ARQUEOLOGIA HOMOERRÁTICA DE A CRUZ NA PRAÇA UM FILME DESAPARECIDO DE GLAUBER ROCHA [1959]

Autores

  • Fabricio F. Fernandes Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
  • Gabriel Menotti Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Palavras-chave:

Prática homoerótica. Arqueologia. Glauber Rocha. A Cruz na Praça.

Resumo

A dissertação se arrisca na produção de uma arqueologia para o curta-metragem A Cruz na Praça (1959), de Glauber Rocha, um filme desaparecido na história do cinema brasileiro. Neste estudo, faz-se um exercício arqueológico com três movimentos de pesquisa. Primeiro, uma historiografia homoerótica com relatos da prática de pegação na década de 1950 e no início de 1960, a partir de registros literários e pesquisas etnográficas, além de representações de personagens homoeróticos no cinema brasileiro, em períodos próximos ao da produção do curta estudado. Um segundo passo é dado com a retomada da biografia de Glauber Rocha na primeira fase do movimento Cinema Novo, entre 1955 e 1959, situando as atividades literária, ensaística, jornalística, teatral e cinematográfica de um artista pré-Barravento, seu primeiro longa- metragem. O terceiro e último movimento é o da produção da arqueologia de A Cruz na Praça. Nessa fase, realiza-se o levantamento de fragmentos sobre o objeto desta pesquisa a partir de um exercício de compreensão sobre o inacabamento e o desaparecimento do copião de um filme com abordagem sobre a perambulação homoerótica na Bahia de 1959 – tema historicamente transgressor, de confronto com a hegemonia heteronormativa.

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Biografia do Autor

Fabricio F. Fernandes, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Mestrando do curso de Pós-graduação em Comunicação e Territorialidades da Universidade Federal do Espírito Santo (Póscom/UFES).

Gabriel Menotti, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Professor orientador - Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Territorialidades da Universidade Federal do Espírito Santo (Póscom/UFES).

Referências

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Publicado

28-09-2020