Crise do capital: rebatimentos na educação e na formação profissional

Autores

  • Ana Paula de Magalhães Leite
  • Simone da Cunha Tourino Barros
  • Monica Freitas Ferri

Resumo

            Este trabalho tem como objetivo problematizar a crise do capital, seus rebatimentos na Educação, bem como na formação profissional em Serviço Social, tendo o estágio na Extensão Universitária como o eixo central de análise.

A crise do capitalismo Tardio, afetou profundamente o papel do Estado e as políticas sociais. Para Antunes (2008), o capitalismo contemporâneo vem assumindo configurações que acentua sua lógica produtiva, implementando um vasto processo de reestruturação do capital.

Dentro da reestruturação, a Reforma que se processa no interior do Estado, com vistas a enxugá-lo, levou ao corte de recursos para as políticas sociais, bem como a uma mercantilização das mesmas. Para Behring (2003, p.178), os serviços como a Educação, saúde, cultura e pesquisa científica são direcionados para a esfera do “setor público não-estatal”, no processo caracterizado como publicização.

Reportando-se ao campo das reformas implementadas na educação superior, nos anos 2000, Cislaghi (2011) aponta que as medidas, no governo Lula, então, determinaram o crescimento acelerado do setor de ensino superior privado, e mudanças que alteraram as Universidades públicas por dentro, num processo de contrarreforma.

No bojo do processo de Expansão surgem algumas Universidades Federais, dentre elas a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, na qual estou inserida enquanto docente, que sofre todos os rebatimentos, inclusive no que se refere aos impactos para o perfil de formação profissional dos assistentes sociais.

Nesse sentido, é que para Cislaghi (2011),

Desde 1990, as universidades brasileiras vêm passando por uma contrarreforma que visa adequá‑las às necessidades do capi­talismo atual. Essa realidade mais recentemente tem afetado as uni­versidades públicas por meio de mudanças curriculares, superexplo­ração do trabalho docente e financiamento por contratos de gestão, o que impacta negativamente na formação dos assistentes sociais, da forma como é preconizada pelo projeto ético‑político profissional (CISLAGHI, 2011, p. 247).

 

Ao considerarmos os princípios estabelecidos na PNE (2010), bem como pelas Diretrizes Curriculares para o Curso de Serviço Social da ABEPSS temos que o estágio supervisionado torna-se um grande desafio na atualidade. É importante destacar o estágio realizado na Extensão Universitária nas Instituições Públicas com cursos presenciais.

O estágio curricular realizado nas Extensões, considerando que diante de todo o contexto de flexibilização da Educação, tem sido tomado como uma válvula de escape. Os projetos de Extensão são criados muitas das vezes apenas para receber estagiários, uma vez que, faltam campos de estágio nas cidades onde as Universidades foram criadas. Há também uma sobrecarga dos docentes no que se refere a qualidade da supervisão, uma vez que os mesmos já se encontram sobrecarregados das outras atividades de sua responsabilidade. Nesse sentido, o Estágio tem se configurado, como uma atividade precária, e se constituindo apenas como cumprimento formal dos requisitos exigidos para formação, o que torna um desafio buscar atender as exigências postas pela Política Nacional de Estágio – PNE e pela Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa – ABEPPS.

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Publicado

04-06-2018