O discurso Das três transmutações e a transvaloração de todos os valores em Nietzsche

Autores

  • Newton Pereira Amusquivar Júnior Unicamp

DOI:

https://doi.org/10.47456/en.v14i2.41542

Palavras-chave:

Transvaloração de todos os valores, Nietzsche, Zaratustra

Resumo

O presente artigo propõe interpretar o discurso Das três transmutações pela perspectiva do que Nietzsche denomina de “transvaloração de todos os valores”. Para isso, inicialmente é realizada uma investigação sobre a origem, os sentidos desse termo e sua relação com a obra Assim falou Zaratustra. Posteriormente pretendo mostrar que a transvaloração de todos os valores está nesse discurso: o camelo possui o significado de obediência aos valores instituídos durante séculos; o leão representa o espírito de negação dos valores estabelecidos, constituindo uma noção de liberdade; e a criança é a criação de valores que afirma dionisiacamente a vida e tudo o que os valores estabelecidos negaram.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ARALDI, Clademir. “Das três transmutações”: indicações para uma nova arte de viver. In: Seara Filosófica, nº 9, 2014, pp. 7-26.

AZEREDO, Vânia Dutra. As transmutações do espírito no Zaratustra de Nietzsche. In: DIAS, Rosa; VANDERLEI, Sabina; BARROS, Thiago. Leituras de Zaratustra. Rio de Janeiro: Mauad X, 2011.

BARROS, Tiago. O camelo, o leão e a criança na trajetória de Zaratustra. In: DIAS, Rosa; VANDERLEI, Sabina; BARROS, Thiago. Leituras de Zaratustra. Rio de Janeiro: Mauad X, 2011.

BROBJER, Thomas H. Nietzsche’s magnum opus. History of European Ideas, Routledge, nº 32, 2006, pp. 278-294. DOI: https://doi.org/10.1016/j.histeuroideas.2006.06.002

_____. The Antichrist as the First Volume of Nietzsche’s Magnum Opus. Ideas in History, nº 3, 2008, pp. 83-106.

_____. The Origin and Early Context of the Revaluation Theme in Nietzsche’s Thinking. The Journal of Nietzsche Studies, Pennsylvania, nº 39, 2010, pp.12-29. DOI: https://doi.org/10.1353/nie.0.0059

FINK, Eugen. A filosofia de Nietzsche. Tradução de Joaquim Lourenço Duarte Peixoto. Lisboa: Editorial Presença, 1988.

FRANCOIS, Arnaud. Pourquoi inverser les valeur, ce n’est pas mettre de nouvelles valeurs a la place des anciennes. In: SOULADIÉ, Yannick. Nietzsche – L’inversion des valeurs. Hildesheim, Zürich, New York: Georg Olms Verlag, 2007, pp.133-167.

HEIDEGGER, M. Nietzsche I. Tradução de Marco A. Casanova. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010a.

_____. Qué significa pensar? Tradução de Raúl Gabás. Madrid: Editorial Trotta, 2010b.

HELLER, Erich. The importance of Nietzsche. Ten essazs. Chicago: University of Chicago Press, 1988.

HERÁCLITO. Die Fragmente der Vorsokratiker. Organizada por Hermann Diels e Walther Kranz. Berlim: Weidmann, 1989

JANZ, Curt P. Friedrich Nietzsche: uma biografia. Tradução de Markus A. Hediger. Petrópolis: Vozes, 3 tomos, 2016.

JULIÃO, José Nicolao. O Assim falou Zaratustra como obra capital de Nietzsche. In: DIAS, Rosa; VANDERLEI, Sabina; BARROS, Thiago. Leituras de Zaratustra. Rio de Janeiro: Mauad X, 2011. DOI: https://doi.org/10.7213/ren.v2i1.22591

_____. O ensinamento da superação em Assim falou Zaratustra. Campinas: Editora PHI, 2016.

LAMPERT, Laurence. Nietzsche’s Teaching: an interpretation of The spoke Zarathustra. New Haven, London: Yale University Press, 1986.

LÖWITH, Karl. Nietzsches Philosophie der ewigen Wiederkehr des Gleichen. Hamburg: Felix Meiner Verlag, 1986. DOI: https://doi.org/10.28937/978-3-7873-2547-4

MARTON, S. A morte de Deus e a transvaloração dos valores. In: _____. Extravagâncias: ensaios sobre a filosofia de Nietzsche. São Paulo: Discurso editorial e Barcarolla, 2009.

MONTINARI, Mazzino. Nietzsche lesen. Berlin, New York: Walter de Gruyter, 1982. DOI: https://doi.org/10.1515/9783110841268

NIETZSCHE, Friedrich. Sämtlich Werke. Kritische Studienausgabe. Organizada por Giorgio Colli e Mazzimo Montinari. Berlim: Walter de Gruyter & Co., 15v., 1999.

_____. Sämtlische Briefe-Kritische Studienausgabe. Berlim: Walter de Gruyter & Co., 8 v., 1986.

_____. A filosofia na era trágica dos gregos. Tradução de Fernando R. de Moraes Barros. São Paulo: Hedra, 2008.

_____. A gaia ciência. Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

_____. Assim falou Zaratustra: um livro para todos e ninguém. In: Obras incompletas (Coleção, Os pensadores). Tradução de Rubens Rodrigues Torres Filho. São Paulo: Editora Nova Cultura, 2005a.

_____. Assim falou Zaratustra. Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

_____. Crepúsculo dos ídolos. Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

_____. Além do bem e do mal. Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2005b.

_____. Ecce homo. Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

_____. Humano, demasiado humano vol. I. Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

_____. O nascimento da Tragédia. Tradução de J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

RUBIRA, Luís. Nietzsche: do eterno retorno do mesmo à transvaloração de todos os valores. São Paulo: Discurso Editorial, Barcarolla, 2010.

_____. Uma introdução à transvaloração de todos os valores na obra de Nietzsche. Tempo na ciência. Toledo, vol. 12, nº 24, 2º semestre, 2005, p. 113-122.

WOTLING, Patrick. “Mon premier renversement de toutes les valeurs”. La naissance de la tragédie et la mise em place des invarieants du questionnement nietzschéen. In: DENAT, Céline; WOTLING, Patrick. Nietzsche. Les premiers textes sur les Grecs. Reims: Presses Universitaires de Reims, 2016, p.139-169.

ZITTEL, Claus. Das ästhetische Kalkül von Friedrich Nietzsches “Also sprach Zarathustra”. Würzburg: Königshausen und Neumann, 2000.

Downloads

Publicado

28-02-2024