Sobre autoencenação e autogenealogia no Crepúsculo dos ídolos de Nietzsche
Resumo
O artigo tem por objetivo analisar o sentido da autoencenação filosófica e da práxis autogenealógica no Crepúsculo dos ídolos de Nietzsche. Trata-se do procedimento filosófico – e simultaneamente autogenealógico – que consiste na mostração (autodeixis) de si mesmo, por meio de uma estratégia em que o filósofo transforma a si mesmo na figura de pensamento ‘Nietzsche’. À base desse procedimento está o conceito de distância entendido em dois horizontes: 1) como hierarquia conquistada por meio da abundância de vida, e que consiste em uma visão geral oriunda dessa abundância e que dá a possibilidade de se distanciar do seu próprio tempo e, a partir dessa posição distanciada, poder “auscultar ídolos”; 2) como diferenciação da diferenciação, um procedimento crítico consiste em reconhecer em sua própria diferença conceitos, filósofos, tradições filosóficas e culturas, para depois tomar distância e diferenciar a si mesmo em relação àquilo que foi diferenciado pelo próprio Nietzsche. Esses horizontes de distanciamento exercem a função de lente de aumento por meio da qual Nietzsche converte a si mesmo em instância argumentativa (autoencenação), quanto também compreende melhor a si mesmo (autogenealogia).
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