A educação permanente para idosos no fortalecimento de direitos sociais

Autores

  • Edinalva Pinto Poça
  • Sara do Nascimento Martins
  • Regiane de Nazare de Sousa Rocha

Resumo

O envelhecimento humano é entendido como um processo natural e universal ao ser humano, com múltiplas determinações: biológicos, psicológicos, sociais, econômicos e culturais. De acordo com Faleiros (2014) ao se tratar da velhice é preciso considerar as perdas de funcionalidade, sociais e no processo de trabalho, isto se remete as relações estabelecidas na sociedade capitalista, no qual prioriza o aumento do capital, em detrimento da produção das necessidades humanas do produtor, isto é, responsável pela reprodução e ampliação das desigualdades sociais. Como resultado dessa relação, o envelhecimento torna-se uma expressão da questão social, uma vez que, a força de trabalho dos mesmos é desvalorizada pela lógica do capital, pelo fato de não se “adequar” as novas tecnologias utilizadas no meio de produção. 

Pesquisas revelam que população brasileira está envelhecendo vertiginosamente, e isso se deve ao fato de os idosos equivalerem a uma parcela da população cada vez mais expressiva do ponto de vista numérico em relação à população total. Segundo os dados do IBGE (2010) apontam que, em 2070 o percentual de idosos representará 35% do total da população brasileira. Atualmente, esse percentual equivale a 11,7%, com índices que este indicador dobraria para 23,5% no ano de 2039.

A partir dessa realidade a Universidade Federal do Pará, na década de 90,  implanta o Programa de Ensino, Extensão e Pesquisa Universidade da Terceira Idade- UNITERCI, no qual são desenvolvidos Projetos de Extensão como “A Terceira Idade em Educação Permanente em Áreas de Graduação na UFPA”, nesse sentido o conceito de educação permanente é tido como um processo contínuo de aprendizagem e de ressignificação da pessoa idosa, assim o objetivo do projeto é favorecer a apropriação de novos conhecimentos, habilidades e a valorização da pessoa idosa, além  de compreender a intergeracionalidade, como um processo que por si só, promove a igualdade entre as gerações, pois a partir do convívio entre jovens e idosos em sala de aula pode-se emergir um relacionamento baseado no diálogo e no respeito entre as diferenças etárias.

                   Dessa forma, o projeto desenvolve atividades em parceria com diversas faculdades para incluir os idosos nas disciplinas ofertadas por diferentes áreas do saber científico na condição de alunos ouvintes, com vista à aquisição, troca e atualização de conhecimentos, promovendo a intergeracionalidade entre os envolvidos nas atividades. O projeto também atua em parceria com Faculdade de Engenharia Mecânica, no qual são desenvolvidos cursos de informática nas modalidades: básico e avançado, através da Ação Inclusão Digital, uma vez que o desenvolvimento do meio técnico científico e informacional proporcionou o avanço das tecnologias, concomitante ao processo de estigmatização do acesso ao meio tecnológico, a partir disso, a finalidade é atualizar os conhecimentos dos mesmos e a descoberta de novos saberes por meio de ferramentas como, computadores, redes sociais etc, essas ações possibilitam o exercício da autonomia e independência do idoso participante.

Nesse sentido o projeto Educação permanente cumpre o seu papel junto a sociedade, amenizando os danos causados pela exploração que o capital exerce sobre o trabalhador aposentado ou não, pois o objetivo do projeto não é apenas ocupar o tempo dos idosos e sim conscientiza-los da importância de sua participação na sociedade, os empoderando para que possam cobrar a efetivação de seus direitos, além de estimular os idosos para  que adotem  posturas mais críticas em relação à forma como a sociedade vê a velhice.

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Publicado

04-06-2018