Diálogos sobre a Modernidade
https://periodicos.ufes.br/modernidade
<p>A revista Diálogos sobre a Modernidade foi criada em 2018 com o objetivo de reunir investigadores brasileiros dedicados a refletir sobre o Reino português, nos seus mais diversos aspectos, durante a Época Moderna. Valorizando a pesquisa empírica e o diálogo com as metodologias e as abordagens contemporâneas, propõe-se a descortinar temáticas já consagradas pela historiografia luso brasileira sob diferentes prismas, bem como introduzir novos objetos na cena da produção do conhecimento histórico. Tendo como eixo o Estado, seus trabalhos vêm contemplando uma gama de problemáticas que, para além da história política, incluem as trajetórias e biografias, as redes de sociabilidade, as novas sensibilidades cortesãs, a produção de discursos e narrativas diversas, a história intelectual e institucional, dentre outros recortes.</p>Identidadept-BRDiálogos sobre a Modernidade2674-7952Da técnica ao prato: os indícios da configuração de uma cozinha brasileira nos periódicos oitocentistas (notas de pesquisa)
https://periodicos.ufes.br/modernidade/article/view/37459
<p>O século XIX foi marcado por uma série de mudanças estruturais que impactaram diretamente o Brasil. O Rio de Janeiro converteu-se no modelo de comportamento que deveria moldar o país. Nesse palco a elite local buscou se europeizar, assinalando mais profundamente a distinção entres os vários grupos que compunham essa sociedade. Uma novidade do período foram os livros de cozinha que incorporam os debates europeus sobre a temática da alimentação. Também os jornais locais ganham destaque, contudo, <br>ao fazerem circular anúncios e matérias que refletem demandas cotidianas, ajudam a identificar a presença de ingredientes, técnicas e pratos que nem sempre estariam contemplados nos livros de cozinha. No presente projeto, interessa-nos mapear a partir dos periódicos oitocentistas os indícios dessa cozinha com traços locais em processo inicial de divulgação. Partindo do arsenal da História Conceitual proposto por R. Koselleck, elegemos a moqueca como categoria a se mapeada, buscando identificar as camadas temporais que indicam a constituição desse prato. Por meio da análise de conteúdo proposta por Bardin, acreditamos ser possível construir uma interpretação crítica, contribuindo para uma análise sistêmica e direcionada das fontes seriais indicadas.</p>Patrícia Merlo
Copyright (c) 2022
2022-02-032022-02-0341318O cacau na produção científica lusa em fins do século XVIII: notas de pesquisa
https://periodicos.ufes.br/modernidade/article/view/37460
<p>Partindo da premissa de que, na segunda metade do século XVIII, Portugal fomentou os debates relacionados à história natural e agricultura, propomos na seguinte pesquisa, analisar a coleção <em>O Fazendeiro do Brazil</em>, compilada e publicada entre 1798 e 1806, como parte de uma lógica utilitarista privilegiando as produções agrícolas das colônias como forma de dinamizar a economia do reino. Buscaremos por meio da Análise de Conteúdo proposta por Laurence Bardin (2004), esquadrinhar as principais técnicas difundidas no compêndio relacionadas ao cultivo de cacau afim de verificar a relação do incentivo à sua produção ao crescimento do consumo europeu do produto no período. Tendo em vista que é um trabalho que está começando a ser realizado, traremos por conseguinte um conjunto de notas de pesquisa.</p>Alexandre Santos
Copyright (c) 2022
2022-02-032022-02-0342025Cacau: discursos médicos e modelos de consumo nas publicações científicas do século XVIII: notas de pesquisa
https://periodicos.ufes.br/modernidade/article/view/37461
<p>Os debates médicos relacionados ao consumo de produtos naturais ganharam novo fôlego com a introdução de diversas espécies oriundas dos territórios tropicais colonizados pelos europeus ao longo da modernidade. Entre as novidades exóticas estava o cacau e seu subproduto, o chocolate, primeira bebida colonial a fazer fama entre os círculos mais abastados do Velho Mundo. Desde o século XVI foi se produzindo um leque de informações sobre esse produto, tanto botânicas quanto medicinais e relacionadas aos diferentes modos de consumo. Nesse trabalho, buscaremos identificar a circulação de tais informações, especialmente as de caráter medicinal, a partir da comparação entre dois compêndios coevos: o primeiro intitula-se Tratado de los usos, abusos, propiedades y virtudes del tabaco, café, té y chocolate; extractado de los mejores autores que han tratado de esta matéria, á fin de que su uso no prejudique á la salud, antes bien pueda servir de alivio y curacion de muchos males de autoria do cirurgião Antonio Lavedan e publicado em Madri em 1796. A segunda obra é O Fazendeiro do Brazil melhorado na economia rural dos gêneros já cultivados, e de outros, que se podem introduzir, e nas fábricas, que lhes serão próprias, segundo o melhor que se tem escrito a este assunto, publicado entre 1798 e 1806 em Lisboa pelo Frei José Veloso. Buscaremos explorar os discursos relativos aos saberes médicos sobre o cacau por meio da Análise de Conteúdo, metodologia proposta por Laurence Bardin (2004), com vistas a construção de categorias que ajudem a identificar a circulação de saberes médicos característicos dos debates científicos do período moderno.</p>Eduardo Gomes M. Moisés
Copyright (c) 2022
2022-02-032022-02-0342739A corte joanina no Rio de Janeiro Oitocentista: notas de pesquisa
https://periodicos.ufes.br/modernidade/article/view/37462
<p>Este trabalho elege como tema central as modificações dos padrões de sensibilidades – em especial, dos hábitos alimentares – da corte lusa no Rio de Janeiro, entre os anos de 1808 e 1821. Buscamos apontar como os novos modelos de conduta e de consumo se inscreveram no cotidiano da cidade, por meio da observação de registros do período, ora focando permanências do século XVIII, anterior à chegada da corte, ora evidenciando a emergência dos hábitos alimentares pós 1808. Utilizaremos como base de discussão pesquisas sobre a temática, além de apontamentos que emergem na <em>Gazeta do Rio de Janeiro</em> durante o período de estada da corte.</p>Fernando Santa Clara Viana Jr.
Copyright (c) 2022
2022-02-032022-02-0344162O auto de fé de 1761: aspectos da sentença de condenação do Padre Gabriele Malagrida
https://periodicos.ufes.br/modernidade/article/view/37463
<p class="Corpo" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; line-height: 150%;"><span style="color: windowtext;">O presente estudo busca apresentar informações documentais que lancem luz sobre a sentença condenatória do Processo Inquisitorial 8064/1761 que trata do último julgamento com condenação à morte pelo Santo Ofício português. O documento que está disposto nas fls. 753 a 779 e resume de forma peremptória a trajetória do padre Gabriele Malagrida, desde o seu ingresso na Companhia de Jesus, até aos primeiros anos do reinado de D. José I (1750-1777). Interessa, em especial, analisar como se deu a condenação, bem como a forma na qual foi proferida, por quem e a quem foi proferida. Também será demonstrada a influência exercida pelo Conde de Oeiras no aludido processo a fim de demonstrar que a condenação antes de ter um cunho expiatório, teve, sem dúvidas, um cunho político.</span></p>Guilherme Marchiori de Assis
Copyright (c) 2022
2022-02-032022-02-0346474Arte, sacralização e retórica do poder no barroco joanino (1707- 1750)
https://periodicos.ufes.br/modernidade/article/view/37464
<p>A política do governo de D. João V (1707-1750), na primeira metade do século XVIII, ficou fortemente marcada na historiografia portuguesa pela convencional associação entre o mecenato régio e a devoção religiosa do rei. Nesse artigo buscamos apresentar aspectos gerais do panorama em que se inscreve a agenda política do Rei Sol Português, problematizando, à luz de produções atuais, a visão caricata acarinhada por certa historiografia tradicional a ação política do monarca. O apelo ao visual, característico de uma época animada por espírito ativo que anseia pelo “retorno” a ordem subordinada pela monárquica marca essa cultura do Barroco. Nesse sentido, trataremos de forma sintética sob a construção da retórica do Poder monárquico e sacralizado do governo joanino através do patrocínio artístico do período, em especial, sob como isso se manifesta proeminentemente a partir das grandes obras joaninas. A exemplo do Palácio-convento de Mafra e também a Obra das Necessidades, construções ímpares que sintetizam essa agenda joanina de centralização do poder.</p>Juliano Gomes
Copyright (c) 2022
2022-02-032022-02-03477106Sensibilidades modernas nos novos padrões de consumo: sobre cacau e café na produção científica lusa em fins do século XVIII
https://periodicos.ufes.br/modernidade/article/view/37465
<p>Este trabalho propõe descrever, em linhas gerais, a trajetória do consumo do cacau e do café na <br>Europa moderna identificando a demanda por tais produtos no mercado europeu no século XVIII assim <br>como contextualizar a discussão científica em torno desses cultivos nas colônias. Assim, buscaremos por <br>meio da Análise de Conteúdo, conforme proposta por Laurence Bardin (2004), examinar a coleção O <br>Fazendeiro do Brazil, publicada ente 1798 e 1806, e aferir, em que medida, a defesa da produção desses <br>alimentos se relaciona as sensibilidades gastronômicas modernas manifestadas no apreço por produtos <br>considerados exóticos e demarcadores de status social</p>Lucas Onorato Braga
Copyright (c) 2022
2022-02-032022-02-034108129Ópera do Tejo: o prelúdio de uma pesquisa
https://periodicos.ufes.br/modernidade/article/view/37466
<p>Este trabalho tem por objetivo trazer as pesquisas iniciais sobre a Ópera do Tejo e sua curta história, analisando a importância da construção da casa de ópera para aquele momento pelo qual a cidade de Lisboa, passava desde a inauguração da ópera até sua destruição no terremoto de 1755. Analisaremos as influências musicais de D. Maria Ana de Áustria, a concretização da obra por D. José I, e suas três obras encenadas em pouco mais de sete meses de existência do teatro. Utilizaremos como fonte primária o manuscrito <em>História política econômica do reinado do S. Rey D. Jozé I</em> além de diversas fontes secundárias sobre o tema. Concluímos que a não ocorrência do terremoto de 1755, a cidade de Lisboa e sua Ópera do Tejo, figurariam entre as casas de espetáculo artísticos mais renomadas de toda a Europa.</p>Maria Aparecida Stelzer Lozorio
Copyright (c) 2022
2022-02-032022-02-034131143O iluminismo e a instrução pública na província do Espírito Santo (1833-1844)
https://periodicos.ufes.br/modernidade/article/view/37467
<p>Nos relatórios dos presidentes de província do Espírito Santo de 1833 a 1844, a instrução pública aparece junto da religião como pilar para a civilização, esta última carregada de sentidos como “hábitos polidos e apropriados”, “bom governo” e catolicismo. Essas autoridades escreviam a partir de em um contexto intelectual herdeiro do iluminismo lusitano, marcado por limitações ao cartesianismo e pela valorização da moral católica. Quase metade desses presidentes era composta por sócios do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), instituição que no império americano perpetuava a ilustração ibérica.</p>Rodrigo da Silva Goularte
Copyright (c) 2022
2022-02-032022-02-034145166