Ulume: o homem no silêncio da granada
Resumo
O artigo visa analisar algumas razões do silêncio do personagem Ulume, sobrevivente das guerras angolanas, na obra Parábola do Cágado Velho (2005), de Pepetela. Para isso, utilizamos os textos Narrar o trauma, de Márcio Seligmann-Silva (2008), e Memória, esquecimento, silêncio, de Michael Pollak(1989), os quais elucidam o mutismo a partir do grau de violência a que o sobrevivente é submetido e a falta de uma escuta para seu trauma.Gostaria de iniciar minha reflexão recuperando algumas considerações de Jaime Ginzburg (2000), em seu texto Autoritarismo e literatura: a história como trauma, em que ele faz uma abordagem da categoria do trauma a partir de alguns escritores literários brasileiros que “estiveram atentos ao quanto há de violência, injustiça e agonia na sociedade brasileira, e trouxeram a problematização do externo para o interno, atingindo assim a forma de suas criações.” Ginzburg ainda afirma que a “crise do sujeito, no Brasil, não se dá nas mesmas condições nem pelas mesmas razões que se dá em países europeus”, uma vez que a “violência é, conforme Karl Erik Schollhammer, constitutiva de nossa formação social” (GINZBURG, 2000, p.45).
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Publicado
31-08-2016
Edição
Seção
GT1 - Africanidades e Brasilidades em Literaturas