Microtrabalho: Uma reflexão da gestão algorítmica do trabalho

Autores

  • Thaís Lopes Vasconcelos Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
  • Cláudia M. Costa Gomes Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
  • Gleizielle N. Coutinho B. de Araújo Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Resumo

INTRODUÇÃO/OBJETIVO:

O presente trabalho foi produzido com base nos resultados iniciais da dissertação de mestrado, em andamento, do Programa de pós-graduação em Serviço Social da Universidade Federal da Paraíba, intitulado: “Microtrabalho: uma reflexão da gestão algorítmica do trabalho e suas implicações no capitalismo brasileiro”.  Tem como objetivo analisar a precarização do trabalho no capitalismo de plataforma e sua particularidade em um país periférico como o Brasil, tomando como referência os estudos sobre microtrabalho através do crowdwork, com a plataforma Amazon Mechanical Turk.

DESENVOLVIMENTO:

 Buscamos analisar as mudanças no capitalismo que modificou sua forma organizacional quando passou a operar a partir das intituladas tecnologias digitais. Alguns autores denominaram esse fenômeno como capitalismo de plataforma (SRNICEK, 2017). Nestes termos, procuramos analisar o capitalismo de plataforma e suas particularidades nas relações entre capital e trabalho, tomando como referência os estudos sobre microtrabalho. Trata-se de analisar a particularidade do fenômeno a luz da perspectiva crítica. O trabalho se justifica partindo da necessidade de proporcionar maior entendimento das características com que operam a lógica do grande capital no capitalismo contemporâneo, uma vez que, os detentores das tecnologias se situam numa poderosa posição estratégica. Entendemos tratar-se de uma pesquisa qualitativa. Para atingir tais objetivos recorremos à pesquisa bibliográfica e documental. Consideramos o tema atual e de relevância acadêmica, pois o objeto de estudo necessita de pesquisas que ampliem o foco de discussão em torno dessas novas formas de operação do modo de produção capitalista na era digital e da necessidade de compreender a precarização do trabalho a partir das plataformas digitais.

CONCLUSÃO:

Em síntese, inicialmente, averiguamos que existe um número considerado de publicações relacionadas ao capitalismo de plataforma, no campo da sociologia do trabalho, psicologia, comunicação, tecnologia e direito, dos quais destacamos as obras de (ANTUNES, 2020), (GOMES; ALCANTARA; CARVALHO, 2021), (ABILIO, 2021), (BRAZ, 2021) (GROHMANN, 2020), (KALIL, 2019), (BERG et al., 2020), e (SRNICEK, 2017). Entretanto, ainda há escassez do tema no âmbito do Serviço Social, principalmente quando fazemos o recorte na especificidade do microtrabalho, tendo em vista, a particularidade/peculiaridade desse trabalho, em que essas empresas (detentora das plataformas) têm muito poder e dificultam o acesso aos dados desses trabalhadores, que por conseguinte, estão espalhados e dispersos pelo mundo, o que de certa forma, pode dificultar sua organização e a busca por uma legislação trabalhista adequada e pautada em direitos. O que se sabe é que na sua grande maioria, esses trabalhadores acabam ficando invisibilizados. Os resultados iniciais destacam que: o principal ativo das plataformas são os dados, o microtrabalho se expressa na assimetria da informação, na desregulamentação e na tendência a desqualificação do trabalho.

REFERÊNCIAS:

ABÍLIO, Ludimila. C. Uberização como apropriação do modo de vida periférico. In: GROHMANN, Rafael (org.). Os laboratórios do trabalho digital. São Paulo: Boitempo, 2021, p. 85-91.

ANTUNES, Ricardo. O privilégio da servidão: o novo proletariado de serviço na era digital. 2 ed. São Paulo: Boitempo editorial, 2020.

BERG, Janine. et al. As plataformas digitais e o futuro do trabalho: promover o trabalho digno no mundo digital. Genebra:  Bureau Internacional do Trabalho, 2018.

BRAZ, Matheus. V. Heteromação e microtrabalho no Brasil. Sociologias, 23, n. 57, p. 134-172, 2021.

GOMES, Claudia. M. C. ALCANTARA, L. Fabiana.; CARVALHO, A. Liana. Crise do capital e precarização do trabalho: o Brasil em tempos de covid-19. O Social em Questão (online), v. 1, p. 149-172, 2021.

GROHMANN, Rafael. Plataformização do trabalho: características e alternativas. In: ANTUNES, R. (Org.). Uberização, Trabalho Digital e Indústria 4.0. São Paulo: Boitempo. 2020.

KALIL, Renan.  B. Capitalismo de plataforma e Direito do Trabalho: crowdwork e trabalho sob demanda por meio de aplicativos. 2019. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

SRNICEK, N. Capitalismo de plataformas. Tradução GIACOMETTI, A. Buenos Aires: 2018.

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Biografia do Autor

Thaís Lopes Vasconcelos, Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Mestranda do Programa de Pós-graduação em Serviço Social da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Bolsista FAPESQ.

Cláudia M. Costa Gomes, Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Orientadora e professora permanente do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Economia Política e Trabalho (GEPET). Bolsista Produtividade CNPq.

Gleizielle N. Coutinho B. de Araújo, Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Graduanda em Serviço Social na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Bolsista de Iniciação científica – CNPq.

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Publicado

13-06-2023