de risco igual 240, um serviço que nem deveria começar a ser feito nesse local e quando for visto parado imediatamente . Outra possível situação estudada seria apenas a queda da maquina, vista apenas com um ato irresponsável que iria gerar um impacto de uma maquina cortante em quem estivesse embaixo no local, natureza de ocorrência também igual 6 causando uma incapacidade permanente parcial de índice de severidade (S) igual 7, que poderia ter sua detecção apenas visual, de índice (D) igual l, pois é um serviço em um local inadequado.





Tabela 5- Aplicação do FMEA na utilização da escada.
Fonte: Autores, 2019; adaptado CAVAIGNAC & FORTE (2018).
A quebra da escada pode ser ocasionada devido à falta de resistência do material, pois geralmente pegam qualquer sobra de madeiras e fabricam a escada, chegando ao um índice de risco de 250 e a falta de métodos de avaliação para detecção, fazendo com que o índice chegue a 10, contribui bastante para esse elevado RPN, portanto precisa ser revisto urgentemente uma maneira de avaliação da resistência das escadas. Ocorrendo a ruptura do material acarretaria a queda do colaborador provocando desde lesões leves e recuperáveis até lesões definitivas como amputações ou perda de movimentos, com possibilidade, ainda que remota, de lesões fatais. Porém a detecção dessa possível falha é complicada, portanto se faz necessário à fabricação dessa escada com um material de qualidade e certificado, fazer sempre uma inspeção da mesma e também armazenar em local adequado afim de não provocar um desgaste precoce do material.
Muitas quedas através de escada acontecem por falta de instabilidade que apresentar o segundo maior índice de risco, chegando a 125, porque na maioria das vezes ela é apoiada em locais impróprios como é visto na figura 6, que está em solo e, além disso, úmido, podendo acontecer em uma desagradável possibilidade um deslocamento ou recalque da escada, ocasionando a queda do trabalhador provocando de lesões recuperáveis a permanentes. Vale mencionar que a escolha do tipo da escada inadequada para o serviço pode também ocasionar a queda, pois é não será instável para o local ou serviço onde será executado o processo.

Conclusão

A utilização do FMEA para questões de segurança na construção civil ainda é escasso, todavia, estudo realizado por CAVAIGNAC & FORTE (2018) foi abordado à mesma temática, como também foi encontrado as mesmas inconformidades com as NRs, principalmente relacionadas à EPI’s, andaimes e escadas em obras de pequeno porte. Portanto com a realização do nosso trabalho realizado em uma obra de médio porte podemos concluir os mesmo vícios errôneos que divergem com as NR’s foram detectados nas mesmas atividades, ou seja, podemos pressupor que também poderá ser encontrado em obras de grande porte. Entendemos então que as questões de segurança na construção civil precisam ser revista ou ate mesmo incentivada, porém também existe a falta de uma fiscalização e treinamentos rigorosos.
Percebemos também nesse artigo, que a execução de serviços em locais inapropriados, como no caso da carpintaria, que com a utilização da serra circular, uma ferramenta cortante, apresentou um índice risco alto, principalmente o uso negligente do trabalho realizado em altura no telhado, podendo ocorrer na pior das hipóteses uma fatalidade. O que também é bastante preocupante, é que os serviços em telhado são efeitos rotineiramentede maneira incorreta relacionada a segurança, tanto em empresas como no trabalhos informais.

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Citações
O método empregado pelas Normas APAe? autor-data, isto e?, o sobrenome do autor e o ano de publicação. O texto deve ser documentado citando o autor e a data de publicação dos trabalhos pesquisados e consultados. Todos os autores citados no texto, e apenas eles, devem estar presentes nas referências com as informações completas. Este procedimento e? obrigatório.A lista de referências completa deve ser apresentada no final do texto e por ordem alfabética pelo sobrenome do primeiro autor. Devem ser justificadas, editadas com espaçamento 1,5 entre linhas, sem afastamento anterior e 6pt posterior entre parágrafos. Seguir orientações: http://www.anpad.org.br/rac/rac_guia_apa.pdf
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Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Utilização de andaime Queda do material do andaime Falta de forração completa do andaime Impacto sofrido 6 Incapacidade temporária sem afastamento 4 Visual 2 48 Adequação do andaime as normas
Queda do trabalhador do andaime Ausência de guarda-corpo e rodapé Queda de diferente nível 5 4 Visual 2 40
Ausência de amarração e ancoragem do andaime em local fixo Queda de diferente nível 5 4 Visual 2 40
Trabalhadores sem treinamento Queda de diferente nível 5 4 Check list 5 100 Realizar treinamento

Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Utilização de andaime Queda do material do andaime Falta de forração completa do andaime Impacto sofrido 6 Morte dos não envolvidos do processo 10 Visual 2 120 Adequação do andaime as normas
Queda do trabalhador do andaime Ausência de guarda-corpo e rodapé Queda de diferente nível 5 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 2 70
Ausência de amarração e ancoragem do andaime em local fixo Queda de diferente nível 5 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 2 70
Trabalhadores sem treinamento Queda de diferente nível 5 Incapacidade permanente parcial 7 Check list 5 175 Realizar treinamento

Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Serviços de Telhado Queda do trabalhador Falta do cabo guia ou dispositivo contra queda Queda de diferente nível 5 Incapacidade temporária curta 5 Check list 5 125 Uso do equipamento contra queda
Trabalhadores sem treinamento Queda de diferente nível 5 Incapacidade temporária curta 5 Check list 5 125 Realizar treinamento
Queda do material (telhas) Transporte irregular das telhas Impacto sofrido 6 Incapacidade temporária longa 6 Visual 1 36 Uso de equipamento adequado para transporte
Armazenagem inadequada das telhas Impacto sofrido 6 Incapacidade temporária longa 6 Visual 1 36 Evitar local inadequado
Corte com a serra circular Ausência de EPI's Atrito ou abrasão 3 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 1 21 Conscientizar os trabalhadores sobre o seu uso; exigir o uso; fiscalizar o uso dos EPI's e local proprio para serviço de carpintaria
Queda do trabalhador com a maquina Ausência de EPI's / Ato inseguro Impacto sofrido 6 Incapacidade permanente total 8 Check list 5 240
Queda apenas da serra circular Ato inseguro Impacto sofrido 6 Incapacidade permanente parcial 7 Visual 1 42

Processo ou ação Modo de falha Causa básica da falha Natureza da ocorrência (O) (O) Efeitos (S) Meios de Detecção (D) Índice de risco Ações corretivas
Utilização da escada Quebra da escada Falta resistência do material Queda com diferença de nível 5 Incapacidade temporária com afastamento curto 5 Ausência de métodos de avaliação 10 250 troca da escada
Queda do colaborador da escada Falta de estabilidade 5 5 Check list 5 125
Tipo inadequado 5 5 5 125
Falta de habilidade do usuário 5 5 5 125 Realizar treinamento