De bits a crises, novos retratos de Orfeu no entre-milênios
Resumo
O mito de Orfeu está presente na literatura brasileira desde o Quinhentismo, quando nossa primeira figura de proa, José de Anchieta (1534-1597), foi alcunhado “Orfeu Brasílico”. Mais afeito à poesia, por tradição, mas tangenciando a música, o teatro e o cinema, Orfeu conheceu uma voga inusitada entre nós, notadamente depois do Modernismo histórico (1922-1945). Para o momento, resolvi ater-me a três poemas publicados no entre-milênios XX e XXI: o haicai que abre Digitais (1990), de Bith; o poema “Orfeu”, de Cristiane Rodrigues de Souza (em Todo poema é de amor, 2019); e o poema de abertura de Cantáteis (2005), de Chico César. Cada um, em sua releitura e reescritura pessoal do mito, evidencia não apenas a desfunção do poeta nos dias que correm, mas é também um modo de resistência à liquefação do mundo contemporâneo e de suas instituições, pois o artista recusa ser conivente com o entretenimento barato que tudo constrange.
PALAVRAS-CHAVE: Poesia brasileira contemporânea. Mito de Orfeu – Tema literário. Análise poética.
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