Doença, conflito e extinção: Sobre as relações entre humanos e macacos mediadas pelos surtos recentes de febre amarela no Brasil (2011-2018)
Resumo
O objetivo dessa reflexão é tratar do lugar que as abordagens sobre animais, bem como sobre as relações entre humanos e animais, têm ocupado na antropologia contemporânea, a partir dos parâmetros que regem as categorias “semelhança” e “diferença” em relação aos fenômenos associados à saúde e à doença que envolvem transmissão, contágio e epidemias a fim de explorar as possibilidades do estabelecimento de relações sociais interespecíficas. Para isso, pretende-se analisar o caso particular das ações populares frente ao surto de febre amarela no Brasil em 2018, que, ao associarem o contágio pela doença às espécies de macacos-tropicais, entre elas os macacos-prego, promoveram ataques violentos e mortes dos animais com os quais, supunha-se, esses humanos haviam estabelecido relações pacíficas e protecionistas, a partir da adesão a princípios gerais de proteção ambiental. Tal análise pretende explorar a desconstrução do sujeito unitário e racional, projeto do pensamento moderno ocidental, buscando outros caminhos, que sugerem reflexões transversais, a partir da crítica aos processos de subordinação entre categorias de pensamento pré-fixadas e a fim de explorar os mecanismos de emergência e tratamento teórico da produção histórico-social das concepções de humano e de animal.
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