TERRITÓRIO(S) DO YOUTUBE: A DESINFORMAÇÃO NOS DISCURSOS SOBRE AS QUEIMADAS NA AMAZÔNIA EM 2019

Autores

  • Thamara Machado Pinto Universidade Federal do Espírito Santo
  • Daniela Zanetti Universidade Federal do Espírito Santo

Palavras-chave:

YouTube, Discurso, Desinformação, Amazônia, Território

Resumo

O propósito deste paper é apresentar e discutir os resultados de uma primeira extração de dados acerca dos discursos de desinformação na plataforma de vídeos YouTube sobre as queimadas na Amazônia. Para tanto, utilizamos o software YouTube Data Tools em uma busca personalizada pelas palavras-chave: Amazônia; queimadas; incêndio e chamas afim de obtermos um panorama temático do que foi dito por atores sociais diversos no site durante os meses de agosto e outubro de 2019. Entendendo o YouTube como um território múltiplo permeado por territorialidades exprimidas nas vivencias particulares de seus habitantes, sejam eles youtubers ou público em geral, nossas reflexões iniciais apontaram que as informações falsas sobre o ocorrido se basearam em argumentos que enfatizavam temas como: soberania, militarismo, teorias da conspiração e hiperpartidarismo. A partir desse levantamento preliminar concluímos que as estratégias de desinformação evocam sentimentos de pertencimento e nacionalismo já presentes no imaginário popular em relação ao território amazônico. Supomos que é por esse motivo, aliás, que as narrativas ganham tamanha aderência e visibilidade no site. No entanto, ressaltamos que essa hipótese merece uma verificação minuciosa sobre os indivíduos por detrás dos discursos, bem como uma análise audiovisual, já que tratamos de uma plataforma cujo produto primordial são vídeos.

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Biografia do Autor

Thamara Machado Pinto, Universidade Federal do Espírito Santo

Mestranda do curso de Pós-Graduação em Comunicação e Territorialidades

Daniela Zanetti, Universidade Federal do Espírito Santo

Professora orientadora - Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Territorialidades da Universidade Federal do Espírito Santo (Póscom/UFES)

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Publicado

17-03-2022