Modos de subjetivação de mulheres negras: as narrativas na clínica psicológica

Autores

  • Delani Ferreira dos Santos
  • Luziane Siqueira

Resumo

Contam quatro séculos ininterruptos o período da escravidão no Brasil. Para Lobo (2008), “por tudo isso, não se pode desprezar o impacto social do escravismo na constituição de nossas formas de vida, nos traços culturais que os africanos legaram, nas relações de poder e todo seu efeito direto ou indireto na produção de corpos” (p. 142). Isto é, sob a égide do escravismo deu-se legitimidade à construção dos corpos da categoria “sub-humano” e consequentemente a seleção das vidas que merecem ser dignamente vividas e os sofrimentos que merecem ser lembrados. Demarca-se, portanto, os corpos que são dignos e os corpos que são indignos às práticas do cuidado. Os corpos próximos e os corpos distantes da atenção e do olhar psi. Novamente com Lobo (2008): “do corpo domesticável do escravo, amansado pelos castigos e pelo excesso de trabalho, derivou o corpo descartável, tornado imprestável pelos mesmos motivos e pelas doenças” (p. 143). 

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Publicado

03-12-2020

Edição

Seção

Comunicações Orais - Classe social, gênero, raça, etnia e diversidade sexual