GESTÃO & CONEXÕES - MANAGEMENT AND CONNECTIONS JOURNAL, VITÓRIA (ES), V. 14, N. 3, DE 2025.
Revista Gestão & Conexões
Management and Connections Journal
Vitória (ES), v. 14, n. 3, de 2025.
ISSN 2317-5087
DOI: 10.47456/regec.23175087.2025.14.3.47951.132.155
Dilemas da flexibilidade: como as novas formas de
trabalho impactam a criatividade e inovação?
Dilemmas of flexibility: how does new ways of working impact creativity
and innovation?
Alessandra do Valle Abrahão Alvim Santana Aguiar
Universidade de Brasília
avalleas@gmail.com
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9031-5505
Universidade de Brasília
alvimsantanaaguiar@gmail.com
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6924-4842
Ana Cristina de Oliveira de Morais Tatiane Paschoal
Universidade de Brasília
araujoana.unb@gmail.com
ORCID: https://orcid.org/0009-0002-4443-3222
Universidade de Brasília
paschoal@unb.br
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2688-1411
RESUMO
Este estudo investiga os impactos das novas formas de trabalho (NWW) na criatividade e inovação organizacional,
explorando como práticas de flexibilidade, colaboração e tecnologias moldam dinâmicas criativas e inovadoras. Por meio
de uma revisão sistemática de literatura que mapeou 202 artigos e analisou 28 estudos selecionados, identificaram-se
benefícios das NWW, como maior autonomia, estímulo à criatividade e ambientes colaborativos mais adaptáveis, mas
também desafios, como sobrecarga informacional, falta de privacidade e dificuldades no equilíbrio trabalho-vida. Lacunas
na literatura foram evidenciadas, incluindo a predominância de estudos em regiões desenvolvidas, a ausência de análises
setoriais e a falta de abordagens longitudinais. A pesquisa oferece contribuições teóricas ao integrar dimensões
tecnológicas, sociais e culturais das NWW, além de implicações práticas para gestores e formuladores de políticas,
ressaltando a necessidade de abordagens contextuais e estratégias equilibradas para maximizar o potencial inovador
enquanto promovem o bem-estar organizacional.
Palavras-chave: novas formas de trabalho; criatividade; ambientes abertos; tecnologias da informação e comunicação;
liderança.
ABSTRACT
This study investigated the impacts of new ways of working (NWW) on creativity and organizational innovation, exploring
how practices of flexibility, collaboration, and technologies shape creative and innovative dynamics. Through a systematic
literature review that mapped 202 articles and analyzed 28 selected studies, benefits of NWW were identified, such as
greater autonomy, stimulation of creativity, and more adaptable collaborative environments, but also challenges, such as
information overload, lack of privacy, and difficulties in work-life balance. Gaps in the literature were highlighted, including
the predominance of studies in developed regions, the absence of sectoral analyses, and the lack of longitudinal
approaches. The research offers theoretical contributions by integrating technological, social, and cultural dimensions of
NWW, as well as practical implications for managers and policymakers, highlighting the need for contextual approaches
and balanced strategies to maximize innovative potential while promoting organizational well-being.
Keywords: new ways of working; creativity; open environments; information and communication technologies;
leadership.
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Introdução
As novas formas de trabalho (new ways of working - NWW) emergiram em
resposta às rápidas transformações tecnológicas, econômicas e sociais das últimas
décadas, marcadas pela globalização e pela crescente digitalização (Aroles, Mitev &
de Vaujany, 2019; Aroles, Cecez-Kecmanovic, Dale, Kingma & Mitev, 2021). Essas
mudanças foram acentuadas pela pandemia de COVID-19, que catalisou a adoção de
práticas como teletrabalho, coworking e modelos híbridos de trabalho (Manca, 2022).
Essas novas formas rompem com o modelo tradicional de emprego, caracterizado por
horários fixos e locais centralizados, e introduzem maior flexibilidade e autonomia para
os trabalhadores (Palumbo, Fakhar Manesh & Petrolo, 2022; Sewell & Taskin, 2015).
Além de transformarem as estruturas organizacionais, as NWW promovem
mudanças significativas nas práticas de trabalho e no desenvolvimento da inovação
(Aroles et al., 2019; Aroles et al., 2021). Nesse contexto, a criatividade desempenha
um papel fundamental, pois impulsiona soluções inovadoras ao estimular a geração
de novas ideias e perspectivas (Amabile, 1988). Segundo Csikszentmihalyi (2014), a
criatividade não ocorre de maneira isolada, mas é influenciada pela interação entre o
indivíduo, o ambiente organizacional e a cultura da empresa. Dessa forma, ao oferecer
espaços colaborativos e flexíveis, as NWW podem potencializar processos criativos
e, consequentemente, a inovação organizacional, favorecendo a adaptação em
ambientes instáveis e a geração de vantagens competitivas sustentáveis (Head,
2022).
Embora a literatura existente aponte benefícios das NWW para o aumento de
criatividade, inovação e produtividade, também destaca desafios que podem limitar
seu potencial inovador, como isolamento social, precarização das relações de trabalho
e complexidade na gestão de equipes distribuídas (Allen, Golden & Shockley, 2015;
Kossek & Thompson, 2015; Wood, Graham, Lehdonvirta, & Hjorth, 2018). Ainda que
amplamente discutidas, as NWW permanecem um tema controverso com desafios
latentes, como a gestão de tensões entre controle organizacional e liberdade
individual, e a manutenção da coesão social em ambientes híbridos. O equilíbrio de
estratégias é essencial para estimular a interação, troca de conhecimento e
experimentação (Bondarouk & Brewster, 2016; Manca, 2022; Palumbo et al., 2022;
Sewell & Taskin, 2015; Taskin, Parmentier & Stinglhamber, 2019).
Diante dessas lacunas, este artigo apresenta uma revisão sistemática da
literatura para explorar a relação entre as NWW, a criatividade e a inovação
organizacional. O objetivo principal é responder a pergunta: Quais são os impactos
das novas formas de trabalho na criatividade e inovação organizacional? A pesquisa
busca analisar como a flexibilidade, colaboração e tecnologias avançadas das NWW
moldam as dinâmicas de criatividade e inovação nas organizações, integrando
estudos empíricos e teóricos para oferecer insights valiosos a gestores e acadêmicos.
Este artigo está estruturado em seis seções. A Seção 2 apresenta o referencial
teórico sobre NWW, criatividade e inovação organizacional. A Seção 3 descreve a
metodologia da revisão, abrangendo 202 artigos mapeados nas bases Scopus e Web
of Science, dos quais 28 estudos foram selecionados para análise. A Seção 4 detalha
os resultados obtidos, e a Seção 5 discute implicações teóricas e práticas, limitações
do estudo e sugestões para pesquisas futuras. Por fim, a Seção 6 sintetiza os
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principais achados e contribuições do estudo para a literatura e a prática
organizacional.
Fundamentação teórica
O termo ‘novas formas de trabalho’ não possui uma definição única e consensual
na literatura, o que reflete a diversidade de práticas e abordagens associadas ao
conceito. Pode-se dizer que o termo é um guarda-chuva que engloba uma série de
transformações nas práticas e arranjos de trabalho, impulsionadas por avanços
tecnológicos, mudanças econômicas e sociais. As novas formas de trabalho abarcam
uma ampla gama de práticas que se inserem em um contínuo de flexibilização e
diversificação do trabalho, que vai desde o trabalho remoto e trabalho distribuído até
o empreendedorismo colaborativo e o nomadismo digital (Aroles et al., 2021; Halford,
2005; Manca, 2022; Palumbo et al., 2022). No cerne das NWW está a transformação
sociomaterial do local de trabalho, combinando tecnologias digitais, práticas de
trabalho flexíveis e instalações físicas não convencionais (Aroles et al., 2021; Halford,
2005). Assim, o termo descreve um paradigma em que a ubiquidade tecnológica e o
trabalho distribuído, viabilizados por ambientes sem limites fixos de tempo ou espaço,
permitem revisar arranjos e práticas de trabalho (Halford, 2005).
Vale ressaltar que expressões como teletrabalho, trabalho remoto, espaços
colaborativos e modelos híbridos designam manifestações ou arranjos específicos
que se inserem na categoria mais ampla de NWW (Aroles et al., 2021; Palumbo et al.,
2022). O teletrabalho, por exemplo, corresponde a um arranjo em que os funcionários
desempenham suas funções fora da sede da organização, utilizando tecnologias de
informação e comunicação (TICs) para executar tarefas e manter a interação com
equipe, clientes e supervisores (Allen, et al., 2015). Já os espaços colaborativos
configuram ambientes de trabalho compartilhados por freelancers e profissionais de
diferentes empresas, que dividem instalações e serviços para ampliar o convívio social
e reduzir custos operacionais (Manca, 2022). Esses locais materializam a ideia de
colaboração e comunidade. Por fim, os modelos híbridos expressam a possibilidade
de multilocalização, permitindo que o trabalho ocorra tanto em casa quanto em um
espaço organizacional, articulado por tecnologias virtuais que integram esses
ambientes (Aroles et al., 2021; Halford, 2005).
As NWW emergiram como respostas adaptativas às transformações
tecnológicas, sociais e econômicas que caracterizam o século XXI. Estas práticas de
gestão e organização redefiniram a organização do trabalho, integrando flexibilidade,
autonomia e uso intensivo de TICs. Fundamentadas em cinco dimensões principais,
as NWW promovem um modelo adaptativo e centrado no trabalhador, com foco na
produtividade e na inovação organizacional (Gerards, van Wetten & van Sambeek,
2021).
A primeira dimensão, trabalho independente de tempo e local, oferece aos
colaboradores autonomia para executar suas atividades a qualquer tempo e lugar,
com novos arranjos como o teletrabalho e home office. A segunda, gestão orientada
a resultados, foca na entrega e no desempenho, valorizando a autonomia e permitindo
maior liberdade criativa, elemento chave para a inovação. O acesso ao conhecimento
organizacional, terceira dimensão, reforça o papel das TICs e facilita a colaboração e
a troca de informações entre equipes. A quarta dimensão, flexibilidade nas relações
de trabalho, com jornadas e regimes de trabalho ajustáveis, contribui para a retenção
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de talentos e a melhora na qualidade de vida dos trabalhadores, de forma que o
ambiente de trabalho mais inclusivo e produtivo fomenta o intraempreendedorismo e
a inovação. Por fim, os espaços abertos e acessíveis configuram a quinta dimensão
das NWW, desenhados para incentivar interações espontâneas e colaboração entre
colegas, eficazes na promoção de criatividade e troca de ideias. Em conjunto, essas
dimensões viabilizam um ecossistema inovador, contanto que se mantenha um
equilíbrio que maximize seus benefícios (Gerards et al., 2021).
Na prática, esses elementos assumem formas já operacionalizadas nos
contextos de trabalho contemporâneos. O trabalho independente de tempo e local
materializa-se em arranjos como trabalho remoto, equipes distribuídas e flexibilidade
de horário, por exemplo. A gestão orientada a resultados envolve sistemas de
avaliação por objetivos e métricas de desempenho, substituindo a ênfase no controle
de horas presenciais em escritórios tradicionais. O uso das TICs para acesso ao
conhecimento e interação manifesta-se, por exemplo, em plataformas colaborativas,
redes internas, comunidades virtuais e intranets corporativas, que ampliam a
circulação e integração de saberes. A flexibilidade nas relações de trabalho se traduz
em contratos temporários ou flexíveis, trabalho em tempo parcial, job sharing, além do
crescimento de trabalhos mediados por plataformas digitais. Por fim, os espaços
abertos e acessíveis assumem formas como coworkings, hubs de inovação,
escritórios móveis e áreas de convivência que estimulam a interação informal.
Embora estudos apontem flexibilidade e autonomia como potenciais facilitadores
de inovação, a relação entre NWW, criatividade e inovação ainda carece de
aprofundamento teórico sistemático (Manca, 2022). Halford (2005) oferece uma
discussão detalhada sobre o assunto ao estudar o impacto da espacialidade híbrida
(hybrid workspace) na organização e gestão do trabalho. A autora mostra que os
arranjos espaciais híbridos alteram significativamente as práticas de trabalho e as
relações organizacionais, o que pode ter implicações importantes para a criação de
ideias e colaboração. Palumbo et al. (2022) destacam que a flexibilidade sobre como,
quando e onde trabalhar busca combinar produtividade e bem-estar, favorecendo a
inovação quando sustentada por relações de confiança e suporte organizacional.
As NWW estão presentes nos imaginários de criatividade, ludicidade,
empreendedorismo, encontros casuais, juventude e trabalho ligado ao conhecimento.
O trabalho contemporâneo passa a ser associado à colaboração e ao
empreendedorismo. Por outro lado, frequentemente são encontradas assimetrias de
poder e precarização que podem prejudicar o potencial criativo (Aroles et al., 2019;
Crevani & Manca, 2023). A tensão entre as promessas de autonomia e flexibilidade
da NWW e as realidades de controle e isolamento é o cerne dos dilemas da
flexibilidade. Essa tensão afeta diretamente a capacidade do ambiente de trabalho de
nutrir a criatividade e a inovação. O presente estudo se insere na interseção entre as
NWW, criatividade e inovação, explorando como tais dinâmicas se manifestam nos
ambientes laborais contemporâneos.
A criatividade é essencial para a inovação e pode ser estimulada por diferentes
estruturas organizacionais. Amabile (1988) propõe que a criatividade resulta da
interação entre conhecimento, habilidades cognitivas e motivação intrínseca, sendo
favorecida por um ambiente que estimule experimentação e aprendizagem contínua.
Já Woodman, Sawyer & Griffin (1993) ampliam essa visão ao entender a criatividade
como um processo interativo nos níveis individual, grupal e organizacional, que pode
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ser beneficiado pela descentralização e colaboração promovidas pelas NWW.
Mumford (2000), por sua vez, destaca que a criatividade deve ser aplicada à resolução
de problemas organizacionais e sua implementação depende de suporte técnico e
estrutural, incluindo liderança inspiradora e redes colaborativas.
Além disso, ambientes que incentivam o pensamento divergente e a autonomia
dos colaboradores tendem a fomentar uma cultura de inovação contínua. Segundo
Anderson et al. (2014), a criatividade organizacional é mais eficaz quando combinada
com processos de implementação de ideias, garantindo que inovações não fiquem
apenas no estágio conceitual, mas sejam traduzidas em práticas efetivas. Neste
contexto, a inovação pode ser compreendida como um processo que transforma
ideias criativas em soluções aplicáveis e valiosas no contexto organizacional.
Schumpeter (1984) foi um dos pioneiros ao destacar a inovação como resultado de
novas combinações de recursos que geram produtos, serviços ou processos distintos,
capazes de romper com padrões anteriores.
Baierle et al. (2021) definem inovação como um processo colaborativo de
criação, difusão e aplicação prática de ideias e tecnologias em ecossistemas
compostos por múltiplos atores. Impulsionada por avanços digitais e pela lógica da
inovação aberta, essa dinâmica se desenvolve em ambientes interconectados e
dinâmicos, orientados à geração de soluções técnicas e científicas que agreguem
valor.
Com base nessas perspectivas, este estudo busca aprofundar a compreensão
sobre como as NWW influenciam a criatividade e a inovação organizacional. A análise
dessas interações pode oferecer insumos relevantes para gestores e pesquisadores
interessados em otimizar o potencial inovador das novas configurações de trabalho.
Metodologia
Essa revisão sistemática de literatura (RSL) utilizou o protocolo PRISMA -
Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (Page et al.,
2021). Revisões sistemáticas frequentemente apresentam falta de conhecimento
sobre diretrizes compartilhadas que as tornem replicáveis e cientificamente
adequadas (Abelha, Fernandes, Mesquita, Seabra & Ferreira-Oliveira, 2020). O
protocolo PRISMA fornece uma metodologia padronizada, aceita pela comunidade
científica, que utiliza um checklist de diretrizes, com o objetivo de apoiar a elaboração
de relatórios de revisões sistemáticas de forma abrangente, transparente e completa
(Fleming, Koletsi & Pandis, 2014; Ogunmakinde, Egbelakin, Sher, Omotayo &
Ogunnusi, 2024; Panic, Leoncini, de Belvis, Ricciardi & Boccia, 2013).
Para atender ao objetivo de examinar como as NWW influenciam a criatividade
e a inovação nas organizações, o processo de revisão foi estruturado em três etapas
principais: (1) identificação, (2) seleção e elegibilidade, e (3) análise.
Etapa de identificação
A busca foi realizada em duas bases de dados acadêmicas reconhecidas por
sua relevância: Scopus e Web of Science. Para garantir a abrangência e precisão dos
resultados, foram utilizados os seguintes termos de busca, no título, palavras-chaves
e sumário, combinados com os seguintes operadores booleanos: ("new work practic*"
OR "new ways of work*" OR "flexible work arrangement*" OR "smart work" OR "new
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world of work" OR workspac*) AND (innovatio* OR creativit*) AND (organization* OR
organisation*). Na Scopus, houve limitação à subárea ‘negócios’ e na Web of Science,
a consulta foi filtrada às categorias ‘gestão’, 'negócios’ e ‘administração pública’.
A escolha das NWW como categoria central da pesquisa permite capturar a
complexidade e a multidimensionalidade das transformações no mundo do trabalho.
Esse conceito engloba desde a fragmentação e diversificação das práticas de trabalho
até o surgimento de novas formas de colaboração, que sustentam a discussão sobre
criatividade e inovação.
A busca não restringiu nenhum período de publicação, contemplando todos os
artigos disponíveis até 01/12/2024. Foram identificados 202 registros, posteriormente
importados para o gerenciador de referências Rayyan.com, utilizado para a remoção
de duplicatas e a organização do material.
Etapa de seleção e elegibilidade
Após remoção automática de 37 duplicatas, foi realizada uma triagem inicial com
base no título e resumo dos artigos, aplicando-se os seguintes critérios de seleção:
● Critérios de inclusão:
○ Estudos que abordam a relação entre NWW e criatividade e/ou inovação
organizacional;
○ Pesquisas empíricas e/ou teóricas com relevância para o tema;
● Critérios de exclusão:
○ Artigos de opinião ou publicações sem acesso ao texto completo;
○ Estudos fora do escopo temático da revisão;
○ Artigos em outros idiomas que não inglês;
○ Relatórios, livros, capítulos de livros e teses;
○ Estudos não revisados por pares.
Os textos completos dos artigos selecionados foram avaliados detalhadamente
para confirmar sua adequação aos critérios de inclusão. Essa análise foi conduzida
de forma independente por três revisores, com resolução das divergências por
consenso. Os artigos considerados elegíveis foram incluídos na amostra final. O
processo resultou em um total de 28 artigos (Tabela 1), que constituem a amostra
para a análise e discussão dos resultados apresentados neste estudo.
Tabela 1 - Amostra de artigos revisados
Autor Título Ano
Allee & Taug
Collaboration, innovation, and value creation in a global
telecom
2006
Andrews A Space for Place in Business Communication Research 2017
Antoniac, Pallot & Pulli
Virtual and Augmented Reality supporting group
consciousness within collaborative working environments
2006
Aroles, Cecez-
Kecmanovic, Dale,
Kingma & Mitev
New ways of working (NWW): Workplace transformation
in the digital age
2021
ALESSANDRA DO VALLE ABRAHÃO, ALVIM SANTANA AGUIAR, ANA CRISTINA DE OLIVEIRA DE MORAIS ARAÚJO, TATIANE PASCHOAL 138
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Blomberg & Kallio
A review of the physical context of creativity: A three-
dimensional framework for investigating the physical
context of creativity
2022
Caldas & Cândido
Inter-organizational knowledge conversion and innovative
capacity in cooperative networks
2013
Cumming, Bettridge &
Toyne
Responding to global business critical issues: A source of
innovation and transformation for FTSE 350 companies?
2005
De Paoli, Sauer & Ropo
The spatial context of organizations: A critique of `creative
workspaces'
2019
Eskola & Neuvonen
A Conceptual Framework for Understanding the
Phenomenon of new Ways of Work
2016
Gerards, van Wetten &
van Sambeek
New ways of working and intrapreneurial behaviour: the
mediating role of transformational leadership and social
interaction
2021
Huang, Ferreira & He
Impact of workspace environment on creativity and
innovation: empirical evidence from a makerspace in
China
2021
Ivanoff & Podolskiy
Workspace environment management: recent challenges
and future trends for organizational psychology
2021
Jebali & Meschitti HRM as a catalyst for innovation in start-ups 2021
Lafore & Tann Innovative characteristics of small manufacturing firms 2006
Lucius & Damberg
Why we need employees back at the office: The effect of
workplace design on creativity in organizations
2024
Manca
Tensions as a framework for managing work in
collaborative workplaces: A review of the empirical studies
2022
Martins & Ling
Local enterprise partnerships: Socialisation practices
enabling business collective action in regional knowledge
networks
2017
Mattarelli, Cochis,
Bertolotti & Ungureanu
How designed work environment and enacted work
interactions impact creativity and work-life balance
2022
Medik & Stettina
Towards responsible workplace innovation: The rise of
NWW in public knowledge organizations and their impact
on governance
2014
Muñoz & Romero
Organisational innovation in bureaucracies: An impossible
mission?
2021
Pallot, Ruland, Traykov &
Kristensen
Integrating shared workspace, wiki and blog technologies
to support interpersonal Knowledge Connection
2006
Pinnington, Alshamsi,
Karatas-Ozkan,
Nicolopoulou, Ozbilgin,
Tatli & Vassilopoulou
Early organizational diffusion of contemporary policies:
Narratives of sustainability and talent management
2015
ALESSANDRA DO VALLE ABRAHÃO, ALVIM SANTANA AGUIAR, ANA CRISTINA DE OLIVEIRA DE MORAIS ARAÚJO, TATIANE PASCHOAL 139
GESTÃO & CONEXÕES - MANAGEMENT AND CONNECTIONS JOURNAL, VITÓRIA (ES), V. 14, N. 3, DE 2025.
Qi, Liu, Li & Liu
The influence of flexible work arrangements on innovative
employee behaviour in China: a perspective of person-job
fit
2021
Sicotte, De Serres,
Delerue & Menard
Open creative workspaces impacts for new product
development team creativity and effectiveness
2019
van der Voordt
Productivity and employee satisfaction in flexible
workplaces
2004
Warwick
Routine innovation: Complex processes from policy
development to implementation
2016
Worthington Accommodating change ‐ Emerging real estate strategies 2001
Yacoub & Haefliger Coworking spaces and collaborative practices 2022
Fonte: Elaboração própria (2025)
A Figura 1 mostra o fluxo de acordo com o protocolo PRISMA (Page et. al, 2021),
com base na ferramenta de criação de diagramas PRISMA (Haddaway, Page,
Pritchard & McGuinness, 2022).
Figura 1. Identificação dos estudos analisados na revisão sistemática de literatura
Fonte: Elaboração própria a partir de Haddaway et al., 2022.
Os artigos selecionados abrangem um período significativo, com publicações
entre 2001 e 2024, o que possibilita uma visão histórica e abrangente do
desenvolvimento do tema investigado. Metade dos estudos (50%) concentram-se em
contextos geográficos específicos, sobretudo na Europa e nos Estados Unidos. Por
outro lado, também foram identificados trabalhos voltados a comunidades virtuais de
alcance global, além de pesquisas situadas em países como China, Brasil e Emirados
Árabes Unidos, o que evidencia a relevância internacional do tema e sua
aplicabilidade em diferentes realidades.
No que diz respeito às abordagens metodológicas, 69% dos estudos analisados
são teórico-empíricos e 31% puramente teóricos. Em relação aos métodos de análise,
61% das pesquisas empregam estratégias qualitativas, 28% quantitativas e 11%
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mistas. Apesar da pluralidade de abordagens, observa-se uma predominância de
pesquisa qualitativa, o que sinaliza o interesse da literatura em aprofundar a
compreensão das relações entre NWW, criatividade e inovação. Quanto aos objetivos,
os artigos se distribuem de forma relativamente equilibrada: 39% exploratórios, 39%
descritivos e 22% explicativos. Essa configuração reflete o estágio de
desenvolvimento do campo, ainda marcado pela necessidade de mapeamento inicial
e aprofundamento conceitual, fatores que também ajudam a explicar o predomínio de
estudos qualitativos.
Além disso, observa-se que 89% dos artigos analisados adotam um recorte
temporal transversal, o que indica que grande parte das investigações se concentrou
na análise de fenômenos em um único momento no tempo, refletindo as condições
específicas de cada contexto. Em coerência com o predomínio das abordagens
qualitativas, constatou-se que 43% das pesquisas são caracterizadas como estudos
de caso, evidenciando uma ênfase em análises detalhadas de situações particulares
e na compreensão do fenômeno em organizações ou comunidades específicas.
Visando assegurar alinhamento entre a fundamentação teórica e a análise
metodológica, os artigos selecionados foram avaliados quanto à forma como exploram
os conceitos de criatividade, inovação e as dimensões das NWW, conforme discutido
por autores como Gerards et al. (2021), Amabile (1988) e Anderson et al. (2014). Essa
análise orientou a definição das categorias temáticas aplicadas na etapa seguinte.
Etapa de análise
Os dados extraídos da amostra foram sistematicamente organizados em uma
planilha padronizada, contendo informações como autor, ano de publicação, objetivos,
metodologia, principais achados e contribuições. A análise dos artigos seguiu a
técnica de análise de conteúdo (Bardin, 2016), com categorias elaboradas de forma
dedutiva a partir dos principais eixos teóricos discutidos na Seção 2. Para isso,
tomaram-se como referência os modelos de criatividade de Amabile (1988), Woodman
et al. (1993) e Mumford (2000), além das dimensões das NWW propostas por Gerards
et al. (2021). As categorias analíticas definidas foram:
1) Fatores que estimulam a criatividade e inovação nas organizações;
2) Impacto das NWW na criatividade e inovação;
3) Gestão do conhecimento, criatividade e inovação; e
4) Limitações das NWW para a criatividade e inovação.
Essa estrutura de análise possibilitou examinar como os estudos empíricos e
teóricos dialogam com os conceitos-chave previamente apresentados, assegurando
coerência entre fundamentação teórica e interpretação dos resultados.
Resultados
Fatores que estimulam a criatividade e inovação nas organizações
A cultura organizacional, os estilos de liderança e a estrutura do ambiente de
trabalho são fatores que influenciam diretamente os processos criativos e inovadores.
A flexibilidade organizacional e individual é um dos pilares das NWW, permitindo aos
funcionários ajustar seus horários e locais de trabalho, o que favorece a exploração
ALESSANDRA DO VALLE ABRAHÃO, ALVIM SANTANA AGUIAR, ANA CRISTINA DE OLIVEIRA DE MORAIS ARAÚJO, TATIANE PASCHOAL 141
GESTÃO & CONEXÕES - MANAGEMENT AND CONNECTIONS JOURNAL, VITÓRIA (ES), V. 14, N. 3, DE 2025.
de ideias criativas (Gerards et al., 2021; Laforet & Tann, 2006). Startups, por exemplo,
têm se beneficiado de estruturas orgânicas e práticas informais de gestão, que
estimulam agilidade e criatividade (Jebali & Meschitti, 2021).
A liderança transformacional também desempenha um papel central na criação
de culturas de inovação. Líderes que promovem comunicação aberta, suporte às
equipes e uma cultura de experimentação criam um ambiente favorável ao
intraempreendedorismo (Laforet & Tann, 2006; Gerards et al., 2021). Além disso,
líderes que questionam suposições e incentivam a reflexão crítica podem criar
ambientes mais inovadores (Warwick, 2016). A Teoria da Troca Social é
frequentemente citada para explicar como relações de confiança e reciprocidade entre
gestores e empregados impulsionam comportamentos inovadores (Gerards et al.,
2021).
O design do ambiente de trabalho também é importante, devendo favorecer a
interação e a comunicação, elementos fundamentais para estimular a criatividade. O
planejamento deve facilitar o processo de conversão de conhecimento, o que pode
ser apoiado pela criação de espaços Ba, ambientes de compartilhamento que
favorecem o surgimento de relacionamentos e a troca de saberes (Caldas & Cândido,
2013; Nonaka & Konno, 1998; Nonaka & Takeuchi, 1997). Além disso, um ambiente
que promove a criatividade precisa equilibrar diferentes tipos de trabalho: de um lado,
espaços privados para tarefas que exigem concentração; de outro, áreas comunitárias
que facilitam a colaboração e incentivam encontros informais e a troca de ideias
(Andrews, 2017; Sicotte et al., 2019; Blomberg & Kallio, 2022). A flexibilidade e a
adaptabilidade do espaço são igualmente importantes, permitindo que os
colaboradores ajustem o ambiente conforme suas necessidades específicas
(Blomberg & Kallio, 2022).
Assim como argumentam Yacoub & Haeflinger (2022), Sicottte et. al (2019) e
Blomberg & Kallio (2022), a criatividade é potencializada quando os espaços físicos
são adaptáveis às necessidades específicas de tarefas e indivíduos. Nesse sentido,
Qi, Liu, Li e Liu (2021) destacam que o trabalho flexível também deve ser compatível
com as características e capacidades dos trabalhadores, equilibrando a oferta de
flexibilidade com as demandas individuais. Para favorecer comportamentos
inovadores, é necessário criar ambientes com menos controle e mais autonomia,
investir em comunicação regular e promover uma cultura organizacional inclusiva,
reduzindo o isolamento e a percepção de riscos à carreira. Além disso, a adequação
entre exigências do trabalho e nível de competência de cada colaborador deve ser
cuidadosamente calibrada: profissionais mais experientes podem ser estimulados por
desafios maiores, enquanto os menos capacitados requerem suporte adicional.
A padronização excessiva dos ambientes pode limitar a criatividade,
evidenciando a necessidade de personalização conforme as necessidades
específicas das equipes (De Paoli et al., 2019). Ivanoff & Podolskiy (2021) reforçam
essa perspectiva ao sugerirem que a gestão do espaço de trabalho deve considerar a
cultura dos colaboradores, o contexto organizacional, o tipo de tarefa e as tendências
emergentes, como a integração de tecnologias inteligentes e a customização de
espaços, para promover bem-estar e produtividade. Além disso, Cumming, Bettridge
& Toyne (2005) destacam que questões sociais, éticas e ambientais globais são
críticas para os negócios, contribuindo para impulsionar tanto a inovação
organizacional quanto a inovação social.
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Impacto do teletrabalho na criatividade e inovação
O teletrabalho, como uma NWW, apresenta benefícios e desafios para os
processos criativos. A autonomia e a flexibilidade associadas ao trabalho remoto
podem favorecer a criatividade individual, permitindo que os funcionários explorem
ideias em ambientes que consideram mais propícios (Gerards et al., 2021; Lucius &
Damberg, 2024). No entanto, o isolamento e a falta de interação espontânea podem
representar barreiras significativas para a cocriação e a troca de ideias, especialmente
em equipes que dependem de colaboração intensiva (Sicotte et al., 2019; Yacoub &
Haefliger, 2022).
As tecnologias de colaboração, como ferramentas digitais e plataformas de
comunicação, têm um papel fundamental para mitigar os desafios do distanciamento
físico. Ferramentas como realidade aumentada (RA) e realidade virtual (RV) ampliam
as possibilidades de integração e cocriação, conectando especialistas
geograficamente dispersos (Antoniac et al., 2006; Eskola & Neuvonen, 2016). No
entanto, desafios técnicos e de usabilidade podem comprometer os benefícios
esperados (Antoniac et al., 2006). Worthington (2001) e Pinnington, Alshamsi,
Karatas-Özkan, Nicolopoulou, Ozbilgin, Tatli & Vassilopoulou (2015) destacam que
novas práticas de trabalho, como espaços de coworking flexíveis e hubs de inovação,
podem ajudar as empresas a se adaptarem rapidamente às mudanças de mercado,
incentivar a interação e a colaboração entre os colaboradores e as empresas e criar
espaços que atraem e retêm os melhores talentos.
Estudos sugerem que o trabalho remoto pode beneficiar a criatividade individual,
mas prejudicar a criatividade coletiva, pois a ausência de interações face a face e a
dificuldade de manter conexões espontâneas podem limitar a geração de ideias
inovadoras em grupo (Mattarelli et al., 2022; Yacoub & Haefliger, 2022). Manca (2022)
propõe o uso de tensões como framework para gerenciar o trabalho em ambientes
colaborativos, sugerindo que a criatividade coletiva pode ser aprimorada quando as
organizações equilibram autonomia individual com estruturas que facilitam a interação
e a cocriação.
Gestão do conhecimento, criatividade e inovação
A gestão do conhecimento está intimamente ligada à criatividade. A diversidade
de perspectivas e a integração de conhecimentos multidisciplinares são fundamentais
para a geração de ideias inovadoras (Sicotte et al., 2019). Equipes que conseguem
combinar conhecimentos técnicos, experiências práticas e insights de diferentes áreas
têm maior potencial criativo (Chen, Presslee & Yang, 2025; Ru & Zhou, 2024). No
entanto, para que isso ocorra, é essencial que as organizações criem mecanismos
que facilitem a conexão entre indivíduos com habilidades complementares, como
redes internas de colaboração e programas de mentoria (Jebali & Meschitti, 2021).
Além disso, a ampliação da comunicação interpessoal, viabilizada por tecnologias e
práticas colaborativas, promove a criação coletiva e o compartilhamento de ideias
(Antoniac et al., 2006; Gerards et al., 2021). No entanto, o excesso de informação é
um desafio significativo, exigindo estratégias organizacionais para filtrar informações
e priorizar informações relevantes, como a curadoria de conteúdos e a criação de
fluxos de trabalho que incentivem a reflexão e a síntese de ideias (Martins & Ling,
2017; Gerards et al., 2021).
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Plataformas colaborativas, comunidades de prática e redes sociais corporativas
são ferramentas essenciais para facilitar o compartilhamento de conhecimento e a
inovação. Métricas de redes sociais e análise de rede organizacional ajudam a
identificar especialistas-chave e otimizar fluxos de conhecimento (Allee & Taug, 2006;
Martins & Ling, 2017). Essas ferramentas permitem que as organizações mapeiem
redes informais de colaboração, identificando pontos de conexão e lacunas que
podem ser fortalecidas para promover a inovação. A capacidade de absorção de
conhecimentos externos em redes globais também reforça a inovação, destacando o
papel estratégico da gestão de conhecimento em contextos colaborativos (Martins &
Ling, 2017). Blomberg & Kallio (2022) enfatizam que o contexto físico e digital deve
ser projetado para facilitar a troca de conhecimento, sugerindo que ambientes que
combinam espaços físicos inspiradores e ferramentas digitais integradas são mais
eficazes para promover a inovação.
Limitações das NWW para a criatividade e inovação
Embora as NWW promovam flexibilidade e colaboração, também apresentam
limitações que podem comprometer a criatividade e a inovação. Ambientes abertos
mal projetados podem provocar interrupções e falta de privacidade, dificultando
tarefas que exigem concentração (Andrews, 2017; Sicotte et al., 2019). Ivanoff &
Podolskiy (2021) destacam que a gestão do ambiente precisa equilibrar espaços
colaborativos com áreas destinadas ao trabalho individual. Essa combinação evita a
homogeneização excessiva e dá aos colaboradores liberdade para escolher o local
mais adequado a cada tarefa. Além disso, a dependência excessiva de tecnologias
digitais, como RA e RV, pode gerar sobrecarga informacional e fadiga digital. Isso
também pode reduzir a qualidade das interações sociais. A geração de ideias
inovadoras se torna mais limitada quando faltam interações interpessoais,
fundamentais para contextualizar o conhecimento (Antoniac et al., 2006; Gerards et
al., 2021).
A autonomia e a flexibilidade, características centrais das NWW, podem gerar
tensões entre a liberdade individual e a necessidade de coordenação coletiva. A
ausência de estruturas formais pode levar à falta de clareza nas responsabilidades e
à dificuldade de coordenação entre equipes, especialmente em organizações que
combinam elementos burocráticos e inovadores (Muñoz & Romero, 2021). Além disso,
a dependência de lideranças carismáticas ou visionárias pode criar vulnerabilidades
organizacionais, uma vez que a saída desses líderes pode desestabilizar processos
inovadores (Jebali & Meschitti, 2021). Ademais, a flexibilidade excessiva pode resultar
em uma sensação de isolamento e desconexão entre os colaboradores, prejudicando
a coesão da equipe e a colaboração sustentada (Mattarelli et al., 2022). Por fim, a
dificuldade de estabelecer limites entre trabalho e vida pessoal pode levar à
sobrecarga de trabalho e à redução do bem-estar dos funcionários (Lucius &
Damberg, 2024).
A gestão do conhecimento nas NWW também enfrenta desafios importantes. A
ampliação das arenas de comunicação pode levar ao excesso de informação,
reduzindo a capacidade de absorver conhecimentos externos e limitando a geração
de ideias inovadoras (Martins & Ling, 2017). Para equilibrar inovação e estrutura
organizacional, é necessário adotar estratégias adaptativas, como criar espaços
modulares e multifuncionais ou "workspaces conscientes", que combinem áreas de
colaboração e zonas de foco (Worthington, 2001; Antoniac et al., 2006; Gerards et al.,
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2021). Além disso, o trabalho remoto e a flexibilidade espacial podem intensificar o
isolamento social, especialmente quando as interações virtuais não bastam para
construir relações de confiança e reciprocidade (Lucius & Damberg, 2024).
Por fim, a implementação das NWW em organizações com estruturas
hierárquicas rígidas ou culturas conservadoras pode enfrentar resistência significativa.
A falta de alinhamento entre práticas inovadoras e objetivos estratégicos pode resultar
em iniciativas fragmentadas e pouco eficazes (Muñoz & Romero, 2021). Para superar
essas limitações, são necessárias estratégias adaptativas que atendam às
necessidades individuais e organizacionais, articulando inovação e direção
estratégica de forma consistente.
Discussão
Esta revisão investiga os impactos das NWW na criatividade e inovação
organizacional, analisando como suas práticas influenciam processos criativos e
colaborativos nas organizações. Os resultados revelam que as NWW podem tanto
estimular quanto restringir a criatividade e a inovação, dependendo da forma como
são implementadas e do contexto organizacional em que operam. Enquanto fatores
como flexibilidade, autonomia e digitalização são frequentemente associados a um
aumento no potencial criativo (Antoniac et al., 2006; Eskola & Neuvonen, 2016;
Gerards et al., 2021), desafios como sobrecarga informacional, falta de privacidade e
tensões entre colaboração e concentração surgem como elementos críticos a serem
gerenciados (Manca, 2021; Worthington, 2001).
A flexibilidade, característica central das NWW, tem sido amplamente associada
ao aumento de autonomia dos trabalhadores e à sua capacidade de gerar novas ideias
(Gerards et al., 2021; Laforet & Tann, 2006). Modelos de trabalho flexíveis permitem
que os indivíduos escolham onde e quando trabalhar, adaptando-se às suas
preferências cognitivas e emocionais, o que pode potencializar a criatividade ao criar
um ambiente mais favorável à experimentação e à inovação (Lucius & Damberg, 2024;
Muñoz & Romero, 2021). No entanto, a literatura também indica que a flexibilidade
excessiva pode gerar desafios inesperados, como a dificuldade de separação entre
vida pessoal e profissional, resultando em fadiga e menor capacidade criativa no longo
prazo (Mattarelli et al., 2022). Além disso, a ausência de estruturas de governança e
coordenação pode criar um ambiente de incerteza que dificulta a inovação,
especialmente em contextos que exigem cooperação e interdependência entre
equipes (Medik & Stettina, 2014). Dessa forma, para que a flexibilidade impulsione a
criatividade, ela deve ser acompanhada por estratégias organizacionais que
promovam equilíbrio e suporte contínuo aos trabalhadores.
A configuração dos espaços de trabalho exerce influência direta sobre a
criatividade e a inovação organizacional. O design dos escritórios pode estimular a
troca de ideias, sobretudo quando combina ambientes colaborativos e áreas de
privacidade (Blomberg & Kallio, 2022; De Paoli et al., 2019). Espaços abertos e
coworkings, por exemplo, são frequentemente apresentados como catalisadores de
inovação, pois promovem encontros informais e ampliam a circulação de
conhecimento (Huang et al., 2021; Yacoub & Haefliger, 2022). A proximidade física
nesses ambientes estimula interações espontâneas e facilita o acesso a colegas e
recursos, o que frequentemente resulta em novas perspectivas e soluções criativas
(Antoniac et al., 2006; Eskola & Neuvonen, 2016). Além disso, fatores como
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ergonomia, paleta de cores, disposição de mobiliário e soluções de design contribuem
para criar um ambiente mais dinâmico e inspirador, reforçando o potencial criativo das
equipes (Sicotte et. al, 2019; Tacoub & Haefliger, 2022).
Por outro lado, a literatura aponta que a falta de privacidade nesses ambientes
pode comprometer a criatividade individual, ao reduzir a capacidade de reflexão
profunda e a geração de ideias originais (Andrews, 2017; Manca, 2021; Sicotte et al.,
2019; van der Voordt, 2004). A padronização excessiva desses espaços também pode
limitar a espontaneidade e a diversidade de abordagens criativas, indicando que o
sucesso dessas configurações depende da capacidade das organizações de oferecer
ambientes variados para diferentes tipos de trabalho (De Paoli et al., 2019; van der
Voordt, 2004; Yacoub & Haefliger, 2022). Embora os coworkings estimulem interações
iniciais e exploração coletiva, muitas vezes falham em sustentar colaborações de
longo prazo, especialmente quando não há mecanismos organizacionais que
mantenham essas conexões vivas. A adesão dos colaboradores a esses espaços
depende fortemente da cultura organizacional e da valorização de práticas
colaborativas e adaptáveis (De Paoli et al., 2019; Sicotte et al., 2019). Para contornar
esses desafios, estratégias como capacitação contínua, feedback informal e gestão
horizontal podem fortalecer a cultura interna e ampliar o potencial criativo e inovador
(Eskola & Neuvonen, 2016; Jebali & Meschitti, 2021; Putnam et al., 2014).
A transição para o teletrabalho e modelos híbridos trouxe impactos significativos
para a criatividade e inovação organizacional. A revisão de literatura mostra que a
autonomia proporcionada pelo trabalho remoto pode favorecer processos criativos
individuais, permitindo que os trabalhadores organizem suas atividades sem as
distrações típicas do ambiente corporativo (Ivanoff & Podolskiy, 2021; Lucius &
Damberg, 2024; Mattarelli et al., 2022). No entanto, a redução da interação social
espontânea pode afetar negativamente a criatividade coletiva, dificultando a troca
informal de ideias e a cocriação de soluções inovadoras (Muñoz & Romero, 2021;
Worthington, 2001).
Outro desafio crítico é a sobrecarga informacional. A digitalização das interações
nas NWW ampliou o acesso ao conhecimento, mas também elevou o volume de
informações que os trabalhadores precisam processar diariamente (Antoniac et al.,
2006; Eskola & Neuvonen, 2016). Estudos apontam que a qualidade das interações
sociais e a gestão eficaz do fluxo de informações são mais determinantes para a
inovação do que a mera conectividade digital (Gerards et al., 2021; Martins & Ling,
2017).
Ferramentas como plataformas de videoconferência e software de gestão
colaborativa ampliam a comunicação e a troca de conhecimento (Antoniac et al., 2006;
Eskola & Neuvonen, 2016). No entanto, o uso intensivo dessas tecnologias pode
causar fadiga digital, diminuir o engajamento e afetar negativamente a criatividade e
inovação (Antoniac et al., 2006; Eskola & Neuvonen, 2016). Além disso, a
comunicação virtual, embora eficiente, perde nuances das interações presenciais
(como linguagem corporal e expressões faciais), o que pode comprometer a confiança
e a coesão das equipes. Esses achados reforçam a importância de estratégias
organizacionais que equilibrem o uso de tecnologias digitais com oportunidades
regulares de interação presencial (Allee & Taug, 2006; Martins & Ling, 2017).
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A liderança é outro fator relevante nas NWW, pois impacta diretamente a
criatividade e a inovação organizacional. Modelos baseados em comunicação aberta,
apoio às equipes e incentivo a uma cultura de aprendizagem contínua contribuem para
criar um ambiente propício à criatividade (Muñoz & Romero, 2021). Por outro lado, a
dependência excessiva de lideranças visionárias, a resistência das equipes à
autogestão e estruturas de governança muito rígidas podem limitar o potencial
inovador (Medik & Stettina, 2014).
Os achados desta revisão indicam que as NWW oferecem grandes
oportunidades para estimular a criatividade e a inovação, mas exigem uma gestão
cuidadosa. Modelos organizacionais que combinam colaboração, autonomia e
tecnologia tendem a criar um ambiente mais propício à criatividade, desde que sejam
acompanhados por uma cultura organizacional que valorize a experimentação e
forneça suporte aos processos inovadores (Pallot et al., 2006; Worthington, 2001). O
sucesso dessas práticas depende da capacidade das organizações de equilibrar
flexibilidade e estrutura, autonomia e suporte, digitalização e interações presenciais,
garantindo um ambiente de trabalho que estimule a criatividade e inovação de forma
sustentável.
A Tabela 2 sumariza essas ambivalências das cinco dimensões das NWW sobre
a criatividade e a inovação, destacando os potenciais impactos positivos e negativos
identificados nesta revisão de literatura.
Tabela 2 - Potenciais impactos das dimensões das NWW na criatividade e inovação
Dimensão Potenciais efeitos positivos Potenciais desafios
Trabalho independente
de tempo e local
Maior autonomia e flexibilidade;
melhor adaptação a perfis e
necessidades individuais
Maior risco de isolamento
social; redução de interações e
comunicações espontâneas e
informais
Gestão orientada a
resultados
Foco na entrega; maior autonomia
criativa; incentivo à
experimentação
Pressão por desempenho;
estreitamento criativo; risco de
negligenciar processos
coletivos
Uso de TICs para
acesso ao
conhecimento e
interação
Estímulo da difusão de ideias;
integração de conhecimentos
multidisciplinares; aprendizagem
coletiva; inovação aberta
Sobrecarga informacional;
dificuldade de filtrar
informações relevantes;
tecnoestresse; dispersão
cognitiva; fadiga digital
Flexibilidade nas
relações de trabalho
Atração e retenção de talentos
criativos; maior possibilidade de
atender demandas individuais;
maior dinamicidade e
independência;
intraempreendedorismo;
diversidade de perspectivas
Precarização; insegurança
contratual; dificuldades de
coordenação; assimetrias de
poder
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Espaços abertos e
acessíveis
Interações informais; cocriação;
enriquecimento de redes pessoais
e profissionais; circulação de
ideias
Falta de privacidade;
distrações; perda de foco;
interrupções; superficialidade
das conexões
Fonte: Elaboração própria (2025)
Em síntese, as novas formas de trabalho, que abrangem práticas como trabalho
remoto e híbrido, gestão por resultados, uso intensivo de TICs, contratos flexíveis e
espaços colaborativos, impactam a criatividade e a inovação ao ampliar ou
simplesmente alterar a autonomia, a interação e a troca de conhecimento. Contudo,
também podem gerar riscos como isolamento, sobrecarga e precarização, o que, por
sua vez, pode restringir o potencial inovador. Assim, as NWW não constituem um
caminho linear para a inovação, mas um campo de tensões que demanda uma gestão
preparada para equilibrar benefícios e desafios. Para que seus efeitos sejam positivos,
tornam-se essenciais fatores condicionantes como liderança inspiradora, práticas
eficazes de gestão do conhecimento, infraestrutura digital adequada, cultura
organizacional colaborativa e um design físico e digital equilibrado, capazes de
sustentar a criatividade e viabilizar a inovação de forma sustentável.
Contribuições, limitações e agenda de pesquisa
Este estudo contribui para o debate sobre a teoria da autonomia no trabalho,
sugerindo que a criatividade não surge apenas da liberdade individual, mas também
da presença de estruturas de governança e coordenação que apoiam e orientam a
experimentação (Medik & Stettina, 2014; Muñoz & Romero, 2021). Além disso, desafia
a visão de que espaços abertos e coworkings são sempre benéficos para a inovação,
destacando que privacidade, conforto e personalização dos ambientes são igualmente
essenciais para a criatividade (Blomberg & Kallio, 2022; Yacoub & Haefliger, 2022). A
revisão também refina o entendimento sobre o papel das TICs na criatividade
organizacional, evidenciando que, embora facilitem a colaboração, seu uso excessivo
pode gerar fadiga digital, sobrecarga informacional e desconexão emocional,
impactando negativamente os processos criativos (Antoniac et al., 2006; Eskola &
Neuvonen, 2016).
Do ponto de vista metodológico, esta RSL sintetiza perspectivas
multidisciplinares e propõe uma estrutura conceitual que pode orientar estudos futuros
sobre o impacto das NWW na criatividade e inovação organizacional. No âmbito
prático, os achados fornecem diretrizes para gestores, formuladores de políticas e
educadores, sugerindo estratégias para equilibrar flexibilidade e estrutura, autonomia
e suporte organizacional, digitalização e interações presenciais. Essas
recomendações são fundamentais para organizações que buscam maximizar os
benefícios das NWW sem comprometer a criatividade e a inovação, bem como para
o desenvolvimento de políticas públicas e programas de capacitação que preparem
profissionais para os desafios do trabalho flexível e digital.
Apesar dessas contribuições, esta pesquisa apresenta limitações relacionadas
ao seu escopo e abordagem metodológica, uma vez que se baseia exclusivamente
em estudos previamente publicados, sem a condução de análises empíricas próprias,
o que pode restringir a generalização dos achados. Além disso, não houve
segmentação por setores ou tipos de organização, limitando a compreensão dos
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impactos das NWW na criatividade em contextos específicos, como startups, grandes
empresas ou setor público. A literatura revisada também carece de estudos
longitudinais, dificultando a análise da evolução dos efeitos das NWW ao longo do
tempo, especialmente na criatividade coletiva em modelos híbridos.
Futuras pesquisas devem explorar empiricamente como as NWW evoluem ao
longo do tempo e afetam a criatividade e inovação em diferentes contextos
organizacionais. Estudos longitudinais e experimentais são importantes para validar
modelos teóricos e compreender melhor a interação entre flexibilidade, autonomia e
inovação. Além disso, novos estudos podem investigar como a liderança e o suporte
organizacional influenciam o comportamento inovador e a relação entre NWW e
intraempreendedorismo, considerando também o impacto da cultura, clima
organizacional e engajamento dos colaboradores na criatividade.
Outro eixo de pesquisa envolve a dinâmica das redes sociais no ambiente de
trabalho, analisando como a densidade das interações e a estrutura das redes
impactam a criatividade e o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. O papel das TICs
e a sobrecarga informacional também merece maior atenção, especialmente no
contexto do teletrabalho e da colaboração digital. Por fim, é fundamental explorar
como fatores externos, como cultura nacional e políticas públicas, influenciam a
adoção das NWW e seus efeitos na criatividade organizacional, permitindo um
entendimento mais amplo e contextualizado dessas transformações.
Conclusão
As NWW estão criando novas oportunidades para a criatividade e inovação
organizacional, mas também surgem desafios que exigem uma gestão estratégica.
Enquanto flexibilidade, autonomia e tecnologias digitais ampliam o potencial criativo,
a falta de estrutura organizacional, a sobrecarga informacional e a fragmentação do
ambiente de trabalho podem comprometer esse processo. Esta revisão evidencia que
a criatividade organizacional não surge apenas da liberdade individual, mas depende
de estruturas organizacionais que sustentem a experimentação e o trabalho
colaborativo, garantindo um equilíbrio entre interações presenciais e remotas,
colaboração e privacidade, autonomia e suporte organizacional.
O sucesso das NWW na promoção da criatividade e inovação requer abordagens
adaptativas, considerando fatores como cultura organizacional, liderança, design do
ambiente de trabalho e uso eficiente das TICs. Pesquisas futuras devem aprofundar
como esses fatores interagem ao longo do tempo e em diferentes setores, permitindo
avaliar de que forma as NWW podem estruturar e não apenas facilitar os processos
criativos. Assim, mais do que um mecanismo para modernizar o trabalho, as NWW
podem ser um catalisador estratégico da criatividade organizacional, abrindo caminho
para a inovação sustentável no futuro do trabalho.
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