As conexões em Saúde e Ambiente: uma abordagem interdisciplinar

Autores

  • Sílvia Miguel de Paula Peres Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
  • Sônia Regina da Cal Seixas Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

DOI:

https://doi.org/10.24305/cadecs.v2i1.8419

Resumo

O presente artigo trata de um debate teórico a respeito das conexões existentes entre a saúde e o meio ambiente, analisando as consequências da interação ser humano - hábitat. Como metodologia realizou-se o diálogo entre as Ciências Sociais e Naturais, apresentando o conceito de saúde ecossistêmica como fruto dessa conexão. Como principal conclusão, pensa-se que os problemas em saúde e ambiente apresentam características e qualidades heterogêneas, que devem ser investigadas na perspectiva da prevenção e da solução, a curto e longo prazo, levando em consideração as necessidades dos ecossistemas, dos grupos sociais locais, dos indivíduos e dos organismos em sua singularidade. Por esse motivo, as pesquisas científicas devem se abrir a recortes baseados em escalas temporais e espaciais distintas, considerando as incertezas a respeito de processos marcados pela vulnerabilidade socioambiental, vista em amplos sentidos. O presente estudo trabalha com paradigmas que estão se ampliando, e conduzem a enxergar o corpo e a natureza como sistemas análogos, já que interagem, contribuindo para o desenvolvimento de abordagens fundamentadas na interdisciplinaridade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AMORIM, M. Uma sincronicidade para cura. Rio de Janeiro: Hipocampo, 2000.
AUGÉ, M. (org.). A construção do mundo. São Paulo: Edições 70, 1974.
AUGÉ, M. Ordre biologique, ordre social; la maladie, forme élémentaire de l’ évènement. In: M. Auge e C. Herzlich (Eds.) Le sens du mal. Anthropologie, histoire et sociologie de la maladie. Paris: Editions dês Archives Contemporaines (Ordres sociaux), 1984.
AUGUSTO, L. G. S. Saúde e ambiente. In: Saúde no Brasil: contribuições para a agenda de prioridades de pesquisa. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
BARBOSA, S. R. S. Ambiente, subjetividade e complexidade: um estudo sobre depressão no litoral norte paulista. Relatório final, FAPESP, n. 04/10685-3, 2007.
BUCHILLET, D. A antropologia da doença e os sistemas oficiais de saúde. Medicinas tradicionais e política de saúde na Amazônia. Belém do Pará: CEJUP, MPEG/UEP, 1991.
BUSS, P. M. Promoção da saúde e qualidade de vida. Ciência e Saúde Coletiva (on line) v. 5, n.1, 2000.
BUTTEL, F. Sociologia ambiental, qualidade ambiental e qualidade de vida: algumas observações teóricas. In: Herculano, Selene; Porto, Marcelo Firpo de Souza e Freitas, Carlos Machado de (orgs.). Qualidade de vida & riscos ambientais. Niterói: Eduff, 2000.
BUTTEL, F. Instituições sociais e mudanças ambientais. Idéias, ano 8 v.2, Campinas, 2001.
CABRITA, M. T. O ambiente como meio e sistema de relações. In: Castro, A. G.; Duarte, A.; Santos, T. R. (orgs.) O ambiente e a saúde. Lisboa: Instituto Piaget, 2003.
CASTRO, A. G.; DUARTE, A.; SANTOS, T. R. (orgs). O ambiente e a saúde. Lisboa: Instituto Piaget, 2003.
CASTRO, A. G. Prefácio. In: Castro, A. G.; Duarte, A.; Santos, T. R. (orgs). O ambiente e a saúde. Lisboa: Instituto Piaget, 2003.
COSTANZA, R. A vision of the future of science: reintegrating the study of humans and the rest of nature. Futures. 35: 651, 2003.
DURAND, G. As estruturas antropológicas do imaginário. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
FREITAS, C. M. & PORTO, M. F. Saúde, ambiente e sustentabilidade. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2006.
FUNTOWICZ, S. e RAVETZ. Ciência pós-normal e comunidades ampliadas de pares face aos desafios ambientais. História, Ciências, Saúde. v. IV, n.2, 1997.
GOMEZ & MINAYO. Enfoque ecossistêmico de saúde: uma estratégia transdisciplinar. Interfaces – Revista de Gestão Integrada em Saúde do Trabalho e Meio Ambiente, v.1, n.1, 2006.
HANNIGAN, J. Environmental sociology - a social constructionist perspective. Routledge. London and New York, 1997.
HOGAN, D. J. Indicadores socioambientais de sustentabilidade. In: Hogan, D.; Baeninger, R.; Cunha, J. M. P. e Carmo, R. L. (orgs). Migração e ambiente nas aglomerações urbanas. Campinas: NEPO/UNICAMP, 2001.
HOGAN, D. J.; CUNHA, J. M. P.; CARMO, R. L.; OLIVEIRA, A. A. B. Urbanização e vulnerabilidade socioambiental: o caso de Campinas. In: HOGAN, D.; BAENINGER, R.; CUNHA, J. M. P.; CARMO, R. L. (orgs). Migração e ambiente nas aglomerações urbanas. Campinas: NEPO/UNICAMP, 2001.
HOGAN, D. J. Mobilidade populacional, sustentabilidade ambiental e vulnerabilidade social. Revista Brasileira de Estudos de População. V.22, n.2, 2005.
HOGAN, D. J. e MARANDOLA Jr, E. Para uma conceituação interdisciplinar da vulnerabilidade. In: Novas metrópoles paulistas. População, vulnerabilidade e segregação. Campinas: Núcleo de Estudos de População – NEPO/Unicamp, 2006.
IBÁÑEZ, N.; MARSIGLIA, R. Medicina e saúde: um enfoque histórico. In: CANESQUI, A. M. (org.). Ciências sociais e saúde para o ensino médico. São Paulo: Hucitec/ Fapesp, 2000.
LANGDON, E. J. A doença como experiência: a construção da doença e seu desafio para a prática médica. Palestra proferida na Conferência 30 Anos Xingu, Escola Paulista de Medicina, São Paulo, 1995.
LEFF, E. Epistemologia Ambiental. São Paulo: Cortez, 2002.
LEWINSOHN, T. M. A evolução do conceito de biodiversidade. Conciênciaonline, 2001.
LUZ, T. M. Natural, racional, social: razão médica e racionalidade científica moderna. Rio de Janeiro: Campus, 1988.
LUZ, T. M. Medicina e racionalidades médicas: estudo comparativo da medicina ocidental, contemporânea, homeopática, tradicional chinesa e ayuvérdica. Ciências sociais e saúde para o ensino médico. In: CANESQUI, A. M. (org.). São Paulo: Hucitec/Fapesp, 2000.
LUZ, T. M. Cultura contemporânea e medicinas alternativas: novos paradigmas em saúde no fim do século XX. PHYSIS: Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 15 (suplemento), 2005.
McMICHAEL, A. J., BUTLER, C. D., FOLKE, C. New visions for addressing sustainability. Science. v. 302, 2003.
MARANDOLA Jr, E. Vulnerabilidades e riscos na metrópole: a perspectiva da experiência. Artigo apresentado no XI Encontro Nacional da Associação Nacional de pós-graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional – ANPUR. Salvador, 23-27 de maio, 2005.
MARANDOLA Jr, E. e HOGAN, D. J. Vulnerabilidades e riscos: entre geografia e demografia. Revista Brasileira de Estudos Populacionais, São Paulo, v.22, n.1, p. 29-53, 2005.
MINAYO, M. C. S.; HARTZ, Z. M. A.; BUSS, P. M. Qualidade de vida e saúde: um debate necessário. Ciência e Saúde Coletiva (on line) v.5, n.1, 2000.
MINAYO, M. C. S.; MIRANDA, A. C. (Orgs.) Saúde e ambiente sustentável: estreitando nós. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2002.
MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: Hucitec, 2008.
MORIN, E. O paradigma perdido. Portugal: Publicações Europa-América, 1973.
MOURA, L. A. A. Qualidade e gestão ambiental. São Paulo: Editora Juarez de Oliveira, 2004.
PERES, S. M. P. Homeopatia e pensamento analógico. (Dissertação de Mestrado em Sociologia – UNESP). Araraquara, 2003.
PERES, S. M. P. A homeopatia, o mana e a ratio hermética. Política & Trabalho, nº21, 2004.
PERES, S. M. P. O corpo como linguagem e a linguagem dos sinais. Humanitas. v.8, n.1/2, 2005.
PERES, S. M. P. As Vertentes Terapêuticas em Ilhabela: Transformações socioambientais, Processos Saúde-Doença e Relações Ser Humano-Natureza. Tese de doutorado apresentada ao Núcleo de Pesquisas Ambientais NEPAM – IFCH – UNICAMP, 2009.
PIGNATTI, M. G. Saúde e ambiente: as doenças emergentes no Brasil. Ambiente e Sociedade, v. 7(1), 2004.
PORTO, M. F. S.; PIVETTA, F.; SOARES, M.; MOREIRA, J.; FREITAS, C. M. Abordagens ecossociais: Pensando a complexidade na estruturação dos problemas em saúde e ambiente. Artigo apresentado para o II Encontro da ANPPAS – Associação Nacional de Pós-Graduação em Ambiente e Sociedade – GT 05: Ambiente e Saúde, Indaiatuba, 2004.
RAPPORT, D. J.,COSTANZA, R. AND McMICHAEL. Assessing ecosystem health. Trends in Ecology and Evolution. V. 13, n.10, 1998.
SABROZA, P. C. Estudos epidemiológicos na perspectiva do aumento da vulnerabilidade dos sistemas socioambientais brasileiros. Epidemiologia e Serviços de Saúde. 16 (4): 245-250, 2007.
ZÉMPLÉNI, A. A “Doença” e suas “Causas”. Cadernos de campo. São Paulo, n.4, 1994.

Downloads

Publicado

30-06-2014