Trabalho e exploração do trabalhador nos países de capitalismo tardio
Resumo
Introdução
A partir dos anos de 1970, ocorreram mudanças significativas no mundo do trabalho, sobretudo, nos países de capitalismo tardio, nos quais a condição de trabalho da classe que vive no trabalho se agudizou, para atender aos interesses do capital. Diante disso, nos propomos, a realizar alguns apontamentos sobre o trabalho e a sua recente expressão nos países de capitalismo tardio, a partir de uma análise teórica Marxista.
O trabalho se apresenta para Marx (1974), como uma necessidade natural do homem na sua relação com a natureza, que a transforma, para atender as suas necessidades. Mas no modo de produção capitalista, o trabalho se torna uma mercadoria, que é comprada pelos capitalistas, para que sejam produzidas outras mercadorias que obtenham valores de uso e que possam ser comercializadas, gerando a mais-valia.
Marx (2004, p. 231) compreende que a mais-valia “se origina de um excedente quantitativo de trabalho, da duração prolongada do mesmo processo de trabalho”. Como o objetivo do capitalista é produzir cada vez mais lucro e mais mais-valia, concorda-se com Marx (2004) e Marini (2012), quando destacam que a valorização do capital significa proporcionalmente ao trabalhador a sua exploração.
Considerações Acerca do Trabalho nos Países de Capitalismo Tardio
No pós-Segunda Guerra Mundial, o modo de produção capitalista se desenvolveu de forma expressiva. Aumentando as disputas e concorrências entre os capitalistas no que se refere a tecnologia e ao mercado. Dentro desse contexto, temos os países que entraram nesse estágio do capitalismo tardiamente. Esses países são marcados pela intervenção Estatal, que objetivam obter altas taxas de lucros e garantir condições favoráveis a acumulação capitalista. Mandel (1982) afirma que a intervenção estatal é representada pela inflação, subvenção e estimulação. Esses países são centralizados no capital internacional e participam da Divisão Internacional do Trabalho, que os divide em países periféricos e centrais.
Essas medidas são estratégias do capital para saída da crise do processo de produzir valor. Assim, tem-se um novo tipo de desenvolvimento das forças produtivas, no qual há a substituição do capital variável (força de trabalho) pelo capital constante (maquinarias), do trabalho vivo pelo trabalho morto. Ocorre uma maior precarização dos vínculos de trabalho, além da maior flexibilização e terceirização do trabalho.
Sobre esses países de capitalismo tardio, Mandel (1982) pontua que o nível de exploração aumenta ainda mais nos momentos de crise, ao passo que cresce a taxa de desemprego. A condição de trabalho no modo de produção capitalista se acirra cada vez mais, sobretudo, nos países de capitalismo tardio.
Conclusão
O capitalismo passa por crises e buscando reinventar-se, aumenta o investimento em tecnologias que permitem obter cada vez mais mais-valia. Entretanto, para que isso ocorra, ele coloca cada vez mais trabalhadores fora do mercado de trabalho. E, os trabalhadores que continuam ocupando seus postos, trabalham mais e recebem menos, já que o mercado dispõe de trabalhadores que, devido as necessidades, se condicionam a trabalhos precarizados, principalmente em momentos de crise. Os países de capitalismo tardio submetem os seus trabalhadores a níveis de exploração cada vez maiores, para que consigam permanecer na disputa pelos mercados e enquadrados no capitalismo.