Revista Gestão & Conexões
Management and Connections Journal
Vitória (ES), v. 14, n. 2, de 2025.
ISSN 2317-5087
DOI: 10.47456/regec.23175087.2025.14.2.46366.129.149
O Papel da Universidade no Ecossistema de
Empreendedorismo e Inovação
The Role of the University in the Entrepreneurship and Innovation
Ecosystem
Daniel Hank Miri
Universidade de Caxias do Sul (UCS)
danielmirid@gmail.com
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0765-6868
Janaina Macke
Universidade de Caxias do Sul (UCS)
janainamacke@gmail.com
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7781-7161
RESUMO
A universidade representa um ator relevante no contexto de um ecossistema de empreendedorismo ou de
inovação, a sua função de conhecimento e tecnologia pode ser ampliado por ações de um parque tecnológico
ou agência de inovação. Assim, o objetivo do artigo é analisar o papel de uma universidade na construção e
fomento do ecossistema de empreendedorismo e inovação. O método consistiu em uma pesquisa qualitativa
descritiva com a triangulação de entrevistas semiestruturadas, relatórios de observação e documentos. A
existência de um parque tecnológico e de uma agência de inovação consolidados auxiliam a universidade a
cumprir o papel de construção. O apoio aos projetos de captação de recursos para startups e empresas
representa o papel da universidade no fomento do ecossistema. Por fim, percebe-se a importância de ajustes
sobre a conexão e a comunicação da universidade com os membros do parque tecnológico e entre os
empreendedores.
Palavras-Chave: universidade; ecossistema de empreendedorismo; ecossistema de inovação;
parque tecnológico; projeto.
ABSTRACT
The university represents a relevant actor in the context of an entrepreneurship or innovation ecosystem, and
its knowledge and technology function can be expanded by actions of a technology park or innovation agency.
Thus, the objective of the article is to analyze the role of a university in the construction and promotion of the
entrepreneurship and innovation ecosystem. The method consisted of descriptive qualitative research with
the triangulation of semi-structured interviews, observation reports and documents. The existence of a
consolidated technology park and innovation agency helps the university to fulfill its construction role.
Supporting fundraising projects for startups and companies represents the role of the university in promoting
the ecosystem. Finally, the importance of adjustments to the connection and communication of the university
with the members of the technology park and among entrepreneurs is perceived.
Keywords: university; entrepreneurship ecosystem; innovation ecosystem; technology park; project.
ARTIGO SUBMETIDO EM: 12.10.2024. ACEITO EM: 16.10.2024. PUBLICADO EM: 09.05.2025.
DANIEL HANK MIRI | JANAINA MACKE 130
GESTÃO & CONEXÕES - MANAGEMENT AND CONNECTIONS JOURNAL, VITÓRIA (ES), V. 14, N. 4, DE 2025.
1. INTRODUÇÃO
Os parques tecnológicos vinculados a universidades orquestram três
ecossistemas principais para a exploração do conhecimento: o ecossistema de
transferência de tecnologia, dedicado a reunir conhecimento dos laboratórios das
universidades para as indústrias; o ecossistema de inovação, capaz de gerir a
exploração e aproveitamento de novos conhecimentos e técnicas; o ecossistema
empreendedor, que apoia o processo de criação de startups/spin-offs (Angrisani et
al., 2023).
Os ecossistemas de empreendedorismo e de inovação foram escolhidos
devido a sua aderência e aplicabilidade na universidade participante. No início da
construção desta pesquisa houve uma busca na base de dados Scopus por estudos
publicados entre os anos 2014 e 2023 acerca dos temas: universidade,
ecossistema de empreendedorismo e ecossistema de inovação. Esse período foi
escolhido para mostrar a evolução recente dos temas propostos, entender a lacuna
e para a formulação do problema de pesquisa.
Alguns estudos apresentaram como resultados a relação entre universidade
e ecossistema de empreendedorismo. O ecossistema de empreendedorismo
baseado em universidade é fundamentado na identificação dos principais
stakeholders (Meyer et al., 2020). Um outro estudo foi sobre ecossistemas
empreendedores liderados por universidades (Bedő et al., 2020). Houve o
mapeamento de um ecossistema empreendedor acadêmico (Guindalini et al., 2021)
e a pesquisa do envolvimento de universidades e incubadoras no ecossistema
empreendedor (Leal et al., 2023).
Xie e Wang (2020) pesquisaram a função do ecossistema para inovação de
produtos e Yin et al. (2020) o ecossistema de inovação de produtos sustentáveis e
inteligentes. Nesses dois estudos a universidade foi um ator com pouco destaque
no ecossistema de inovação. A universidade voltou a ter foco ao ser pesquisada
como um player em um ecossistema regional de inovação (Vilani & Lechner, 2021).
A inserção das universidades em um ecossistema de inovação foi a pesquisa
desenvolvida por Taxt et al. (2022), Angrisani et al. (2023) estudaram o
ecossistema de inovação acadêmico.
Outros estudos buscaram entender o papel da universidade nos ecossistemas
de inovação ou empreendedorismo. O papel das universidades na formação da
evolução do ecossistema de inovação do Vale do Silício no contexto de Tríplice
Hélice (Piqué et al., 2020). O papel das universidades na promoção do
comportamento empreendedor no ambiente universitário na (Rocha et al., 2022) e
o papel do ecossistema empreendedor universitário nas finanças empresariais
(Owen et al., 2023). Fuchs et al. (2023) pesquisaram o papel da universidade e suas
alianças para a formação de um ecossistema universitário de inovação.
Um dos principais papéis da universidade em um ecossistema de
empreendedorismo e inovação é o de capacitar a troca de conhecimento e as
interações entre as múltiplas partes interessadas, aumentando o nível de inovação
da região numa espiral ascendente (Sun et al., 2019). Esse papel exige que as
universidades se envolvam em atividades de mudanças substanciais, a fim de
obterem legitimidade do seu ecossistema (Villani & Lechner, 2021).
DANIEL HANK MIRI | JANAINA MACKE 131
GESTÃO & CONEXÕES - MANAGEMENT AND CONNECTIONS JOURNAL, VITÓRIA (ES), V. 14, N. 4, DE 2025.
O papel da universidade está deixando de ser exclusivamente a transferência
de tecnologia e conhecimento para se tornar uma protagonista nos ecossistemas
de empreendedorismo e inovação (Cai et al., 2020). Igualmente relevantes são o
aumento das interações entre universidades e investidores e a melhoria de
infraestruturas específicas para incubar e acelerar ideias de negócio (Piqué et al.,
2020). Até mesmo as agências governamentais de fomento tendem a trabalhar com
universidades (Wang et al., 2023).
A governança ou a construção responsável do ecossistema de
empreendedorismo e inovação referem-se à capacidade de diversos intervenientes
refletirem sobre horizontes sociais e éticos em diferentes fluxos do ecossistema
(Smolka & Böschen, 2023). Os stakeholders empreendedores incentivam o
ecossistema empreendedor e inovador com o apoio dos parques tecnológicos.
Proporcionam um importante estímulo na economia, aumento da concorrência,
promoção da inovação e aumento da alocação eficiente de recursos (Santos, 2022).
O fomento para universidades e parques tecnológicos promove investimentos
na criação de condições propícias para novos negócios, dinâmicos e inovadores
(Leceta & Könnölä, 2021). Recursos financeiros insuficientes com os atores
prejudicam o andamento de qualquer ecossistema de empreendedorismo e de
inovação (Leal et al., 2023).
Em inovação, entre as universidades comunitárias e privadas, a instituição
pesquisada é a primeira colocada no estado do Rio Grande do Sul e a segunda em
nível nacional. Entre todas as universidades avaliadas, incluindo comunitárias,
privadas, públicas, federais e estaduais, tem a 1colocação em inovação no Brasil
(RUF, 2024). Quanto ao empreendedorismo, a instituição está em 24º lugar entre
todas as instituições de ensino superior do país e na posição no estado do Rio
Grande do Sul. Referente a infraestrutura na qual inclui o seu parque tecnológico,
a instituição está na 14ª colocação no Brasil (RUE, 2021).
Percebe-se a falta de estudos a respeito de aspectos de atuação das
universidades, como a construção e fomento de um ecossistema, e poucos estudos
que abordavam ao mesmo tempo o ecossistema de empreendedorismo e de
inovação. Por outro lado, a universidade pesquisada conquistou relevância nas
áreas de empreendedorismo e principalmente em inovação a nível nacional. Dessa
forma, chegou-se à seguinte questão de pesquisa: Qual é o papel de uma
universidade na construção e fomento do ecossistema de empreendedorismo
e inovação?
A universidade pesquisada se constitui como um ator do ecossistema de
empreendedorismo e inovação e possui abrangência regional. Dessa forma, o
objetivo do estudo é analisar o papel de uma universidade na construção e fomento
do ecossistema de empreendedorismo e inovação. O artigo está estruturado em
quatro seções: referencial teórico, metodologia, análise e discussão dos resultados,
e considerações finais.
O estudo contribui para suprir lacunas acadêmicas e práticas como um parque
tecnológico que pode aproximar a universidade com empresas e startups para a
construção de um ecossistema de empreendedorismo e inovação. A universidade
que facilita a participação de empresas e startups nos editais de financiamentos
DANIEL HANK MIRI | JANAINA MACKE 132
GESTÃO & CONEXÕES - MANAGEMENT AND CONNECTIONS JOURNAL, VITÓRIA (ES), V. 14, N. 4, DE 2025.
com projetos de inovação se caracteriza como uma outra contribuição para lacunas
de pesquisa.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Nesta parte serão apresentados conceitos e definições sobre a universidade
relacionada ao ecossistema de empreendedorismo e de inovação.
2.1. Universidade e ecossistema de empreendedorismo
A acumulação de conhecimento explica as contribuições das universidades
na inovação (Schaeffer et al., 2021). Os educadores e as instituições precisam
compreender a importância de uma abordagem pragmática e abrangente para que
os seus alunos entendam a inovação e expressem interesse no empreendedorismo
(Astuty et al., 2022).
Os decisores políticos precisam ter uma boa compreensão de como facilitar o
empreendedorismo por meio de atividades educacionais nos centros de
empreendedorismo para construir um ecossistema de empreendedorismo efetivo
(Hsieh & Kelley, 2020). Os ecossistemas regionais do empreendedorismo adotam
uma perspectiva baseada em processos de transferência de tecnologia da
academia para os mercados (Schaeffer et al., 2021).
As universidades fazem esforços concertados para serem empreendedoras
por meio de programas específicos na área de gestão e negócios que têm a sua
disposição estratégias para melhorar os ecossistemas de empreendedorismo ao
longo do tempo (Beet al., 2020). As intenções empreendedoras caracterizam-se
por relações formais e informais entre empresas e estudantes com o intermédio das
universidades. Além disso, as universidades dependem do apoio das empresas
com as quais interagem (Schaeffer et al., 2021).
Os principais interessados no ecossistema de empreendedorismo são os
próprios empreendedores que podem ser estudantes de graduação, estudantes de
pós-graduação, pesquisadores, professores e ex-alunos que retornam à
universidade em busca de ajuda para iniciar suas empresas (Meyer et al., 2020).
Busca-se fornecer mentoria e a motivação necessária para que os profissionais se
envolvam em atividades empreendedoras, e assim, se tornarem potenciais
empreendedores (Astuty et al., 2022).
A ação de uma universidade no ecossistema empreendedor melhora as
perspectivas de progresso e a própria natureza da universidade tem impacto nos
resultados do empreendedorismo (Bedő et al., 2020). Um exemplo disso são os
spin-offs universitários com patentes que se caracterizam por ter um elevado
potencial de crescimento e são capazes de atrair investimentos externos (Sheriff &
Muffatto, 2019). As fontes públicas de financiamento para ecossistemas, à
disposição das unidades acadêmicas e do corpo docente que participa das
atividades de desenvolvimento de empreendimentos, também fazem parte das
DANIEL HANK MIRI | JANAINA MACKE 133
GESTÃO & CONEXÕES - MANAGEMENT AND CONNECTIONS JOURNAL, VITÓRIA (ES), V. 14, N. 4, DE 2025.
ações que as universidades podem fazer dentro do ecossistema empreendedor
(Meyer et al., 2020).
A proximidade e a importância das parcerias universidade-empresa para
estágios de trabalho fazem parte da educação experiencial (Meyer et al., 2020). O
processo de empreendedorismo acadêmico a partir de uma perspectiva sistêmica,
apoia maior contribuição das instituições acadêmicas para o desenvolvimento
econômico e social das nações e das sociedades (Guindalini et al., 2021). As
universidades desempenham um importante papel intermediário, regional e global
para conectar os ecossistemas empreendedores mais amplos (Owen et al., 2023).
2.2. Universidade e ecossistema de inovação
As principais classificações relacionadas à estrutura de um ecossistema de
inovação são: ciclo de vida do ecossistema (nascimento, expansão, liderança e
renovação), classificação de acordo com o nível do ecossistema (macroscópico,
médio e microscópico) e estrutura em camadas (estrutura núcleo-periferia,
estrutura de camada tripla, estrutura núcleo-periferia de camada tripla e estrutura
6C) (Dias Sant´Ana et al., 2020).
O ecossistema de tríplice hélice tem sua constituição em três agentes:
governo, empresas e universidades. A inovação deste ecossistema ocorre e está
relacionada com o desempenho das pequenas e médias empresas (Noya & Taneo,
2023). os mecanismos facilitadores e de governo legitimam o ecossistema de
inovação e facilitam o seu surgimento ao direcionar a sua trajetória de evolução
(Drori & Lavie, 2023). Por sua vez, a universidade tem o papel de unificar essa
relação com o conhecimento e transferência tecnológica (Angrisani et al., 2023).
O ecossistema de inovação representa uma abordagem promissora para
melhorar a inovação e abordar questões de colaboração intraorganizacional na co-
inovação para a sustentabilidade. Uma vez que promove o fluxo, a integração e a
atribuição de recursos e conhecimentos inovadores dentro do ecossistema (Yin et
al., 2020). A centralidade da rede e a força do relacionamento afetam
significativamente a eficiência da transferência de conhecimento e o desempenho
inovador da empresa (Wang et al., 2023).
A cooperação empresa-universidade-governo resulta em um ecossistema de
inovação efetivo aos seus usuários (Xie & Wang, 2020). As universidades
representam uma parte central dos ecossistemas de inovação locais caracterizados
por contextos específicos, tais como fatores econômicos, culturais, sociais e
políticos (Rocha et al., 2022). A emergência dos ecossistemas de inovação em
torno das tecnologias é uma fase crítica que molda a estrutura das relações entre
os membros do ecossistema. Estabelece bases para que empreendedores e
empresas aproveitem estas tecnologias em fases subsequentes de evolução (Drori
& Lavie, 2023).
Os papéis interativos dos atores nos ecossistemas mostram que o lócus de
criação de valor se movimente para além das fronteiras da empresa em direção às
suas ligações por meio de estratégias (Ventura et al., 2023). Nessas ligações, as
DANIEL HANK MIRI | JANAINA MACKE 134
GESTÃO & CONEXÕES - MANAGEMENT AND CONNECTIONS JOURNAL, VITÓRIA (ES), V. 14, N. 4, DE 2025.
universidades e os empresários identificam problemas e soluções que afetam a
comercialização e a definição da evolução dos ecossistemas de inovação (Drori &
Lavie, 2023). A cooperação das pequenas e médias empresas com universidades
e instituições de investigação tem relação com a capacidade de inovação
independente e colaborativa (Song, 2023).
Os ecossistemas de inovação promovem a criação de conhecimento científico
e melhoram as capacidades de inovação por meio de algumas empresas na
integração da cadeia de valor e da colaboração intraorganizacional (Xie & Wang,
2020). O ecossistema de inovação acadêmico desempenha um papel que pode
transmitir inovação e atitude empreendedora para alavancar a transferência de
conhecimento e tecnologia universitária (Angrisani et al., 2023).
Em suma, as universidades desempenham um papel de destaque nos
ecossistemas de inovação. Participam da construção de confiança entre os
membros destes ecossistemas (Piqué et al., 2020). A universidade não é apenas
uma universidade empreendedora, mas também um empreendedor institucional no
ecossistema de inovação (Cai et al., 2020).
2.3. Papel das universidades em ecossistemas híbridos (empreendedorismo
e inovação)
O governo local desempenha um papel enriquecedor ao impulsionar
diretamente as ligações universidade-empresa a partir de uma abordagem
principalmente de cima para baixo (Sun et al., 2019). Por sua vez, os Living Labs
se constituem na criação de ideias baseadas em projetos e em serviços de teste de
produtos para empresas. Resultam da cooperação universidade-empresa como
parte do ecossistema de empreendedorismo e inovação (Shvetsova & Lee, 2021).
A universidade pode revitalizar o seu ecossistema de empreendedorismo e
inovação (Tresierra et al., 2021) para construir um ecossistema híbrido com foco
em resultados para empresas, startups e a sociedade civil (Santos, 2022). Os
projetos de transformação digital cada vez mais fazem a diferença em um
ecossistema híbrido ao promover uma integração entre startups e empresas
tradicionais com a universidade como mediadora (Banik & Sinha, 2021).
As universidades realizam diversos processos de orquestração consistentes
em um ecossistema híbrido, como promover a mobilidade do conhecimento,
gerenciar a apropriação da inovação e aumentar a estabilidade da rede (Thomas et
al., 2021). Uma universidade contribui para atividades de empreendedorismo e
inovação, tais como projetos de comercialização, acordos de licença, patentes e
spin-offs e desenvolvimento de startups (Taxt et al., 2022).
Promover e desenvolver o ecossistema regional de empreendedorismo e
inovação impacta a sociedade ao conectar todos os atores do ecossistema em nível
local com eventos de networking, mentorias, projetos e pesquisas. Facilita
diferentes programas de empreendedorismo e inovação dependendo do estágio de
uma empresa, como programas de incubação, corporativos e universitários
(Tresierra et al., 2021). Os ecossistemas híbridos mais amplos de
DANIEL HANK MIRI | JANAINA MACKE 135
GESTÃO & CONEXÕES - MANAGEMENT AND CONNECTIONS JOURNAL, VITÓRIA (ES), V. 14, N. 4, DE 2025.
empreendedorismo e inovação não afetam especificamente a dinâmica interna das
universidades quando se trata de apoiar a atividade empreendedora dos
estudantes. A intenção empreendedora que ocorre no ecossistema possui
influência na relação entre universidades e empresas (Rocha et al., 2022).
O desenvolvimento do empreendedorismo social tecnologicamente avançado
representa um resultado dos sistemas de inovação orientados para problemas que
exige uma ligação mais estreita entre a inovação social e tecnológica (Gerli; Chiodo
& Bengo, 2020). No ecossistema híbrido pode-se considerar que mecanismos
facilitadores permitem fluxos e interações constantes por meio das capacidades
dinâmicas (Marquardt & Harima, 2024).
3. METODOLOGIA
A pesquisa possui abordagem qualitativa com uma estratégia descritiva (Yin,
2016). A aplicação concentrou-se no parque tecnológico e na agência de inovação
de uma universidade privada comunitária do interior do estado do Rio Grande do
Sul, Brasil (Flick, 2022).
Os participantes do estudo foram empreendedoras vinculadas à universidade
e profissionais da universidade que atuavam diretamente com o parque tecnológico
e nas atividades do ecossistema de empreendedorismo e inovação que a
universidade era ator. As empreendedoras durante todo o ano de 2023 e início de
2024 participaram das ações da universidade e tiveram disponibilidade para as
entrevistas. O analista de inovação foi o único profissional da universidade
disponível para entrevista com conhecimento aprofundado sobre os temas deste
estudo. Optou-se pelas falas recentes (relatórios de observação) dos demais
profissionais envolvidos nas atividades do parque tecnológico e da agência de
inovação (Yin, 2016). Segue o Quadro 1 com a apresentação dos participantes do
estudo:
Quadro 1: Participantes do estudo
Sigla
Função
Fonte de evidência
Data da
coleta
E1
Empreendedora
Entrevista semiestruturada
12/03/24
E2
Empreendedora
Entrevista semiestruturada
13/03/24
E3
Analista de inovação
Entrevista semiestruturada
14/03/24
O1
Pró-Reitora de Inovação e
Desenvolvimento Tecnológico
Observação no evento Agência
apresenta: Boas-vindas a 2024
21/02/24
DANIEL HANK MIRI | JANAINA MACKE 136
GESTÃO & CONEXÕES - MANAGEMENT AND CONNECTIONS JOURNAL, VITÓRIA (ES), V. 14, N. 4, DE 2025.
O2
Coordenador Executivo do Parque
Tecnológico
Observação no evento Agência
apresenta: Finep e oportunidades
13/03/24
O3
Coordenador da Agência de Inovação
Observação no evento Agência
apresenta: Finep e oportunidades
13/03/24
O4
Coordenador de Desenvolvimento de
Novos Negócios
Observação no evento Agência
apresenta: Boas-vindas a 2024
21/02/24
D1
-
Documento proveniente do site da
universidade
15/03/24
Fonte: Elaborado pelos autores (2025).
A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas semiestruturadas com as 2
empreendedoras (E1 e E2) e 1 analista de inovação (E3) que foram aplicadas em
março de 2024. Os critérios de acessibilidade e conveniência possibilitaram as
entrevistas. O embasamento do roteiro de entrevista semiestruturada seguiu o
referencial teórico pesquisado. Este mesmo roteiro serviu como um guia para o
preenchimento dos relatórios de observação e apuração dos documentos (Yin,
2016).
Houve a descrição do relatório de observação direta referente a 2 eventos
realizados no parque tecnológico da universidade nos meses de fevereiro e março
de 2024 com a participação e falas de outros 4 profissionais (O1, O2, O3 e O4).
Cada evento teve uma apresentação inicial de 2 integrantes da universidade como
identificados no Quadro 1 e complementados por uma palestra. O primeiro evento
foi sobre a universidade e a atuação do parque tecnológico e sua agência de
inovação. Os possíveis financiamentos disponibilizados pelo Finep ao
empreendedorismo inovador foi o segundo evento. Houve a triangulação de dados
de todas as fontes de evidências usadas neste estudo qualitativo (Flick, 2022).
A apuração de documentos foi realizada também em março de 2024 no site
da universidade especificamente na área que apresenta o parque tecnológico e a
agência de inovação (D1). Houve a escolha para realizar a observação direta
nesses eventos e a apuração de documentos no site por causa da qualidade e
confiabilidade das informações disponíveis. Segue o Quadro 2 com cada questão
do roteiro de pesquisa e suas referências:
Quadro 2: Roteiro de pesquisa
Item
Referência
1 Como é a atuação interna da universidade com funcionários,
professores e alunos?
Tresierra et al., 2021
DANIEL HANK MIRI | JANAINA MACKE 137
GESTÃO & CONEXÕES - MANAGEMENT AND CONNECTIONS JOURNAL, VITÓRIA (ES), V. 14, N. 4, DE 2025.
2 O que a universidade faz para incentivar o
empreendedorismo e a inovação na instituição, nas empresas e
na região?
Taxt et al., 2022
3 - Papel da universidade: Construção do ecossistema de
empreendedorismo e inovação;
Santos, 2022; Smolka & Böschen,
2023
4 - Papel da universidade: Fomento do ecossistema de
empreendedorismo e inovação;
Leceta & Könnölä, 2021; Leal et
al., 2023
5 Como são as parcerias com outros atores do ecossistema de
empreendedorismo e inovação (universidade privada
comunitária)?
Meyer et al., 2020
6 O que a universidade pode fazer para ser um instrumento de
apoio ao desenvolvimento econômico?
Guindalini et al., 2021
7 Qual a sua percepção quanto ao futuro do
empreendedorismo e da inovação na universidade e no
ecossistema?
Bedő, Erdős & Pittaway, 2020;
Angrisani, Cannavacciuolo, &
Rippa, 2023
Fonte: Elaborado pelos autores (2025).
A análise e organização do conteúdo foram obtidas com o auxílio do software
Iramuteq® o que gerou 5 categorias definidas: relações no ecossistema (Classe 1);
ações no ecossistema (Classe 2); resultados (Classe 3); realidade local (Classe 4);
e parque tecnológico (Classe 5). As categorias advindas das partições de conteúdo
foram identificadas no dendrograma de classificação pelo Método de Reinert
(Camargo & Justo, 2013).
A análise de conteúdo ocorreu por meio das categorias e subcategorias
geradas que possibilitou a leitura das fontes de evidências e inclusão de citações
na descrição dos resultados conforme o roteiro de pesquisa (Bardin, 2011). O
gráfico de similitude complementou a análise e descrição dos resultados (Camargo
& Justo, 2013).
A instituição pesquisada foi fundada em 1967 e caracteriza-se por ser uma
universidade privada comunitária. Tem como missão promover a formação integral
das pessoas por meio da produção de conhecimento para o desenvolvimento
sustentável. Na sua visão busca ser a melhor universidade comunitária do estado
do Rio Grande do Sul.
A sua agência de Inovação constitui-se por uma estrutura de articulação entre
a comunidade e a academia, voltada ao desenvolvimento de pesquisas, projetos e
serviços; induzindo, estabelecendo e gerindo um ecossistema sinérgico para a
inovação e para o empreendedorismo. o parque tecnológico é um hub de
inovação para realização de projetos e parcerias estratégicas. Espaço para
empresas residentes, startups, spin-offs, entidades, associações conviverem e
atuarem de forma ativa no ecossistema de inovação. Desde 2014, os setores da
universidade ligados ao parque tecnológico atuaram na gestão de mais de 300
DANIEL HANK MIRI | JANAINA MACKE 138
GESTÃO & CONEXÕES - MANAGEMENT AND CONNECTIONS JOURNAL, VITÓRIA (ES), V. 14, N. 4, DE 2025.
projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), para os quais foi
captado um valor total superior a R$ 50 milhões.
4. ANÁLISE E DISCUSSÃO
Os resultados são descritos a seguir, a partir da análise das saídas do
software Iramuteq®. O corpus textual foi constituído por 8 textos, separados em
246 segmentos de texto. Emergiram 9.095 ocorrências com 1.840 palavras distintas
e 1.043 palavras com uma ocorrência. Segue a Figura 1 com o dendrograma das
categorias de análise identificadas:
Figura 1 - Dendrograma: categorias de análise identificadas
Fonte: Adaptado do software Iramuteq® (2025).
Relações no ecossistema (Classe 1) refere-se ao que acontece no cotidiano
entre os profissionais envolvidos na universidade e sua atuação no ecossistema de
empreendedorismo e inovação. Os termos “contato”, buscar”, “abrir”, “conversar” e
“participar” contextualizam diferentes maneiras de relacionamento neste tipo de
ambiente, conforme a pesquisa. Estes termos representam as consequências das
seguintes situações: aporte financeiro para as empresas vinculadas ao
ecossistema, necessidade ou problema que as empresas ou startups enfrentam e
as soluções que os empreendedores precisam e que podem ser gerados pela
capacidade de inovação.
DANIEL HANK MIRI | JANAINA MACKE 139
GESTÃO & CONEXÕES - MANAGEMENT AND CONNECTIONS JOURNAL, VITÓRIA (ES), V. 14, N. 4, DE 2025.
A entrevistada E2 fez o seguinte relato sobre parque tecnológico: “existe uma
proximidade muito grande, a universidade colocou pessoas muito capacitadas ali
dentro, eu destaco os gestores e uma equipe capacitada para auxiliar nessa parte
de aproximação” (E2). A entrevistada E1 concordou, mas fez uma ponderação que
“no lado financeiro estão fazendo um bom trabalho, eles compartilham conosco
todos os editais e nos orientam [...] eu acho que tem que melhorar a comunicação
e a conexão com as comunidades empreendedora e inovadora” (E1). A
universidade em um dos seus eventos destacou a participação dos seus docentes
nestas atividades: “os nossos professores se relacionam com vos e o poder
estar se vinculando a novas propostas de inovação, [...] é uma experiência para
traduzir as demandas dos editais para que possa alavancar os negócios por meio
destas propostas” (O1).
As ações no ecossistema (Classe 2) são representadas por verbos, como
“achar”, “fomentar”, “existir", “olhar” e “colocar”. O mesmo ocorre com o termo
“fomentar” que faz parte do objetivo do estudo quanto ao papel da universidade no
ecossistema de empreendedorismo e inovação. O ecossistema possui abrangência
no contexto local da cidade por meio de uma comunidade que realiza eventos e
proporciona conexão entre os participantes com o foco no surgimento e
desenvolvimento de startups.
Entre as ações, “a universidade vem fazendo a sua parte na formação e
deixando acessível o ecossistema para que novas empresas e spin-offs surjam,
atendendo necessidades do mercado e estimulando o desenvolvimento
econômico” (E2). Em uma outra ação, a universidade tem uma “disciplina
obrigatória de empreendedorismo na maioria dos cursos de graduação e pós-
graduação para o desenvolvimento de competências empreendedoras e de
habilidades em inovação” (D1).
A realidade local (Classe 4) representa um panorama da cidade que está
localizada a sede da universidade pesquisada e o respectivo ecossistema a qual
ela pertence. Os termos “trabalhar”, “empreender” e “movimento” apresentam as
características deste local na relação direta com a classe 2 no envolvimento da
instituição de ensino na cidade de Caxias do Sul e o seu ecossistema de
empreendedorismo e inovação.
A entrevistada E1 descreveu a sua realidade com o que foi proporcionado pela
universidade, “foi a grande oportunidade ao abrir minha empresa na universidade
[...], mas depois disso a dificuldade é como começar a vender para o mercado
daqui, as conexões entre mercado e entre serviços que o empreendedor precisa”
(E1). A entrevistada E2 apresentou um exemplo deste movimento da universidade:
“[...] vem sendo feito um movimento de aproximação, de trazer, por exemplo,
entidades como SENAC e Sebrae que possuem parcerias bem constituídas com a
universidade” (E2). Por fim, o entrevistado E3 é específico quanto à realidade local:
“a universidade deve ser protagonista no ecossistema de empreendedorismo e
inovação”. Este entrevistado apresenta algumas situações para favorecer o
protagonismo, como “[...] estar presente nas comunidades, no lugar que precisa
acontecer a inovação, entender sobre as questões sociais da cidade e trabalhar a
inovação nos locais” (E3).
DANIEL HANK MIRI | JANAINA MACKE 140
GESTÃO & CONEXÕES - MANAGEMENT AND CONNECTIONS JOURNAL, VITÓRIA (ES), V. 14, N. 4, DE 2025.
O parque tecnológico (Classe 5) demonstra o que a universidade realiza a
respeito de empreendedorismo e inovação. Em um dos seus eventos, a
universidade declarou que “o desejo enquanto ecossistema de inovação é que a
cidade e a região sejam uma referência em ecossistema de inovação e queremos
fazer isso com bons projetos e empresas inovadoras” (O2). O mesmo relatório
apresentou a disponibilidade da universidade que “[...] ficamos à disposição para
agendar alguma reunião sobre o edital, mas também para discutir com nossos
professores e pesquisadores a respeito dos projetos, das propostas que a
universidade pode ajudar” (O2).
As fontes de evidências do estudo relataram com detalhamento o processo de
captação de recursos para manutenção e crescimento do parque tecnológico
(TecnoUCS) e da sua agência de inovação. O coordenador da agência de inovação
comentou que “nós temos uma área dentro da agência que ajuda a fazer a
captação, ajuda a desenvolver o projeto, conecta a empresa aos pesquisadores
que atuam na área, submete o edital, e depois da aprovação, faz o ajuste deste
projeto” (O3).
Este processo envolve a construção de projetos para concorrer aos editais de
instituições nacionais como o Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), além da
formação de startups e atração de empresas para se associarem ao parque
tecnológico. Especificando os editais, o entrevistado E3, que também é professor
da universidade, falou que “[...] temos um programa que é voltado para prospecção
de editais e projetos” (E3). Ele complementou dizendo que “nós temos uma relação
muito próxima com as empresas associadas e as startups que estão alocadas no
parque tecnológico” (E3).
Sobre os resultados (Classe 3) quanto ao ecossistema de empreendedorismo
e inovação, é possível evidenciar que a atuação da universidade acontece em
âmbito regional, com o foco em conhecimento, produto, tecnologia e
desenvolvimento. “O parque tecnológico abrange uma gestão de projetos de
pesquisa, inovação, empreendedorismo e tecnologia visando ao aperfeiçoamento
ou criação de novos produtos, processos ou serviços” (D1). Por sua vez, “o objetivo
da agência de inovação é unificar as diferentes formas de trabalho e transformar
isso em um projeto de inovação para mais conhecimento em novos processos e
produtos” (O2).
Os empresários e demais profissionais vinculados à universidade estão em
consonância com o que é novo e o trabalho que exige a capacidade ou competência
de modo a ser empreendedor e inovador. Além do parque tecnológico, da agência
de inovação e de iniciativas com professores, empreendedores e estudantes, a
universidade “tem parcerias formalizadas por contratos com vários atores do
ecossistema, como outros municípios, parques tecnológicos e universidades, essas
parcerias são no sentido de fomentar a inovação e o empreendedorismo” (E3). As
empresas “podem criar negócios que vão ter valor e converter o conhecimento que
é científico e acadêmico em um produto que satisfaça a necessidade da sociedade”
(O3), mas também “ajudamos empresas que surgiram e estão em um estágio
inicial”, informação do coordenador da agência de inovação (O3).
Não apenas vantagens, mas o estudo possibilitou o entendimento e
apontamentos de situações que podem ser melhoradas. A entrevistada E2
DANIEL HANK MIRI | JANAINA MACKE 141
GESTÃO & CONEXÕES - MANAGEMENT AND CONNECTIONS JOURNAL, VITÓRIA (ES), V. 14, N. 4, DE 2025.
comentou que “práticas e conhecimento, eu acho que faltam isso, apesar de termos
um parque tecnológico, as empresas participantes deveriam se comunicar mais e
trazer estes casos tanto para a universidade quanto ao ecossistema” (E2). As
empreendedoras participantes da pesquisa relataram problemas na comunicação
com a universidade e na comunicação entre os próprios empreendedores.
O papel da universidade na construção do ecossistema de empreendedorismo
e inovação compreende a instituição criar estrutura e disponibilizar professores e
profissionais qualificados para acompanhamento do parque tecnológico e da
agência de inovação. Esses locais realizam eventos gratuitos e abertos para o
ecossistema e a comunidade em geral. Os resultados gerados no parque
tecnológico facilitam a construção do ecossistema com a adesão de novos
membros, surgimento de startups e divulgação das atividades realizadas.
Entretanto, o papel da universidade no fomento do ecossistema ocorre na
ligação entre empreendedores e as fontes de financiamento que o parque
tecnológico promove. Isso ocorre devido às informações e suporte referente aos
projetos e editais. Percebe- se a atração do poder público, grandes empresas e
entidades para investimento em startups instaladas. Um outro fator está nas
parcerias formalizadas entre a universidade pesquisada com outros municípios,
universidades e parques tecnológicos para captação de recursos. As ações da
universidade no ecossistema são realizadas conforme as demandas da realidade
local. Segue a Figura 2 com o gráfico de similitude:
Figura 2 - Gráfico de Similitude
DANIEL HANK MIRI | JANAINA MACKE 142
GESTÃO & CONEXÕES - MANAGEMENT AND CONNECTIONS JOURNAL, VITÓRIA (ES), V. 14, N. 4, DE 2025.
Fonte: Adaptado do software Iramuteq® (2025).
O gráfico de similitude apresenta 3 conjuntos principais, o conjunto
universidade (parte central da figura) possui forte conexão com os conjuntos
empresa e projeto. Dentro do conjunto da universidade ocorre maior relação com
os termos: inovação e conhecimento/pesquisa. Vale ressaltar que outros termos
que se referem ao ambiente acadêmico e ao ecossistema de empreendedorismo e
inovação estão apresentados. Pode ser uma indicação do trabalho realizado pela
universidade com o ensino e pesquisa e por meio do parque tecnológico com o
papel atuante no ecossistema.
O conjunto empresa (parte inferior da figura) tem o foco em suas atividades
básicas como negócio, solução, desenvolver, produto e mercado. O termo startup
foi citado, mas com menor destaque neste conjunto até por ser um estágio anterior
de uma empresa consolidada. Por sua vez, o conjunto projeto (parte superior da
figura) representa o processo que ocorre no ecossistema de empreendedorismo e
inovação entre o parque tecnológico e a captação de recursos junto aos editais do
Finep. Segue a Figura 3 com a Análise Fatorial por Correspondência (AFC):
Figura 3 Gráfico da Análise Fatorial por Correspondência (AFC)
Fonte: Adaptado do software Iramuteq® (2025).
DANIEL HANK MIRI | JANAINA MACKE 143
GESTÃO & CONEXÕES - MANAGEMENT AND CONNECTIONS JOURNAL, VITÓRIA (ES), V. 14, N. 4, DE 2025.
A Análise Fatorial por Correspondência (AFC) demonstrou que o Parque
tecnológico (classe 5) e Resultados (classe 3) possuem maior relevância na
pesquisa. Como as classes anteriores, a Realidade local (classe 4) possui a maior
parte de suas palavras em um mesmo quadrante e pouco misturadas com as
palavras de outras classes. Relações (classe 1) e Ações do ecossistema (classe 2)
possuem suas palavras misturadas no mesmo quadrante e com as classes 4 e 5 e,
por consequência, indicam proximidade de conteúdo entre as classes citadas.
O termo “parque tecnológico” ficou centralizado no gráfico o que mostra a sua
influência em todas as classes, é o principal instrumento da universidade para
atuação no ecossistema de empreendedorismo e inovação. O gráfico também
apresentou relativa distância entre os termos “projeto”, “tecnoucs” e “captação” com
“conhecimento/ produto/tecnologia/desenvolvimento”, por outro lado, certa
proximidade de “exemplo/ trabalhar/pessoas” com “achar/comunidade/fomentar”. A
universidade precisa entender se o processo de trabalho no parque tecnológico
favorece de fato a construção e fomento do ecossistema a qual ela pertence.
A universidade e seu parque tecnológico possuem relevância no ecossistema
de empreendedorismo e inovação por causa da conexão com empresas em
projetos de inovação. O empreendedorismo e a inovação fazem parte da realidade
da universidade pesquisada o que favorece o desenvolvimento local pelo
conhecimento gerado. Da mesma forma que foi evidente a necessidade de ajustes
e melhorias no parque tecnológico nas atividades com suas startups.
As relações em um ecossistema de empreendedorismo e inovação ocorrem
por diferentes maneiras. Os desafios e problemas que as startups e empresas
enfrentam vão desde o surgimento até a consolidação do negócio (Steiber et al.,
2021). Da mesma forma, a necessidade de aporte financeiro faz com que os
empreendedores interajam e busquem experiências e soluções dentro do
ecossistema de empreendedorismo e inovação. A capacidade de inovação facilita
todo este processo (Novillo-Villegas et al., 2022).
Entre as ações realizadas estão as parcerias firmadas pela universidade com
outras instituições de ensino, atores, municípios e parques tecnológicos, o fato de
a universidade incentivar seus parceiros quanto ao empreendedorismo e inovação,
e a acessibilidade de novos integrantes ao ecossistema (Taxt et al., 2022). As ações
acontecem, na maior parte das vezes, na cidade que está localizada a sede da
universidade. Neste ecossistema, startups e empresas fazem parcerias o que
ocasiona spin-offs e estimula o desenvolvimento econômico (Sheriff & Muffatto,
2019).
Na sua realidade local, a universidade se caracteriza como protagonista
dentro do ecossistema de empreendedorismo e inovação e busca se tornar
referência para empreender e inovar na sua cidade-sede (Sun et al., 2019). Por
outro lado, falta a universidade estar mais presente na comunidade e se aproximar
ainda mais de outras entidades empresariais e sociais (Song, 2023).
Sobre o parque tecnológico, há o acompanhamento do processo de captação
de recursos para startups e empresas associadas, principalmente, construção de
projetos para participação nos editais do Finep (Leal et al., 2023). A realização de
DANIEL HANK MIRI | JANAINA MACKE 144
GESTÃO & CONEXÕES - MANAGEMENT AND CONNECTIONS JOURNAL, VITÓRIA (ES), V. 14, N. 4, DE 2025.
encontros e eventos para manter e até para aumentar a quantidade de startups e
empresas no parque tecnológico foi abordado na pesquisa (Angrisani et al., 2023).
A classe que contemplou os resultados do papel da universidade frente ao
ecossistema de empreendedorismo e inovação demonstra a prioridade de
elementos como: conhecimento, produto e tecnologia (Wang et al., 2023). A
universidade por meio do parque tecnológico pode atuar para o desenvolvimento
econômico e, consequentemente, a transformação da sociedade. Foi constatado o
foco da universidade em relação ao empreendedorismo e a inovação, um exemplo
disso são as disciplinas específicas desses temas que são obrigatórias para a
maioria dos cursos de graduação e s-graduação da instituição (Ventura et al.,
2023).
O trabalho realizado pela universidade com o ensino e pesquisa e por meio
do parque tecnológico demonstraram realizações no ecossistema de
empreendedorismo e inovação. A atuação da universidade e o seu parque
tecnológico possibilitaram resultados com abrangência regional, seja com os
profissionais vinculados, professores e empreendedores, ou até pelos alunos
matriculados na instituição (Tresierra et al., 2021). as relações e ações do
ecossistema de empreendedorismo e inovação possuem abrangência no contexto
local da cidade (Sun et al., 2019).
Percebe-se a necessidade de ajustes e melhorias no parque tecnológico nas
atividades com suas startups, empresas associadas e entre os empreendedores. O
parque tecnológico tem condições de criar um programa para facilitar a
comunicação e a conexão destes grupos (Steiber et al., 2021). Um outro fator
interessante está no desafio em reduzir a restrição do mercado local relativo à
adesão de novos negócios, mesmo em uma região que se destaca pelo
empreendedorismo (Song, 2023).
5. CONCLUSÕES
O objetivo do artigo foi analisar o papel de uma universidade na construção e
fomento do ecossistema de empreendedorismo e inovação. Este papel consiste na
sua relevância regional de conhecimento e tecnologia, apesar de a instituição
continuar restrita à sua cidade-sede quando se trata da relação com empresas e
startups.
Referente à construção do ecossistema de empreendedorismo e inovação, a
existência de um parque tecnológico e de uma agência de inovação consolidados
auxiliam a universidade a cumprir esse papel. O uso da sua estrutura com
professores e profissionais qualificados facilita o acompanhamento e ações do
parque tecnológico e da agência de inovação. Os eventos que são gratuitos e
abertos para a comunidade atraem novos membros, incentivam o surgimento de
startups e fazem a divulgação das atividades realizadas.
O apoio aos projetos de captação de recursos para startups e empresas indica
o papel da universidade no fomento do ecossistema. Ocorre na ligação entre
empreendedores e as fontes de financiamento que o parque tecnológico promove.
DANIEL HANK MIRI | JANAINA MACKE 145
GESTÃO & CONEXÕES - MANAGEMENT AND CONNECTIONS JOURNAL, VITÓRIA (ES), V. 14, N. 4, DE 2025.
A universidade pesquisada formalizou parcerias com outros municípios,
universidades e parques tecnológicos para captação de recursos. Para o
depender apenas de financiamento público, a universidade poderia ampliar suas
parcerias com empresas de grande porte, afinal, sua sede está localizada na
cidade-polo de uma região industrializada. A pesquisa mostrou a aproximação do
poder público, grandes empresas e entidades para investimento em startups
instaladas.
As relações e ações do ecossistema mostraram a atuação da universidade
quanto às trocas e envolvimento dos membros em uma comunidade ou evento
específicos. Atrelado às classes anteriores está a realidade local que mostra a
universidade pertencente ao ecossistema local de empreendedorismo e inovação
como um ator de destaque. A cidade em questão possui uma cultura social que
valoriza o trabalho e o empreendedorismo, porém carece de maior conhecimento
sobre inovação e como utilizá-la sendo uma vantagem competitiva.
O parque tecnológico e os resultados estão vinculados ao contexto regional
devido à abrangência da universidade e a participação de algumas empresas e
startups de cidades vizinhas. A universidade, por não ter recursos suficientes para
investir, busca formas de fomento e auxilia as empresas e startups associadas a
fazerem projetos para captar recursos. Os profissionais participantes são
empresários, empreendedores e inovadores que por meio de conhecimento e
tecnologia conseguem gerar algo novo com viabilidade. Um produto ou serviço que
vai favorecer a transformação do negócio e, por consequência, contribuir ao
desenvolvimento econômico.
Como implicações acadêmicas, apresenta-se a importância de ajustes sobre
a conexão e a comunicação da universidade com os membros do parque
tecnológico e entre os empreendedores. Houve o relato de que alguns professores
não conhecem a função do parque tecnológico e integrantes de startups não
entendem os benefícios de atuar junto a uma instituição de ensino superior. A
liderança do parque tecnológico pode executar ações de integração entre esses
grupos e melhorar a comunicação do próprio local com as startups. Disciplinas
específicas de empreendedorismo e inovação poderiam ser trabalhadas com
alunos da graduação e pós-graduação independentemente da área de ensino.
Referente às implicações práticas, os agentes do ecossistema devem ser
facilitadores dos processos, inclusive para promover maior aproximação da
universidade com outras hélices como as empresas e o poder público (tripla hélice)
e a sociedade civil (quarta hélice). Percebe-se entre membros do ecossistema uma
dificuldade de entendimento sobre os conceitos de inovação, empreendedorismo e
temas afins, os agentes possuem conhecimento para prestar os esclarecimentos a
respeito desse tipo de situação. A universidade e seu parque tecnológico podem
agir da seguinte forma: incluir programas de capacitação para empreendedores,
desenvolver novas políticas de governança ou criar mecanismos de avaliação de
impacto das ações da universidade.
Entre as limitações do estudo, ocorreu a pouca disponibilidade de tempo dos
atores envolvidos para participação na pesquisa, o que poderia detalhar ainda mais
os resultados da universidade. A baixa quantidade de entrevistas e a
impossibilidade de entrevistar os gestores do parque tecnológico limitou os
DANIEL HANK MIRI | JANAINA MACKE 146
GESTÃO & CONEXÕES - MANAGEMENT AND CONNECTIONS JOURNAL, VITÓRIA (ES), V. 14, N. 4, DE 2025.
resultados deste estudo. Como um dos eventos realizados foi especificamente
sobre a Finep e suas oportunidades, o aspecto de fomento gerou mais conteúdo
em relação ao andamento do ecossistema de empreendedorismo e inovação.
Como possibilidade de estudos futuros, pode-se realizar um estudo de
múltiplos casos entre universidades privadas comunitárias ou entre universidades
que, em geral, possuem um parque tecnológico. Uma pesquisa quantitativa em
nível nacional com empreendedores, professores e demais participantes de
parques tecnológicos ou de agências de inovação surge também como uma
alternativa de pesquisa. Vale destacar o comparativo com outras universidades em
contextos semelhantes ou análises quantitativas de impacto.
Propõem-se uma continuidade desta pesquisa com um estudo de caso focado
na tripla hélice do ecossistema de empreendedorismo e inovação que esta
universidade faz parte. Além dos relatórios de observação de todos os eventos de
um ano, haveria a apuração de documentos e as entrevistas com membros do
poder público, empreendedores e profissionais e com todos os gestores e analistas
vinculados ao parque tecnológico.
REFERÊNCIAS
Angrisani, M., Cannavacciuolo, L., & Rippa, P. (2023). Framing the main patterns of
an academic innovation ecosystem. Evidence from a knowledge-intensive case
study. International Journal of Entrepreneurial Behavior & Research, 29(11), 109-
131.
Astuty, E., Yustian, O. R., & Ratnapuri, C. I. (2022). Building student entrepreneurship
activities through the synergy of the university entrepreneurship ecosystem.
Frontiers in Education. Frontiers. 7, 757012.
Banik, S., & Sinha, P. (2021). The digital technology as platform enabling the
entrepreneurial ecosystem and nurturing a sustainable venture in technological
space. Turkish Online Journal of Qualitative Inquiry, 12(6).
Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo: edição revisada e ampliada (Edições 70). São
Paulo.
Bedő, Z., Erdős, K., & Pittaway, L. (2020). University-centred entrepreneurial
ecosystems in resource-constrained contexts. Journal of Small Business and
Enterprise Development, 27(7), 1149-1166.
Cai, Y., Ma, J., & Chen, Q. (2020). Higher education in innovation ecosystems.
Sustainability, 12(11), 4376.
Camargo, B. V., & Justo, A. M. (2013). IRAMUTEQ: um software gratuito para análise
de dados textuais. Temas em psicologia, 21(2), 513-518.
Dias Sant´Ana, T., de Souza Bermejo, P. H., Moreira, M. F., & de Souza, W. V. B.
(2020). The structure of an innovation ecosystem: foundations for future
research. Management Decision, 58(12), 2725-2742.
DANIEL HANK MIRI | JANAINA MACKE 147
GESTÃO & CONEXÕES - MANAGEMENT AND CONNECTIONS JOURNAL, VITÓRIA (ES), V. 14, N. 4, DE 2025.
Drori, I., & Lavie, D. (2023). How do innovation ecosystems emerge? The case of
nanotechnology in Israel. Journal of Management Studies.
Flick, U. (2022). An introduction to qualitative research. Sage.
Fuchs, L., Cuevas-Garcia, C., & Bombaerts, G. (2023). The societal role of universities
and their alliances: the case of the EuroTeQ Engineering University. Tertiary
Education and Management, 29(3), 263-277.
Gerli, F., Chiodo, V., & Bengo, I. (2020). Technology transfer for social
entrepreneurship: designing problem-oriented innovation ecosystems.
Sustainability, 13(1), 20.
Guindalini, C., Verreynne, M. L., & Kastelle, T. (2021). Taking scientific inventions to
market: mapping the academic entrepreneurship ecosystem. Technological
Forecasting and Social Change, 173, 121144.
Hsieh, R. M., & Kelley, D. (2020). A study of key indicators of development for
university- based entrepreneurship ecosystems in Taiwan. Entrepreneurship
Research Journal, 10(2), 20180331.
Leal, M., Leal, C., & Silva, R. (2023). The involvement of universities, incubators,
municipalities, and business associations in fostering entrepreneurial
ecosystems and promoting local growth. Administrative Sciences, 13(12), 245.
Leceta, J. M., & Könnölä, T. (2021). Fostering entrepreneurial innovation ecosystems:
lessons learned from the European Institute of Innovation and Technology.
Innovation: The European Journal of Social Science Research, 34(4), 475-494.
Marquardt, L., & Harima, A. (2024). Digital boundary spanning in the evolution of
entrepreneurial ecosystems: a dynamic capabilities perspective. Journal of
Business Research, 182, 114762.
Meyer, M. H., Lee, C., Kelley, D., & Collier, G. (2020). An assessment and planning
methodology for university-based: entrepreneurship ecosystems. The Journal of
Entrepreneurship, 29(2), 259-292.
Novillo-Villegas, S., Ayala-Andrade, R., Lopez-Cox, J. P., Salazar-Oyaneder, J., &
Acosta-Vargas, P. (2022). A roadmap for innovation capacity in developing
countries. Sustainability, 14(11), 6686.
Noya, S. & Taneo, S. Y. (2023). Triple Helix Innovation Ecosystem: the role of small
and medium enterprises community in enhancing performance. Quality
Innovation Prosperity/Kvalita Inovácia Prosperita, 27(1).
Owen, R., Vedanthachari, L. N., & Hussain, J. (2023). The role of the university
entrepreneurial ecosystem in entrepreneurial finance: case studies of UK
innovation knowledge centres. Venture Capital, 1-25.
Piqué, J. M., Berbegal-Mirabent, J., & Etzkowitz, H. (2020). The role of universities in
shaping the evolution of Silicon Valley’s ecosystem of innovation. Triple Helix,
7(2-3), 277-321.
DANIEL HANK MIRI | JANAINA MACKE 148
GESTÃO & CONEXÕES - MANAGEMENT AND CONNECTIONS JOURNAL, VITÓRIA (ES), V. 14, N. 4, DE 2025.
Rocha, A. K. L. D., Moraes, G. H. S. M. D., & Fischer, B. (2022). The role of university
environment in promoting entrepreneurial behavior: evidence from
heterogeneous regions in Brazil. Innovation & Management Review, 19(1), 39-
61.
RUE, Ranking de Universidades Empreendedoras (2021). Recuperado de: https://
universidadesempreendedoras.org/ranking/.
RUF, Ranking Universitário Folha (2024). Recuperado de: https://ruf.folha.uol.com.
br/2024/ranking-de-universidades/inovacao/.
Santos, D. (2022). Building entrepreneurial ecosystems: the case of Coimbra. Journal
of Science and Technology Policy Management, 13(1), 73-89.
Schaeffer, P. R., Guerrero, M., & Fischer, B. B. (2021). Mutualism in ecosystems of
innovation and entrepreneurship: a bidirectional perspective on universities’
linkages. Journal of Business Research, 134, 184-197.
Song, Y. (2023). How do Chinese SMEs enhance technological innovation capability?
From the perspective of innovation ecosystem. European Journal of Innovation
Management, 26(5), 1235-1254.
Sheriff, M. & Muffatto, M. (2019). University spin-offs: a new framework integrating
enablers, stakeholders and results. International Journal of Innovation and
Technology Management, 16(02), 1950020.
Shvetsova, O. A. & Lee, S. K. (2021). Living labs in university-industry cooperation as
a part of innovation ecosystem: case study of South Korea. Sustainability, 13(11),
5793.
Smolka, M. & Böschen, S. (2023). Responsible innovation ecosystem governance:
socio-technical integration research for systems-level capacity building. Journal
of Responsible Innovation, 10(1), 2207937.
Steiber, A., Alange, S., & Corvello, V. (2021). Evaluating corporate-startup co-creation:
a critical review of the literature. International Journal of Innovation Management,
25(07), 2150073.
Sun, S. L., Zhang, Y., Cao, Y., Dong, J., & Cantwell, J. (2019). Enriching innovation
ecosystems: the role of government in a university science park. Global
Transitions, 1, 104-119.
Taxt, R. E., Robinson, D. K., Schoen, A., & Fløysand, A. (2022). The embedding of
universities in innovation ecosystems: the case of marine research at the
University of Bergen. Norsk Geografisk Tidsskrift-Norwegian Journal of
Geography, 76(1), 42-60.
Thomas, E., Faccin, K., & Asheim, B. T. (2021). Universities as orchestrators of the
development of regional innovation ecosystems in emerging economies. Growth
and change, 52(2), 770-789.
Tresierra, Á., Henriquez, M. M., Rodrich, C., Posso, C., Valdiviezo, E., & Vásquez,
DANIEL HANK MIRI | JANAINA MACKE 149
GESTÃO & CONEXÕES - MANAGEMENT AND CONNECTIONS JOURNAL, VITÓRIA (ES), V. 14, N. 4, DE 2025.
N. (2021). Revitalizing the innovation and entrepreneurship ecosystem at Universidad
de Piura. Innovation in Global Entrepreneurship Education. Edward Elgar
Publishing, 82-94.
Ventura, R., Quero, M. J., & Martínez-Martínez, S. L. (2023). The system effects of
linkages on actor disposition and resource density: an approach to university-
industry linkages. International Journal of Entrepreneurial Behavior & Research.
Villani, E. & Lechner, C. (2021). How to acquire legitimacy and become a player in a
regional innovation ecosystem? The case of a young university. The Journal of
technology transfer, 46(4), 1017-1045.
Wang, Q., Li, Y., Yang, Y., Little, M. G., Basnight, E. B., & Fryberger, C. B. (2023).
University-Led entrepreneurship ecosystem building in underserved
communities: from a network perspective. Geographical Review, 1-25.
Wang, F., Su, Q., & Zhang, Z. (2023). The influence of collaborative innovation network
characteristics on firm innovation performance from the perspective of innovation
ecosystem. Kybernetes, 53(4), 1281-1305.
Xie, X., & Wang, H. (2020). How can open innovation ecosystem modes push product
innovation forward? An fsQCA analysis. Journal of Business Research, 108, 29-
41.
Yin, D., Ming, X., & Zhang, X. (2020). Sustainable and smart product innovation
ecosystem: an integrative status review and future perspectives. Journal of
Cleaner Production, 274, 123005.
Yin, R. K. (2016). Pesquisa qualitativa do início ao fim. Penso Editora.