A práxis da cosmovisão africana no ensino de matemática: um diálogo espistemológico.
Resumo
O presente artigo visa problematizar os processos de subjetivação de matriz colonial-ocidental imbricadas na práxis do ensino de matemática. Compreendo a matriz colonial-ocidental marcada por uma cosmovisão essencialista, excludente e calcada em lógicas dicotômicas que aprisiona a vida em regimes de binarismos, que, podem funcionar como armadilhas ideológicas para a interdição da práxis da cosmovisão africana no ensino de matemática. Para Oliveira (2003) as categorias fundamentais da estrutura mental ocidental é pensar por contradição. A matriz cultural africana, diferente desta, apresenta lógicas includentes, pensa-se por analogia e participação, não por pureza e contradição, onde os elementos se comunicam e se complementam. Essa diferença cultural nos impulsiona refletir as práticas curriculares na educação brasileira e, em especial, no ensino de matemática. De maneira concisa, se fosse possível traduzir o universo africano, diríamos que “para o africano ‘o visível constitui manifestação do invisível’. Para além das aparências encontra-se a realidade, o sentido, o ser que através das aparências se manifesta” (RIBEIRO apud OLIVEIRA, 2003, p. 40).