Políticas Identitárias - um diálogo com as críticas de Francis Fukuyama e Mark Lilla
DOI:
https://doi.org/10.47456/cadecs.v8i1.33467Resumo
O objetivo do presente ensaio é abordar, prioritariamente a partir da lente analítica da ciência política, as ideias apresentadas em dois artigos essenciais de dois expoentes do pensamento liberal contemporâneo: “Against Identity Politics”, de Francis Fukuyama, e “The End of Identity Liberalism”, de Mark Lilla. Quais as minúcias teóricas, os acertos de diagnóstico, as possibilidades e consequências argumentativas que podemos encontrar nesses dois textos? Ao mesmo tempo, quais as contradições e imprecisões encontradas nesses manifestos? Como explicar o caso do Brasil com base na lógica apresentada pelos autores nesses dois escritos? Observou-se que há um certo receio dos autores, representantes célebres do liberalismo americano contemporâneo, em reconhecer as políticas identitárias como extensão natural do próprio debate liberal. Há uma tensão inerente entre as bandeiras universalistas propostas pelo liberalismo e as pautas grupais promovidas pelos movimentos identitários. Ao mesmo tempo, existe uma possibilidade de conciliação entre o discurso liberal e as pautas identitárias, que tem sido, no geral, pouco explorada pelos baluartes do liberalismo atual. A dosagem das críticas liberais abordadas neste ensaio em relação às políticas identitárias é peça essencial nesse debate. É importante que se reconheça os limites dos discursos identitários. Contudo, as críticas liberais, resumidas nos manifestos de Fukuyama e Lilla, devem ser sempre pautadas numa conciliação, e não no rechaço puro e simples, entre o liberalismo universalista e as pautas particulares, sob risco de um divórcio total que acabaria gerando apenas mais distanciamento e desconfiança entre minorias injustiçadas e a retórica liberal.
Downloads
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
O Caderno Eletrônico de Ciências Sociais detém os direitos autorais dos artigos nele publicados mediante submissão dos autores .O envio espontâneo de qualquer colaboração implica automaticamente a cessão integral dos direitos autorais ao Cadecs.