Nas fronteiras do pavilhão: uma etnografia na CCPJ de Imperatriz-MA

Resumo

O presente artigo visa analisar as estratégias de ma- nutenção do self em situação de encarceramento. Para tanto, nos valemos de um aporte goffmaniano para analisar a Central de Custódia de Presos da Justiça de Imperatriz (CCPJ-ITZ), unida- de prisional com a maior população carcerária em regime fechado, no interior do estado do Maranhão. Orientados pelas noções de Instituição Total e ajustamentos secundários foram realizados três anos de pesquisa, com a produção de 42 registros fotográ- ficos, anotações de campo, diálogos informais, caminhadas e observações diretas. Mais que um processo de construção social dos presos, verificamos que ocorre um processo de mudan- ça cultural que simplesmente não pode ser rotulado, totalmente, como preso ou liberto. Para demonstrar essa hipótese, o artigo trará situações que demonstraram, em profundidade, as tensões entre a objetividade institucional e subjetividades dos detentos, focando no debate teórico e no estudo detalhado de um pavilhão e de uma cela.