Perfeccionismo e realismo moral em Nietzsche
Resumo
O presente artigo pretende analisar os pressupostos teóricos da posição normativa avançada por Nietzsche no horizonte de sua crítica dos valores, e que tem sido considerada, no interior da literatura mais recente, como uma forma de perfeccionismo, na medida em que propõe a realização da grandeza e da excelência humanas como o valor mais elevado, em detrimento de valores como o bem estar, a felicidade, a sociabilidade, a igualdade, a compaixão e o altruísmo. Minha pergunta principal é: o que autoriza Nietzsche a atribuir um valor inegociável à excelência, em detrimento desses outros valores? Nesse sentido, meu interesse é analisar conceitualmente as bases da teoria normativa e metaética do perfeccionismo nietzscheano. A resposta que proponho para essas questões vai na direção de um realismo moral, em que “moral” indica o campo amplo dos valores tal como compreendidos à luz do modelo da vontade de poder. Essa interpretação sugere que é a vontade de poder que fornece a base teórica de justificação para o perfeccionismo nietzscheano. Minha argumentação geral se orienta pelo debate entre Donald Rutherford e Thomas Hurka, e eu busco defender a posição de Hurka contra as críticas de Rutherford.
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