Os riscos de se tentar conferir plena cidadania teórica ao pensamento ético de Nietzsche
uma discussão de Nietzsche and Contemporary Ethics de Simon Robertson
Résumé
Este artigo tem como objetivo apresentar e discutir as principais teses defendidas por Simon Robertson em seu livro Nietzsche and Contemporary Ethics, tanto em suas reivindicações exegéticas quanto sistemáticas. Robertson tem coisas inovadoras e estimulantes a dizer tanto para um leitor prioritariamente interessado em compreender a teoria moral nietzschiana quanto para aquele interessado em questões mais amplas de teoria moral contemporânea, em especial na tradição analítica. O autor percorre os principais debates da área, tomando posição em teoria normativa, em metaética, em psicologia moral e nos estudos nietzschianos. Robertson mobiliza uma série de recursos argumentativos e exegéticos dos quais resulta uma imagem final do ideal perfeccionista de Nietzsche que é teoricamente consistente e que se estabelece como uma alternativa relevante na paisagem contemporânea das teorias éticas. Essa alternativa envolve uma crítica robusta à autoridade normativa da moralidade, uma psicologia moral sentimentalista, uma concepção de vida boa que conjunta os bens da excelência e do florescimento, uma concepção modesta da normatividade que conjunta elementos internalistas e externalistas e, por fim, uma posição metaética irrealista que se diferencia tanto do realismo (que pressupõe a existência de propriedades normativas ontologicamente robustas) quanto de posições acentuadamente reformistas (formas de ficcionalismo e de não cognitivismo, por exemplo). O artigo reconstrói os principais argumentos de Robertson a favor desse conjunto de teses e procura avaliar (1) em que medida eles são convincentes, tanto em suas reivindicações sistemáticas quanto exegéticas e (2) em que medida suas escolhas metodológicas resistem a contestações críticas.
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