Fotografia da realidade social: contribuição à formação do assistente social

Autores

  • Marciel da Silva Cordeiro
  • Aldisseia da Penha Alochio Curitiba
  • Angela Maria Caulyt Santos da Silva

Resumo

A fotografia é forma documental de temas sociais: guerras, catástrofes, epidemias e outros registrados por fotógrafos como Robert Capa, Sebastião Salgado, Dorothea Lange, João Roberto Ripper e Ratão Diniz. As lentes nos ensinam que além de ver, precisamos aprender a enxergar. A fotografia congela o tempo presente e conta história. No Brasil, fotógrafos como Luis Humberto, Hélio Campos Mello, Orlando Brito e Milton Guran, denunciaram a ditadura militar e mostraram a realidade social por outro olhar. Conforme Ledo (1998) uma das principais correntes da fotografia documental é a denúncia social. É a imagem que leva à crítica, com propósito de intervenção. Segundo Prates (2007) a arte da fotografia, nos possibilita uma melhor leitura da realidade, nos mostra como é a organização das pessoas em situação de rua, e na maioria das vezes é mais precisa do que a escrita. Na palestra do fotógrafo Ratão Diniz, realizada pelo Grupo de Estudo e Pesquisa Culturas e Diversidade (GEPCD) em 9 de agosto de 2017, no Auditório do Centro de Pesquisa da Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (Emescam) foi um momento para refletir sobre o potencial da fotografia no Serviço Social. Também na Semana de Serviço Social Emescam-2017, em 15 de maio, o GEPCD apresentou Exposição Fotográfica “Temas do Serviço Social” com autoria de uma mestranda e um graduando, junto a um Sarau Poético. Objetivou-se descrever sobre o uso de fotografias na formação em Serviço Social, refletindo sobre a palestra de Ratão Diniz.  Refere-se a um estudo qualitativo, bibliográfico, relato de experiência, com utilização de registros do GEPCD: atas, relatórios, portfólio e fotografias. Destacam-se como resultados: Ratão fotografa festas populares e o Complexo da Maré, Rio de Janeiro-RJ e apresenta expressões da questão social existentes no cotidiano. Na relação entre a fotografia e o fotografado tem compromisso ético-político, sempre com permissão para fotografar a vida: gênero, populações subalternizadas, desigualdade social e ocupação sócio espacial urbana. Iniciou no ofício de fotografar, registrando suas memórias, afetos da sua história de vida e replica capturando este universo de outras histórias de vida, busca a essência do passado. Demonstrou despojamento para encarar as dificuldades com resiliência e mediante as adversidades do mundo vivido - busca o contraponto - a persistência. A sua lente não é mercadológica. Observou-se que há compromissos com a cultura popular. Produz sem recursos governamentais, pois as manifestações culturais populares não entram na agenda governamental. Há sensibilidade de olhar para o social com problematização, pois cultura é reconhecimento, identidade e ethos social e a ética que reconstrói, tem significados e sentidos da vida. Conclui-se que a importância da fotografia é indiscutível à formação inicial e continuada em Serviço Social. Sem ela milhares de pessoas afetadas pelas expressões da questão social, estariam fadadas a uma invisibilidade ainda maior e deixariam de receber ajuda humanitária. Na maioria das vezes a fotografia é capaz de causar maior impacto que os outros meios de comunicação, ademais a fotografia documental é difusora de informações, provedora de prazer estético e formadora de opinião.

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Publicado

04-06-2018