A uberização do trabalho e os mecanismos ideológicos de exploração

Autores/as

  • Bianca Neves Arnaud

Resumen

Este estudo tem o propósito de apresentar como os mecanismos ideológicos disseminados na uberização intensificam a exploração da força de trabalho. É resultado de perspectivas apontadas na pesquisa que subsidiou a elaboração da dissertação de mestrado da autora deste, no Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da Universidade Federal do Pará, ocasião em que se analisou o fenômeno da plataformização e uberização do trabalho, em particular, o trabalho dos(as) entregadores(as) por aplicativos no município de Belém-Pará. Discutir a disseminação de ideologias que concebem o trabalho uberizado como autônomo e flexível, no qual o(a) trabalhador(a) pode trabalhar o dia, a hora e o quanto quiser, se constitui necessário, vistto que estes mecanismos têm acarretado novas formas de precarização do trabalho e da vida, nas quais, permeados(as) por um cotidiano extremamente precário, marcado por riscos eminentes de saúde/vida e sem direitos sociais/trabalhistas/previdenciários, os(as) trabalhadores(as) não percebem a lógica perversa de exploração e dominação que os(as) circundam. Assim, entende-se que a propagação destas ideologias representa mais uma estratégia do capital de incidir na subjetividade da classe trabalhadora, possibilitando, assim, a intensificação da exploração da força de trabalho, visto que, a captação dessas falácias viabiliza ao capital a isenção das responsabilidades trabalhistas e previdenciárias; o mascaramento do controle, da subordinação e da exploração da força de trabalho; a transferência dos custos e riscos do trabalho para os(as) trabalhadores(as), e, principalmente, a dominação destes(as) que acreditam dispor de liberdade.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Publicado

27-08-2024