A cidade aberta ao Céu Xamânico: percurso de pesquisas e práticas ritualísticas no Instituto Xamânico Céu da Ayahuasca em Marabá, Pará

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/cadecs.v12i1.45356

Resumo

Neste trabalho, situamos o município de Marabá, no sudeste do Pará, sua constituição histórica, social e cultural. Refletindo a relação das pessoas com os rios afluentes da cidade - Tocantins, Itacaiunas e Araguaia -, os períodos de inverno/verão amazônico e sua importância para a manutenção de práticas culturais e xamânicas. Foi realizada uma pesquisa no Instituto Xamânico Céu da Ayahuasca, dirigido por Kim Acácio e Iara Domingues, localizado às margens do rio Tocantins e inserido no Projeto de Assentamento Comunidade Boa Esperança, rastreando histórias sobre a criação do local e a relação do rio com as práticas xamânicas. Como metodologia, foi produzida uma entrevista semi-estruturada, etnografia participativa, utilizando caderno de campo e fotografias. Esboçamos a importância dos rios para a comunidade, bem como os atravessamentos xamânicos na cidade, nos rios e florestas nos rituais no/do Instituto.

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Biografia do Autor

Roberta Cruz Correia, Unifesspa

Mestranda no Programa de Pós-graduação em Dinâmicas Territoriais e Sociedade na Amazônia (PDTSA), graduação em Ciências Sociais (FACSAT), ambas pela Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará. Tem experiência com Antropologia, ênfase em acervo etnográfico, antropologia visual e antropologia da religião, bolsista Capes/Cnpq.

Jerônimo S. Silva, Unifesspa

Doutor em Antropologia. Docente no Programa de Pós-graduação em Dinâmicas Territoriais e Sociedade na Amazônia e na Faculdade de Educação do Campo. Instituto de Ciências Humanas da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará. Pesquisa encantaria amazônica, religiões afro brasileiras, afroindígenas, xamanismo e cristianismos.

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Publicado

28-07-2024