PENSANDO O CORPO: REFLEXÕES SOBRE A AGÊNCIA DE SUJEITOS NEGROS NO YOUTUBE

Authors

  • Luiz G. J. Dantas Universidade Federal do Espírito Santo
  • Daniela Zanetti Universidade Federal do Espírito Santo

Keywords:

Corpo, Identidade, YouTube

Abstract

Este trabalho compõe uma pesquisa de dissertação de mestrado que trata do tema da construção de identidades negras no YouTube. O objetivo é fornecer insumos para refletirmos sobre os modos como os YouTubers negros de pele clara constroem e reverberam representações de suas identidades negras, a partir de discursos sobre si próprios e de negritude na cultura brasileira. Visa também refletir sobre as imbricações políticas e socioculturais que influenciam a questão da identidade negra no Brasil, especificamente no que se refere aos negros de pele clara. Discutimos, em um primeiro momento, uma construção epistemológica ocidental, branca e europeia que, para servir ao processo de colonização, estabeleceu a raça como demarcador universal da diferença. Apresentamos as disputas em torno das ideias de raça e negritude, não apenas do ponto de vista acadêmico e científico, mas também por meio dos movimentos sociais antirracistas. Em seguida, propomos um debate sobre a estética como uma construção discursiva. Mostramos como, por meio de produções da aparência que conjulgam agentes humanos e não-humanos, a estética pode ser entendida como instância privilegiada para se pensar processos de subjetivação negra.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

Luiz G. J. Dantas, Universidade Federal do Espírito Santo

Mestrando (a) do curso de Pós-graduação em Comunicação e Territorialidades

Daniela Zanetti, Universidade Federal do Espírito Santo

Professora orientadora - Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Territorialidades da Universidade Federal do Espírito Santo (Póscom/UFES).

References

GONZALEZ, Lélia. Lugar de negro. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1982.

HALL, Stuart. Cultura e Representação. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio: Apicuri, 2016.

______. Da diáspora: Identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG; Brasília: Representação da UNESCO no Brasil, 2003.

______. Raça, o significante flutuante. ZCultural, Ano VIII, 02. Trad. Liv Sovik. Disponível em: <http://revistazcultural.pacc.ufrj.br/raca-o-significante-flutuante%EF%80%AA/>. Acesso em 10 de outubro de 2020.

LATOUR, Bruno. Como falar do corpo? A dimensão normativa dos estudos sobre a ciência. In: NUNES, João Arriscado; ROQUE, Ricardo (org.). Objectos Impuros: experiências em estudos sobre as ciências. Porto: Edições Afrontamento, 2008.

MIZRAHI, Mylene. As políticas dos cabelos negros, entre mulheres: estética, relacionalidade e dissidência no Rio de Janeiro. Mana, 25(2): 457-488, 2019.

NASCIMENTO, Abdias do. O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo mascarado. 3. ed. São Paulo: Perspectivas, 2016.

SODRÉ, Muniz. Pensar nagô. Petrópolis, RJ: Vozes, 2017.

______. Claros e escuros: identidade, povo, mídia e cotas no Brasil. 3. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015.

SOUZA, Neusa Santos. Tornar-se negro: as vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1983.

TOREN, Christina. Mind, materiality and history: explorations in fijian ethnography. London/New York: Routledge, 1999.

Published

17-03-2022