Afrobrasilidade, religião e teatro: o retrato do candomblé em Aruanda (1946), de Joaquim Ribeiro.
Resumo
O objetivo do artigo é analisar as práticas religiosas do candomblé a partir da peça de teatro Aruanda, de autoria de Joaquim Ribeiro, que traz um pouco das várias faces dessa religião de matriz africana, trazida pelos escravizados para o Brasil na época da colonização. A justificativa da pesquisa é resgatar a peça de Joaquim Ribeiro, que foi esquecida nos estudos literários. A metodologia é bibliográfica. O resultado mostra a transformação de Rosa Mulata, afrodescendente que rejeitava o Candomblé, mas depois não só passa acreditar, como também evoca uma entidade, Gangazuma, para assim obter prazer.
Escrita no ano de 1946, para apresentação no Teatro Experimental do Negro (TEN), liderado por Abdias do Nascimento, o título da peça, originalmente, um topônimo que os negros africanos designavam o porto principal de Angola. Depois, na mitologia afro-brasileira, como na umbanda, passou a designar um lugar utópico: “o paraíso da liberdade perdida, uma cidadela de luz etérica que orbitaria a ionosfera do planeta Terra, em uma dimensão espiritual de transição”. (ARUANDA, on-line, p. 1)