Arquivo de entrada: Artigo International Journal.docx (2869 termos)
Arquivo encontradoTotal de termosTermos comunsSimilaridade (%)
portaldepublicacoes.... Visualizar 501 15 0,44
pepsic.bvsalud.org/s... Visualizar 5457 34 0,41
periodicos.ufes.br/B... Visualizar 183 5 0,16
ceunes.ufes.br/conte... Visualizar 755 5 0,13
ufes.br/centro-unive... Visualizar 1115 2 0,05
ceunes.ufes.br/ Visualizar 1102 2 0,05
law.cornell.edu/usco... Visualizar 1405 2 0,04
ceunes.ufes.br/depar... Visualizar 753 1 0,02
epa.gov/sites/produc... Visualizar 144901 19 0,01
r.search.yahoo.com/_... - - - - Parece que o documento foi removido do site ou nunca existiu. HTTP response code: 404


Arquivo de entrada: Artigo International Journal.docx (2869 termos)
Arquivo encontrado: http://www.ceunes.ufes.br/departamentos (753 termos)

Termos comuns: 1
Similaridade: 0,02%

O texto abaixo é o conteúdo do documento
 "Artigo International Journal.docx".
Os termos em vermelho foram encontrados no documento
 "http://www.ceunes.ufes.br/departamentos".

Panorama sobre as práticas de gerenciamento de resíduos industriais
an overview of industrial waste management practices

Marcos Meurer da silva1*; Luiz Guilherme Patroni Duarte da Silva2; Higor Henrique Clemente3; Rafael Follmann Pieretti4

1 2 3 4 Curso de Engenharia de Produção da Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS, Brasil
marcosmeurer50@gmail.com


- 192 -
Citação (APA): GOMES, M. S. D., SILVA, H. S. T., SILVA-FILHO, E. N.; SANTOS, L. M. R. & PEREIRA, C. S. S. (2019). Simulação do processo de fermentação alcoolica do bioetanol a partir do resíduo de batata-doce (Ipomoea batatas l. (lam.)). Brazilian Journal of Production Engineering, 5(2): 191-202.




Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Editora UFES/CEUNES/DETEC.

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Editora UFES/CEUNES/DETEC.

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Editora UFES/CEUNES/DETEC.
Recebido em:
Aprovado em:
Disponibilizado em:

PALAVRAS-CHAVE:
Gerenciamento de resíduos; resíduos industriais perigosos; efluentes.
KEYWORDS:
Waste management, hazardous industrial waste; effluents.

Copyright © 2019, Silva et al. Esta obra está sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso.

*Autor Correspondente: Marcos Meurer da Silva

RESUMO

Este artigo apresenta um panorama sobre o gerenciamento de resíduos industriais no Brasil. Para realização de tal estudo, foi realizada uma pesquisa bibliográfica de maneira a construir uma base conceitual acerca do objeto de estudo, além de proporcionar maior compreensão a respeito do gerenciamento de resíduos industriais. Assim, foi possível identificar tecnologias e conceitos que tem sido empregado pelas empresas, assim como o papel do profissional de engenharia de produção nesse processo. Ademais, destaca-se a carência de informações na literatura obtidas a respeito de resíduos perigosos, porém vale ressaltar a ampla diversidade de medidas e procedimentos encontrados no que tange a gestão dos resíduos.

ABSTRACT

This article presents an overview of industrial waste management in Brazil. In order to carry out such a study, a bibliographical research was carried out in order to built a conceptual base about the object of study, besides providing greater understanding regarding the management of industrial waste. Thus, it was possible to identify technologies and concepts that have been employed by companies, as well as the role of the production engineering professional in this process. In addition, we highlight the lack of information in the literature on hazardous waste, but ti is worth noting the wide diversity of measures and procedures found in waste management.





1. INTRODUÇÃO
Segundo Gil (2005), a negligência ou falta de conhecimento a respeito do manejo dos resíduos industriais fez com que ocorresse muitos danos à natureza em vários lugares do planeta, alguns dos quais geraram impactos negativos a saúde humana e ambiental. Devido a esses e fatores, foram se criando normas e leis para se ter melhor controle e prevenção na forma como seriam tratados esses resíduos.
Para Simão (2011), após a revolução industrial, os empresários se preocupavam apenas na produção, em como produzir, o quanto produzir, para ter o maior lucro e o menor custo possíveis. Contavam como se os recursos naturais fossem ilimitados, e não se preocupavam e não tinha nenhum controle a respeito dos resíduos produzidos, os considerando como uma inevitável consequência.
De acordo com Alberoni et al. (2002), a partir dos anos 60, alguns acidentes relacionados aos resíduos fizeram com que começasse uma preocupação com a administração de recursos humanos, já na década de 70 começa a se pensar a respeito entre meio ambiente e desenvolvimento e surgem algumas políticas ambientais. Até 72 o debate era apenas na esférica acadêmica, a partir de então começou a alcançar o circuito governamental multilateral, que culminou com a criação da PNUMA - Programa das Nações Unidas de Meio Ambiente.
Em meados dos anos 80, surge a preocupação com os danos globais, tendo a percepção que a questão ambiental ultrapassa os limites nacionais e os prejuízos são mundiais. A partir de então, entende-se que os problemas ecológicos não devem ser tratados de forma isolada, mas sim de forma sistêmica, pois são interligados. (CALLENBACH et al., 1993)
Na década de 90 são apresentadas então normas internacionais, entre elas a ISSO 14000 – a Norma Ambiental -, e atualmente com o mercado globalizado, os empresários estão frente a consumidores que entendem e sabem dos problemas ambientais, sendo que a área relacionada as questões ambientais de uma empresa podem assumir um grande potencial estratégico, funcionando como diferencial no mercado. (ALBERONI et al., 2002)
Tanto o fato de leis e normas, e a globalização do mercado, tornaram as questões ambientais muito importante nos dias de hoje. E dentro dessas questões entram o gerenciamento de resíduos, principalmente os mais perigosos. Nesse artigo será caracterizado os resíduos provenientes das industrias, apresentando o gerenciamento a respeito dos resíduos perigosos, explanando as resoluções tomadas pelas empresas na eliminação, reciclagem ou outra forma do reaproveitamento de tal. Serão demonstradas também as leis, acordos e normas pertinentes relacionados ao assunto.
2. REFERÊNCIAL TEÓRICO
De acordo com Pedroza (2011), são os resíduos vindo das industriais que estão impactando negativamente ao meio ambiente, sendo eles, químicos, metais, solventes e gases. Sendo assim, as indústrias que originam estes fatos são as metalúrgicas, de fundições, eletroeletrônico, couro, química e borracha.
Atualmente, os gestores estão procurando constantemente maneiras de diminuir o custo de gerenciamento de produtos perigosos, sendo assim, aumentou-se a pratica das atividades de reciclagem e a recuperação de produtos, com o intuito de tornar utilizável novamente. Vale ressaltar também outro motivo de gerenciar estes materiais de forma eficaz, se dá pelo fato de trazer riscos a vida dos trabalhadores (PEDROZA, 2011)
Desta maneira, faz-se necessário manusear adequadamente os produtos perigosos, ou seja, realizar as etapas da figura 1, sendo desde o treinamento dos funcionários até o tratamento dos materiais, para auxilio utiliza-se algumas normas regulamentadoras. O manuseio apropriado de recursos certamente ocasionara custos, mas deve-se ser realizado pois consequentemente retornara diminuição na geração de resíduos. (SIMIÃO, 2011).
Figura 1 - Etapas de manuseio

Fonte: Adaptado de Simião (2011)
De acordo com Simião (2011), as etapas são descritas a seguir:
A primeira etapa realiza-se o treinamento, os funcionários devem ser informados nos danos prejudiciais do manuseio ineficiente. Deste modo, faz-se necessário o uso de IPS;
O objetivo da segregação é não misturar os resíduos recicláveis com os não recicláveis, e também os resíduos incompatíveis, que misturados podem ocasionar danos ao meio ambiente, aos funcionários e maquinários;
O acondicionamento refere-se que, os resíduos devem ser acondicionados a recipientes específicos;
A armazenagem de resíduos deve-se seguir os requisitos da norma 12.235/1992 referente a amarmazenamentos de resisduos perigosos;
Os resíduos devem ser transportados desde seu local de geração até o local de estocagem de resíduo. Para auxilio utiliza-se da NR 13.221/200, que se trata do transporte de resíduos;
Por fim o tratamento dos resíduos, que tem por finalidade mudar a estrutura do produto para tornar reutilizável, mas sempre desejando-se diminuir os impactos ambientais.
Portanto, os requisitos de manuseio mencionados devem ser mostrados a todos os responsáveis que terão um contato com algum tipo de resíduos perigosos, afim de não ocasionar acidente por motivos banais.
Os crimes ambientais remotam a antiguidade, mas com o passar dos anos, foram surgindo leis regidas para a eficiência do gerenciamento de resíduos. De acordo com Xavier (2010) desenvolvendo o gerenciamento de resíduos industriais de forma apropriada obedecendo os requisitos das normas e leis, consequentemente trará qualidade de vida de todas as pessoas envolvidas e ao meio ambiente.
As empresas que são contempladas com a certificação da norma ISO 14000, consequentemente terão que gerenciar eficientemente os resíduos. Sendo assim, os órgãos fiscalizadores estão mais rígidos, atualmente existe a lei 9605/98 na qual impõe multas pesadas para os responsáveis que não estão realizando manuseio adequado de resíduos (XAVIER, 2010).
Levando em consideração todas as atividades humanas desde as domesticas, comerciais, agrícolas, de serviço até áreas mais complexas como industriais temos resultados e dentre os resultados dessas atividades se encontra o que é chamado de resíduos sólidos sendo esses muitas vezes gerados em alta quantidade podendo ocasionar ainda um impacto ambiental negativo, assim existem algumas obras de engenharia que tem como proposta a melhor disponibilização desses resíduos, exemplo desses são os aterros sanitários. (ALMEIDA et al. 2000).
Com o crescimento do setor industrial vem também o aumento de agentes poluidores, assim forçando as empresas a investir na melhor qualidade ambiental, obtendo o melhor gerenciamento ambiental dos resíduos industriais (SISINNO; OLIVEIRA, 2006).
Gerenciar os diversos tipos de resíduos é cuidar de alguns pontos geração, seleção e disposição final, ou seja, cuidar desde o berço até o tumulo. (GRIPPI, 2001).
Segundo Silveira (2004) os resíduos podem trazer sérios impactos ambientais e por isso é necessário que haja técnicas de engenharia para que os resíduos tenham menos impacto na natureza, caso isso não aconteça pode se contaminar o solo e corpos d’água superficiais e subterrâneo.
Para ser possível o gerenciamento de resíduos sólidos é necessário que se coloque metas pré-definidas pela empresa que faz a coleta desses resíduos e para isso temos um conjunto de ações para alcança-las. Esse gerenciamento traz consigo uma seria de ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento para que seja possível acondicionar, armazenar temporariamente, coletar, segregar, transportar (ALMEIDA; VILHENA, 2000).
Na Tabela 1, está sendo exemplificado de maneira objetiva a geração de resíduos perigosos dentro de cada setor e através de quais fontes esses são dispostos e quais resíduos perigosos são formados.
Tabela 1 - Exemplos ilustrativos de geração de resíduos perigosos
Fonte: Adaptado de Braga et al. (2002)
Segunda a NBR 10.004 (ABNT, 2004a) os resíduos sólidos podem ser caracterizados como “resíduos nos estados sólido e semissólido, resultantes de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição” ainda podendo conter nessa classificação líquidos que não podem ser lançados na rede de esgoto e ainda os lodos que tem origem dentro do sistema de água.
Existem na NBR 10. 004 (ABNT, 2004a), algumas classificações desses resíduos que os diferenciam:
Resíduos Classe I – Perigosos: apresentam características de toxicidade, patogenicidade, periculosidade, inflamabilidade, corrosividade e reatividade. Essas podem ser prejudiciais para a saúde pública podem ter risco de doenças risco de mortalidade se esses forem gerenciados de forma inadequada;
Resíduos Classe II – Não perigosos;
Resíduos Classe II A – Não inertes: tem características como combustibilidade, solubilidade em água e biodegradabilidade;
Resíduos Classe II B – Inertes: são aqueles que quando colocados em contato estático ou dinâmico com a água a temperatura ambiente não muda a potabilidade da água.
Alguns importantes conceitos vêm sendo difundidos no gerenciamento ambiental das indústrias, garantindo alternativas que possibilitem a sustentabilidade econômica e ambiental. Um desses conceitos é a Simbiose Industrial, que de acordo com Lombardi et Laybourn (2012) se refere ao conjunto de empresas com o objetivo de fomentar a interação entre elas por meio da troca de resíduos, gerando transações mutuas que possibilitam reduzir os problemas com impactos ambientais referentes a efluentes.
Para Fiksel (1996) o Design for Environment é uma técnica para o desenvolvimento de produto que considera os objetivos de manufatura em conjunto com os ambientais, isto é, preocupa-se com questões relativas a redução de impactos ambientais e uso de recursos naturais, assim como a reciclagem de materiais.
3. METODOLOGIA
Para a realização do estudo fez-se uso de uma revisão de literatura, com a finalidade de compreender os conceitos na área ambiental e identificar as principais características no gerenciamento de resíduos perigosos realizados pelas indústrias. Este artigo de revisão consiste na busca de informações que proporcionem um levantamento do panorama do tema, além de expor alguns exemplos de como as empresas tem realizado a gestão de seus resíduos.
Por fim, destaca-se o papel do engenheiro de produção em todo esse processo, a partir da percepção dos autores e da base conceitual levantada com a revisão. Os dados e informações serão apresentados dentro do texto e por meio de tabelas objetivando organizar a análise dos mesmos.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Conforme abordado pela literatura diversos processos produtivos geram efluentes que possuem potencial impacto negativo ao meio ambiente. A indústria química merece destaque na geração de resíduos perigosos, isso porque nos ramos de plásticos, resinas, vernizes, tintas e adubos químicos existem grandes volumes de efluentes que precisam de tratamentos relativamente complexos.
Segundo Freitas (2014) os efluentes de indústrias químicas necessitam em sua maioria de tratamentos físico-químicos que podem incluir clarificação, coagulação química, oxidação e redução de compostos tóxicos. Um exemplo é a neutralização da água a partir de tecnologias de filtração por membrana.
Outro exemplo comumente encontrado são os efluentes das indústrias de papel e celulose. O licor negro é uma substancia escura que sai do digestor e precisa passar por um tratamento para tornar branco novamente e deste modo ser inserido novamente no digestor. Portanto este licor será evaporado e queimado (Caldeira de Recuperação), após a queima origina-se o licor verde, no qual deverá ser caseificado (Cal), tornando o licor verde em um licor branco, mas com lama, que necessitará ser retirada no forno de cal, feito isso o licor branco já estará pronto para ser utilizado no digestor.
A gestão de resíduos com esforços focalizados na minimização, reutilização ou descarte dentro do contexto do Sistema de Gestão Ambiental e de Gestão de Resíduos, deve-se preocupar com o fato destes apresentarem características físico-químicas que os tornam perigosos seja no manuseio ou no processo de descarte.
De acordo com Almeida e Braz (2009) o um correto e eficiente gerenciamento de resíduos industriais pode trazer significativas reduções nos custos, considerando que muitos dos resíduos podem ser reaproveitados de alguma maneira, seja para a própria empresa, seja em outras. Assim, políticas como os 4 r’s de reduzir, reciclar, reutilizar e reeducar permitem a organização desempenhar ao produto intermediário ou resíduo um destino mais adequado.
A partir da revisão da literatura pode-se destacar que o engenheiro de produção, dentro de sua perspectiva de atuação pode criar mecanismos em processos produtivos de maneira a minimizar a geração de resíduos industriais, ocasionando menos impactos e custos para a empresa. De acordo com Sabrina (2010) inúmeros problemas ambientais relativos a resíduos industriais perigosos podem ser evitados caso sejam tomadas estratégias eficientes ainda mesmo no projeto do produto e do processo.
Nota-se ainda o crescimento de ações voltadas para uma melhor gestão de resíduos, não necessariamente perigosos, mas de maneira geral, como o Projeto para o Meio Ambiente ou Design for the Environment. Essa é uma ferramenta vindoura da Ecologia Industrial, onde todo o ciclo de vida do produto é analisado a fim de propor alternativas que reduzam os impactos ambientais causados pelo produto final e os resíduos gerados no processo produtivo (OLIVEIRA, 2010).
Outra vertente que emergiu recentemente é o conceito de Simbiose Industrial, onde são propostas trocas de resíduos entre as empresas, ou seja, o que é um resíduo para uma determinada empresa pode servir de insumo para outra e assim promover uma interação vantajosa entre diferentes indústrias (MONTAÑO, 2017). Nesse contexto deve-se considerar a compatibilidade de trocas de efluentes, além de diversas outras variáveis como a necessidade de tratamento do efluente, quantidades produzidas e viabilidade de utilização.
Portanto, em todo este processo de gestão ambiental o engenheiro de produção dispõe de uma ampla possibilidade de atuações, seja no processo de produção, evitando e minimizando a geração, seja na destinação deste efluente a um fim mais adequado.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No desenvolvimento deste trabalho, notou-se a importância de gerenciar os resíduos perigosos pois trazem impactos significantes ao meio ambiente e também entender as classificações dos resíduos perigosos, com a finalidade de fazer sua segregação. Vale ressaltar também que a maneira de gerenciar os resíduos industriais é relevante, pois o manuseio é o primeiro contato com o corpo humano, sendo assim, necessário a segurança dos envolvidos.
Referindo-se a coleta de informações para realizar este artigo, nota-se a dificuldade em encontrar conteúdo específicos de resíduos perigosos. Porem foi possível atingir o objetivo de identificar o modo de gerenciamento de resíduos industriais.
REFERÊNCIAS
ALBERONI, Vinícius Goulart et al. Gestão de resíduos industriais como facilitador da gestão do conhecimento e da otimização do processo produtivo. ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, v. 22, 2002.
ALMEIDA, J. R. de et al. Gestão ambiental: planejamento, avaliação, implantação, operação e verificação. Rio de janeiro: Thex Ed., 2000.
ALMEIDA, M. L. O. de; VILHENA, A. Lixo municipal: manual de gerenciamento integrado. 2 ed. São Paulo: IPT/CEMPRE, 2000.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 10.004 - Resíduos Sólidos: Classificação. Rio de Janeiro, 2004a.
CALLENBACH, Ernest, et al. Gerenciamento ecológico. São Paulo: Cultrix/Amana, 1993.
FIKSEL, J. Design for Environment. New York: Mc Graw Hill, 1996.
FREITAS, O. Os efluentes perigosos da indústria química. 2014. Disponível em: <https://www.saneamento.net/os-efluentes-perigosos-da-industria-quimica-38/> . Acesso em: 26 abr. 2019.
GIL, Eric de S. CLASSIFICAÇÃO E RISCOS ASSOCIADOS AOS RESÍDUOS QUÍMICO–FARMACÊUTICOS. Revista Eletrônica de Farmácia, v. 2, n. 2, 2005.
GRIPPI, S. Lixo, reciclagem e sua história: guia para as prefeituras brasileiras. Rio de Janeiro: Interciência, 2001.
LOMBARDI, D. R. et Laybourn, P. (2012), "Redefining industrial symbiosis: crossing academic–practitioner boundaries", Journal of Industrial Ecology, Vol.16, No.1, pp. 28-37.
MONTAÑO, J. Simbiose Industrial – imitando a natureza. 2017. Disponível em: < http://ambientesst.com.br/simbiose-industrial/> . Acesso em: 25 abr. 2019.

DE ALMEIDA, Júlio César; BRAZ, Gisele Figueiredo. A participação dos engenheiros de produção na gestão ambiental empresarial. XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, Salvador, BA, de 06 a 09 de outubro de 2009.
OLIVEIRA, S. O papel do engenheiro de produção na preservação do meio ambiente. Disponível em: < http://engproducaoeambiente.com.br/> . Acesso em: 25 abr. 2019.
PEDROZA, Ana Carolina. A importância do gerenciamento dos resíduos químicos. RevInter Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade, v. 4, n. 2, p. 163-178, jun. 2011.
SILVEIRA, A. M. de M. Estudo do peso específico de resíduos sólidos urbanos. Rio de Janeiro: UFRJ, 2004. Dissertação (Mestre em Ciências), Programa de Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2004.
SIMIAO, J. Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais em uma Empresa de Usinagem sobre o enfoque da Produção mais Limpa, São Paulo. 2011. 170f. Dissertação (Mestrado em Hidráulica e Saneamento) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos.

SISINNO, C. L. S.; OLIVEIRA, R. M. de Resíduos sólidos, ambiente e saúde: uma visão multidisciplinar. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2006.
XAVIER, J. Gerenciamento de Resíduos Industriais. 2010. 55 f. Monografia (Especialista em Engenharia de Produção) – Pós-Graduação, Instituto a Vez do Mestre, Universidade Candido Mendes, Rio de Janeiro.



Setor Origem Resíduos Perigosos
Serviços, Comércios e Agricultura Veículos, Aeroportos, lavagem a seco Resíduos oleosos, fluidos hidráulicos, solventes halogenadas
Industrias <= médio porte Serviços de saúde, fazendas, parques municipais Resíduos patogênicos, resíduos de pesticidas, embalagens contaminadas
Industrias de grande porte Tratamento de metais, fabricação de tintas, curtumes Lodos abrangendo metais pesados, solventes, lodos abrangendo cromo


Arquivo de entrada: Artigo International Journal.docx (2869 termos)
Arquivo encontrado: http://www.ceunes.ufes.br/ (1102 termos)

Termos comuns: 2
Similaridade: 0,05%

O texto abaixo é o conteúdo do documento
 "Artigo International Journal.docx".
Os termos em vermelho foram encontrados no documento
 "http://www.ceunes.ufes.br/".

Panorama sobre as práticas de gerenciamento de resíduos industriais
an overview of industrial waste management practices

Marcos Meurer da silva1*; Luiz Guilherme Patroni Duarte da Silva2; Higor Henrique Clemente3; Rafael Follmann Pieretti4

1 2 3 4 Curso de Engenharia de Produção da Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS, Brasil
marcosmeurer50@gmail.com


- 192 -
Citação (APA): GOMES, M. S. D., SILVA, H. S. T., SILVA-FILHO, E. N.; SANTOS, L. M. R. & PEREIRA, C. S. S. (2019). Simulação do processo de fermentação alcoolica do bioetanol a partir do resíduo de batata-doce (Ipomoea batatas l. (lam.)). Brazilian Journal of Production Engineering, 5(2): 191-202.




Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Editora UFES/CEUNES/DETEC.

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Editora UFES/CEUNES/DETEC.

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Editora UFES/CEUNES/DETEC.
Recebido em:
Aprovado em:
Disponibilizado em:

PALAVRAS-CHAVE:
Gerenciamento de resíduos; resíduos industriais perigosos; efluentes.
KEYWORDS:
Waste management, hazardous industrial waste; effluents.

Copyright © 2019, Silva et al. Esta obra está sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso.

*Autor Correspondente: Marcos Meurer da Silva

RESUMO

Este artigo apresenta um panorama sobre o gerenciamento de resíduos industriais no Brasil. Para realização de tal estudo, foi realizada uma pesquisa bibliográfica de maneira a construir uma base conceitual acerca do objeto de estudo, além de proporcionar maior compreensão a respeito do gerenciamento de resíduos industriais. Assim, foi possível identificar tecnologias e conceitos que tem sido empregado pelas empresas, assim como o papel do profissional de engenharia de produção nesse processo. Ademais, destaca-se a carência de informações na literatura obtidas a respeito de resíduos perigosos, porém vale ressaltar a ampla diversidade de medidas e procedimentos encontrados no que tange a gestão dos resíduos.

ABSTRACT

This article presents an overview of industrial waste management in Brazil. In order to carry out such a study, a bibliographical research was carried out in order to built a conceptual base about the object of study, besides providing greater understanding regarding the management of industrial waste. Thus, it was possible to identify technologies and concepts that have been employed by companies, as well as the role of the production engineering professional in this process. In addition, we highlight the lack of information in the literature on hazardous waste, but ti is worth noting the wide diversity of measures and procedures found in waste management.





1. INTRODUÇÃO
Segundo Gil (2005), a negligência ou falta de conhecimento a respeito do manejo dos resíduos industriais fez com que ocorresse muitos danos à natureza em vários lugares do planeta, alguns dos quais geraram impactos negativos a saúde humana e ambiental. Devido a esses e fatores, foram se criando normas e leis para se ter melhor controle e prevenção na forma como seriam tratados esses resíduos.
Para Simão (2011), após a revolução industrial, os empresários se preocupavam apenas na produção, em como produzir, o quanto produzir, para ter o maior lucro e o menor custo possíveis. Contavam como se os recursos naturais fossem ilimitados, e não se preocupavam e não tinha nenhum controle a respeito dos resíduos produzidos, os considerando como uma inevitável consequência.
De acordo com Alberoni et al. (2002), a partir dos anos 60, alguns acidentes relacionados aos resíduos fizeram com que começasse uma preocupação com a administração de recursos humanos, já na década de 70 começa a se pensar a respeito entre meio ambiente e desenvolvimento e surgem algumas políticas ambientais. Até 72 o debate era apenas na esférica acadêmica, a partir de então começou a alcançar o circuito governamental multilateral, que culminou com a criação da PNUMA - Programa das Nações Unidas de Meio Ambiente.
Em meados dos anos 80, surge a preocupação com os danos globais, tendo a percepção que a questão ambiental ultrapassa os limites nacionais e os prejuízos são mundiais. A partir de então, entende-se que os problemas ecológicos não devem ser tratados de forma isolada, mas sim de forma sistêmica, pois são interligados. (CALLENBACH et al., 1993)
Na década de 90 são apresentadas então normas internacionais, entre elas a ISSO 14000 – a Norma Ambiental -, e atualmente com o mercado globalizado, os empresários estão frente a consumidores que entendem e sabem dos problemas ambientais, sendo que a área relacionada as questões ambientais de uma empresa podem assumir um grande potencial estratégico, funcionando como diferencial no mercado. (ALBERONI et al., 2002)
Tanto o fato de leis e normas, e a globalização do mercado, tornaram as questões ambientais muito importante nos dias de hoje. E dentro dessas questões entram o gerenciamento de resíduos, principalmente os mais perigosos. Nesse artigo será caracterizado os resíduos provenientes das industrias, apresentando o gerenciamento a respeito dos resíduos perigosos, explanando as resoluções tomadas pelas empresas na eliminação, reciclagem ou outra forma do reaproveitamento de tal. Serão demonstradas também as leis, acordos e normas pertinentes relacionados ao assunto.
2. REFERÊNCIAL TEÓRICO
De acordo com Pedroza (2011), são os resíduos vindo das industriais que estão impactando negativamente ao meio ambiente, sendo eles, químicos, metais, solventes e gases. Sendo assim, as indústrias que originam estes fatos são as metalúrgicas, de fundições, eletroeletrônico, couro, química e borracha.
Atualmente, os gestores estão procurando constantemente maneiras de diminuir o custo de gerenciamento de produtos perigosos, sendo assim, aumentou-se a pratica das atividades de reciclagem e a recuperação de produtos, com o intuito de tornar utilizável novamente. Vale ressaltar também outro motivo de gerenciar estes materiais de forma eficaz, se dá pelo fato de trazer riscos a vida dos trabalhadores (PEDROZA, 2011)
Desta maneira, faz-se necessário manusear adequadamente os produtos perigosos, ou seja, realizar as etapas da figura 1, sendo desde o treinamento dos funcionários até o tratamento dos materiais, para auxilio utiliza-se algumas normas regulamentadoras. O manuseio apropriado de recursos certamente ocasionara custos, mas deve-se ser realizado pois consequentemente retornara diminuição na geração de resíduos. (SIMIÃO, 2011).
Figura 1 - Etapas de manuseio

Fonte: Adaptado de Simião (2011)
De acordo com Simião (2011), as etapas são descritas a seguir:
A primeira etapa realiza-se o treinamento, os funcionários devem ser informados nos danos prejudiciais do manuseio ineficiente. Deste modo, faz-se necessário o uso de IPS;
O objetivo da segregação é não misturar os resíduos recicláveis com os não recicláveis, e também os resíduos incompatíveis, que misturados podem ocasionar danos ao meio ambiente, aos funcionários e maquinários;
O acondicionamento refere-se que, os resíduos devem ser acondicionados a recipientes específicos;
A armazenagem de resíduos deve-se seguir os requisitos da norma 12.235/1992 referente a amarmazenamentos de resisduos perigosos;
Os resíduos devem ser transportados desde seu local de geração até o local de estocagem de resíduo. Para auxilio utiliza-se da NR 13.221/200, que se trata do transporte de resíduos;
Por fim o tratamento dos resíduos, que tem por finalidade mudar a estrutura do produto para tornar reutilizável, mas sempre desejando-se diminuir os impactos ambientais.
Portanto, os requisitos de manuseio mencionados devem ser mostrados a todos os responsáveis que terão um contato com algum tipo de resíduos perigosos, afim de não ocasionar acidente por motivos banais.
Os crimes ambientais remotam a antiguidade, mas com o passar dos anos, foram surgindo leis regidas para a eficiência do gerenciamento de resíduos. De acordo com Xavier (2010) desenvolvendo o gerenciamento de resíduos industriais de forma apropriada obedecendo os requisitos das normas e leis, consequentemente trará qualidade de vida de todas as pessoas envolvidas e ao meio ambiente.
As empresas que são contempladas com a certificação da norma ISO 14000, consequentemente terão que gerenciar eficientemente os resíduos. Sendo assim, os órgãos fiscalizadores estão mais rígidos, atualmente existe a lei 9605/98 na qual impõe multas pesadas para os responsáveis que não estão realizando manuseio adequado de resíduos (XAVIER, 2010).
Levando em consideração todas as atividades humanas desde as domesticas, comerciais, agrícolas, de serviço até áreas mais complexas como industriais temos resultados e dentre os resultados dessas atividades se encontra o que é chamado de resíduos sólidos sendo esses muitas vezes gerados em alta quantidade podendo ocasionar ainda um impacto ambiental negativo, assim existem algumas obras de engenharia que tem como proposta a melhor disponibilização desses resíduos, exemplo desses são os aterros sanitários. (ALMEIDA et al. 2000).
Com o crescimento do setor industrial vem também o aumento de agentes poluidores, assim forçando as empresas a investir na melhor qualidade ambiental, obtendo o melhor gerenciamento ambiental dos resíduos industriais (SISINNO; OLIVEIRA, 2006).
Gerenciar os diversos tipos de resíduos é cuidar de alguns pontos geração, seleção e disposição final, ou seja, cuidar desde o berço até o tumulo. (GRIPPI, 2001).
Segundo Silveira (2004) os resíduos podem trazer sérios impactos ambientais e por isso é necessário que haja técnicas de engenharia para que os resíduos tenham menos impacto na natureza, caso isso não aconteça pode se contaminar o solo e corpos d’água superficiais e subterrâneo.
Para ser possível o gerenciamento de resíduos sólidos é necessário que se coloque metas pré-definidas pela empresa que faz a coleta desses resíduos e para isso temos um conjunto de ações para alcança-las. Esse gerenciamento traz consigo uma seria de ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento para que seja possível acondicionar, armazenar temporariamente, coletar, segregar, transportar (ALMEIDA; VILHENA, 2000).
Na Tabela 1, está sendo exemplificado de maneira objetiva a geração de resíduos perigosos dentro de cada setor e através de quais fontes esses são dispostos e quais resíduos perigosos são formados.
Tabela 1 - Exemplos ilustrativos de geração de resíduos perigosos
Fonte: Adaptado de Braga et al. (2002)
Segunda a NBR 10.004 (ABNT, 2004a) os resíduos sólidos podem ser caracterizados como “resíduos nos estados sólido e semissólido, resultantes de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição” ainda podendo conter nessa classificação líquidos que não podem ser lançados na rede de esgoto e ainda os lodos que tem origem dentro do sistema de água.
Existem na NBR 10. 004 (ABNT, 2004a), algumas classificações desses resíduos que os diferenciam:
Resíduos Classe I – Perigosos: apresentam características de toxicidade, patogenicidade, periculosidade, inflamabilidade, corrosividade e reatividade. Essas podem ser prejudiciais para a saúde pública podem ter risco de doenças risco de mortalidade se esses forem gerenciados de forma inadequada;
Resíduos Classe II – Não perigosos;
Resíduos Classe II A – Não inertes: tem características como combustibilidade, solubilidade em água e biodegradabilidade;
Resíduos Classe II B – Inertes: são aqueles que quando colocados em contato estático ou dinâmico com a água a temperatura ambiente não muda a potabilidade da água.
Alguns importantes conceitos vêm sendo difundidos no gerenciamento ambiental das indústrias, garantindo alternativas que possibilitem a sustentabilidade econômica e ambiental. Um desses conceitos é a Simbiose Industrial, que de acordo com Lombardi et Laybourn (2012) se refere ao conjunto de empresas com o objetivo de fomentar a interação entre elas por meio da troca de resíduos, gerando transações mutuas que possibilitam reduzir os problemas com impactos ambientais referentes a efluentes.
Para Fiksel (1996) o Design for Environment é uma técnica para o desenvolvimento de produto que considera os objetivos de manufatura em conjunto com os ambientais, isto é, preocupa-se com questões relativas a redução de impactos ambientais e uso de recursos naturais, assim como a reciclagem de materiais.
3. METODOLOGIA
Para a realização do estudo fez-se uso de uma revisão de literatura, com a finalidade de compreender os conceitos na área ambiental e identificar as principais características no gerenciamento de resíduos perigosos realizados pelas indústrias. Este artigo de revisão consiste na busca de informações que proporcionem um levantamento do panorama do tema, além de expor alguns exemplos de como as empresas tem realizado a gestão de seus resíduos.
Por fim, destaca-se o papel do engenheiro de produção em todo esse processo, a partir da percepção dos autores e da base conceitual levantada com a revisão. Os dados e informações serão apresentados dentro do texto e por meio de tabelas objetivando organizar a análise dos mesmos.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Conforme abordado pela literatura diversos processos produtivos geram efluentes que possuem potencial impacto negativo ao meio ambiente. A indústria química merece destaque na geração de resíduos perigosos, isso porque nos ramos de plásticos, resinas, vernizes, tintas e adubos químicos existem grandes volumes de efluentes que precisam de tratamentos relativamente complexos.
Segundo Freitas (2014) os efluentes de indústrias químicas necessitam em sua maioria de tratamentos físico-químicos que podem incluir clarificação, coagulação química, oxidação e redução de compostos tóxicos. Um exemplo é a neutralização da água a partir de tecnologias de filtração por membrana.
Outro exemplo comumente encontrado são os efluentes das indústrias de papel e celulose. O licor negro é uma substancia escura que sai do digestor e precisa passar por um tratamento para tornar branco novamente e deste modo ser inserido novamente no digestor. Portanto este licor será evaporado e queimado (Caldeira de Recuperação), após a queima origina-se o licor verde, no qual deverá ser caseificado (Cal), tornando o licor verde em um licor branco, mas com lama, que necessitará ser retirada no forno de cal, feito isso o licor branco já estará pronto para ser utilizado no digestor.
A gestão de resíduos com esforços focalizados na minimização, reutilização ou descarte dentro do contexto do Sistema de Gestão Ambiental e de Gestão de Resíduos, deve-se preocupar com o fato destes apresentarem características físico-químicas que os tornam perigosos seja no manuseio ou no processo de descarte.
De acordo com Almeida e Braz (2009) o um correto e eficiente gerenciamento de resíduos industriais pode trazer significativas reduções nos custos, considerando que muitos dos resíduos podem ser reaproveitados de alguma maneira, seja para a própria empresa, seja em outras. Assim, políticas como os 4 r’s de reduzir, reciclar, reutilizar e reeducar permitem a organização desempenhar ao produto intermediário ou resíduo um destino mais adequado.
A partir da revisão da literatura pode-se destacar que o engenheiro de produção, dentro de sua perspectiva de atuação pode criar mecanismos em processos produtivos de maneira a minimizar a geração de resíduos industriais, ocasionando menos impactos e custos para a empresa. De acordo com Sabrina (2010) inúmeros problemas ambientais relativos a resíduos industriais perigosos podem ser evitados caso sejam tomadas estratégias eficientes ainda mesmo no projeto do produto e do processo.
Nota-se ainda o crescimento de ações voltadas para uma melhor gestão de resíduos, não necessariamente perigosos, mas de maneira geral, como o Projeto para o Meio Ambiente ou Design for the Environment. Essa é uma ferramenta vindoura da Ecologia Industrial, onde todo o ciclo de vida do produto é analisado a fim de propor alternativas que reduzam os impactos ambientais causados pelo produto final e os resíduos gerados no processo produtivo (OLIVEIRA, 2010).
Outra vertente que emergiu recentemente é o conceito de Simbiose Industrial, onde são propostas trocas de resíduos entre as empresas, ou seja, o que é um resíduo para uma determinada empresa pode servir de insumo para outra e assim promover uma interação vantajosa entre diferentes indústrias (MONTAÑO, 2017). Nesse contexto deve-se considerar a compatibilidade de trocas de efluentes, além de diversas outras variáveis como a necessidade de tratamento do efluente, quantidades produzidas e viabilidade de utilização.
Portanto, em todo este processo de gestão ambiental o engenheiro de produção dispõe de uma ampla possibilidade de atuações, seja no processo de produção, evitando e minimizando a geração, seja na destinação deste efluente a um fim mais adequado.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No desenvolvimento deste trabalho, notou-se a importância de gerenciar os resíduos perigosos pois trazem impactos significantes ao meio ambiente e também entender as classificações dos resíduos perigosos, com a finalidade de fazer sua segregação. Vale ressaltar também que a maneira de gerenciar os resíduos industriais é relevante, pois o manuseio é o primeiro contato com o corpo humano, sendo assim, necessário a segurança dos envolvidos.
Referindo-se a coleta de informações para realizar este artigo, nota-se a dificuldade em encontrar conteúdo específicos de resíduos perigosos. Porem foi possível atingir o objetivo de identificar o modo de gerenciamento de resíduos industriais.
REFERÊNCIAS
ALBERONI, Vinícius Goulart et al. Gestão de resíduos industriais como facilitador da gestão do conhecimento e da otimização do processo produtivo. ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, v. 22, 2002.
ALMEIDA, J. R. de et al. Gestão ambiental: planejamento, avaliação, implantação, operação e verificação. Rio de janeiro: Thex Ed., 2000.
ALMEIDA, M. L. O. de; VILHENA, A. Lixo municipal: manual de gerenciamento integrado. 2 ed. São Paulo: IPT/CEMPRE, 2000.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 10.004 - Resíduos Sólidos: Classificação. Rio de Janeiro, 2004a.
CALLENBACH, Ernest, et al. Gerenciamento ecológico. São Paulo: Cultrix/Amana, 1993.
FIKSEL, J. Design for Environment. New York: Mc Graw Hill, 1996.
FREITAS, O. Os efluentes perigosos da indústria química. 2014. Disponível em: <https://www.saneamento.net/os-efluentes-perigosos-da-industria-quimica-38/> . Acesso em: 26 abr. 2019.
GIL, Eric de S. CLASSIFICAÇÃO E RISCOS ASSOCIADOS AOS RESÍDUOS QUÍMICO–FARMACÊUTICOS. Revista Eletrônica de Farmácia, v. 2, n. 2, 2005.
GRIPPI, S. Lixo, reciclagem e sua história: guia para as prefeituras brasileiras. Rio de Janeiro: Interciência, 2001.
LOMBARDI, D. R. et Laybourn, P. (2012), "Redefining industrial symbiosis: crossing academic–practitioner boundaries", Journal of Industrial Ecology, Vol.16, No.1, pp. 28-37.
MONTAÑO, J. Simbiose Industrial – imitando a natureza. 2017. Disponível em: < http://ambientesst.com.br/simbiose-industrial/> . Acesso em: 25 abr. 2019.

DE ALMEIDA, Júlio César; BRAZ, Gisele Figueiredo. A participação dos engenheiros de produção na gestão ambiental empresarial. XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, Salvador, BA, de 06 a 09 de outubro de 2009.
OLIVEIRA, S. O papel do engenheiro de produção na preservação do meio ambiente. Disponível em: < http://engproducaoeambiente.com.br/> . Acesso em: 25 abr. 2019.
PEDROZA, Ana Carolina. A importância do gerenciamento dos resíduos químicos. RevInter Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade, v. 4, n. 2, p. 163-178, jun. 2011.
SILVEIRA, A. M. de M. Estudo do peso específico de resíduos sólidos urbanos. Rio de Janeiro: UFRJ, 2004. Dissertação (Mestre em Ciências), Programa de Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2004.
SIMIAO, J. Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais em uma Empresa de Usinagem sobre o enfoque da Produção mais Limpa, São Paulo. 2011. 170f. Dissertação (Mestrado em Hidráulica e Saneamento) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos.

SISINNO, C. L. S.; OLIVEIRA, R. M. de Resíduos sólidos, ambiente e saúde: uma visão multidisciplinar. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2006.
XAVIER, J. Gerenciamento de Resíduos Industriais. 2010. 55 f. Monografia (Especialista em Engenharia de Produção) – Pós-Graduação, Instituto a Vez do Mestre, Universidade Candido Mendes, Rio de Janeiro.



Setor Origem Resíduos Perigosos
Serviços, Comércios e Agricultura Veículos, Aeroportos, lavagem a seco Resíduos oleosos, fluidos hidráulicos, solventes halogenadas
Industrias <= médio porte Serviços de saúde, fazendas, parques municipais Resíduos patogênicos, resíduos de pesticidas, embalagens contaminadas
Industrias de grande porte Tratamento de metais, fabricação de tintas, curtumes Lodos abrangendo metais pesados, solventes, lodos abrangendo cromo


Arquivo de entrada: Artigo International Journal.docx (2869 termos)
Arquivo encontrado: http://periodicos.ufes.br/BJPE (183 termos)

Termos comuns: 5
Similaridade: 0,16%

O texto abaixo é o conteúdo do documento
 "Artigo International Journal.docx".
Os termos em vermelho foram encontrados no documento
 "http://periodicos.ufes.br/BJPE".

Panorama sobre as práticas de gerenciamento de resíduos industriais
an overview of industrial waste management practices

Marcos Meurer da silva1*; Luiz Guilherme Patroni Duarte da Silva2; Higor Henrique Clemente3; Rafael Follmann Pieretti4

1 2 3 4 Curso de Engenharia de Produção da Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS, Brasil
marcosmeurer50@gmail.com


- 192 -
Citação (APA): GOMES, M. S. D., SILVA, H. S. T., SILVA-FILHO, E. N.; SANTOS, L. M. R. & PEREIRA, C. S. S. (2019). Simulação do processo de fermentação alcoolica do bioetanol a partir do resíduo de batata-doce (Ipomoea batatas l. (lam.)). Brazilian Journal of Production Engineering, 5(2): 191-202.




Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Editora UFES/CEUNES/DETEC.

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Editora UFES/CEUNES/DETEC.

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Editora UFES/CEUNES/DETEC.
Recebido em:
Aprovado em:
Disponibilizado em:

PALAVRAS-CHAVE:
Gerenciamento de resíduos; resíduos industriais perigosos; efluentes.
KEYWORDS:
Waste management, hazardous industrial waste; effluents.

Copyright © 2019, Silva et al. Esta obra está sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso.

*Autor Correspondente: Marcos Meurer da Silva

RESUMO

Este artigo apresenta um panorama sobre o gerenciamento de resíduos industriais no Brasil. Para realização de tal estudo, foi realizada uma pesquisa bibliográfica de maneira a construir uma base conceitual acerca do objeto de estudo, além de proporcionar maior compreensão a respeito do gerenciamento de resíduos industriais. Assim, foi possível identificar tecnologias e conceitos que tem sido empregado pelas empresas, assim como o papel do profissional de engenharia de produção nesse processo. Ademais, destaca-se a carência de informações na literatura obtidas a respeito de resíduos perigosos, porém vale ressaltar a ampla diversidade de medidas e procedimentos encontrados no que tange a gestão dos resíduos.

ABSTRACT

This article presents an overview of industrial waste management in Brazil. In order to carry out such a study, a bibliographical research was carried out in order to built a conceptual base about the object of study, besides providing greater understanding regarding the management of industrial waste. Thus, it was possible to identify technologies and concepts that have been employed by companies, as well as the role of the production engineering professional in this process. In addition, we highlight the lack of information in the literature on hazardous waste, but ti is worth noting the wide diversity of measures and procedures found in waste management.





1. INTRODUÇÃO
Segundo Gil (2005), a negligência ou falta de conhecimento a respeito do manejo dos resíduos industriais fez com que ocorresse muitos danos à natureza em vários lugares do planeta, alguns dos quais geraram impactos negativos a saúde humana e ambiental. Devido a esses e fatores, foram se criando normas e leis para se ter melhor controle e prevenção na forma como seriam tratados esses resíduos.
Para Simão (2011), após a revolução industrial, os empresários se preocupavam apenas na produção, em como produzir, o quanto produzir, para ter o maior lucro e o menor custo possíveis. Contavam como se os recursos naturais fossem ilimitados, e não se preocupavam e não tinha nenhum controle a respeito dos resíduos produzidos, os considerando como uma inevitável consequência.
De acordo com Alberoni et al. (2002), a partir dos anos 60, alguns acidentes relacionados aos resíduos fizeram com que começasse uma preocupação com a administração de recursos humanos, já na década de 70 começa a se pensar a respeito entre meio ambiente e desenvolvimento e surgem algumas políticas ambientais. Até 72 o debate era apenas na esférica acadêmica, a partir de então começou a alcançar o circuito governamental multilateral, que culminou com a criação da PNUMA - Programa das Nações Unidas de Meio Ambiente.
Em meados dos anos 80, surge a preocupação com os danos globais, tendo a percepção que a questão ambiental ultrapassa os limites nacionais e os prejuízos são mundiais. A partir de então, entende-se que os problemas ecológicos não devem ser tratados de forma isolada, mas sim de forma sistêmica, pois são interligados. (CALLENBACH et al., 1993)
Na década de 90 são apresentadas então normas internacionais, entre elas a ISSO 14000 – a Norma Ambiental -, e atualmente com o mercado globalizado, os empresários estão frente a consumidores que entendem e sabem dos problemas ambientais, sendo que a área relacionada as questões ambientais de uma empresa podem assumir um grande potencial estratégico, funcionando como diferencial no mercado. (ALBERONI et al., 2002)
Tanto o fato de leis e normas, e a globalização do mercado, tornaram as questões ambientais muito importante nos dias de hoje. E dentro dessas questões entram o gerenciamento de resíduos, principalmente os mais perigosos. Nesse artigo será caracterizado os resíduos provenientes das industrias, apresentando o gerenciamento a respeito dos resíduos perigosos, explanando as resoluções tomadas pelas empresas na eliminação, reciclagem ou outra forma do reaproveitamento de tal. Serão demonstradas também as leis, acordos e normas pertinentes relacionados ao assunto.
2. REFERÊNCIAL TEÓRICO
De acordo com Pedroza (2011), são os resíduos vindo das industriais que estão impactando negativamente ao meio ambiente, sendo eles, químicos, metais, solventes e gases. Sendo assim, as indústrias que originam estes fatos são as metalúrgicas, de fundições, eletroeletrônico, couro, química e borracha.
Atualmente, os gestores estão procurando constantemente maneiras de diminuir o custo de gerenciamento de produtos perigosos, sendo assim, aumentou-se a pratica das atividades de reciclagem e a recuperação de produtos, com o intuito de tornar utilizável novamente. Vale ressaltar também outro motivo de gerenciar estes materiais de forma eficaz, se dá pelo fato de trazer riscos a vida dos trabalhadores (PEDROZA, 2011)
Desta maneira, faz-se necessário manusear adequadamente os produtos perigosos, ou seja, realizar as etapas da figura 1, sendo desde o treinamento dos funcionários até o tratamento dos materiais, para auxilio utiliza-se algumas normas regulamentadoras. O manuseio apropriado de recursos certamente ocasionara custos, mas deve-se ser realizado pois consequentemente retornara diminuição na geração de resíduos. (SIMIÃO, 2011).
Figura 1 - Etapas de manuseio

Fonte: Adaptado de Simião (2011)
De acordo com Simião (2011), as etapas são descritas a seguir:
A primeira etapa realiza-se o treinamento, os funcionários devem ser informados nos danos prejudiciais do manuseio ineficiente. Deste modo, faz-se necessário o uso de IPS;
O objetivo da segregação é não misturar os resíduos recicláveis com os não recicláveis, e também os resíduos incompatíveis, que misturados podem ocasionar danos ao meio ambiente, aos funcionários e maquinários;
O acondicionamento refere-se que, os resíduos devem ser acondicionados a recipientes específicos;
A armazenagem de resíduos deve-se seguir os requisitos da norma 12.235/1992 referente a amarmazenamentos de resisduos perigosos;
Os resíduos devem ser transportados desde seu local de geração até o local de estocagem de resíduo. Para auxilio utiliza-se da NR 13.221/200, que se trata do transporte de resíduos;
Por fim o tratamento dos resíduos, que tem por finalidade mudar a estrutura do produto para tornar reutilizável, mas sempre desejando-se diminuir os impactos ambientais.
Portanto, os requisitos de manuseio mencionados devem ser mostrados a todos os responsáveis que terão um contato com algum tipo de resíduos perigosos, afim de não ocasionar acidente por motivos banais.
Os crimes ambientais remotam a antiguidade, mas com o passar dos anos, foram surgindo leis regidas para a eficiência do gerenciamento de resíduos. De acordo com Xavier (2010) desenvolvendo o gerenciamento de resíduos industriais de forma apropriada obedecendo os requisitos das normas e leis, consequentemente trará qualidade de vida de todas as pessoas envolvidas e ao meio ambiente.
As empresas que são contempladas com a certificação da norma ISO 14000, consequentemente terão que gerenciar eficientemente os resíduos. Sendo assim, os órgãos fiscalizadores estão mais rígidos, atualmente existe a lei 9605/98 na qual impõe multas pesadas para os responsáveis que não estão realizando manuseio adequado de resíduos (XAVIER, 2010).
Levando em consideração todas as atividades humanas desde as domesticas, comerciais, agrícolas, de serviço até áreas mais complexas como industriais temos resultados e dentre os resultados dessas atividades se encontra o que é chamado de resíduos sólidos sendo esses muitas vezes gerados em alta quantidade podendo ocasionar ainda um impacto ambiental negativo, assim existem algumas obras de engenharia que tem como proposta a melhor disponibilização desses resíduos, exemplo desses são os aterros sanitários. (ALMEIDA et al. 2000).
Com o crescimento do setor industrial vem também o aumento de agentes poluidores, assim forçando as empresas a investir na melhor qualidade ambiental, obtendo o melhor gerenciamento ambiental dos resíduos industriais (SISINNO; OLIVEIRA, 2006).
Gerenciar os diversos tipos de resíduos é cuidar de alguns pontos geração, seleção e disposição final, ou seja, cuidar desde o berço até o tumulo. (GRIPPI, 2001).
Segundo Silveira (2004) os resíduos podem trazer sérios impactos ambientais e por isso é necessário que haja técnicas de engenharia para que os resíduos tenham menos impacto na natureza, caso isso não aconteça pode se contaminar o solo e corpos d’água superficiais e subterrâneo.
Para ser possível o gerenciamento de resíduos sólidos é necessário que se coloque metas pré-definidas pela empresa que faz a coleta desses resíduos e para isso temos um conjunto de ações para alcança-las. Esse gerenciamento traz consigo uma seria de ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento para que seja possível acondicionar, armazenar temporariamente, coletar, segregar, transportar (ALMEIDA; VILHENA, 2000).
Na Tabela 1, está sendo exemplificado de maneira objetiva a geração de resíduos perigosos dentro de cada setor e através de quais fontes esses são dispostos e quais resíduos perigosos são formados.
Tabela 1 - Exemplos ilustrativos de geração de resíduos perigosos
Fonte: Adaptado de Braga et al. (2002)
Segunda a NBR 10.004 (ABNT, 2004a) os resíduos sólidos podem ser caracterizados como “resíduos nos estados sólido e semissólido, resultantes de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição” ainda podendo conter nessa classificação líquidos que não podem ser lançados na rede de esgoto e ainda os lodos que tem origem dentro do sistema de água.
Existem na NBR 10. 004 (ABNT, 2004a), algumas classificações desses resíduos que os diferenciam:
Resíduos Classe I – Perigosos: apresentam características de toxicidade, patogenicidade, periculosidade, inflamabilidade, corrosividade e reatividade. Essas podem ser prejudiciais para a saúde pública podem ter risco de doenças risco de mortalidade se esses forem gerenciados de forma inadequada;
Resíduos Classe II – Não perigosos;
Resíduos Classe II A – Não inertes: tem características como combustibilidade, solubilidade em água e biodegradabilidade;
Resíduos Classe II B – Inertes: são aqueles que quando colocados em contato estático ou dinâmico com a água a temperatura ambiente não muda a potabilidade da água.
Alguns importantes conceitos vêm sendo difundidos no gerenciamento ambiental das indústrias, garantindo alternativas que possibilitem a sustentabilidade econômica e ambiental. Um desses conceitos é a Simbiose Industrial, que de acordo com Lombardi et Laybourn (2012) se refere ao conjunto de empresas com o objetivo de fomentar a interação entre elas por meio da troca de resíduos, gerando transações mutuas que possibilitam reduzir os problemas com impactos ambientais referentes a efluentes.
Para Fiksel (1996) o Design for Environment é uma técnica para o desenvolvimento de produto que considera os objetivos de manufatura em conjunto com os ambientais, isto é, preocupa-se com questões relativas a redução de impactos ambientais e uso de recursos naturais, assim como a reciclagem de materiais.
3. METODOLOGIA
Para a realização do estudo fez-se uso de uma revisão de literatura, com a finalidade de compreender os conceitos na área ambiental e identificar as principais características no gerenciamento de resíduos perigosos realizados pelas indústrias. Este artigo de revisão consiste na busca de informações que proporcionem um levantamento do panorama do tema, além de expor alguns exemplos de como as empresas tem realizado a gestão de seus resíduos.
Por fim, destaca-se o papel do engenheiro de produção em todo esse processo, a partir da percepção dos autores e da base conceitual levantada com a revisão. Os dados e informações serão apresentados dentro do texto e por meio de tabelas objetivando organizar a análise dos mesmos.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Conforme abordado pela literatura diversos processos produtivos geram efluentes que possuem potencial impacto negativo ao meio ambiente. A indústria química merece destaque na geração de resíduos perigosos, isso porque nos ramos de plásticos, resinas, vernizes, tintas e adubos químicos existem grandes volumes de efluentes que precisam de tratamentos relativamente complexos.
Segundo Freitas (2014) os efluentes de indústrias químicas necessitam em sua maioria de tratamentos físico-químicos que podem incluir clarificação, coagulação química, oxidação e redução de compostos tóxicos. Um exemplo é a neutralização da água a partir de tecnologias de filtração por membrana.
Outro exemplo comumente encontrado são os efluentes das indústrias de papel e celulose. O licor negro é uma substancia escura que sai do digestor e precisa passar por um tratamento para tornar branco novamente e deste modo ser inserido novamente no digestor. Portanto este licor será evaporado e queimado (Caldeira de Recuperação), após a queima origina-se o licor verde, no qual deverá ser caseificado (Cal), tornando o licor verde em um licor branco, mas com lama, que necessitará ser retirada no forno de cal, feito isso o licor branco já estará pronto para ser utilizado no digestor.
A gestão de resíduos com esforços focalizados na minimização, reutilização ou descarte dentro do contexto do Sistema de Gestão Ambiental e de Gestão de Resíduos, deve-se preocupar com o fato destes apresentarem características físico-químicas que os tornam perigosos seja no manuseio ou no processo de descarte.
De acordo com Almeida e Braz (2009) o um correto e eficiente gerenciamento de resíduos industriais pode trazer significativas reduções nos custos, considerando que muitos dos resíduos podem ser reaproveitados de alguma maneira, seja para a própria empresa, seja em outras. Assim, políticas como os 4 r’s de reduzir, reciclar, reutilizar e reeducar permitem a organização desempenhar ao produto intermediário ou resíduo um destino mais adequado.
A partir da revisão da literatura pode-se destacar que o engenheiro de produção, dentro de sua perspectiva de atuação pode criar mecanismos em processos produtivos de maneira a minimizar a geração de resíduos industriais, ocasionando menos impactos e custos para a empresa. De acordo com Sabrina (2010) inúmeros problemas ambientais relativos a resíduos industriais perigosos podem ser evitados caso sejam tomadas estratégias eficientes ainda mesmo no projeto do produto e do processo.
Nota-se ainda o crescimento de ações voltadas para uma melhor gestão de resíduos, não necessariamente perigosos, mas de maneira geral, como o Projeto para o Meio Ambiente ou Design for the Environment. Essa é uma ferramenta vindoura da Ecologia Industrial, onde todo o ciclo de vida do produto é analisado a fim de propor alternativas que reduzam os impactos ambientais causados pelo produto final e os resíduos gerados no processo produtivo (OLIVEIRA, 2010).
Outra vertente que emergiu recentemente é o conceito de Simbiose Industrial, onde são propostas trocas de resíduos entre as empresas, ou seja, o que é um resíduo para uma determinada empresa pode servir de insumo para outra e assim promover uma interação vantajosa entre diferentes indústrias (MONTAÑO, 2017). Nesse contexto deve-se considerar a compatibilidade de trocas de efluentes, além de diversas outras variáveis como a necessidade de tratamento do efluente, quantidades produzidas e viabilidade de utilização.
Portanto, em todo este processo de gestão ambiental o engenheiro de produção dispõe de uma ampla possibilidade de atuações, seja no processo de produção, evitando e minimizando a geração, seja na destinação deste efluente a um fim mais adequado.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No desenvolvimento deste trabalho, notou-se a importância de gerenciar os resíduos perigosos pois trazem impactos significantes ao meio ambiente e também entender as classificações dos resíduos perigosos, com a finalidade de fazer sua segregação. Vale ressaltar também que a maneira de gerenciar os resíduos industriais é relevante, pois o manuseio é o primeiro contato com o corpo humano, sendo assim, necessário a segurança dos envolvidos.
Referindo-se a coleta de informações para realizar este artigo, nota-se a dificuldade em encontrar conteúdo específicos de resíduos perigosos. Porem foi possível atingir o objetivo de identificar o modo de gerenciamento de resíduos industriais.
REFERÊNCIAS
ALBERONI, Vinícius Goulart et al. Gestão de resíduos industriais como facilitador da gestão do conhecimento e da otimização do processo produtivo. ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, v. 22, 2002.
ALMEIDA, J. R. de et al. Gestão ambiental: planejamento, avaliação, implantação, operação e verificação. Rio de janeiro: Thex Ed., 2000.
ALMEIDA, M. L. O. de; VILHENA, A. Lixo municipal: manual de gerenciamento integrado. 2 ed. São Paulo: IPT/CEMPRE, 2000.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 10.004 - Resíduos Sólidos: Classificação. Rio de Janeiro, 2004a.
CALLENBACH, Ernest, et al. Gerenciamento ecológico. São Paulo: Cultrix/Amana, 1993.
FIKSEL, J. Design for Environment. New York: Mc Graw Hill, 1996.
FREITAS, O. Os efluentes perigosos da indústria química. 2014. Disponível em: <https://www.saneamento.net/os-efluentes-perigosos-da-industria-quimica-38/> . Acesso em: 26 abr. 2019.
GIL, Eric de S. CLASSIFICAÇÃO E RISCOS ASSOCIADOS AOS RESÍDUOS QUÍMICO–FARMACÊUTICOS. Revista Eletrônica de Farmácia, v. 2, n. 2, 2005.
GRIPPI, S. Lixo, reciclagem e sua história: guia para as prefeituras brasileiras. Rio de Janeiro: Interciência, 2001.
LOMBARDI, D. R. et Laybourn, P. (2012), "Redefining industrial symbiosis: crossing academic–practitioner boundaries", Journal of Industrial Ecology, Vol.16, No.1, pp. 28-37.
MONTAÑO, J. Simbiose Industrial – imitando a natureza. 2017. Disponível em: < http://ambientesst.com.br/simbiose-industrial/> . Acesso em: 25 abr. 2019.

DE ALMEIDA, Júlio César; BRAZ, Gisele Figueiredo. A participação dos engenheiros de produção na gestão ambiental empresarial. XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, Salvador, BA, de 06 a 09 de outubro de 2009.
OLIVEIRA, S. O papel do engenheiro de produção na preservação do meio ambiente. Disponível em: < http://engproducaoeambiente.com.br/> . Acesso em: 25 abr. 2019.
PEDROZA, Ana Carolina. A importância do gerenciamento dos resíduos químicos. RevInter Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade, v. 4, n. 2, p. 163-178, jun. 2011.
SILVEIRA, A. M. de M. Estudo do peso específico de resíduos sólidos urbanos. Rio de Janeiro: UFRJ, 2004. Dissertação (Mestre em Ciências), Programa de Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2004.
SIMIAO, J. Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais em uma Empresa de Usinagem sobre o enfoque da Produção mais Limpa, São Paulo. 2011. 170f. Dissertação (Mestrado em Hidráulica e Saneamento) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos.

SISINNO, C. L. S.; OLIVEIRA, R. M. de Resíduos sólidos, ambiente e saúde: uma visão multidisciplinar. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2006.
XAVIER, J. Gerenciamento de Resíduos Industriais. 2010. 55 f. Monografia (Especialista em Engenharia de Produção) – Pós-Graduação, Instituto a Vez do Mestre, Universidade Candido Mendes, Rio de Janeiro.



Setor Origem Resíduos Perigosos
Serviços, Comércios e Agricultura Veículos, Aeroportos, lavagem a seco Resíduos oleosos, fluidos hidráulicos, solventes halogenadas
Industrias <= médio porte Serviços de saúde, fazendas, parques municipais Resíduos patogênicos, resíduos de pesticidas, embalagens contaminadas
Industrias de grande porte Tratamento de metais, fabricação de tintas, curtumes Lodos abrangendo metais pesados, solventes, lodos abrangendo cromo


Arquivo de entrada: Artigo International Journal.docx (2869 termos)
Arquivo encontrado: http://www.ceunes.ufes.br/conteudo/brazilian-journal-production-engineering-bjpe (755 termos)

Termos comuns: 5
Similaridade: 0,13%

O texto abaixo é o conteúdo do documento
 "Artigo International Journal.docx".
Os termos em vermelho foram encontrados no documento
 "http://www.ceunes.ufes.br/conteudo/brazilian-journal-production-engineering-bjpe".

Panorama sobre as práticas de gerenciamento de resíduos industriais
an overview of industrial waste management practices

Marcos Meurer da silva1*; Luiz Guilherme Patroni Duarte da Silva2; Higor Henrique Clemente3; Rafael Follmann Pieretti4

1 2 3 4 Curso de Engenharia de Produção da Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS, Brasil
marcosmeurer50@gmail.com


- 192 -
Citação (APA): GOMES, M. S. D., SILVA, H. S. T., SILVA-FILHO, E. N.; SANTOS, L. M. R. & PEREIRA, C. S. S. (2019). Simulação do processo de fermentação alcoolica do bioetanol a partir do resíduo de batata-doce (Ipomoea batatas l. (lam.)). Brazilian Journal of Production Engineering, 5(2): 191-202.




Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Editora UFES/CEUNES/DETEC.

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Editora UFES/CEUNES/DETEC.

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Editora UFES/CEUNES/DETEC.
Recebido em:
Aprovado em:
Disponibilizado em:

PALAVRAS-CHAVE:
Gerenciamento de resíduos; resíduos industriais perigosos; efluentes.
KEYWORDS:
Waste management, hazardous industrial waste; effluents.

Copyright © 2019, Silva et al. Esta obra está sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso.

*Autor Correspondente: Marcos Meurer da Silva

RESUMO

Este artigo apresenta um panorama sobre o gerenciamento de resíduos industriais no Brasil. Para realização de tal estudo, foi realizada uma pesquisa bibliográfica de maneira a construir uma base conceitual acerca do objeto de estudo, além de proporcionar maior compreensão a respeito do gerenciamento de resíduos industriais. Assim, foi possível identificar tecnologias e conceitos que tem sido empregado pelas empresas, assim como o papel do profissional de engenharia de produção nesse processo. Ademais, destaca-se a carência de informações na literatura obtidas a respeito de resíduos perigosos, porém vale ressaltar a ampla diversidade de medidas e procedimentos encontrados no que tange a gestão dos resíduos.

ABSTRACT

This article presents an overview of industrial waste management in Brazil. In order to carry out such a study, a bibliographical research was carried out in order to built a conceptual base about the object of study, besides providing greater understanding regarding the management of industrial waste. Thus, it was possible to identify technologies and concepts that have been employed by companies, as well as the role of the production engineering professional in this process. In addition, we highlight the lack of information in the literature on hazardous waste, but ti is worth noting the wide diversity of measures and procedures found in waste management.





1. INTRODUÇÃO
Segundo Gil (2005), a negligência ou falta de conhecimento a respeito do manejo dos resíduos industriais fez com que ocorresse muitos danos à natureza em vários lugares do planeta, alguns dos quais geraram impactos negativos a saúde humana e ambiental. Devido a esses e fatores, foram se criando normas e leis para se ter melhor controle e prevenção na forma como seriam tratados esses resíduos.
Para Simão (2011), após a revolução industrial, os empresários se preocupavam apenas na produção, em como produzir, o quanto produzir, para ter o maior lucro e o menor custo possíveis. Contavam como se os recursos naturais fossem ilimitados, e não se preocupavam e não tinha nenhum controle a respeito dos resíduos produzidos, os considerando como uma inevitável consequência.
De acordo com Alberoni et al. (2002), a partir dos anos 60, alguns acidentes relacionados aos resíduos fizeram com que começasse uma preocupação com a administração de recursos humanos, já na década de 70 começa a se pensar a respeito entre meio ambiente e desenvolvimento e surgem algumas políticas ambientais. Até 72 o debate era apenas na esférica acadêmica, a partir de então começou a alcançar o circuito governamental multilateral, que culminou com a criação da PNUMA - Programa das Nações Unidas de Meio Ambiente.
Em meados dos anos 80, surge a preocupação com os danos globais, tendo a percepção que a questão ambiental ultrapassa os limites nacionais e os prejuízos são mundiais. A partir de então, entende-se que os problemas ecológicos não devem ser tratados de forma isolada, mas sim de forma sistêmica, pois são interligados. (CALLENBACH et al., 1993)
Na década de 90 são apresentadas então normas internacionais, entre elas a ISSO 14000 – a Norma Ambiental -, e atualmente com o mercado globalizado, os empresários estão frente a consumidores que entendem e sabem dos problemas ambientais, sendo que a área relacionada as questões ambientais de uma empresa podem assumir um grande potencial estratégico, funcionando como diferencial no mercado. (ALBERONI et al., 2002)
Tanto o fato de leis e normas, e a globalização do mercado, tornaram as questões ambientais muito importante nos dias de hoje. E dentro dessas questões entram o gerenciamento de resíduos, principalmente os mais perigosos. Nesse artigo será caracterizado os resíduos provenientes das industrias, apresentando o gerenciamento a respeito dos resíduos perigosos, explanando as resoluções tomadas pelas empresas na eliminação, reciclagem ou outra forma do reaproveitamento de tal. Serão demonstradas também as leis, acordos e normas pertinentes relacionados ao assunto.
2. REFERÊNCIAL TEÓRICO
De acordo com Pedroza (2011), são os resíduos vindo das industriais que estão impactando negativamente ao meio ambiente, sendo eles, químicos, metais, solventes e gases. Sendo assim, as indústrias que originam estes fatos são as metalúrgicas, de fundições, eletroeletrônico, couro, química e borracha.
Atualmente, os gestores estão procurando constantemente maneiras de diminuir o custo de gerenciamento de produtos perigosos, sendo assim, aumentou-se a pratica das atividades de reciclagem e a recuperação de produtos, com o intuito de tornar utilizável novamente. Vale ressaltar também outro motivo de gerenciar estes materiais de forma eficaz, se dá pelo fato de trazer riscos a vida dos trabalhadores (PEDROZA, 2011)
Desta maneira, faz-se necessário manusear adequadamente os produtos perigosos, ou seja, realizar as etapas da figura 1, sendo desde o treinamento dos funcionários até o tratamento dos materiais, para auxilio utiliza-se algumas normas regulamentadoras. O manuseio apropriado de recursos certamente ocasionara custos, mas deve-se ser realizado pois consequentemente retornara diminuição na geração de resíduos. (SIMIÃO, 2011).
Figura 1 - Etapas de manuseio

Fonte: Adaptado de Simião (2011)
De acordo com Simião (2011), as etapas são descritas a seguir:
A primeira etapa realiza-se o treinamento, os funcionários devem ser informados nos danos prejudiciais do manuseio ineficiente. Deste modo, faz-se necessário o uso de IPS;
O objetivo da segregação é não misturar os resíduos recicláveis com os não recicláveis, e também os resíduos incompatíveis, que misturados podem ocasionar danos ao meio ambiente, aos funcionários e maquinários;
O acondicionamento refere-se que, os resíduos devem ser acondicionados a recipientes específicos;
A armazenagem de resíduos deve-se seguir os requisitos da norma 12.235/1992 referente a amarmazenamentos de resisduos perigosos;
Os resíduos devem ser transportados desde seu local de geração até o local de estocagem de resíduo. Para auxilio utiliza-se da NR 13.221/200, que se trata do transporte de resíduos;
Por fim o tratamento dos resíduos, que tem por finalidade mudar a estrutura do produto para tornar reutilizável, mas sempre desejando-se diminuir os impactos ambientais.
Portanto, os requisitos de manuseio mencionados devem ser mostrados a todos os responsáveis que terão um contato com algum tipo de resíduos perigosos, afim de não ocasionar acidente por motivos banais.
Os crimes ambientais remotam a antiguidade, mas com o passar dos anos, foram surgindo leis regidas para a eficiência do gerenciamento de resíduos. De acordo com Xavier (2010) desenvolvendo o gerenciamento de resíduos industriais de forma apropriada obedecendo os requisitos das normas e leis, consequentemente trará qualidade de vida de todas as pessoas envolvidas e ao meio ambiente.
As empresas que são contempladas com a certificação da norma ISO 14000, consequentemente terão que gerenciar eficientemente os resíduos. Sendo assim, os órgãos fiscalizadores estão mais rígidos, atualmente existe a lei 9605/98 na qual impõe multas pesadas para os responsáveis que não estão realizando manuseio adequado de resíduos (XAVIER, 2010).
Levando em consideração todas as atividades humanas desde as domesticas, comerciais, agrícolas, de serviço até áreas mais complexas como industriais temos resultados e dentre os resultados dessas atividades se encontra o que é chamado de resíduos sólidos sendo esses muitas vezes gerados em alta quantidade podendo ocasionar ainda um impacto ambiental negativo, assim existem algumas obras de engenharia que tem como proposta a melhor disponibilização desses resíduos, exemplo desses são os aterros sanitários. (ALMEIDA et al. 2000).
Com o crescimento do setor industrial vem também o aumento de agentes poluidores, assim forçando as empresas a investir na melhor qualidade ambiental, obtendo o melhor gerenciamento ambiental dos resíduos industriais (SISINNO; OLIVEIRA, 2006).
Gerenciar os diversos tipos de resíduos é cuidar de alguns pontos geração, seleção e disposição final, ou seja, cuidar desde o berço até o tumulo. (GRIPPI, 2001).
Segundo Silveira (2004) os resíduos podem trazer sérios impactos ambientais e por isso é necessário que haja técnicas de engenharia para que os resíduos tenham menos impacto na natureza, caso isso não aconteça pode se contaminar o solo e corpos d’água superficiais e subterrâneo.
Para ser possível o gerenciamento de resíduos sólidos é necessário que se coloque metas pré-definidas pela empresa que faz a coleta desses resíduos e para isso temos um conjunto de ações para alcança-las. Esse gerenciamento traz consigo uma seria de ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento para que seja possível acondicionar, armazenar temporariamente, coletar, segregar, transportar (ALMEIDA; VILHENA, 2000).
Na Tabela 1, está sendo exemplificado de maneira objetiva a geração de resíduos perigosos dentro de cada setor e através de quais fontes esses são dispostos e quais resíduos perigosos são formados.
Tabela 1 - Exemplos ilustrativos de geração de resíduos perigosos
Fonte: Adaptado de Braga et al. (2002)
Segunda a NBR 10.004 (ABNT, 2004a) os resíduos sólidos podem ser caracterizados como “resíduos nos estados sólido e semissólido, resultantes de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição” ainda podendo conter nessa classificação líquidos que não podem ser lançados na rede de esgoto e ainda os lodos que tem origem dentro do sistema de água.
Existem na NBR 10. 004 (ABNT, 2004a), algumas classificações desses resíduos que os diferenciam:
Resíduos Classe I – Perigosos: apresentam características de toxicidade, patogenicidade, periculosidade, inflamabilidade, corrosividade e reatividade. Essas podem ser prejudiciais para a saúde pública podem ter risco de doenças risco de mortalidade se esses forem gerenciados de forma inadequada;
Resíduos Classe II – Não perigosos;
Resíduos Classe II A – Não inertes: tem características como combustibilidade, solubilidade em água e biodegradabilidade;
Resíduos Classe II B – Inertes: são aqueles que quando colocados em contato estático ou dinâmico com a água a temperatura ambiente não muda a potabilidade da água.
Alguns importantes conceitos vêm sendo difundidos no gerenciamento ambiental das indústrias, garantindo alternativas que possibilitem a sustentabilidade econômica e ambiental. Um desses conceitos é a Simbiose Industrial, que de acordo com Lombardi et Laybourn (2012) se refere ao conjunto de empresas com o objetivo de fomentar a interação entre elas por meio da troca de resíduos, gerando transações mutuas que possibilitam reduzir os problemas com impactos ambientais referentes a efluentes.
Para Fiksel (1996) o Design for Environment é uma técnica para o desenvolvimento de produto que considera os objetivos de manufatura em conjunto com os ambientais, isto é, preocupa-se com questões relativas a redução de impactos ambientais e uso de recursos naturais, assim como a reciclagem de materiais.
3. METODOLOGIA
Para a realização do estudo fez-se uso de uma revisão de literatura, com a finalidade de compreender os conceitos na área ambiental e identificar as principais características no gerenciamento de resíduos perigosos realizados pelas indústrias. Este artigo de revisão consiste na busca de informações que proporcionem um levantamento do panorama do tema, além de expor alguns exemplos de como as empresas tem realizado a gestão de seus resíduos.
Por fim, destaca-se o papel do engenheiro de produção em todo esse processo, a partir da percepção dos autores e da base conceitual levantada com a revisão. Os dados e informações serão apresentados dentro do texto e por meio de tabelas objetivando organizar a análise dos mesmos.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Conforme abordado pela literatura diversos processos produtivos geram efluentes que possuem potencial impacto negativo ao meio ambiente. A indústria química merece destaque na geração de resíduos perigosos, isso porque nos ramos de plásticos, resinas, vernizes, tintas e adubos químicos existem grandes volumes de efluentes que precisam de tratamentos relativamente complexos.
Segundo Freitas (2014) os efluentes de indústrias químicas necessitam em sua maioria de tratamentos físico-químicos que podem incluir clarificação, coagulação química, oxidação e redução de compostos tóxicos. Um exemplo é a neutralização da água a partir de tecnologias de filtração por membrana.
Outro exemplo comumente encontrado são os efluentes das indústrias de papel e celulose. O licor negro é uma substancia escura que sai do digestor e precisa passar por um tratamento para tornar branco novamente e deste modo ser inserido novamente no digestor. Portanto este licor será evaporado e queimado (Caldeira de Recuperação), após a queima origina-se o licor verde, no qual deverá ser caseificado (Cal), tornando o licor verde em um licor branco, mas com lama, que necessitará ser retirada no forno de cal, feito isso o licor branco já estará pronto para ser utilizado no digestor.
A gestão de resíduos com esforços focalizados na minimização, reutilização ou descarte dentro do contexto do Sistema de Gestão Ambiental e de Gestão de Resíduos, deve-se preocupar com o fato destes apresentarem características físico-químicas que os tornam perigosos seja no manuseio ou no processo de descarte.
De acordo com Almeida e Braz (2009) o um correto e eficiente gerenciamento de resíduos industriais pode trazer significativas reduções nos custos, considerando que muitos dos resíduos podem ser reaproveitados de alguma maneira, seja para a própria empresa, seja em outras. Assim, políticas como os 4 r’s de reduzir, reciclar, reutilizar e reeducar permitem a organização desempenhar ao produto intermediário ou resíduo um destino mais adequado.
A partir da revisão da literatura pode-se destacar que o engenheiro de produção, dentro de sua perspectiva de atuação pode criar mecanismos em processos produtivos de maneira a minimizar a geração de resíduos industriais, ocasionando menos impactos e custos para a empresa. De acordo com Sabrina (2010) inúmeros problemas ambientais relativos a resíduos industriais perigosos podem ser evitados caso sejam tomadas estratégias eficientes ainda mesmo no projeto do produto e do processo.
Nota-se ainda o crescimento de ações voltadas para uma melhor gestão de resíduos, não necessariamente perigosos, mas de maneira geral, como o Projeto para o Meio Ambiente ou Design for the Environment. Essa é uma ferramenta vindoura da Ecologia Industrial, onde todo o ciclo de vida do produto é analisado a fim de propor alternativas que reduzam os impactos ambientais causados pelo produto final e os resíduos gerados no processo produtivo (OLIVEIRA, 2010).
Outra vertente que emergiu recentemente é o conceito de Simbiose Industrial, onde são propostas trocas de resíduos entre as empresas, ou seja, o que é um resíduo para uma determinada empresa pode servir de insumo para outra e assim promover uma interação vantajosa entre diferentes indústrias (MONTAÑO, 2017). Nesse contexto deve-se considerar a compatibilidade de trocas de efluentes, além de diversas outras variáveis como a necessidade de tratamento do efluente, quantidades produzidas e viabilidade de utilização.
Portanto, em todo este processo de gestão ambiental o engenheiro de produção dispõe de uma ampla possibilidade de atuações, seja no processo de produção, evitando e minimizando a geração, seja na destinação deste efluente a um fim mais adequado.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No desenvolvimento deste trabalho, notou-se a importância de gerenciar os resíduos perigosos pois trazem impactos significantes ao meio ambiente e também entender as classificações dos resíduos perigosos, com a finalidade de fazer sua segregação. Vale ressaltar também que a maneira de gerenciar os resíduos industriais é relevante, pois o manuseio é o primeiro contato com o corpo humano, sendo assim, necessário a segurança dos envolvidos.
Referindo-se a coleta de informações para realizar este artigo, nota-se a dificuldade em encontrar conteúdo específicos de resíduos perigosos. Porem foi possível atingir o objetivo de identificar o modo de gerenciamento de resíduos industriais.
REFERÊNCIAS
ALBERONI, Vinícius Goulart et al. Gestão de resíduos industriais como facilitador da gestão do conhecimento e da otimização do processo produtivo. ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, v. 22, 2002.
ALMEIDA, J. R. de et al. Gestão ambiental: planejamento, avaliação, implantação, operação e verificação. Rio de janeiro: Thex Ed., 2000.
ALMEIDA, M. L. O. de; VILHENA, A. Lixo municipal: manual de gerenciamento integrado. 2 ed. São Paulo: IPT/CEMPRE, 2000.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 10.004 - Resíduos Sólidos: Classificação. Rio de Janeiro, 2004a.
CALLENBACH, Ernest, et al. Gerenciamento ecológico. São Paulo: Cultrix/Amana, 1993.
FIKSEL, J. Design for Environment. New York: Mc Graw Hill, 1996.
FREITAS, O. Os efluentes perigosos da indústria química. 2014. Disponível em: <https://www.saneamento.net/os-efluentes-perigosos-da-industria-quimica-38/> . Acesso em: 26 abr. 2019.
GIL, Eric de S. CLASSIFICAÇÃO E RISCOS ASSOCIADOS AOS RESÍDUOS QUÍMICO–FARMACÊUTICOS. Revista Eletrônica de Farmácia, v. 2, n. 2, 2005.
GRIPPI, S. Lixo, reciclagem e sua história: guia para as prefeituras brasileiras. Rio de Janeiro: Interciência, 2001.
LOMBARDI, D. R. et Laybourn, P. (2012), "Redefining industrial symbiosis: crossing academic–practitioner boundaries", Journal of Industrial Ecology, Vol.16, No.1, pp. 28-37.
MONTAÑO, J. Simbiose Industrial – imitando a natureza. 2017. Disponível em: < http://ambientesst.com.br/simbiose-industrial/> . Acesso em: 25 abr. 2019.

DE ALMEIDA, Júlio César; BRAZ, Gisele Figueiredo. A participação dos engenheiros de produção na gestão ambiental empresarial. XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, Salvador, BA, de 06 a 09 de outubro de 2009.
OLIVEIRA, S. O papel do engenheiro de produção na preservação do meio ambiente. Disponível em: < http://engproducaoeambiente.com.br/> . Acesso em: 25 abr. 2019.
PEDROZA, Ana Carolina. A importância do gerenciamento dos resíduos químicos. RevInter Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade, v. 4, n. 2, p. 163-178, jun. 2011.
SILVEIRA, A. M. de M. Estudo do peso específico de resíduos sólidos urbanos. Rio de Janeiro: UFRJ, 2004. Dissertação (Mestre em Ciências), Programa de Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2004.
SIMIAO, J. Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais em uma Empresa de Usinagem sobre o enfoque da Produção mais Limpa, São Paulo. 2011. 170f. Dissertação (Mestrado em Hidráulica e Saneamento) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos.

SISINNO, C. L. S.; OLIVEIRA, R. M. de Resíduos sólidos, ambiente e saúde: uma visão multidisciplinar. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2006.
XAVIER, J. Gerenciamento de Resíduos Industriais. 2010. 55 f. Monografia (Especialista em Engenharia de Produção) – Pós-Graduação, Instituto a Vez do Mestre, Universidade Candido Mendes, Rio de Janeiro.



Setor Origem Resíduos Perigosos
Serviços, Comércios e Agricultura Veículos, Aeroportos, lavagem a seco Resíduos oleosos, fluidos hidráulicos, solventes halogenadas
Industrias <= médio porte Serviços de saúde, fazendas, parques municipais Resíduos patogênicos, resíduos de pesticidas, embalagens contaminadas
Industrias de grande porte Tratamento de metais, fabricação de tintas, curtumes Lodos abrangendo metais pesados, solventes, lodos abrangendo cromo


Arquivo de entrada: Artigo International Journal.docx (2869 termos)
Arquivo encontrado: http://www.portaldepublicacoes.ufes.br/BJPE/article/view/v3n2_3/0 (501 termos)

Termos comuns: 15
Similaridade: 0,44%

O texto abaixo é o conteúdo do documento
 "Artigo International Journal.docx".
Os termos em vermelho foram encontrados no documento
 "http://www.portaldepublicacoes.ufes.br/BJPE/article/view/v3n2_3/0".

Panorama sobre as práticas de gerenciamento de resíduos industriais
an overview of industrial waste management practices

Marcos Meurer da silva1*; Luiz Guilherme Patroni Duarte da Silva2; Higor Henrique Clemente3; Rafael Follmann Pieretti4

1 2 3 4 Curso de Engenharia de Produção da Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS, Brasil
marcosmeurer50@gmail.com


- 192 -
Citação (APA): GOMES, M. S. D., SILVA, H. S. T., SILVA-FILHO, E. N.; SANTOS, L. M. R. & PEREIRA, C. S. S. (2019). Simulação do processo de fermentação alcoolica do bioetanol a partir do resíduo de batata-doce (Ipomoea batatas l. (lam.)). Brazilian Journal of Production Engineering, 5(2): 191-202.




Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Editora UFES/CEUNES/DETEC.

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Editora UFES/CEUNES/DETEC.

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Editora UFES/CEUNES/DETEC.
Recebido em:
Aprovado em:
Disponibilizado em:

PALAVRAS-CHAVE:
Gerenciamento de resíduos; resíduos industriais perigosos; efluentes.
KEYWORDS:
Waste management, hazardous industrial waste; effluents.

Copyright © 2019, Silva et al. Esta obra está sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso.

*Autor Correspondente: Marcos Meurer da Silva

RESUMO

Este artigo
apresenta um panorama sobre o gerenciamento de resíduos industriais no Brasil. Para realização de tal estudo, foi realizada uma pesquisa bibliográfica de maneira a construir uma base conceitual acerca do objeto de estudo, além de proporcionar maior compreensão a respeito do gerenciamento de resíduos industriais. Assim, foi possível identificar tecnologias e conceitos que tem sido empregado pelas empresas, assim como o papel do profissional de engenharia de produção nesse processo. Ademais, destaca-se a carência de informações na literatura obtidas a respeito de resíduos perigosos, porém vale ressaltar a ampla diversidade de medidas e procedimentos encontrados no que tange a gestão dos resíduos.

ABSTRACT

This article presents an overview of industrial waste management in Brazil. In order to carry out such a study, a bibliographical research was carried out in order to built a conceptual base about the object of study, besides providing greater understanding regarding the management of industrial waste. Thus, it was possible to identify technologies and concepts that have been employed by companies, as well as the role of the production engineering professional in this process. In addition, we highlight the lack of information in the literature on hazardous waste, but ti is worth noting the wide diversity of measures and procedures found in waste management.





1. INTRODUÇÃO
Segundo Gil (2005), a negligência ou falta de conhecimento a respeito do manejo dos resíduos industriais fez com que ocorresse muitos danos à natureza em vários lugares do planeta, alguns dos quais geraram impactos negativos a saúde humana e ambiental. Devido a esses e fatores, foram se criando normas e leis para se ter melhor controle e prevenção na forma como seriam tratados esses resíduos.
Para Simão (2011), após a revolução industrial, os empresários se preocupavam apenas na produção, em como produzir, o quanto produzir, para ter o maior lucro e o menor custo possíveis. Contavam como se os recursos naturais fossem ilimitados, e não se preocupavam e não tinha nenhum controle a respeito dos resíduos produzidos, os considerando como uma inevitável consequência.
De acordo com Alberoni et al. (2002), a partir dos anos 60, alguns acidentes relacionados aos resíduos fizeram com que começasse uma preocupação com a administração de recursos humanos, já na década de 70 começa a se pensar a respeito entre meio ambiente e desenvolvimento e surgem algumas políticas ambientais. Até 72 o debate era apenas na esférica acadêmica, a partir de então começou a alcançar o circuito governamental multilateral, que culminou com a criação da PNUMA - Programa das Nações Unidas de Meio Ambiente.
Em meados dos anos 80, surge a preocupação com os danos globais, tendo a percepção que a questão ambiental ultrapassa os limites nacionais e os prejuízos são mundiais. A partir de então, entende-se que os problemas ecológicos não devem ser tratados de forma isolada, mas sim de forma sistêmica, pois são interligados. (CALLENBACH et al., 1993)
Na década de 90 são apresentadas então normas internacionais, entre elas a ISSO 14000 – a Norma Ambiental -, e atualmente com o mercado globalizado, os empresários estão frente a consumidores que entendem e sabem dos problemas ambientais, sendo que a área relacionada as questões ambientais de uma empresa podem assumir um grande potencial estratégico, funcionando como diferencial no mercado. (ALBERONI et al., 2002)
Tanto o fato de leis e normas, e a globalização do mercado, tornaram as questões ambientais muito importante nos dias de hoje. E dentro dessas questões entram o gerenciamento de resíduos, principalmente os mais perigosos. Nesse artigo será caracterizado os resíduos provenientes das industrias, apresentando o gerenciamento a respeito dos resíduos perigosos, explanando as resoluções tomadas pelas empresas na eliminação, reciclagem ou outra forma do reaproveitamento de tal. Serão demonstradas também as leis, acordos e normas pertinentes relacionados ao assunto.
2. REFERÊNCIAL TEÓRICO
De acordo com Pedroza (2011), são os resíduos vindo das industriais que estão impactando negativamente ao meio ambiente, sendo eles, químicos, metais, solventes e gases. Sendo assim, as indústrias que originam estes fatos são as metalúrgicas, de fundições, eletroeletrônico, couro, química e borracha.
Atualmente, os gestores estão procurando constantemente maneiras de diminuir o custo de gerenciamento de produtos perigosos, sendo assim, aumentou-se a pratica das atividades de reciclagem e a recuperação de produtos, com o intuito de tornar utilizável novamente. Vale ressaltar também outro motivo de gerenciar estes materiais de forma eficaz, se dá pelo fato de trazer riscos a vida dos trabalhadores (PEDROZA, 2011)
Desta maneira, faz-se necessário manusear adequadamente os produtos perigosos, ou seja, realizar as etapas da figura 1, sendo desde o treinamento dos funcionários até o tratamento dos materiais, para auxilio utiliza-se algumas normas regulamentadoras. O manuseio apropriado de recursos certamente ocasionara custos, mas deve-se ser realizado pois consequentemente retornara diminuição na geração de resíduos. (SIMIÃO, 2011).
Figura 1 - Etapas de manuseio

Fonte: Adaptado de Simião (2011)
De acordo com Simião (2011), as etapas são descritas a seguir:
A primeira etapa realiza-se o treinamento, os funcionários devem ser informados nos danos prejudiciais do manuseio ineficiente. Deste modo, faz-se necessário o uso de IPS;
O objetivo da segregação é não misturar os resíduos recicláveis com os não recicláveis, e também os resíduos incompatíveis, que misturados podem ocasionar danos ao meio ambiente, aos funcionários e maquinários;
O acondicionamento refere-se que, os resíduos devem ser acondicionados a recipientes específicos;
A armazenagem de resíduos deve-se seguir os requisitos da norma 12.235/1992 referente a amarmazenamentos de resisduos perigosos;
Os resíduos devem ser transportados desde seu local de geração até o local de estocagem de resíduo. Para auxilio utiliza-se da NR 13.221/200, que se trata do transporte de resíduos;
Por fim o tratamento dos resíduos, que tem por finalidade mudar a estrutura do produto para tornar reutilizável, mas sempre desejando-se diminuir os impactos ambientais.
Portanto, os requisitos de manuseio mencionados devem ser mostrados a todos os responsáveis que terão um contato com algum tipo de resíduos perigosos, afim de não ocasionar acidente por motivos banais.
Os crimes ambientais remotam a antiguidade, mas com o passar dos anos, foram surgindo leis regidas para a eficiência do gerenciamento de resíduos. De acordo com Xavier (2010) desenvolvendo o gerenciamento de resíduos industriais de forma apropriada obedecendo os requisitos das normas e leis, consequentemente trará qualidade de vida de todas as pessoas envolvidas e ao meio ambiente.
As empresas que são contempladas com a certificação da norma ISO 14000, consequentemente terão que gerenciar eficientemente os resíduos. Sendo assim, os órgãos fiscalizadores estão mais rígidos, atualmente existe a lei 9605/98 na qual impõe multas pesadas para os responsáveis que não estão realizando manuseio adequado de resíduos (XAVIER, 2010).
Levando em consideração todas as atividades humanas desde as domesticas, comerciais, agrícolas, de serviço até áreas mais complexas como industriais temos resultados e dentre os resultados dessas atividades se encontra o que é chamado de resíduos sólidos sendo esses muitas vezes gerados em alta quantidade podendo ocasionar ainda um impacto ambiental negativo, assim existem algumas obras de engenharia que tem como proposta a melhor disponibilização desses resíduos, exemplo desses são os aterros sanitários. (ALMEIDA et al. 2000).
Com o crescimento do setor industrial vem também o aumento de agentes poluidores, assim forçando as empresas a investir na melhor qualidade ambiental, obtendo o melhor gerenciamento ambiental dos resíduos industriais (SISINNO; OLIVEIRA, 2006).
Gerenciar os diversos tipos de resíduos é cuidar de alguns pontos geração, seleção e disposição final, ou seja, cuidar desde o berço até o tumulo. (GRIPPI, 2001).
Segundo Silveira (2004) os resíduos podem trazer sérios impactos ambientais e por isso é necessário que haja técnicas de engenharia para que os resíduos tenham menos impacto na natureza, caso isso não aconteça pode se contaminar o solo e corpos d’água superficiais e subterrâneo.
Para ser possível o gerenciamento de resíduos sólidos é necessário que se coloque metas pré-definidas pela empresa que faz a coleta desses resíduos e para isso temos um conjunto de ações para alcança-las. Esse gerenciamento traz consigo uma seria de ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento para que seja possível acondicionar, armazenar temporariamente, coletar, segregar, transportar (ALMEIDA; VILHENA, 2000).
Na Tabela 1, está sendo exemplificado de maneira objetiva a geração de resíduos perigosos dentro de cada setor e através de quais fontes esses são dispostos e quais resíduos perigosos são formados.
Tabela 1 - Exemplos ilustrativos de geração de resíduos perigosos
Fonte: Adaptado de Braga et al. (2002)
Segunda a NBR 10.004 (ABNT, 2004a) os resíduos sólidos podem ser caracterizados como “resíduos nos estados sólido e semissólido, resultantes de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição” ainda podendo conter nessa classificação líquidos que não podem ser lançados na rede de esgoto e ainda os lodos que tem origem dentro do sistema de água.
Existem na NBR 10. 004 (ABNT, 2004a), algumas classificações desses resíduos que os diferenciam:
Resíduos Classe I – Perigosos: apresentam características de toxicidade, patogenicidade, periculosidade, inflamabilidade, corrosividade e reatividade. Essas podem ser prejudiciais para a saúde pública podem ter risco de doenças risco de mortalidade se esses forem gerenciados de forma inadequada;
Resíduos Classe II – Não perigosos;
Resíduos Classe II A – Não inertes: tem características como combustibilidade, solubilidade em água e biodegradabilidade;
Resíduos Classe II B – Inertes: são aqueles que quando colocados em contato estático ou dinâmico com a água a temperatura ambiente não muda a potabilidade da água.
Alguns importantes conceitos vêm sendo difundidos no gerenciamento ambiental das indústrias, garantindo alternativas que possibilitem a sustentabilidade econômica e ambiental. Um desses conceitos é a Simbiose Industrial, que de acordo com Lombardi et Laybourn (2012) se refere ao conjunto de empresas com o objetivo de fomentar a interação entre elas por meio da troca de resíduos, gerando transações mutuas que possibilitam reduzir os problemas com impactos ambientais referentes a efluentes.
Para Fiksel (1996) o Design for Environment é uma técnica para o desenvolvimento de produto que considera os objetivos de manufatura em conjunto com os ambientais, isto é, preocupa-se com questões relativas a redução de impactos ambientais e uso de recursos naturais, assim como a reciclagem de materiais.
3. METODOLOGIA
Para a realização do estudo fez-se uso de uma revisão de literatura, com a finalidade de compreender os conceitos na área ambiental e identificar as principais características no gerenciamento de resíduos perigosos realizados pelas indústrias. Este artigo de revisão consiste na busca de informações que proporcionem um levantamento do panorama do tema, além de expor alguns exemplos de como as empresas tem realizado a gestão de seus resíduos.
Por fim, destaca-se o papel do engenheiro de produção em todo esse processo, a partir da percepção dos autores e da base conceitual levantada com a revisão. Os dados e informações serão apresentados dentro do texto e por meio de tabelas objetivando organizar a análise dos mesmos.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Conforme abordado pela literatura diversos processos produtivos geram efluentes que possuem potencial impacto negativo ao meio ambiente. A indústria química merece destaque na geração de resíduos perigosos, isso porque nos ramos de plásticos, resinas, vernizes, tintas e adubos químicos existem grandes volumes de efluentes que precisam de tratamentos relativamente complexos.
Segundo Freitas (2014) os efluentes de indústrias químicas necessitam em sua maioria de tratamentos físico-químicos que podem incluir clarificação, coagulação química, oxidação e redução de compostos tóxicos. Um exemplo é a neutralização da água a partir de tecnologias de filtração por membrana.
Outro exemplo comumente encontrado são os efluentes das indústrias de papel e celulose. O licor negro é uma substancia escura que sai do digestor e precisa passar por um tratamento para tornar branco novamente e deste modo ser inserido novamente no digestor. Portanto este licor será evaporado e queimado (Caldeira de Recuperação), após a queima origina-se o licor verde, no qual deverá ser caseificado (Cal), tornando o licor verde em um licor branco, mas com lama, que necessitará ser retirada no forno de cal, feito isso o licor branco já estará pronto para ser utilizado no digestor.
A gestão de resíduos com esforços focalizados na minimização, reutilização ou descarte dentro do contexto do Sistema de Gestão Ambiental e de Gestão de Resíduos, deve-se preocupar com o fato destes apresentarem características físico-químicas que os tornam perigosos seja no manuseio ou no processo de descarte.
De acordo com Almeida e Braz (2009) o um correto e eficiente gerenciamento de resíduos industriais pode trazer significativas reduções nos custos, considerando que muitos dos resíduos podem ser reaproveitados de alguma maneira, seja para a própria empresa, seja em outras. Assim, políticas como os 4 r’s de reduzir, reciclar, reutilizar e reeducar permitem a organização desempenhar ao produto intermediário ou resíduo um destino mais adequado.
A partir da revisão da literatura pode-se destacar que o engenheiro de produção, dentro de sua perspectiva de atuação pode criar mecanismos em processos produtivos de maneira a minimizar a geração de resíduos industriais, ocasionando menos impactos e custos para a empresa. De acordo com Sabrina (2010) inúmeros problemas ambientais relativos a resíduos industriais perigosos podem ser evitados caso sejam tomadas estratégias eficientes ainda mesmo no projeto do produto e do processo.
Nota-se ainda o crescimento de ações voltadas para uma melhor gestão de resíduos, não necessariamente perigosos, mas de maneira geral, como o Projeto para o Meio Ambiente ou Design for the Environment. Essa é uma ferramenta vindoura da Ecologia Industrial, onde todo o ciclo de vida do produto é analisado a fim de propor alternativas que reduzam os impactos ambientais causados pelo produto final e os resíduos gerados no processo produtivo (OLIVEIRA, 2010).
Outra vertente que emergiu recentemente é o conceito de Simbiose Industrial, onde são propostas trocas de resíduos entre as empresas, ou seja, o que é um resíduo para uma determinada empresa pode servir de insumo para outra e assim promover uma interação vantajosa entre diferentes indústrias (MONTAÑO, 2017). Nesse contexto deve-se considerar a compatibilidade de trocas de efluentes, além de diversas outras variáveis como a necessidade de tratamento do efluente, quantidades produzidas e viabilidade de utilização.
Portanto, em todo este processo de gestão ambiental o engenheiro de produção dispõe de uma ampla possibilidade de atuações, seja no processo de produção, evitando e minimizando a geração, seja na destinação deste efluente a um fim mais adequado.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No desenvolvimento deste trabalho, notou-se a importância de gerenciar os resíduos perigosos pois trazem impactos significantes ao meio ambiente e também entender as classificações dos resíduos perigosos, com a finalidade de fazer sua segregação. Vale ressaltar também que a maneira de gerenciar os resíduos industriais é relevante, pois o manuseio é o primeiro contato com o corpo humano, sendo assim, necessário a segurança dos envolvidos.
Referindo-se a coleta de informações para realizar este artigo, nota-se a dificuldade em encontrar conteúdo específicos de resíduos perigosos. Porem foi possível atingir o objetivo de identificar o modo de gerenciamento de resíduos industriais.
REFERÊNCIAS
ALBERONI, Vinícius Goulart et al. Gestão de resíduos industriais como facilitador da gestão do conhecimento e da otimização do processo produtivo. ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, v. 22, 2002.
ALMEIDA, J. R. de et al. Gestão ambiental: planejamento, avaliação, implantação, operação e verificação. Rio de janeiro: Thex Ed., 2000.
ALMEIDA, M. L. O. de; VILHENA, A. Lixo municipal: manual de gerenciamento integrado. 2 ed. São Paulo: IPT/CEMPRE, 2000.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 10.004 - Resíduos Sólidos: Classificação. Rio de Janeiro, 2004a.
CALLENBACH, Ernest, et al. Gerenciamento ecológico. São Paulo: Cultrix/Amana, 1993.
FIKSEL, J. Design for Environment. New York: Mc Graw Hill, 1996.
FREITAS, O. Os efluentes perigosos da indústria química. 2014. Disponível em: <https://www.saneamento.net/os-efluentes-perigosos-da-industria-quimica-38/> . Acesso em: 26 abr. 2019.
GIL, Eric de S. CLASSIFICAÇÃO E RISCOS ASSOCIADOS AOS RESÍDUOS QUÍMICO–FARMACÊUTICOS. Revista Eletrônica de Farmácia, v. 2, n. 2, 2005.
GRIPPI, S. Lixo, reciclagem e sua história: guia para as prefeituras brasileiras. Rio de Janeiro: Interciência, 2001.
LOMBARDI, D. R. et Laybourn, P. (2012), "Redefining industrial symbiosis: crossing academic–practitioner boundaries", Journal of Industrial Ecology, Vol.16, No.1, pp. 28-37.
MONTAÑO, J. Simbiose Industrial – imitando a natureza. 2017. Disponível em: < http://ambientesst.com.br/simbiose-industrial/> . Acesso em: 25 abr. 2019.

DE ALMEIDA, Júlio César; BRAZ, Gisele Figueiredo. A participação dos engenheiros de produção na gestão ambiental empresarial. XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, Salvador, BA, de 06 a 09 de outubro de 2009.
OLIVEIRA, S. O papel do engenheiro de produção na preservação do meio ambiente. Disponível em: < http://engproducaoeambiente.com.br/> . Acesso em: 25 abr. 2019.
PEDROZA, Ana Carolina. A importância do gerenciamento dos resíduos químicos. RevInter Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade, v. 4, n. 2, p. 163-178, jun. 2011.
SILVEIRA, A. M. de M. Estudo do peso específico de resíduos sólidos urbanos. Rio de Janeiro: UFRJ, 2004. Dissertação (Mestre em Ciências), Programa de Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2004.
SIMIAO, J. Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais em uma Empresa de Usinagem sobre o enfoque da Produção mais Limpa, São Paulo. 2011. 170f. Dissertação (Mestrado em Hidráulica e Saneamento) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos.

SISINNO, C. L. S.; OLIVEIRA, R. M. de Resíduos sólidos, ambiente e saúde: uma visão multidisciplinar. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2006.
XAVIER, J. Gerenciamento de Resíduos Industriais. 2010. 55 f. Monografia (Especialista em Engenharia de Produção) – Pós-Graduação, Instituto a Vez do Mestre, Universidade Candido Mendes, Rio de Janeiro.



Setor Origem Resíduos Perigosos
Serviços, Comércios e Agricultura Veículos, Aeroportos, lavagem a seco Resíduos oleosos, fluidos hidráulicos, solventes halogenadas
Industrias <= médio porte Serviços de saúde, fazendas, parques municipais Resíduos patogênicos, resíduos de pesticidas, embalagens contaminadas
Industrias de grande porte Tratamento de metais, fabricação de tintas, curtumes Lodos abrangendo metais pesados, solventes, lodos abrangendo cromo


Arquivo de entrada: Artigo International Journal.docx (2869 termos)
Arquivo encontrado: https://www.epa.gov/sites/production/files/2016-03/documents/industrial-waste-guide.pdf (144901 termos)

Termos comuns: 19
Similaridade: 0,01%

O texto abaixo é o conteúdo do documento
 "Artigo International Journal.docx".
Os termos em vermelho foram encontrados no documento
 "https://www.epa.gov/sites/production/files/2016-03/documents/industrial-waste-guide.pdf".

Panorama sobre as práticas de gerenciamento de resíduos industriais
an overview of industrial waste management practices

Marcos Meurer da silva1*; Luiz Guilherme Patroni Duarte da Silva2; Higor Henrique Clemente3; Rafael Follmann Pieretti4

1 2 3 4 Curso de Engenharia de Produção da Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS, Brasil
marcosmeurer50@gmail.com


- 192 -
Citação (APA): GOMES, M. S. D., SILVA, H. S. T., SILVA-FILHO, E. N.; SANTOS, L. M. R. & PEREIRA, C. S. S. (2019). Simulação do processo de fermentação alcoolica do bioetanol a partir do resíduo de batata-doce (Ipomoea batatas l. (lam.)). Brazilian Journal of Production Engineering, 5(2): 191-202.




Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Editora UFES/CEUNES/DETEC.

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Editora UFES/CEUNES/DETEC.

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Editora UFES/CEUNES/DETEC.
Recebido em:
Aprovado em:
Disponibilizado em:

PALAVRAS-CHAVE:
Gerenciamento de resíduos; resíduos industriais perigosos; efluentes.
KEYWORDS:
Waste management, hazardous industrial waste; effluents.

Copyright © 2019, Silva et al. Esta obra está sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso.

*Autor Correspondente: Marcos Meurer da Silva

RESUMO

Este artigo apresenta um panorama sobre o gerenciamento de resíduos industriais no Brasil. Para realização de tal estudo, foi realizada uma pesquisa bibliográfica de maneira a construir uma base conceitual acerca do objeto de estudo, além de proporcionar maior compreensão a respeito do gerenciamento de resíduos industriais. Assim, foi possível identificar tecnologias e conceitos que tem sido empregado pelas empresas, assim como o papel do profissional de engenharia de produção nesse processo. Ademais, destaca-se a carência de informações na literatura obtidas a respeito de resíduos perigosos, porém vale ressaltar a ampla diversidade de medidas e procedimentos encontrados no que tange a gestão dos resíduos.

ABSTRACT

This article presents an overview of industrial waste management in Brazil. In order to carry out such a study, a bibliographical research was carried out in order to built a conceptual base about the object of study, besides providing greater understanding regarding the management of industrial waste. Thus, it was possible to identify technologies and concepts that have been employed by companies, as well as the role of the production engineering professional in this process. In addition, we highlight the lack of information in the literature on hazardous waste, but ti is worth noting the wide diversity of measures and procedures found in waste management.





1. INTRODUÇÃO
Segundo Gil (2005), a negligência ou falta de conhecimento a respeito do manejo dos resíduos industriais fez com que ocorresse muitos danos à natureza em vários lugares do planeta, alguns dos quais geraram impactos negativos a saúde humana e ambiental. Devido a esses e fatores, foram se criando normas e leis para se ter melhor controle e prevenção na forma como seriam tratados esses resíduos.
Para Simão (2011), após a revolução industrial, os empresários se preocupavam apenas na produção, em como produzir, o quanto produzir, para ter o maior lucro e o menor custo possíveis. Contavam como se os recursos naturais fossem ilimitados, e não se preocupavam e não tinha nenhum controle a respeito dos resíduos produzidos, os considerando como uma inevitável consequência.
De acordo com Alberoni et al. (2002), a partir dos anos 60, alguns acidentes relacionados aos resíduos fizeram com que começasse uma preocupação com a administração de recursos humanos, já na década de 70 começa a se pensar a respeito entre meio ambiente e desenvolvimento e surgem algumas políticas ambientais. Até 72 o debate era apenas na esférica acadêmica, a partir de então começou a alcançar o circuito governamental multilateral, que culminou com a criação da PNUMA - Programa das Nações Unidas de Meio Ambiente.
Em meados dos anos 80, surge a preocupação com os danos globais, tendo a percepção que a questão ambiental ultrapassa os limites nacionais e os prejuízos são mundiais. A partir de então, entende-se que os problemas ecológicos não devem ser tratados de forma isolada, mas sim de forma sistêmica, pois são interligados. (CALLENBACH et al., 1993)
Na década de 90 são apresentadas então normas internacionais, entre elas a ISSO 14000 – a Norma Ambiental -, e atualmente com o mercado globalizado, os empresários estão frente a consumidores que entendem e sabem dos problemas ambientais, sendo que a área relacionada as questões ambientais de uma empresa podem assumir um grande potencial estratégico, funcionando como diferencial no mercado. (ALBERONI et al., 2002)
Tanto o fato de leis e normas, e a globalização do mercado, tornaram as questões ambientais muito importante nos dias de hoje. E dentro dessas questões entram o gerenciamento de resíduos, principalmente os mais perigosos. Nesse artigo será caracterizado os resíduos provenientes das industrias, apresentando o gerenciamento a respeito dos resíduos perigosos, explanando as resoluções tomadas pelas empresas na eliminação, reciclagem ou outra forma do reaproveitamento de tal. Serão demonstradas também as leis, acordos e normas pertinentes relacionados ao assunto.
2. REFERÊNCIAL TEÓRICO
De acordo com Pedroza (2011), são os resíduos vindo das industriais que estão impactando negativamente ao meio ambiente, sendo eles, químicos, metais, solventes e gases. Sendo assim, as indústrias que originam estes fatos são as metalúrgicas, de fundições, eletroeletrônico, couro, química e borracha.
Atualmente, os gestores estão procurando constantemente maneiras de diminuir o custo de gerenciamento de produtos perigosos, sendo assim, aumentou-se a pratica das atividades de reciclagem e a recuperação de produtos, com o intuito de tornar utilizável novamente. Vale ressaltar também outro motivo de gerenciar estes materiais de forma eficaz, se dá pelo fato de trazer riscos a vida dos trabalhadores (PEDROZA, 2011)
Desta maneira, faz-se necessário manusear adequadamente os produtos perigosos, ou seja, realizar as etapas da figura 1, sendo desde o treinamento dos funcionários até o tratamento dos materiais, para auxilio utiliza-se algumas normas regulamentadoras. O manuseio apropriado de recursos certamente ocasionara custos, mas deve-se ser realizado pois consequentemente retornara diminuição na geração de resíduos. (SIMIÃO, 2011).
Figura 1 - Etapas de manuseio

Fonte: Adaptado de Simião (2011)
De acordo com Simião (2011), as etapas são descritas a seguir:
A primeira etapa realiza-se o treinamento, os funcionários devem ser informados nos danos prejudiciais do manuseio ineficiente. Deste modo, faz-se necessário o uso de IPS;
O objetivo da segregação é não misturar os resíduos recicláveis com os não recicláveis, e também os resíduos incompatíveis, que misturados podem ocasionar danos ao meio ambiente, aos funcionários e maquinários;
O acondicionamento refere-se que, os resíduos devem ser acondicionados a recipientes específicos;
A armazenagem de resíduos deve-se seguir os requisitos da norma 12.235/1992 referente a amarmazenamentos de resisduos perigosos;
Os resíduos devem ser transportados desde seu local de geração até o local de estocagem de resíduo. Para auxilio utiliza-se da NR 13.221/200, que se trata do transporte de resíduos;
Por fim o tratamento dos resíduos, que tem por finalidade mudar a estrutura do produto para tornar reutilizável, mas sempre desejando-se diminuir os impactos ambientais.
Portanto, os requisitos de manuseio mencionados devem ser mostrados a todos os responsáveis que terão um contato com algum tipo de resíduos perigosos, afim de não ocasionar acidente por motivos banais.
Os crimes ambientais remotam a antiguidade, mas com o passar dos anos, foram surgindo leis regidas para a eficiência do gerenciamento de resíduos. De acordo com Xavier (2010) desenvolvendo o gerenciamento de resíduos industriais de forma apropriada obedecendo os requisitos das normas e leis, consequentemente trará qualidade de vida de todas as pessoas envolvidas e ao meio ambiente.
As empresas que são contempladas com a certificação da norma ISO 14000, consequentemente terão que gerenciar eficientemente os resíduos. Sendo assim, os órgãos fiscalizadores estão mais rígidos, atualmente existe a lei 9605/98 na qual impõe multas pesadas para os responsáveis que não estão realizando manuseio adequado de resíduos (XAVIER, 2010).
Levando em consideração todas as atividades humanas desde as domesticas, comerciais, agrícolas, de serviço até áreas mais complexas como industriais temos resultados e dentre os resultados dessas atividades se encontra o que é chamado de resíduos sólidos sendo esses muitas vezes gerados em alta quantidade podendo ocasionar ainda um impacto ambiental negativo, assim existem algumas obras de engenharia que tem como proposta a melhor disponibilização desses resíduos, exemplo desses são os aterros sanitários. (ALMEIDA et al. 2000).
Com o crescimento do setor industrial vem também o aumento de agentes poluidores, assim forçando as empresas a investir na melhor qualidade ambiental, obtendo o melhor gerenciamento ambiental dos resíduos industriais (SISINNO; OLIVEIRA, 2006).
Gerenciar os diversos tipos de resíduos é cuidar de alguns pontos geração, seleção e disposição final, ou seja, cuidar desde o berço até o tumulo. (GRIPPI, 2001).
Segundo Silveira (2004) os resíduos podem trazer sérios impactos ambientais e por isso é necessário que haja técnicas de engenharia para que os resíduos tenham menos impacto na natureza, caso isso não aconteça pode se contaminar o solo e corpos d’água superficiais e subterrâneo.
Para ser possível o gerenciamento de resíduos sólidos é necessário que se coloque metas pré-definidas pela empresa que faz a coleta desses resíduos e para isso temos um conjunto de ações para alcança-las. Esse gerenciamento traz consigo uma seria de ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento para que seja possível acondicionar, armazenar temporariamente, coletar, segregar, transportar (ALMEIDA; VILHENA, 2000).
Na Tabela 1, está sendo exemplificado de maneira objetiva a geração de resíduos perigosos dentro de cada setor e através de quais fontes esses são dispostos e quais resíduos perigosos são formados.
Tabela 1 - Exemplos ilustrativos de geração de resíduos perigosos
Fonte: Adaptado de Braga et al. (2002)
Segunda a NBR 10.004 (ABNT, 2004a) os resíduos sólidos podem ser caracterizados como “resíduos nos estados sólido e semissólido, resultantes de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição” ainda podendo conter nessa classificação líquidos que não podem ser lançados na rede de esgoto e ainda os lodos que tem origem dentro do sistema de água.
Existem na NBR 10. 004 (ABNT, 2004a), algumas classificações desses resíduos que os diferenciam:
Resíduos Classe I – Perigosos: apresentam características de toxicidade, patogenicidade, periculosidade, inflamabilidade, corrosividade e reatividade. Essas podem ser prejudiciais para a saúde pública podem ter risco de doenças risco de mortalidade se esses forem gerenciados de forma inadequada;
Resíduos Classe II – Não perigosos;
Resíduos Classe II A – Não inertes: tem características como combustibilidade, solubilidade em água e biodegradabilidade;
Resíduos Classe II B – Inertes: são aqueles que quando colocados em contato estático ou dinâmico com a água a temperatura ambiente não muda a potabilidade da água.
Alguns importantes conceitos vêm sendo difundidos no gerenciamento ambiental das indústrias, garantindo alternativas que possibilitem a sustentabilidade econômica e ambiental. Um desses conceitos é a Simbiose Industrial, que de acordo com Lombardi et Laybourn (2012) se refere ao conjunto de empresas com o objetivo de fomentar a interação entre elas por meio da troca de resíduos, gerando transações mutuas que possibilitam reduzir os problemas com impactos ambientais referentes a efluentes.
Para Fiksel (1996) o Design for Environment é uma técnica para o desenvolvimento de produto que considera os objetivos de manufatura em conjunto com os ambientais, isto é, preocupa-se com questões relativas a redução de impactos ambientais e uso de recursos naturais, assim como a reciclagem de materiais.
3. METODOLOGIA
Para a realização do estudo fez-se uso de uma revisão de literatura, com a finalidade de compreender os conceitos na área ambiental e identificar as principais características no gerenciamento de resíduos perigosos realizados pelas indústrias. Este artigo de revisão consiste na busca de informações que proporcionem um levantamento do panorama do tema, além de expor alguns exemplos de como as empresas tem realizado a gestão de seus resíduos.
Por fim, destaca-se o papel do engenheiro de produção em todo esse processo, a partir da percepção dos autores e da base conceitual levantada com a revisão. Os dados e informações serão apresentados dentro do texto e por meio de tabelas objetivando organizar a análise dos mesmos.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Conforme abordado pela literatura diversos processos produtivos geram efluentes que possuem potencial impacto negativo ao meio ambiente. A indústria química merece destaque na geração de resíduos perigosos, isso porque nos ramos de plásticos, resinas, vernizes, tintas e adubos químicos existem grandes volumes de efluentes que precisam de tratamentos relativamente complexos.
Segundo Freitas (2014) os efluentes de indústrias químicas necessitam em sua maioria de tratamentos físico-químicos que podem incluir clarificação, coagulação química, oxidação e redução de compostos tóxicos. Um exemplo é a neutralização da água a partir de tecnologias de filtração por membrana.
Outro exemplo comumente encontrado são os efluentes das indústrias de papel e celulose. O licor negro é uma substancia escura que sai do digestor e precisa passar por um tratamento para tornar branco novamente e deste modo ser inserido novamente no digestor. Portanto este licor será evaporado e queimado (Caldeira de Recuperação), após a queima origina-se o licor verde, no qual deverá ser caseificado (Cal), tornando o licor verde em um licor branco, mas com lama, que necessitará ser retirada no forno de cal, feito isso o licor branco já estará pronto para ser utilizado no digestor.
A gestão de resíduos com esforços focalizados na minimização, reutilização ou descarte dentro do contexto do Sistema de Gestão Ambiental e de Gestão de Resíduos, deve-se preocupar com o fato destes apresentarem características físico-químicas que os tornam perigosos seja no manuseio ou no processo de descarte.
De acordo com Almeida e Braz (2009) o um correto e eficiente gerenciamento de resíduos industriais pode trazer significativas reduções nos custos, considerando que muitos dos resíduos podem ser reaproveitados de alguma maneira, seja para a própria empresa, seja em outras. Assim, políticas como os 4 r’s de reduzir, reciclar, reutilizar e reeducar permitem a organização desempenhar ao produto intermediário ou resíduo um destino mais adequado.
A partir da revisão da literatura pode-se destacar que o engenheiro de produção, dentro de sua perspectiva de atuação pode criar mecanismos em processos produtivos de maneira a minimizar a geração de resíduos industriais, ocasionando menos impactos e custos para a empresa. De acordo com Sabrina (2010) inúmeros problemas ambientais relativos a resíduos industriais perigosos podem ser evitados caso sejam tomadas estratégias eficientes ainda mesmo no projeto do produto e do processo.
Nota-se ainda o crescimento de ações voltadas para uma melhor gestão de resíduos, não necessariamente perigosos, mas de maneira geral, como o Projeto para o Meio Ambiente ou Design for the Environment. Essa é uma ferramenta vindoura da Ecologia Industrial, onde todo o ciclo de vida do produto é analisado a fim de propor alternativas que reduzam os impactos ambientais causados pelo produto final e os resíduos gerados no processo produtivo (OLIVEIRA, 2010).
Outra vertente que emergiu recentemente é o conceito de Simbiose Industrial, onde são propostas trocas de resíduos entre as empresas, ou seja, o que é um resíduo para uma determinada empresa pode servir de insumo para outra e assim promover uma interação vantajosa entre diferentes indústrias (MONTAÑO, 2017). Nesse contexto deve-se considerar a compatibilidade de trocas de efluentes, além de diversas outras variáveis como a necessidade de tratamento do efluente, quantidades produzidas e viabilidade de utilização.
Portanto, em todo este processo de gestão ambiental o engenheiro de produção dispõe de uma ampla possibilidade de atuações, seja no processo de produção, evitando e minimizando a geração, seja na destinação deste efluente a um fim mais adequado.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No desenvolvimento deste trabalho, notou-se a importância de gerenciar os resíduos perigosos pois trazem impactos significantes ao meio ambiente e também entender as classificações dos resíduos perigosos, com a finalidade de fazer sua segregação. Vale ressaltar também que a maneira de gerenciar os resíduos industriais é relevante, pois o manuseio é o primeiro contato com o corpo humano, sendo assim, necessário a segurança dos envolvidos.
Referindo-se a coleta de informações para realizar este artigo, nota-se a dificuldade em encontrar conteúdo específicos de resíduos perigosos. Porem foi possível atingir o objetivo de identificar o modo de gerenciamento de resíduos industriais.
REFERÊNCIAS
ALBERONI, Vinícius Goulart et al. Gestão de resíduos industriais como facilitador da gestão do conhecimento e da otimização do processo produtivo. ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, v. 22, 2002.
ALMEIDA, J. R. de et al. Gestão ambiental: planejamento, avaliação, implantação, operação e verificação. Rio de janeiro: Thex Ed., 2000.
ALMEIDA, M. L. O. de; VILHENA, A. Lixo municipal: manual de gerenciamento integrado. 2 ed. São Paulo: IPT/CEMPRE, 2000.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 10.004 - Resíduos Sólidos: Classificação. Rio de Janeiro, 2004a.
CALLENBACH, Ernest, et al. Gerenciamento ecológico. São Paulo: Cultrix/Amana, 1993.
FIKSEL, J. Design for Environment. New York: Mc Graw Hill, 1996.
FREITAS, O. Os efluentes perigosos da indústria química. 2014. Disponível em: <https://www.saneamento.net/os-efluentes-perigosos-da-industria-quimica-38/> . Acesso em: 26 abr. 2019.
GIL, Eric de S. CLASSIFICAÇÃO E RISCOS ASSOCIADOS AOS RESÍDUOS QUÍMICO–FARMACÊUTICOS. Revista Eletrônica de Farmácia, v. 2, n. 2, 2005.
GRIPPI, S. Lixo, reciclagem e sua história: guia para as prefeituras brasileiras. Rio de Janeiro: Interciência, 2001.
LOMBARDI, D. R. et Laybourn, P. (2012), "Redefining industrial symbiosis: crossing academic–practitioner boundaries", Journal of Industrial Ecology, Vol.16, No.1, pp. 28-37.
MONTAÑO, J. Simbiose Industrial – imitando a natureza. 2017. Disponível em: < http://ambientesst.com.br/simbiose-industrial/> . Acesso em: 25 abr. 2019.

DE ALMEIDA, Júlio César; BRAZ, Gisele Figueiredo. A participação dos engenheiros de produção na gestão ambiental empresarial. XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, Salvador, BA, de 06 a 09 de outubro de 2009.
OLIVEIRA, S. O papel do engenheiro de produção na preservação do meio ambiente. Disponível em: < http://engproducaoeambiente.com.br/> . Acesso em: 25 abr. 2019.
PEDROZA, Ana Carolina. A importância do gerenciamento dos resíduos químicos. RevInter Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade, v. 4, n. 2, p. 163-178, jun. 2011.
SILVEIRA, A. M. de M. Estudo do peso específico de resíduos sólidos urbanos. Rio de Janeiro: UFRJ, 2004. Dissertação (Mestre em Ciências), Programa de Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2004.
SIMIAO, J. Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais em uma Empresa de Usinagem sobre o enfoque da Produção mais Limpa, São Paulo. 2011. 170f. Dissertação (Mestrado em Hidráulica e Saneamento) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos.

SISINNO, C. L. S.; OLIVEIRA, R. M. de Resíduos sólidos, ambiente e saúde: uma visão multidisciplinar. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2006.
XAVIER, J. Gerenciamento de Resíduos Industriais. 2010. 55 f. Monografia (Especialista em Engenharia de Produção) – Pós-Graduação, Instituto a Vez do Mestre, Universidade Candido Mendes, Rio de Janeiro.



Setor Origem Resíduos Perigosos
Serviços, Comércios e Agricultura Veículos, Aeroportos, lavagem a seco Resíduos oleosos, fluidos hidráulicos, solventes halogenadas
Industrias <= médio porte Serviços de saúde, fazendas, parques municipais Resíduos patogênicos, resíduos de pesticidas, embalagens contaminadas
Industrias de grande porte Tratamento de metais, fabricação de tintas, curtumes Lodos abrangendo metais pesados, solventes, lodos abrangendo cromo


Arquivo de entrada: Artigo International Journal.docx (2869 termos)
Arquivo encontrado: http://www.ufes.br/centro-universitário-norte-do-espírito-santo-ceunes (1115 termos)

Termos comuns: 2
Similaridade: 0,05%

O texto abaixo é o conteúdo do documento
 "Artigo International Journal.docx".
Os termos em vermelho foram encontrados no documento
 "http://www.ufes.br/centro-universitário-norte-do-espírito-santo-ceunes".

Panorama sobre as práticas de gerenciamento de resíduos industriais
an overview of industrial waste management practices

Marcos Meurer da silva1*; Luiz Guilherme Patroni Duarte da Silva2; Higor Henrique Clemente3; Rafael Follmann Pieretti4

1 2 3 4 Curso de Engenharia de Produção da Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS, Brasil
marcosmeurer50@gmail.com


- 192 -
Citação (APA): GOMES, M. S. D., SILVA, H. S. T., SILVA-FILHO, E. N.; SANTOS, L. M. R. & PEREIRA, C. S. S. (2019). Simulação do processo de fermentação alcoolica do bioetanol a partir do resíduo de batata-doce (Ipomoea batatas l. (lam.)). Brazilian Journal of Production Engineering, 5(2): 191-202.




Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Editora UFES/CEUNES/DETEC.

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Editora UFES/CEUNES/DETEC.

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Editora UFES/CEUNES/DETEC.
Recebido em:
Aprovado em:
Disponibilizado em:

PALAVRAS-CHAVE:
Gerenciamento de resíduos; resíduos industriais perigosos; efluentes.
KEYWORDS:
Waste management, hazardous industrial waste; effluents.

Copyright © 2019, Silva et al. Esta obra está sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso.

*Autor Correspondente: Marcos Meurer da Silva

RESUMO

Este artigo apresenta um panorama sobre o gerenciamento de resíduos industriais no Brasil. Para realização de tal estudo, foi realizada uma pesquisa bibliográfica de maneira a construir uma base conceitual acerca do objeto de estudo, além de proporcionar maior compreensão a respeito do gerenciamento de resíduos industriais. Assim, foi possível identificar tecnologias e conceitos que tem sido empregado pelas empresas, assim como o papel do profissional de engenharia de produção nesse processo. Ademais, destaca-se a carência de informações na literatura obtidas a respeito de resíduos perigosos, porém vale ressaltar a ampla diversidade de medidas e procedimentos encontrados no que tange a gestão dos resíduos.

ABSTRACT

This article presents an overview of industrial waste management in Brazil. In order to carry out such a study, a bibliographical research was carried out in order to built a conceptual base about the object of study, besides providing greater understanding regarding the management of industrial waste. Thus, it was possible to identify technologies and concepts that have been employed by companies, as well as the role of the production engineering professional in this process. In addition, we highlight the lack of information in the literature on hazardous waste, but ti is worth noting the wide diversity of measures and procedures found in waste management.





1. INTRODUÇÃO
Segundo Gil (2005), a negligência ou falta de conhecimento a respeito do manejo dos resíduos industriais fez com que ocorresse muitos danos à natureza em vários lugares do planeta, alguns dos quais geraram impactos negativos a saúde humana e ambiental. Devido a esses e fatores, foram se criando normas e leis para se ter melhor controle e prevenção na forma como seriam tratados esses resíduos.
Para Simão (2011), após a revolução industrial, os empresários se preocupavam apenas na produção, em como produzir, o quanto produzir, para ter o maior lucro e o menor custo possíveis. Contavam como se os recursos naturais fossem ilimitados, e não se preocupavam e não tinha nenhum controle a respeito dos resíduos produzidos, os considerando como uma inevitável consequência.
De acordo com Alberoni et al. (2002), a partir dos anos 60, alguns acidentes relacionados aos resíduos fizeram com que começasse uma preocupação com a administração de recursos humanos, já na década de 70 começa a se pensar a respeito entre meio ambiente e desenvolvimento e surgem algumas políticas ambientais. Até 72 o debate era apenas na esférica acadêmica, a partir de então começou a alcançar o circuito governamental multilateral, que culminou com a criação da PNUMA - Programa das Nações Unidas de Meio Ambiente.
Em meados dos anos 80, surge a preocupação com os danos globais, tendo a percepção que a questão ambiental ultrapassa os limites nacionais e os prejuízos são mundiais. A partir de então, entende-se que os problemas ecológicos não devem ser tratados de forma isolada, mas sim de forma sistêmica, pois são interligados. (CALLENBACH et al., 1993)
Na década de 90 são apresentadas então normas internacionais, entre elas a ISSO 14000 – a Norma Ambiental -, e atualmente com o mercado globalizado, os empresários estão frente a consumidores que entendem e sabem dos problemas ambientais, sendo que a área relacionada as questões ambientais de uma empresa podem assumir um grande potencial estratégico, funcionando como diferencial no mercado. (ALBERONI et al., 2002)
Tanto o fato de leis e normas, e a globalização do mercado, tornaram as questões ambientais muito importante nos dias de hoje. E dentro dessas questões entram o gerenciamento de resíduos, principalmente os mais perigosos. Nesse artigo será caracterizado os resíduos provenientes das industrias, apresentando o gerenciamento a respeito dos resíduos perigosos, explanando as resoluções tomadas pelas empresas na eliminação, reciclagem ou outra forma do reaproveitamento de tal. Serão demonstradas também as leis, acordos e normas pertinentes relacionados ao assunto.
2. REFERÊNCIAL TEÓRICO
De acordo com Pedroza (2011), são os resíduos vindo das industriais que estão impactando negativamente ao meio ambiente, sendo eles, químicos, metais, solventes e gases. Sendo assim, as indústrias que originam estes fatos são as metalúrgicas, de fundições, eletroeletrônico, couro, química e borracha.
Atualmente, os gestores estão procurando constantemente maneiras de diminuir o custo de gerenciamento de produtos perigosos, sendo assim, aumentou-se a pratica das atividades de reciclagem e a recuperação de produtos, com o intuito de tornar utilizável novamente. Vale ressaltar também outro motivo de gerenciar estes materiais de forma eficaz, se dá pelo fato de trazer riscos a vida dos trabalhadores (PEDROZA, 2011)
Desta maneira, faz-se necessário manusear adequadamente os produtos perigosos, ou seja, realizar as etapas da figura 1, sendo desde o treinamento dos funcionários até o tratamento dos materiais, para auxilio utiliza-se algumas normas regulamentadoras. O manuseio apropriado de recursos certamente ocasionara custos, mas deve-se ser realizado pois consequentemente retornara diminuição na geração de resíduos. (SIMIÃO, 2011).
Figura 1 - Etapas de manuseio

Fonte: Adaptado de Simião (2011)
De acordo com Simião (2011), as etapas são descritas a seguir:
A primeira etapa realiza-se o treinamento, os funcionários devem ser informados nos danos prejudiciais do manuseio ineficiente. Deste modo, faz-se necessário o uso de IPS;
O objetivo da segregação é não misturar os resíduos recicláveis com os não recicláveis, e também os resíduos incompatíveis, que misturados podem ocasionar danos ao meio ambiente, aos funcionários e maquinários;
O acondicionamento refere-se que, os resíduos devem ser acondicionados a recipientes específicos;
A armazenagem de resíduos deve-se seguir os requisitos da norma 12.235/1992 referente a amarmazenamentos de resisduos perigosos;
Os resíduos devem ser transportados desde seu local de geração até o local de estocagem de resíduo. Para auxilio utiliza-se da NR 13.221/200, que se trata do transporte de resíduos;
Por fim o tratamento dos resíduos, que tem por finalidade mudar a estrutura do produto para tornar reutilizável, mas sempre desejando-se diminuir os impactos ambientais.
Portanto, os requisitos de manuseio mencionados devem ser mostrados a todos os responsáveis que terão um contato com algum tipo de resíduos perigosos, afim de não ocasionar acidente por motivos banais.
Os crimes ambientais remotam a antiguidade, mas com o passar dos anos, foram surgindo leis regidas para a eficiência do gerenciamento de resíduos. De acordo com Xavier (2010) desenvolvendo o gerenciamento de resíduos industriais de forma apropriada obedecendo os requisitos das normas e leis, consequentemente trará qualidade de vida de todas as pessoas envolvidas e ao meio ambiente.
As empresas que são contempladas com a certificação da norma ISO 14000, consequentemente terão que gerenciar eficientemente os resíduos. Sendo assim, os órgãos fiscalizadores estão mais rígidos, atualmente existe a lei 9605/98 na qual impõe multas pesadas para os responsáveis que não estão realizando manuseio adequado de resíduos (XAVIER, 2010).
Levando em consideração todas as atividades humanas desde as domesticas, comerciais, agrícolas, de serviço até áreas mais complexas como industriais temos resultados e dentre os resultados dessas atividades se encontra o que é chamado de resíduos sólidos sendo esses muitas vezes gerados em alta quantidade podendo ocasionar ainda um impacto ambiental negativo, assim existem algumas obras de engenharia que tem como proposta a melhor disponibilização desses resíduos, exemplo desses são os aterros sanitários. (ALMEIDA et al. 2000).
Com o crescimento do setor industrial vem também o aumento de agentes poluidores, assim forçando as empresas a investir na melhor qualidade ambiental, obtendo o melhor gerenciamento ambiental dos resíduos industriais (SISINNO; OLIVEIRA, 2006).
Gerenciar os diversos tipos de resíduos é cuidar de alguns pontos geração, seleção e disposição final, ou seja, cuidar desde o berço até o tumulo. (GRIPPI, 2001).
Segundo Silveira (2004) os resíduos podem trazer sérios impactos ambientais e por isso é necessário que haja técnicas de engenharia para que os resíduos tenham menos impacto na natureza, caso isso não aconteça pode se contaminar o solo e corpos d’água superficiais e subterrâneo.
Para ser possível o gerenciamento de resíduos sólidos é necessário que se coloque metas pré-definidas pela empresa que faz a coleta desses resíduos e para isso temos um conjunto de ações para alcança-las. Esse gerenciamento traz consigo uma seria de ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento para que seja possível acondicionar, armazenar temporariamente, coletar, segregar, transportar (ALMEIDA; VILHENA, 2000).
Na Tabela 1, está sendo exemplificado de maneira objetiva a geração de resíduos perigosos dentro de cada setor e através de quais fontes esses são dispostos e quais resíduos perigosos são formados.
Tabela 1 - Exemplos ilustrativos de geração de resíduos perigosos
Fonte: Adaptado de Braga et al. (2002)
Segunda a NBR 10.004 (ABNT, 2004a) os resíduos sólidos podem ser caracterizados como “resíduos nos estados sólido e semissólido, resultantes de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição” ainda podendo conter nessa classificação líquidos que não podem ser lançados na rede de esgoto e ainda os lodos que tem origem dentro do sistema de água.
Existem na NBR 10. 004 (ABNT, 2004a), algumas classificações desses resíduos que os diferenciam:
Resíduos Classe I – Perigosos: apresentam características de toxicidade, patogenicidade, periculosidade, inflamabilidade, corrosividade e reatividade. Essas podem ser prejudiciais para a saúde pública podem ter risco de doenças risco de mortalidade se esses forem gerenciados de forma inadequada;
Resíduos Classe II – Não perigosos;
Resíduos Classe II A – Não inertes: tem características como combustibilidade, solubilidade em água e biodegradabilidade;
Resíduos Classe II B – Inertes: são aqueles que quando colocados em contato estático ou dinâmico com a água a temperatura ambiente não muda a potabilidade da água.
Alguns importantes conceitos vêm sendo difundidos no gerenciamento ambiental das indústrias, garantindo alternativas que possibilitem a sustentabilidade econômica e ambiental. Um desses conceitos é a Simbiose Industrial, que de acordo com Lombardi et Laybourn (2012) se refere ao conjunto de empresas com o objetivo de fomentar a interação entre elas por meio da troca de resíduos, gerando transações mutuas que possibilitam reduzir os problemas com impactos ambientais referentes a efluentes.
Para Fiksel (1996) o Design for Environment é uma técnica para o desenvolvimento de produto que considera os objetivos de manufatura em conjunto com os ambientais, isto é, preocupa-se com questões relativas a redução de impactos ambientais e uso de recursos naturais, assim como a reciclagem de materiais.
3. METODOLOGIA
Para a realização do estudo fez-se uso de uma revisão de literatura, com a finalidade de compreender os conceitos na área ambiental e identificar as principais características no gerenciamento de resíduos perigosos realizados pelas indústrias. Este artigo de revisão consiste na busca de informações que proporcionem um levantamento do panorama do tema, além de expor alguns exemplos de como as empresas tem realizado a gestão de seus resíduos.
Por fim, destaca-se o papel do engenheiro de produção em todo esse processo, a partir da percepção dos autores e da base conceitual levantada com a revisão. Os dados e informações serão apresentados dentro do texto e por meio de tabelas objetivando organizar a análise dos mesmos.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Conforme abordado pela literatura diversos processos produtivos geram efluentes que possuem potencial impacto negativo ao meio ambiente. A indústria química merece destaque na geração de resíduos perigosos, isso porque nos ramos de plásticos, resinas, vernizes, tintas e adubos químicos existem grandes volumes de efluentes que precisam de tratamentos relativamente complexos.
Segundo Freitas (2014) os efluentes de indústrias químicas necessitam em sua maioria de tratamentos físico-químicos que podem incluir clarificação, coagulação química, oxidação e redução de compostos tóxicos. Um exemplo é a neutralização da água a partir de tecnologias de filtração por membrana.
Outro exemplo comumente encontrado são os efluentes das indústrias de papel e celulose. O licor negro é uma substancia escura que sai do digestor e precisa passar por um tratamento para tornar branco novamente e deste modo ser inserido novamente no digestor. Portanto este licor será evaporado e queimado (Caldeira de Recuperação), após a queima origina-se o licor verde, no qual deverá ser caseificado (Cal), tornando o licor verde em um licor branco, mas com lama, que necessitará ser retirada no forno de cal, feito isso o licor branco já estará pronto para ser utilizado no digestor.
A gestão de resíduos com esforços focalizados na minimização, reutilização ou descarte dentro do contexto do Sistema de Gestão Ambiental e de Gestão de Resíduos, deve-se preocupar com o fato destes apresentarem características físico-químicas que os tornam perigosos seja no manuseio ou no processo de descarte.
De acordo com Almeida e Braz (2009) o um correto e eficiente gerenciamento de resíduos industriais pode trazer significativas reduções nos custos, considerando que muitos dos resíduos podem ser reaproveitados de alguma maneira, seja para a própria empresa, seja em outras. Assim, políticas como os 4 r’s de reduzir, reciclar, reutilizar e reeducar permitem a organização desempenhar ao produto intermediário ou resíduo um destino mais adequado.
A partir da revisão da literatura pode-se destacar que o engenheiro de produção, dentro de sua perspectiva de atuação pode criar mecanismos em processos produtivos de maneira a minimizar a geração de resíduos industriais, ocasionando menos impactos e custos para a empresa. De acordo com Sabrina (2010) inúmeros problemas ambientais relativos a resíduos industriais perigosos podem ser evitados caso sejam tomadas estratégias eficientes ainda mesmo no projeto do produto e do processo.
Nota-se ainda o crescimento de ações voltadas para uma melhor gestão de resíduos, não necessariamente perigosos, mas de maneira geral, como o Projeto para o Meio Ambiente ou Design for the Environment. Essa é uma ferramenta vindoura da Ecologia Industrial, onde todo o ciclo de vida do produto é analisado a fim de propor alternativas que reduzam os impactos ambientais causados pelo produto final e os resíduos gerados no processo produtivo (OLIVEIRA, 2010).
Outra vertente que emergiu recentemente é o conceito de Simbiose Industrial, onde são propostas trocas de resíduos entre as empresas, ou seja, o que é um resíduo para uma determinada empresa pode servir de insumo para outra e assim promover uma interação vantajosa entre diferentes indústrias (MONTAÑO, 2017). Nesse contexto deve-se considerar a compatibilidade de trocas de efluentes, além de diversas outras variáveis como a necessidade de tratamento do efluente, quantidades produzidas e viabilidade de utilização.
Portanto, em todo este processo de gestão ambiental o engenheiro de produção dispõe de uma ampla possibilidade de atuações, seja no processo de produção, evitando e minimizando a geração, seja na destinação deste efluente a um fim mais adequado.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No desenvolvimento deste trabalho, notou-se a importância de gerenciar os resíduos perigosos pois trazem impactos significantes ao meio ambiente e também entender as classificações dos resíduos perigosos, com a finalidade de fazer sua segregação. Vale ressaltar também que a maneira de gerenciar os resíduos industriais é relevante, pois o manuseio é o primeiro contato com o corpo humano, sendo assim, necessário a segurança dos envolvidos.
Referindo-se a coleta de informações para realizar este artigo, nota-se a dificuldade em encontrar conteúdo específicos de resíduos perigosos. Porem foi possível atingir o objetivo de identificar o modo de gerenciamento de resíduos industriais.
REFERÊNCIAS
ALBERONI, Vinícius Goulart et al. Gestão de resíduos industriais como facilitador da gestão do conhecimento e da otimização do processo produtivo. ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, v. 22, 2002.
ALMEIDA, J. R. de et al. Gestão ambiental: planejamento, avaliação, implantação, operação e verificação. Rio de janeiro: Thex Ed., 2000.
ALMEIDA, M. L. O. de; VILHENA, A. Lixo municipal: manual de gerenciamento integrado. 2 ed. São Paulo: IPT/CEMPRE, 2000.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 10.004 - Resíduos Sólidos: Classificação. Rio de Janeiro, 2004a.
CALLENBACH, Ernest, et al. Gerenciamento ecológico. São Paulo: Cultrix/Amana, 1993.
FIKSEL, J. Design for Environment. New York: Mc Graw Hill, 1996.
FREITAS, O. Os efluentes perigosos da indústria química. 2014. Disponível em: <https://www.saneamento.net/os-efluentes-perigosos-da-industria-quimica-38/> . Acesso em: 26 abr. 2019.
GIL, Eric de S. CLASSIFICAÇÃO E RISCOS ASSOCIADOS AOS RESÍDUOS QUÍMICO–FARMACÊUTICOS. Revista Eletrônica de Farmácia, v. 2, n. 2, 2005.
GRIPPI, S. Lixo, reciclagem e sua história: guia para as prefeituras brasileiras. Rio de Janeiro: Interciência, 2001.
LOMBARDI, D. R. et Laybourn, P. (2012), "Redefining industrial symbiosis: crossing academic–practitioner boundaries", Journal of Industrial Ecology, Vol.16, No.1, pp. 28-37.
MONTAÑO, J. Simbiose Industrial – imitando a natureza. 2017. Disponível em: < http://ambientesst.com.br/simbiose-industrial/> . Acesso em: 25 abr. 2019.

DE ALMEIDA, Júlio César; BRAZ, Gisele Figueiredo. A participação dos engenheiros de produção na gestão ambiental empresarial. XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, Salvador, BA, de 06 a 09 de outubro de 2009.
OLIVEIRA, S. O papel do engenheiro de produção na preservação do meio ambiente. Disponível em: < http://engproducaoeambiente.com.br/> . Acesso em: 25 abr. 2019.
PEDROZA, Ana Carolina. A importância do gerenciamento dos resíduos químicos. RevInter Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade, v. 4, n. 2, p. 163-178, jun. 2011.
SILVEIRA, A. M. de M. Estudo do peso específico de resíduos sólidos urbanos. Rio de Janeiro: UFRJ, 2004. Dissertação (Mestre em Ciências), Programa de Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2004.
SIMIAO, J. Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais em uma Empresa de Usinagem sobre o enfoque da Produção mais Limpa, São Paulo. 2011. 170f. Dissertação (Mestrado em Hidráulica e Saneamento) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos.

SISINNO, C. L. S.; OLIVEIRA, R. M. de Resíduos sólidos, ambiente e saúde: uma visão multidisciplinar. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2006.
XAVIER, J. Gerenciamento de Resíduos Industriais. 2010. 55 f. Monografia (Especialista em Engenharia de Produção) – Pós-Graduação, Instituto a Vez do Mestre, Universidade Candido Mendes, Rio de Janeiro.



Setor Origem Resíduos Perigosos
Serviços, Comércios e Agricultura Veículos, Aeroportos, lavagem a seco Resíduos oleosos, fluidos hidráulicos, solventes halogenadas
Industrias <= médio porte Serviços de saúde, fazendas, parques municipais Resíduos patogênicos, resíduos de pesticidas, embalagens contaminadas
Industrias de grande porte Tratamento de metais, fabricação de tintas, curtumes Lodos abrangendo metais pesados, solventes, lodos abrangendo cromo


Arquivo de entrada: Artigo International Journal.docx (2869 termos)
Arquivo encontrado: https://www.law.cornell.edu/uscode/text/22/2392 (1405 termos)

Termos comuns: 2
Similaridade: 0,04%

O texto abaixo é o conteúdo do documento
 "Artigo International Journal.docx".
Os termos em vermelho foram encontrados no documento
 "https://www.law.cornell.edu/uscode/text/22/2392".

Panorama sobre as práticas de gerenciamento de resíduos industriais
an overview of industrial waste management practices

Marcos Meurer da silva1*; Luiz Guilherme Patroni Duarte da Silva2; Higor Henrique Clemente3; Rafael Follmann Pieretti4

1 2 3 4 Curso de Engenharia de Produção da Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS, Brasil
marcosmeurer50@gmail.com


- 192 -
Citação (APA): GOMES, M. S. D., SILVA, H. S. T., SILVA-FILHO, E. N.; SANTOS, L. M. R. & PEREIRA, C. S. S. (2019). Simulação do processo de fermentação alcoolica do bioetanol a partir do resíduo de batata-doce (Ipomoea batatas l. (lam.)). Brazilian Journal of Production Engineering, 5(2): 191-202.




Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Editora UFES/CEUNES/DETEC.

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Editora UFES/CEUNES/DETEC.

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Editora UFES/CEUNES/DETEC.
Recebido em:
Aprovado em:
Disponibilizado em:

PALAVRAS-CHAVE:
Gerenciamento de resíduos; resíduos industriais perigosos; efluentes.
KEYWORDS:
Waste management, hazardous industrial waste; effluents.

Copyright © 2019, Silva et al. Esta obra está sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso.

*Autor Correspondente: Marcos Meurer da Silva

RESUMO

Este artigo apresenta um panorama sobre o gerenciamento de resíduos industriais no Brasil. Para realização de tal estudo, foi realizada uma pesquisa bibliográfica de maneira a construir uma base conceitual acerca do objeto de estudo, além de proporcionar maior compreensão a respeito do gerenciamento de resíduos industriais. Assim, foi possível identificar tecnologias e conceitos que tem sido empregado pelas empresas, assim como o papel do profissional de engenharia de produção nesse processo. Ademais, destaca-se a carência de informações na literatura obtidas a respeito de resíduos perigosos, porém vale ressaltar a ampla diversidade de medidas e procedimentos encontrados no que tange a gestão dos resíduos.

ABSTRACT

This article presents an overview of industrial waste management in Brazil. In order to carry out such a study, a bibliographical research was carried out in order to built a conceptual base about the object of study, besides providing greater understanding regarding the management of industrial waste. Thus, it was possible to identify technologies and concepts that have been employed by companies, as well as the role of the production engineering professional in this process. In addition, we highlight the lack of information in the literature on hazardous waste, but ti is worth noting the wide diversity of measures and procedures found in waste management.





1. INTRODUÇÃO
Segundo Gil (2005), a negligência ou falta de conhecimento a respeito do manejo dos resíduos industriais fez com que ocorresse muitos danos à natureza em vários lugares do planeta, alguns dos quais geraram impactos negativos a saúde humana e ambiental. Devido a esses e fatores, foram se criando normas e leis para se ter melhor controle e prevenção na forma como seriam tratados esses resíduos.
Para Simão (2011), após a revolução industrial, os empresários se preocupavam apenas na produção, em como produzir, o quanto produzir, para ter o maior lucro e o menor custo possíveis. Contavam como se os recursos naturais fossem ilimitados, e não se preocupavam e não tinha nenhum controle a respeito dos resíduos produzidos, os considerando como uma inevitável consequência.
De acordo com Alberoni et al. (2002), a partir dos anos 60, alguns acidentes relacionados aos resíduos fizeram com que começasse uma preocupação com a administração de recursos humanos, já na década de 70 começa a se pensar a respeito entre meio ambiente e desenvolvimento e surgem algumas políticas ambientais. Até 72 o debate era apenas na esférica acadêmica, a partir de então começou a alcançar o circuito governamental multilateral, que culminou com a criação da PNUMA - Programa das Nações Unidas de Meio Ambiente.
Em meados dos anos 80, surge a preocupação com os danos globais, tendo a percepção que a questão ambiental ultrapassa os limites nacionais e os prejuízos são mundiais. A partir de então, entende-se que os problemas ecológicos não devem ser tratados de forma isolada, mas sim de forma sistêmica, pois são interligados. (CALLENBACH et al., 1993)
Na década de 90 são apresentadas então normas internacionais, entre elas a ISSO 14000 – a Norma Ambiental -, e atualmente com o mercado globalizado, os empresários estão frente a consumidores que entendem e sabem dos problemas ambientais, sendo que a área relacionada as questões ambientais de uma empresa podem assumir um grande potencial estratégico, funcionando como diferencial no mercado. (ALBERONI et al., 2002)
Tanto o fato de leis e normas, e a globalização do mercado, tornaram as questões ambientais muito importante nos dias de hoje. E dentro dessas questões entram o gerenciamento de resíduos, principalmente os mais perigosos. Nesse artigo será caracterizado os resíduos provenientes das industrias, apresentando o gerenciamento a respeito dos resíduos perigosos, explanando as resoluções tomadas pelas empresas na eliminação, reciclagem ou outra forma do reaproveitamento de tal. Serão demonstradas também as leis, acordos e normas pertinentes relacionados ao assunto.
2. REFERÊNCIAL TEÓRICO
De acordo com Pedroza (2011), são os resíduos vindo das industriais que estão impactando negativamente ao meio ambiente, sendo eles, químicos, metais, solventes e gases. Sendo assim, as indústrias que originam estes fatos são as metalúrgicas, de fundições, eletroeletrônico, couro, química e borracha.
Atualmente, os gestores estão procurando constantemente maneiras de diminuir o custo de gerenciamento de produtos perigosos, sendo assim, aumentou-se a pratica das atividades de reciclagem e a recuperação de produtos, com o intuito de tornar utilizável novamente. Vale ressaltar também outro motivo de gerenciar estes materiais de forma eficaz, se dá pelo fato de trazer riscos a vida dos trabalhadores (PEDROZA, 2011)
Desta maneira, faz-se necessário manusear adequadamente os produtos perigosos, ou seja, realizar as etapas da figura 1, sendo desde o treinamento dos funcionários até o tratamento dos materiais, para auxilio utiliza-se algumas normas regulamentadoras. O manuseio apropriado de recursos certamente ocasionara custos, mas deve-se ser realizado pois consequentemente retornara diminuição na geração de resíduos. (SIMIÃO, 2011).
Figura 1 - Etapas de manuseio

Fonte: Adaptado de Simião (2011)
De acordo com Simião (2011), as etapas são descritas a seguir:
A primeira etapa realiza-se o treinamento, os funcionários devem ser informados nos danos prejudiciais do manuseio ineficiente. Deste modo, faz-se necessário o uso de IPS;
O objetivo da segregação é não misturar os resíduos recicláveis com os não recicláveis, e também os resíduos incompatíveis, que misturados podem ocasionar danos ao meio ambiente, aos funcionários e maquinários;
O acondicionamento refere-se que, os resíduos devem ser acondicionados a recipientes específicos;
A armazenagem de resíduos deve-se seguir os requisitos da norma 12.235/1992 referente a amarmazenamentos de resisduos perigosos;
Os resíduos devem ser transportados desde seu local de geração até o local de estocagem de resíduo. Para auxilio utiliza-se da NR 13.221/200, que se trata do transporte de resíduos;
Por fim o tratamento dos resíduos, que tem por finalidade mudar a estrutura do produto para tornar reutilizável, mas sempre desejando-se diminuir os impactos ambientais.
Portanto, os requisitos de manuseio mencionados devem ser mostrados a todos os responsáveis que terão um contato com algum tipo de resíduos perigosos, afim de não ocasionar acidente por motivos banais.
Os crimes ambientais remotam a antiguidade, mas com o passar dos anos, foram surgindo leis regidas para a eficiência do gerenciamento de resíduos. De acordo com Xavier (2010) desenvolvendo o gerenciamento de resíduos industriais de forma apropriada obedecendo os requisitos das normas e leis, consequentemente trará qualidade de vida de todas as pessoas envolvidas e ao meio ambiente.
As empresas que são contempladas com a certificação da norma ISO 14000, consequentemente terão que gerenciar eficientemente os resíduos. Sendo assim, os órgãos fiscalizadores estão mais rígidos, atualmente existe a lei 9605/98 na qual impõe multas pesadas para os responsáveis que não estão realizando manuseio adequado de resíduos (XAVIER, 2010).
Levando em consideração todas as atividades humanas desde as domesticas, comerciais, agrícolas, de serviço até áreas mais complexas como industriais temos resultados e dentre os resultados dessas atividades se encontra o que é chamado de resíduos sólidos sendo esses muitas vezes gerados em alta quantidade podendo ocasionar ainda um impacto ambiental negativo, assim existem algumas obras de engenharia que tem como proposta a melhor disponibilização desses resíduos, exemplo desses são os aterros sanitários. (ALMEIDA et al. 2000).
Com o crescimento do setor industrial vem também o aumento de agentes poluidores, assim forçando as empresas a investir na melhor qualidade ambiental, obtendo o melhor gerenciamento ambiental dos resíduos industriais (SISINNO; OLIVEIRA, 2006).
Gerenciar os diversos tipos de resíduos é cuidar de alguns pontos geração, seleção e disposição final, ou seja, cuidar desde o berço até o tumulo. (GRIPPI, 2001).
Segundo Silveira (2004) os resíduos podem trazer sérios impactos ambientais e por isso é necessário que haja técnicas de engenharia para que os resíduos tenham menos impacto na natureza, caso isso não aconteça pode se contaminar o solo e corpos d’água superficiais e subterrâneo.
Para ser possível o gerenciamento de resíduos sólidos é necessário que se coloque metas pré-definidas pela empresa que faz a coleta desses resíduos e para isso temos um conjunto de ações para alcança-las. Esse gerenciamento traz consigo uma seria de ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento para que seja possível acondicionar, armazenar temporariamente, coletar, segregar, transportar (ALMEIDA; VILHENA, 2000).
Na Tabela 1, está sendo exemplificado de maneira objetiva a geração de resíduos perigosos dentro de cada setor e através de quais fontes esses são dispostos e quais resíduos perigosos são formados.
Tabela 1 - Exemplos ilustrativos de geração de resíduos perigosos
Fonte: Adaptado de Braga et al. (2002)
Segunda a NBR 10.004 (ABNT, 2004a) os resíduos sólidos podem ser caracterizados como “resíduos nos estados sólido e semissólido, resultantes de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição” ainda podendo conter nessa classificação líquidos que não podem ser lançados na rede de esgoto e ainda os lodos que tem origem dentro do sistema de água.
Existem na NBR 10. 004 (ABNT, 2004a), algumas classificações desses resíduos que os diferenciam:
Resíduos Classe I – Perigosos: apresentam características de toxicidade, patogenicidade, periculosidade, inflamabilidade, corrosividade e reatividade. Essas podem ser prejudiciais para a saúde pública podem ter risco de doenças risco de mortalidade se esses forem gerenciados de forma inadequada;
Resíduos Classe II – Não perigosos;
Resíduos Classe II A – Não inertes: tem características como combustibilidade, solubilidade em água e biodegradabilidade;
Resíduos Classe II B – Inertes: são aqueles que quando colocados em contato estático ou dinâmico com a água a temperatura ambiente não muda a potabilidade da água.
Alguns importantes conceitos vêm sendo difundidos no gerenciamento ambiental das indústrias, garantindo alternativas que possibilitem a sustentabilidade econômica e ambiental. Um desses conceitos é a Simbiose Industrial, que de acordo com Lombardi et Laybourn (2012) se refere ao conjunto de empresas com o objetivo de fomentar a interação entre elas por meio da troca de resíduos, gerando transações mutuas que possibilitam reduzir os problemas com impactos ambientais referentes a efluentes.
Para Fiksel (1996) o Design for Environment é uma técnica para o desenvolvimento de produto que considera os objetivos de manufatura em conjunto com os ambientais, isto é, preocupa-se com questões relativas a redução de impactos ambientais e uso de recursos naturais, assim como a reciclagem de materiais.
3. METODOLOGIA
Para a realização do estudo fez-se uso de uma revisão de literatura, com a finalidade de compreender os conceitos na área ambiental e identificar as principais características no gerenciamento de resíduos perigosos realizados pelas indústrias. Este artigo de revisão consiste na busca de informações que proporcionem um levantamento do panorama do tema, além de expor alguns exemplos de como as empresas tem realizado a gestão de seus resíduos.
Por fim, destaca-se o papel do engenheiro de produção em todo esse processo, a partir da percepção dos autores e da base conceitual levantada com a revisão. Os dados e informações serão apresentados dentro do texto e por meio de tabelas objetivando organizar a análise dos mesmos.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Conforme abordado pela literatura diversos processos produtivos geram efluentes que possuem potencial impacto negativo ao meio ambiente. A indústria química merece destaque na geração de resíduos perigosos, isso porque nos ramos de plásticos, resinas, vernizes, tintas e adubos químicos existem grandes volumes de efluentes que precisam de tratamentos relativamente complexos.
Segundo Freitas (2014) os efluentes de indústrias químicas necessitam em sua maioria de tratamentos físico-químicos que podem incluir clarificação, coagulação química, oxidação e redução de compostos tóxicos. Um exemplo é a neutralização da água a partir de tecnologias de filtração por membrana.
Outro exemplo comumente encontrado são os efluentes das indústrias de papel e celulose. O licor negro é uma substancia escura que sai do digestor e precisa passar por um tratamento para tornar branco novamente e deste modo ser inserido novamente no digestor. Portanto este licor será evaporado e queimado (Caldeira de Recuperação), após a queima origina-se o licor verde, no qual deverá ser caseificado (Cal), tornando o licor verde em um licor branco, mas com lama, que necessitará ser retirada no forno de cal, feito isso o licor branco já estará pronto para ser utilizado no digestor.
A gestão de resíduos com esforços focalizados na minimização, reutilização ou descarte dentro do contexto do Sistema de Gestão Ambiental e de Gestão de Resíduos, deve-se preocupar com o fato destes apresentarem características físico-químicas que os tornam perigosos seja no manuseio ou no processo de descarte.
De acordo com Almeida e Braz (2009) o um correto e eficiente gerenciamento de resíduos industriais pode trazer significativas reduções nos custos, considerando que muitos dos resíduos podem ser reaproveitados de alguma maneira, seja para a própria empresa, seja em outras. Assim, políticas como os 4 r’s de reduzir, reciclar, reutilizar e reeducar permitem a organização desempenhar ao produto intermediário ou resíduo um destino mais adequado.
A partir da revisão da literatura pode-se destacar que o engenheiro de produção, dentro de sua perspectiva de atuação pode criar mecanismos em processos produtivos de maneira a minimizar a geração de resíduos industriais, ocasionando menos impactos e custos para a empresa. De acordo com Sabrina (2010) inúmeros problemas ambientais relativos a resíduos industriais perigosos podem ser evitados caso sejam tomadas estratégias eficientes ainda mesmo no projeto do produto e do processo.
Nota-se ainda o crescimento de ações voltadas para uma melhor gestão de resíduos, não necessariamente perigosos, mas de maneira geral, como o Projeto para o Meio Ambiente ou Design for the Environment. Essa é uma ferramenta vindoura da Ecologia Industrial, onde todo o ciclo de vida do produto é analisado a fim de propor alternativas que reduzam os impactos ambientais causados pelo produto final e os resíduos gerados no processo produtivo (OLIVEIRA, 2010).
Outra vertente que emergiu recentemente é o conceito de Simbiose Industrial, onde são propostas trocas de resíduos entre as empresas, ou seja, o que é um resíduo para uma determinada empresa pode servir de insumo para outra e assim promover uma interação vantajosa entre diferentes indústrias (MONTAÑO, 2017). Nesse contexto deve-se considerar a compatibilidade de trocas de efluentes, além de diversas outras variáveis como a necessidade de tratamento do efluente, quantidades produzidas e viabilidade de utilização.
Portanto, em todo este processo de gestão ambiental o engenheiro de produção dispõe de uma ampla possibilidade de atuações, seja no processo de produção, evitando e minimizando a geração, seja na destinação deste efluente a um fim mais adequado.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No desenvolvimento deste trabalho, notou-se a importância de gerenciar os resíduos perigosos pois trazem impactos significantes ao meio ambiente e também entender as classificações dos resíduos perigosos, com a finalidade de fazer sua segregação. Vale ressaltar também que a maneira de gerenciar os resíduos industriais é relevante, pois o manuseio é o primeiro contato com o corpo humano, sendo assim, necessário a segurança dos envolvidos.
Referindo-se a coleta de informações para realizar este artigo, nota-se a dificuldade em encontrar conteúdo específicos de resíduos perigosos. Porem foi possível atingir o objetivo de identificar o modo de gerenciamento de resíduos industriais.
REFERÊNCIAS
ALBERONI, Vinícius Goulart et al. Gestão de resíduos industriais como facilitador da gestão do conhecimento e da otimização do processo produtivo. ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, v. 22, 2002.
ALMEIDA, J. R. de et al. Gestão ambiental: planejamento, avaliação, implantação, operação e verificação. Rio de janeiro: Thex Ed., 2000.
ALMEIDA, M. L. O. de; VILHENA, A. Lixo municipal: manual de gerenciamento integrado. 2 ed. São Paulo: IPT/CEMPRE, 2000.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 10.004 - Resíduos Sólidos: Classificação. Rio de Janeiro, 2004a.
CALLENBACH, Ernest, et al. Gerenciamento ecológico. São Paulo: Cultrix/Amana, 1993.
FIKSEL, J. Design for Environment. New York: Mc Graw Hill, 1996.
FREITAS, O. Os efluentes perigosos da indústria química. 2014. Disponível em: <https://www.saneamento.net/os-efluentes-perigosos-da-industria-quimica-38/> . Acesso em: 26 abr. 2019.
GIL, Eric de S. CLASSIFICAÇÃO E RISCOS ASSOCIADOS AOS RESÍDUOS QUÍMICO–FARMACÊUTICOS. Revista Eletrônica de Farmácia, v. 2, n. 2, 2005.
GRIPPI, S. Lixo, reciclagem e sua história: guia para as prefeituras brasileiras. Rio de Janeiro: Interciência, 2001.
LOMBARDI, D. R. et Laybourn, P. (2012), "Redefining industrial symbiosis: crossing academic–practitioner boundaries", Journal of Industrial Ecology, Vol.16, No.1, pp. 28-37.
MONTAÑO, J. Simbiose Industrial – imitando a natureza. 2017. Disponível em: < http://ambientesst.com.br/simbiose-industrial/> . Acesso em: 25 abr. 2019.

DE ALMEIDA, Júlio César; BRAZ, Gisele Figueiredo. A participação dos engenheiros de produção na gestão ambiental empresarial. XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, Salvador, BA, de 06 a 09 de outubro de 2009.
OLIVEIRA, S. O papel do engenheiro de produção na preservação do meio ambiente. Disponível em: < http://engproducaoeambiente.com.br/> . Acesso em: 25 abr. 2019.
PEDROZA, Ana Carolina. A importância do gerenciamento dos resíduos químicos. RevInter Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade, v. 4, n. 2, p. 163-178, jun. 2011.
SILVEIRA, A. M. de M. Estudo do peso específico de resíduos sólidos urbanos. Rio de Janeiro: UFRJ, 2004. Dissertação (Mestre em Ciências), Programa de Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2004.
SIMIAO, J. Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais em uma Empresa de Usinagem sobre o enfoque da Produção mais Limpa, São Paulo. 2011. 170f. Dissertação (Mestrado em Hidráulica e Saneamento) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos.

SISINNO, C. L. S.; OLIVEIRA, R. M. de Resíduos sólidos, ambiente e saúde: uma visão multidisciplinar. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2006.
XAVIER, J. Gerenciamento de Resíduos Industriais. 2010. 55 f. Monografia (Especialista em Engenharia de Produção) – Pós-Graduação, Instituto a Vez do Mestre, Universidade Candido Mendes, Rio de Janeiro.



Setor Origem Resíduos Perigosos
Serviços, Comércios e Agricultura Veículos, Aeroportos, lavagem a seco Resíduos oleosos, fluidos hidráulicos, solventes halogenadas
Industrias <= médio porte Serviços de saúde, fazendas, parques municipais Resíduos patogênicos, resíduos de pesticidas, embalagens contaminadas
Industrias de grande porte Tratamento de metais, fabricação de tintas, curtumes Lodos abrangendo metais pesados, solventes, lodos abrangendo cromo


Arquivo de entrada: Artigo International Journal.docx (2869 termos)
Arquivo encontrado: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-69752010000100007 (5457 termos)

Termos comuns: 34
Similaridade: 0,41%

O texto abaixo é o conteúdo do documento
 "Artigo International Journal.docx".
Os termos em vermelho foram encontrados no documento
 "http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-69752010000100007".

Panorama sobre as práticas de gerenciamento de resíduos industriais
an overview of industrial waste management practices

Marcos Meurer da silva1*; Luiz Guilherme Patroni Duarte da Silva2; Higor Henrique Clemente3; Rafael Follmann Pieretti4

1 2 3 4 Curso de Engenharia de Produção da Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS, Brasil
marcosmeurer50@gmail.com


- 192 -
Citação (APA): GOMES, M. S. D., SILVA, H. S. T., SILVA-FILHO, E. N.; SANTOS, L. M. R. & PEREIRA, C. S. S. (2019). Simulação do processo de fermentação alcoolica do bioetanol a partir do resíduo de batata-doce (Ipomoea batatas l. (lam.)). Brazilian Journal of Production Engineering, 5(2): 191-202.




Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Editora UFES/CEUNES/DETEC.

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Editora UFES/CEUNES/DETEC.

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Brazilian Journal of Production Engineering, São Mateus, Editora UFES/CEUNES/DETEC.
Recebido em:
Aprovado em:
Disponibilizado em:

PALAVRAS-CHAVE:
Gerenciamento de resíduos; resíduos industriais perigosos; efluentes.
KEYWORDS:
Waste management, hazardous industrial waste; effluents.

Copyright © 2019, Silva et al. Esta obra está sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso.

*Autor Correspondente: Marcos Meurer da Silva

RESUMO

Este artigo apresenta um panorama sobre o gerenciamento de resíduos industriais no Brasil. Para realização de tal estudo, foi realizada uma pesquisa bibliográfica de maneira a construir uma base conceitual acerca do objeto de estudo, além de proporcionar maior compreensão a respeito do gerenciamento de resíduos industriais. Assim, foi possível identificar tecnologias e conceitos que tem sido empregado pelas empresas, assim como o papel do profissional de engenharia de produção nesse processo. Ademais, destaca-se a carência de informações na literatura obtidas a respeito de resíduos perigosos, porém vale ressaltar a ampla diversidade de medidas e procedimentos encontrados no que tange a gestão dos resíduos.

ABSTRACT

This article presents an overview of industrial waste management in Brazil. In order to carry out such a study, a bibliographical research was carried out in order to built a conceptual base about the object of study, besides providing greater understanding regarding the management of industrial waste. Thus, it was possible to identify technologies and concepts that have been employed by companies, as well as the role of the production engineering professional in this process. In addition, we highlight the lack of information in the literature on hazardous waste, but ti is worth noting the wide diversity of measures and procedures found in waste management.





1. INTRODUÇÃO
Segundo Gil (2005), a negligência ou falta de conhecimento a respeito do manejo dos resíduos industriais fez com que ocorresse muitos danos à natureza em vários lugares do planeta, alguns dos quais geraram impactos negativos a saúde humana e ambiental. Devido a esses e fatores, foram se criando normas e leis para se ter melhor controle e prevenção na forma como seriam tratados esses resíduos.
Para Simão (2011), após a revolução industrial, os empresários se preocupavam apenas na produção, em como produzir, o quanto produzir, para ter o maior lucro e o menor custo possíveis. Contavam como se os recursos naturais fossem ilimitados, e não se preocupavam e não tinha nenhum controle a respeito dos resíduos produzidos, os considerando como uma inevitável consequência.
De acordo com Alberoni et al. (2002), a partir dos anos 60, alguns acidentes relacionados aos resíduos fizeram com que começasse uma preocupação com a administração de recursos humanos, já na década de 70 começa a se pensar a respeito entre meio ambiente e desenvolvimento e surgem algumas políticas ambientais. Até 72 o debate era apenas na esférica acadêmica, a partir de então começou a alcançar o circuito governamental multilateral, que culminou com a criação da PNUMA - Programa das Nações Unidas de Meio Ambiente.
Em meados dos anos 80, surge a preocupação com os danos globais, tendo a percepção que a questão ambiental ultrapassa os limites nacionais e os prejuízos são mundiais. A partir de então, entende-se que os problemas ecológicos não devem ser tratados de forma isolada, mas sim de forma sistêmica, pois são interligados. (CALLENBACH et al., 1993)
Na década de 90 são apresentadas então normas internacionais, entre elas a ISSO 14000 – a Norma Ambiental -, e atualmente com o mercado globalizado, os empresários estão frente a consumidores que entendem e sabem dos problemas ambientais, sendo que a área relacionada as questões ambientais de uma empresa podem assumir um grande potencial estratégico, funcionando como diferencial no mercado. (ALBERONI et al., 2002)
Tanto o fato de leis e normas, e a globalização do mercado, tornaram as questões ambientais muito importante nos dias de hoje. E dentro dessas questões entram o gerenciamento de resíduos, principalmente os mais perigosos. Nesse artigo será caracterizado os resíduos provenientes das industrias, apresentando o gerenciamento a respeito dos resíduos perigosos, explanando as resoluções tomadas pelas empresas na eliminação, reciclagem ou outra forma do reaproveitamento de tal. Serão demonstradas também as leis, acordos e normas pertinentes relacionados ao assunto.
2. REFERÊNCIAL TEÓRICO
De acordo com Pedroza (2011), são os resíduos vindo das industriais que estão impactando negativamente ao meio ambiente, sendo eles, químicos, metais, solventes e gases. Sendo assim, as indústrias que originam estes fatos são as metalúrgicas, de fundições, eletroeletrônico, couro, química e borracha.
Atualmente, os gestores estão procurando constantemente maneiras de diminuir o custo de gerenciamento de produtos perigosos, sendo assim, aumentou-se a pratica das atividades de reciclagem e a recuperação de produtos, com o intuito de tornar utilizável novamente. Vale ressaltar também outro motivo de gerenciar estes materiais de forma eficaz, se dá pelo fato de trazer riscos a vida dos trabalhadores (PEDROZA, 2011)
Desta maneira, faz-se necessário manusear adequadamente os produtos perigosos, ou seja, realizar as etapas da figura 1, sendo desde o treinamento dos funcionários até o tratamento dos materiais, para auxilio utiliza-se algumas normas regulamentadoras. O manuseio apropriado de recursos certamente ocasionara custos, mas deve-se ser realizado pois consequentemente retornara diminuição na geração de resíduos. (SIMIÃO, 2011).
Figura 1 - Etapas de manuseio

Fonte: Adaptado de Simião (2011)
De acordo com Simião (2011), as etapas são descritas a seguir:
A primeira etapa realiza-se o treinamento, os funcionários devem ser informados nos danos prejudiciais do manuseio ineficiente. Deste modo, faz-se necessário o uso de IPS;
O objetivo da segregação é não misturar os resíduos recicláveis com os não recicláveis, e também os resíduos incompatíveis, que misturados podem ocasionar danos ao meio ambiente, aos funcionários e maquinários;
O acondicionamento refere-se que, os resíduos devem ser acondicionados a recipientes específicos;
A armazenagem de resíduos deve-se seguir os requisitos da norma 12.235/1992 referente a amarmazenamentos de resisduos perigosos;
Os resíduos devem ser transportados desde seu local de geração até o local de estocagem de resíduo. Para auxilio utiliza-se da NR 13.221/200, que se trata do transporte de resíduos;
Por fim o tratamento dos resíduos, que tem por finalidade mudar a estrutura do produto para tornar reutilizável, mas sempre desejando-se diminuir os impactos ambientais.
Portanto, os requisitos de manuseio mencionados devem ser mostrados a todos os responsáveis que terão um contato com algum tipo de resíduos perigosos, afim de não ocasionar acidente por motivos banais.
Os crimes ambientais remotam a antiguidade, mas com o passar dos anos, foram surgindo leis regidas para a eficiência do gerenciamento de resíduos. De acordo com Xavier (2010) desenvolvendo o gerenciamento de resíduos industriais de forma apropriada obedecendo os requisitos das normas e leis, consequentemente trará qualidade de vida de todas as pessoas envolvidas e ao meio ambiente.
As empresas que são contempladas com a certificação da norma ISO 14000, consequentemente terão que gerenciar eficientemente os resíduos. Sendo assim, os órgãos fiscalizadores estão mais rígidos, atualmente existe a lei 9605/98 na qual impõe multas pesadas para os responsáveis que não estão realizando manuseio adequado de resíduos (XAVIER, 2010).
Levando em consideração todas as atividades humanas desde as domesticas, comerciais, agrícolas, de serviço até áreas mais complexas como industriais temos resultados e dentre os resultados dessas atividades se encontra o que é chamado de resíduos sólidos sendo esses muitas vezes gerados em alta quantidade podendo ocasionar ainda um impacto ambiental negativo, assim existem algumas obras de engenharia que tem como proposta a melhor disponibilização desses resíduos, exemplo desses são os aterros sanitários. (ALMEIDA et al. 2000).
Com o crescimento do setor industrial vem também o aumento de agentes poluidores, assim forçando as empresas a investir na melhor qualidade ambiental, obtendo o melhor gerenciamento ambiental dos resíduos industriais (SISINNO; OLIVEIRA, 2006).
Gerenciar os diversos tipos de resíduos é cuidar de alguns pontos geração, seleção e disposição final, ou seja, cuidar desde o berço até o tumulo. (GRIPPI, 2001).
Segundo Silveira (2004) os resíduos podem trazer sérios impactos ambientais e por isso é necessário que haja técnicas de engenharia para que os resíduos tenham menos impacto na natureza, caso isso não aconteça pode se contaminar o solo e corpos d’água superficiais e subterrâneo.
Para ser possível o gerenciamento de resíduos sólidos é necessário que se coloque metas pré-definidas pela empresa que faz a coleta desses resíduos e para isso temos um conjunto de ações para alcança-las. Esse gerenciamento traz consigo uma seria de ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento para que seja possível acondicionar, armazenar temporariamente, coletar, segregar, transportar (ALMEIDA; VILHENA, 2000).
Na Tabela 1, está sendo exemplificado de maneira objetiva a geração de resíduos perigosos dentro de cada setor e através de quais fontes esses são dispostos e quais resíduos perigosos são formados.
Tabela 1 - Exemplos ilustrativos de geração de resíduos perigosos
Fonte: Adaptado de Braga et al. (2002)
Segunda a NBR 10.004 (ABNT, 2004a) os resíduos sólidos podem ser caracterizados como “resíduos nos estados sólido e semissólido, resultantes de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição” ainda podendo conter nessa classificação líquidos que não podem ser lançados na rede de esgoto e ainda os lodos que tem origem dentro do sistema de água.
Existem na NBR 10. 004 (ABNT, 2004a), algumas classificações desses resíduos que os diferenciam:
Resíduos Classe I – Perigosos: apresentam características de toxicidade, patogenicidade, periculosidade, inflamabilidade, corrosividade e reatividade. Essas podem ser prejudiciais para a saúde pública podem ter risco de doenças risco de mortalidade se esses forem gerenciados de forma inadequada;
Resíduos Classe II – Não perigosos;
Resíduos Classe II A – Não inertes: tem características como combustibilidade, solubilidade em água e biodegradabilidade;
Resíduos Classe II B – Inertes: são aqueles que quando colocados em contato estático ou dinâmico com a água a temperatura ambiente não muda a potabilidade da água.
Alguns importantes conceitos vêm sendo difundidos no gerenciamento ambiental das indústrias, garantindo alternativas que possibilitem a sustentabilidade econômica e ambiental. Um desses conceitos é a Simbiose Industrial, que de acordo com Lombardi et Laybourn (2012) se refere ao conjunto de empresas com o objetivo de fomentar a interação entre elas por meio da troca de resíduos, gerando transações mutuas que possibilitam reduzir os problemas com impactos ambientais referentes a efluentes.
Para Fiksel (1996) o Design for Environment é uma técnica para o desenvolvimento de produto que considera os objetivos de manufatura em conjunto com os ambientais, isto é, preocupa-se com questões relativas a redução de impactos ambientais e uso de recursos naturais, assim como a reciclagem de materiais.
3. METODOLOGIA
Para a realização do estudo fez-se uso de uma revisão de literatura, com a finalidade de compreender os conceitos na área ambiental e identificar as principais características no gerenciamento de resíduos perigosos realizados pelas indústrias. Este artigo de revisão consiste na busca de informações que proporcionem um levantamento do panorama do tema, além de expor alguns exemplos de como as empresas tem realizado a gestão de seus resíduos.
Por fim, destaca-se o papel do engenheiro de produção em todo esse processo, a partir da percepção dos autores e da base conceitual levantada com a revisão. Os dados e informações serão apresentados dentro do texto e por meio de tabelas objetivando organizar a análise dos mesmos.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Conforme abordado pela literatura diversos processos produtivos geram efluentes que possuem potencial impacto negativo ao meio ambiente. A indústria química merece destaque na geração de resíduos perigosos, isso porque nos ramos de plásticos, resinas, vernizes, tintas e adubos químicos existem grandes volumes de efluentes que precisam de tratamentos relativamente complexos.
Segundo Freitas (2014) os efluentes de indústrias químicas necessitam em sua maioria de tratamentos físico-químicos que podem incluir clarificação, coagulação química, oxidação e redução de compostos tóxicos. Um exemplo é a neutralização da água a partir de tecnologias de filtração por membrana.
Outro exemplo comumente encontrado são os efluentes das indústrias de papel e celulose. O licor negro é uma substancia escura que sai do digestor e precisa passar por um tratamento para tornar branco novamente e deste modo ser inserido novamente no digestor. Portanto este licor será evaporado e queimado (Caldeira de Recuperação), após a queima origina-se o licor verde, no qual deverá ser caseificado (Cal), tornando o licor verde em um licor branco, mas com lama, que necessitará ser retirada no forno de cal, feito isso o licor branco já estará pronto para ser utilizado no digestor.
A gestão de resíduos com esforços focalizados na minimização, reutilização ou descarte dentro do contexto do Sistema de Gestão Ambiental e de Gestão de Resíduos, deve-se preocupar com o fato destes apresentarem características físico-químicas que os tornam perigosos seja no manuseio ou no processo de descarte.
De acordo com Almeida e Braz (2009) o um correto e eficiente gerenciamento de resíduos industriais pode trazer significativas reduções nos custos, considerando que muitos dos resíduos podem ser reaproveitados de alguma maneira, seja para a própria empresa, seja em outras. Assim, políticas como os 4 r’s de reduzir, reciclar, reutilizar e reeducar permitem a organização desempenhar ao produto intermediário ou resíduo um destino mais adequado.
A partir da revisão da literatura pode-se destacar que o engenheiro de produção, dentro de sua perspectiva de atuação pode criar mecanismos em processos produtivos de maneira a minimizar a geração de resíduos industriais, ocasionando menos impactos e custos para a empresa. De acordo com Sabrina (2010) inúmeros problemas ambientais relativos a resíduos industriais perigosos podem ser evitados caso sejam tomadas estratégias eficientes ainda mesmo no projeto do produto e do processo.
Nota-se ainda o crescimento de ações voltadas para uma melhor gestão de resíduos, não necessariamente perigosos, mas de maneira geral, como o Projeto para o Meio Ambiente ou Design for the Environment. Essa é uma ferramenta vindoura da Ecologia Industrial, onde todo o ciclo de vida do produto é analisado a fim de propor alternativas que reduzam os impactos ambientais causados pelo produto final e os resíduos gerados no processo produtivo (OLIVEIRA, 2010).
Outra vertente que emergiu recentemente é o conceito de Simbiose Industrial, onde são propostas trocas de resíduos entre as empresas, ou seja, o que é um resíduo para uma determinada empresa pode servir de insumo para outra e assim promover uma interação vantajosa entre diferentes indústrias (MONTAÑO, 2017). Nesse contexto deve-se considerar a compatibilidade de trocas de efluentes, além de diversas outras variáveis como a necessidade de tratamento do efluente, quantidades produzidas e viabilidade de utilização.
Portanto, em todo este processo de gestão ambiental o engenheiro de produção dispõe de uma ampla possibilidade de atuações, seja no processo de produção, evitando e minimizando a geração, seja na destinação deste efluente a um fim mais adequado.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No desenvolvimento deste trabalho, notou-se a importância de gerenciar os resíduos perigosos pois trazem impactos significantes ao meio ambiente e também entender as classificações dos resíduos perigosos, com a finalidade de fazer sua segregação. Vale ressaltar também que a maneira de gerenciar os resíduos industriais é relevante, pois o manuseio é o primeiro contato com o corpo humano, sendo assim, necessário a segurança dos envolvidos.
Referindo-se a coleta de informações para realizar este artigo, nota-se a dificuldade em encontrar conteúdo específicos de resíduos perigosos. Porem foi possível atingir o objetivo de identificar o modo de gerenciamento de resíduos industriais.
REFERÊNCIAS
ALBERONI, Vinícius Goulart et al. Gestão de resíduos industriais como facilitador da gestão do conhecimento e da otimização do processo produtivo. ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, v. 22, 2002.
ALMEIDA, J. R. de et al. Gestão ambiental: planejamento, avaliação, implantação, operação e verificação. Rio de janeiro: Thex Ed., 2000.
ALMEIDA, M. L. O. de; VILHENA, A. Lixo municipal: manual de gerenciamento integrado. 2 ed. São Paulo: IPT/CEMPRE, 2000.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 10.004 - Resíduos Sólidos: Classificação. Rio de Janeiro, 2004a.
CALLENBACH, Ernest, et al. Gerenciamento ecológico. São Paulo: Cultrix/Amana, 1993.
FIKSEL, J. Design for Environment. New York: Mc Graw Hill, 1996.
FREITAS, O. Os efluentes perigosos da indústria química. 2014. Disponível em: <https://www.saneamento.net/os-efluentes-perigosos-da-industria-quimica-38/> . Acesso em: 26 abr. 2019.
GIL, Eric de S. CLASSIFICAÇÃO E RISCOS ASSOCIADOS AOS RESÍDUOS QUÍMICO–FARMACÊUTICOS. Revista Eletrônica de Farmácia, v. 2, n. 2, 2005.
GRIPPI, S. Lixo, reciclagem e sua história: guia para as prefeituras brasileiras. Rio de Janeiro: Interciência, 2001.
LOMBARDI, D. R. et Laybourn, P. (2012), "Redefining industrial symbiosis: crossing academic–practitioner boundaries", Journal of Industrial Ecology, Vol.16, No.1, pp. 28-37.
MONTAÑO, J. Simbiose Industrial – imitando a natureza. 2017. Disponível em: < http://ambientesst.com.br/simbiose-industrial/> . Acesso em: 25 abr. 2019.

DE ALMEIDA, Júlio César; BRAZ, Gisele Figueiredo. A participação dos engenheiros de produção na gestão ambiental empresarial. XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, Salvador, BA, de 06 a 09 de outubro de 2009.
OLIVEIRA, S. O papel do engenheiro de produção na preservação do meio ambiente. Disponível em: < http://engproducaoeambiente.com.br/> . Acesso em: 25 abr. 2019.
PEDROZA, Ana Carolina. A importância do gerenciamento dos resíduos químicos. RevInter Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade, v. 4, n. 2, p. 163-178, jun. 2011.
SILVEIRA, A. M. de M. Estudo do peso específico de resíduos sólidos urbanos. Rio de Janeiro: UFRJ, 2004. Dissertação (Mestre em Ciências), Programa de Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2004.
SIMIAO, J. Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais em uma Empresa de Usinagem sobre o enfoque da Produção mais Limpa, São Paulo. 2011. 170f. Dissertação (Mestrado em Hidráulica e Saneamento) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos.

SISINNO, C. L. S.; OLIVEIRA, R. M. de Resíduos sólidos, ambiente e saúde: uma visão multidisciplinar. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2006.
XAVIER, J. Gerenciamento de Resíduos Industriais. 2010. 55 f. Monografia (Especialista em Engenharia de Produção) – Pós-Graduação, Instituto a Vez do Mestre, Universidade Candido Mendes, Rio de Janeiro.



Setor Origem Resíduos Perigosos
Serviços, Comércios e Agricultura Veículos, Aeroportos, lavagem a seco Resíduos oleosos, fluidos hidráulicos, solventes halogenadas
Industrias <= médio porte Serviços de saúde, fazendas, parques municipais Resíduos patogênicos, resíduos de pesticidas, embalagens contaminadas
Industrias de grande porte Tratamento de metais, fabricação de tintas, curtumes Lodos abrangendo metais pesados, solventes, lodos abrangendo cromo