A investida da pandemia da COVID-19 sobre os movimentos sociais

Autores

  • Marco Aurélio Silva Juscelino Universidade Federal de Viçosa (UFV)
  • Júnia Marise Matos de Sousa Universidade Federal de Viçosa (UFV)

Resumo

1

  • Introdução

 

O presente trabalho é fruto dos resultados obtidos por meio da pesquisa de Iniciação Científica (PIBIC/CNPq 2021-2022), em Viçosa, Minas Gerais. Os resultados explicitaram o impacto da pandemia na atuação e continuidade dos movimentos sociais, que tiveram suas estratégias alteradas em um cenário inédito de acirramento da correlação de forças, marcado por uma crise sanitária que revelou e acentuou as diversas contradições presentes no cotidiano social. Objetiva-se se debruçar sobre estas modificações, analisando as estratégias das organizações sociais frente ao avanço dos impactos do capital nesta conjuntura. De caráter exploratório e qualitativo, situou-se sob vista de uma sociedade que obedece aos ditames do capital, o que apresenta mudanças na forma de sociabilidade. Foi utilizada uma análise documental e entrevistas semiestruturadas com participantes dos movimentos, que foram codificados por letras, de amostra não probabilística. Para a análise de dados foi realizado um agrupamento e categorização de modo a encontrar padrões relevantes. Utilizou-se principalmente a perspectiva de Gohn (1997), sob o quadro do materialismo histórico-dialético.

2   Desenvolvimento

 

Foram identificados 32 movimentos, e três deles se encontravam findados ou inativos em decorrência da pandemia, deflagrando-se como o principal estopim. Para o entrevistado A: “A pandemia desarticulou o grupo, limitou a participação e mobilização em virtude da baixa adesão às tecnologias e até mesmo aos recursos financeiros”. Das dificuldades enfrentadas, dos 31 participantes entrevistados, 12,9% afirmaram ligação direta com a pandemia. Comprovando o caráter avassalador da crise sanitária da COVID-19, grande parte dos participantes afirmaram que o nível de impacto na atuação dos movimentos foi alto, exigindo novas posturas e ações, alterando a dinâmica interna das organizações. Como alternativa, os movimentos, em sua maioria, optaram pela atuação de forma remota. As redes sociais foram destaque de alcance, trazendo a possibilidade de ampliar a mobilização. Porém, tem-se uma exaustão extrema no que diz respeito aos desgastes trazidos pelos meios de comunicação, assim como a inacessibilidade de alguns grupos, como as organizações de comunidades quilombolas, que tiveram grande dificuldade de acesso, devido às suas individualidades.

3   Conclusão

Em vista às questões supracitadas, os movimentos sociais sofreram grandes alterações em suas atividades em resposta à crise sanitária. Em um cenário de extrapolação das contradições do capital, em um movimento onde as organizações societárias tiveram suas continuidades defrontadas frente ao avanço neoconservador e ultraneoliberal. Portanto, a luta cotidiana e o fortalecimento dos movimentos sociais se demonstra enquanto um imperativo para alterar o atual cenário de barbárie.

 

Palavras-chave: Movimentos sociais. Pandemia. Sociedade.

 

Keywords: Social movements. Pandemic. Society.

 

Referências

 GOHN, Maria da Glória. Movimentos sociais na contemporaneidade. Revista brasileira de Educação, v. 16, p. 333-361, 2011.

GOHN, Maria da Glória. Teoria dos Movimentos Sociais: Paradigmas clássicos e contemporâneos. São Paulo, 1997.

 

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Biografia do Autor

Marco Aurélio Silva Juscelino, Universidade Federal de Viçosa (UFV)

Graduando em Serviço Social na Universidade Federal de Viçosa.

Júnia Marise Matos de Sousa, Universidade Federal de Viçosa (UFV)

Doutora em Geografia pela Universidade Federal de Sergipe e professora do Departamento de Economia Doméstica da Universidade Federal de Viçosa.

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Publicado

13-06-2023