Aprendendo a conviver com os tubarões: relações entre humanos e não humanos em Recife e no Arquipélago de Fernando de Noronha (BRA)

Autores

  • Ana Cláudia Rodrigues da Silva Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
  • Rayana Mendonça do Nascimento Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Resumo

As relações entre humanos e tubarões em Pernambuco intensificaram-se a partir da década de 1990, com o aumento de incidentes (ataques) nas praias urbanas de Recife e Região Metropolitana. A partir de então, os encontros multiespécies se multiplicaram atingindo o Arquipélago de Fernando de Noronha, uma das maiores reservas marinhas do Brasil, com o primeiro caso registrado oficialmente em 2015. Tais eventos impactaram a sociedade e realçaram as visões distintas sobre a presença de animais selvagens que ora é evitada, como no caso do Recife, a partir de medidas como a proibição do uso das praias para esportes náuticos como o surf, ora estimulada como em Fernando de Noronha, com o incentivo a visitações à “Ilha dos Tubarões”. Várias hipóteses são apontadas para o aumento dos incidentes, como as modificações ambientais, entretanto, a excessiva presença de humanos nas praias, quer para banhos quer para prática de esportes, aparece como uma das principais causas desses incidentes. Abordagens sobre o convívio interespecífico na antropologia vêm mostrando como o contato entre humanos e animais desencadeiam relações complexas entre agências animal e humana, políticas de natureza e transformações socioeconômicas e culturais decorrentes desse contato.

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Biografia do Autor

Ana Cláudia Rodrigues da Silva, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Professora do Departamento de Antropologia e Museologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Rayana Mendonça do Nascimento, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Mestranda do Programa de Pós-graduação em Antropologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

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Publicado

17-10-2020