Estudo relata mudanças nas atividades da Mostra de Biologia da Ufes durante a pandemia
Por Otávio Gomes*

Fonte: Reprodução - YouTube/@@labpopufes
O trabalho “A mostra de biologia da Ufes: Um espaço não formal virtual de educação científica” é uma pesquisa exploratória que aborda os efeitos da migração das atividades da Mostra de Biologia para a modalidade de ensino remoto, durante os anos de 2020 e 2021. A Mostra de Biologia é um projeto extensionista que faz parte da Mostra de Ciências, juntamente com as mostras de Estatística, Física, Matemática e Química, todas abertas para o público interno e externo à Universidade.
O estudo foi publicado na edição n.º 18 da Revista Guará, periódico vinculado à Pró-reitoria de Extensão da Ufes (ProEx), que teve como um dos temas principais a divulgação científica por meio das novas mídias, como a internet. Ainda em consequência do período de proibições da Pandemia de Covid-19, o relato sobre a Mostra de Biologia se junta a outros artigos da edição que exploram a adaptação de atividades de extensão às restrições sanitárias. Para o pró-reitor de Extensão, Ednilson Silva, a publicação de pesquisas sobre os impactos da emergência de saúde na academia ainda em 2025 “sinalizam o quanto esse evento provocou mudanças duradouras e profundas em nosso cotidiano e que as investigações e intervenções para entendermos esses efeitos em nossas vidas ainda devem perdurar", disse.
Anteriormente às restrições, a Mostra era realizada presencialmente, com atividades expositivas e interativas, além do auxílio de modelos didáticos, como animais fixados ou taxidermizados, fósseis, conchas, exoesqueletos, crânios, ossos, materiais botânicos, entre outros. Como resposta ao contexto pandêmico, o projeto se inseriu no movimento de formação das comunidades virtuais de aprendizagem ao migrar a atividade, que tradicionalmente era desenvolvida no formato presencial, para plataformas on-line. O ensino presencial foi substituído por transmissões ao vivo de palestras acadêmico-científicas pela internet, denominadas popularmente como lives, além de vídeos de debates no estilo “mesa redonda”, oficinas e minicursos. Todo o conteúdo era armazenado e posteriormente disponibilizado para o público nas plataformas Youtube e Google Classroom.
A pesquisa constatou que o formato on-line facilitou a participação de alunos da Universidade e integrantes da comunidade externa de polos interioranos do Estado, como Anchieta, Domingos Martins, Iconha e Linhares. No período pré-pandêmico, essas localidades eram assistidas pela versão itinerante da Mostra, realizada com menor frequência devido aos custos logísticos. Quanto à satisfação dos participantes, os autores também concluíram que a Mostra foi bem avaliada, em especial por estudantes de graduação e professores, público majoritário das lives, de vários estados do país, que aprovaram amplamente o formato virtual.
Devido ao caráter acadêmico e teórico adquirido pelo evento neste novo formato, houve uma mudança no perfil dos participantes da Mostra. Antes, a maior parte do público era formada por estudantes do ensino básico e Ensino Médio, que visitavam a Mostra durante visitas e viagens escolares. A variedade maior de atividades desenvolvidas presencialmente no evento, concluíram os autores, proporcionava um caráter interativo e lúdico ao evento, o que o tornava mais atrativo para crianças e adolescentes.
*Estagiário sob supervisão de Paola Primo