A pesquisa em serviço social como estratégia para intervenção profissional efetiva
Resumo
1 INTRODUÇÃO
O debate acerca da pesquisa como estratégia profissional para a atuação interventiva do Serviço Social se tornou extremamente relevante no que diz respeito à efetivação dos direitos. Entende-se que a prática profissional necessariamente precisa estar vinculada a um arcabouço teórico, para que então, o profissional realize a sua intervenção na realidade concreta. O Serviço Social a partir dos anos de 1980, passou a ganhar destaque no que tange a realização de pesquisas científicas, onde vale ressaltar:
A pesquisa que, necessariamente, gera a produção do conhecimento tornou-se pré-requisito ao assistente social, sendo por meio da investigação científica, que na verdade é a sistematização de uma determinada realidade social, o profissional consegue apreender as intrincadas conexões do real e, assim, construir um caminho mais seguro para aproximar-se de respostas concretas tão almejadas nas suas investigações (LARA, 2007, p. 74).
O presente texto justifica-se no sentido de pontuar a necessidade e importância da pesquisa na atuação dos assistentes sociais, fornecendo aos profissionais um alicerce para o exercício de uma prática profissional efetiva e transformadora.
- A PESQUISA COMO SUBSÍDIO DO SERVIÇO SOCIAL NA EFETIVAÇÃO DOS DIREITOS
No que tange ao desenvolvimento científico profissional, cabe destacar o movimento de reconceituação, onde Netto (2005) afirma que este movimento buscou a erosão do tradicionalismo intrínseco no Serviço Social, e com isso, uma nova leitura da realidade e pesquisa. A busca por uma pluralidade teórico-metodológica profissional se concretiza na construção do Código de Ética da profissão de 1993.
A pesquisa científica produzida no âmbito do Serviço Social é indispensável para o exercício profissional, onde se faz necessário o conhecimento de fundamentos teóricos e métodos de pesquisa para a análise da realidade investigada, tendo assim, posteriormente, uma maior efetividade na intervenção do profissional. A atuação do Serviço Social é caracterizada como:
atendimento de demandas e necessidades sociais de seus usuários, podendo produzir resultados concretos nas condições materiais, sociais, políticas e culturais na vida da população com qual trabalha, viabilizando seu acesso a políticas sociais, programas, projetos, serviços, recursos e bens de natureza diversa. (YAZBEK, 2009, p. 13-14).
A partir disso, a pesquisa no âmbito do Serviço Social proporciona alternativas de enfrentamento às demandas dos usuários, e tal feito se dá por meio das explicações e entendimento dos aspectos sociais, políticos e econômicos da sociedade que são identificadas por meio das respostas oriundas das pesquisas.
- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesse sentido, podemos enfatizar a área do Serviço Social no âmbito da investigação e pesquisa científica como propulsora da alteração da realidade social, através do fortalecimento e ampliação da democratização da produção de conhecimentos, o qual possui um papel social, científico e político para proporcionar uma boa qualidade nos serviços e atendimentos sociais à população, classificando-se como um subsídio base para a intervenção profissional adequada na atuação profissional do assistente social.
O assistente social, enquanto profissional qualificado e responsável pela apreensão, reflexão e transformação da realidade, utiliza a pesquisa como alicerce na sua atuação profissional, visando um maior compreendimento da demanda exposta para determinar com eficácia as ações interventivas em prol da viabilização do acesso aos direitos de seus usuários.
REFERÊNCIAS
LARA, Ricardo. Pesquisa e Serviço Social: da concepção burguesa de ciências sociais à perspectiva ontológica. Revista Katálysis, v. 10, p. 73-82, 2007.
NETTO, Jose Paulo. Ditadura e Serviço Social: uma análise do Serviço Social no Brasil pós-64. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2005.
YAZBEK, Maria Carmelita et al. O significado sócio-histórico da profissão. Serviço Social: direitos sociais e competências profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, p. 125-143, 2009.