Gênero e geração: os significados atribuídos à velhice e o que torna possível a distinção entre os sujeitos definidos como idosos

Autores

  • Thayza Wanessa Silva Souza Felipe Universidade Federal do Amazonas (UFAM)
  • Sandra Maria Nascimento Sousa Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Resumo

Este estudo buscou identificar significados atribuídos à velhice a partir de entrevistas com mulheres idosas participantes do Trabalho Social com Idosos (TSI) desenvolvido pelo SESC Deodoro, em São Luís - MA, na intenção de compreender essas experiências vinculadas a marcadores sociais que tornam possível a distinção na maneira como as participantes do grupo vivem essa fase da vida. A pesquisa empírica foi constituída com dez mulheres, com idade a partir de 60 anos, que participam das atividades ofertadas pelo TSI. Por meio de entrevistas individuais e focais, sem roteiro pré-definido, foi permitido que cada uma delas narrasse trechos de suas histórias de vida. O trabalho com a memória proporcionou compreender os processos de formação de diferentes sujeitos, indicando a complexidade do envelhecimento. Para as idosas entrevistadas, o significado da atual fase em que vivem é percebido como um momento de prazer, independência e liberdade que não pôde ser por elas vivenciada quando mais jovens. Além disso, diferentes marcadores sociais se interseccionam na experiência dos sujeitos definidos como idosos, o que influencia diretamente na maneira como cada um vive sua velhice, como também nos significados que associam a essa fase da vida. Assim, análises do envelhecimento não devem se fechar às questões de ordem biológica, pois a velhice enquanto categoria construída politicamente está relacionada com diversos aspectos histórico-sociais.

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Publicado

19-02-2019