O Ofício da Origem
uma leitura de 'Sobre o futuro de nossos estabelecimentos de ensino' de Nietzsche
Resumo
O livro O ofício da origem (2016), de autoria de Fabiano Lemos – professor adjunto na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) –, é continuação do trabalho desenvolvido em seu livro anterior, Soldados e centauros. Educação, filosofia e messianismo no jovem Nietzsche, 1858-1869 (2015). O autor pretende neste novo livro analisar os textos das conferências Sobre o futuro de nossos estabelecimentos de ensino que foram proferidas pelo jovem Nietzsche em 1872. A metodologia de análise utilizada, a arqueologia foucaltiana, fornece ao leitor uma obra que não é apenas uma exegese dos textos das conferências, mas que desenvolve uma certa compreensão histórica em torno das posições adotadas e dos conceitos utilizados por Nietzsche naqueles textos. Nesse sentido, Lemos afirma que Nietzsche proferiu as conferências no museu da cidade de Basileia “abordando a questão que estava na ordem do dia: a guerra cultural entre, de um lado, os professores das assim chamadas disciplinas ‘humanistas’, as Geistwissenschaften, e, de outro, os partidários de uma educação pragmático-tecnicista, que o recente, embora tardio, desenvolvimento econômico da Alemanha naquele período permitiu que entrassem em cena.” (p. 17). Assim, o livro, que é dividido em dois capítulos com duas subseções cada um, busca alinhar Nietzsche ideologicamente ao primeiro grupo de professores envolvidos nesta disputa, sem com isso reduzir seu pensamento a uma tendência ou deixar de explorar suas sutilezas.
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