GESTÃO & CONEXÕES - MANAGEMENT AND CONNECTIONS JOURNAL, VITÓRIA (ES), V. 14, N. 3, DE 2025.

Revista Gestão & Conexões
Management and Connections Journal

Vitória (ES), v. 14, n. 3, de 2025.
ISSN 2317-5087

DOI: 10.47456/regec.23175087.2025.14.3.47954.112.131

Diferentes Olhares, Novas Ideias: A Relação entre a
Diversidade de gênero, a Inovação e a Criatividade
Different Perspectives, New Ideas: The Relationship between Gender
Diversity, Innovation, and Creativity
Ariana Raquel Philereno Paola Schmitt Figueirá
Universidade Feevale
ariana.philereno@hotmail.com
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9487-3379

Universidade Feevale
paolaadm@gmail.com
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5160-9831


Marta Rosecler Bez
Universidade Feevale
martabez@feevale.br
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5542-8229


RESUMO

Estudos indicam que, embora não haja consenso sobre diferenças significativas na criatividade entre gêneros,
fatores socioambientais e culturais influenciam o desenvolvimento e a expressão do potencial criativo. Este ensaio
teórico examina a relação entre criatividade, diversidade de gênero e inovação no contexto organizacional,
destacando a importância de ambientes inclusivos para o desenvolvimento do potencial criativo e inovador. Apesar
dos avanços, as mulheres ainda enfrentam desafios para alcançar equidade no ambiente de trabalho, muitas vezes
sendo subestimadas em suas capacidades. Os resultados apontam que equipes diversas, quando inseridas em
contextos seguros e acolhedores, apresentam maior propensão à geração de ideias criativas e soluções
inovadoras. Além disso, barreiras estruturais podem limitar a plena expressão do potencial criativo das mulheres.
O estudo propõe reflexões sobre os papéis de gênero e sugere caminhos para pesquisas futuras. Conclui-se que
a inclusão é relevante para que a diversidade se traduza em inovação organizacional e desenvolvimento
sustentável.

Palavras-chave: criatividade; inovação; diversidade; gênero.


ABSTRACT

Despite progress, women still face challenges in achieving workplace equity and are often underestimated in their
capabilities. Studies indicate that while there is no consensus on significant gender differences in creativity, socio-
environmental and cultural factors influence the development and expression of creative potential. This theoretical
essay examines the relationship between creativity, gender diversity, and innovation in organizational contexts,
highlighting the importance of inclusive environments for fostering creative and innovative potential. This paper
offers reflections on the gender roles imposed by society and suggests directions for future research, such as
identifying barriers that limit the full expression of women's creative potential. The study concludes that promoting
inclusive and equitable environments is crucial for fostering creativity and innovation, thereby contributing to the
sustainable development of organizations and society.

Keywords: creativity; innovation; diversity; gender.

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Introdução
A intersecção entre criatividade, diversidade e inovação é uma área de

investigação que tem recebido cada vez mais atenção pela sua capacidade de
transformar não apenas as organizações, mas também a sociedade. A produtividade
criativa, considerada uma demanda contemporânea, é desejada em diversos
contextos, especialmente no ambiente organizacional. Estudos sugerem que é
possível atingir bons resultados no que se refere à criatividade por meio de trabalho
em equipe, colaboração e valorização da diversidade (Rossi, Pasca, Arcese, &
Poponi, 2024).

Esta perspectiva passou a ocupar lugar de destaque nos estudos
organizacionais a partir das últimas décadas do século XX, em meio a transformações
sociais, políticas e econômicas que evidenciaram a necessidade de ambientes mais
inclusivos e responsivos à complexidade contemporânea. Inicialmente impulsionado
por abordagens voltadas à diversidade cultural e de gênero (Cox & Blake, 1991; Ely
& Thomas, 2001; Martinez, 2016; Basset-Jones, 2005), o debate expandiu-se para
incluir marcadores sociais como raça, etnia, classe e orientação sexual, refletindo
pressões da sociedade civil e dos movimentos sociais por justiça e equidade nas
organizações (Holvino, 2010; Nkomo & Al Ariss, 2014).

A criatividade tende a ser uma característica valorizada pelas organizações,
sendo considerada um fator que impulsiona a inovação. Ela pode ser conceituada
como a produção de ideias novas e úteis (Amabile, 1988), não se tratando somente
de um traço de personalidade ou uma habilidade geral, mas sim de um
comportamento que emerge da interação entre características pessoais, habilidades
cognitivas e o ambiente social (Amabile, 1983).

A inovação, por outro lado, refere-se à implementação bem-sucedida daquelas
ideias criativas que resultam em novos produtos, serviços ou práticas que podem
trazer benefícios significativos para os negócios e a sociedade (Amabile, 1988). Na
perspectiva de Schumpeter (1982), o desenvolvimento econômico pode ser
caracterizado por novas combinações, que podem ser novos produtos ou serviços,
melhores processos produtivos, abertura de novos mercados ou novas fontes de
matéria-prima. Essas combinações são denominadas inovação e podem ser
consideradas o impulso fundamental que movimenta o capitalismo (Vandervert,
Schimpf, & Liu, 2007; Taylor & Greve, 2006).

Neste contexto, a diversidade, quando genuinamente valorizada e integrada à
cultura organizacional, pode ampliar o repertório cognitivo dos grupos, favorecer o
pensamento divergente e promover soluções mais criativas e inovadoras (Shore,
Cleveland & Sanchez, 2018). A diversidade de estilos cognitivos, por sua vez, mostrou
ter uma relação positiva, ainda que indireta com a criatividade (Aggarwal & Woolley,
2019). É importante que as organizações se adaptem a fim de reter os funcionários
de diferentes origens e culturas, o que pode gerar vantagens competitivas
significativas em comparação com aquelas empresas que negligenciam as
oportunidades advindas de uma equipe multicultural (Cox & Blake, 1991).

O crescimento das pesquisas sobre criatividade e inovação no âmbito
organizacional corrobora sua relevância (Panda & Swamy, 2025). No contexto
organizacional, a criatividade e a inovação são elementos importantes para o

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desenvolvimento de novos produtos, serviços, processos e modelos de negócios,
permitindo que as organizações se adaptem às constantes mudanças do mercado e
mantenham sua competitividade (Tidd & Bessant, 2021). Assume-se que a
criatividade é um pré-requisito para a inovação (Bassett-Jones, 2005). Pode-se dizer,
em suma, que a inovação acontece a partir de ideias criativas (Amabile, 1988).

A diversidade de perspectivas, experiências e conhecimentos pode enriquecer o
processo criativo, facilitando a geração de ideias e a criação de soluções inovadoras.
Pesquisas mostram que ambientes diversificados tendem a criar um clima mais
propício à inovação, especialmente quando há apoio por parte da empresa para a
expressão e discussão de ideias (Chen, Liu, Zhang, & Kwan, 2019; Cox & Blake,
1991).

Diferentes dimensões da diversidade, como cultural, de gênero e experiências
de vida, trazem benefícios e desafios diferentes. Por exemplo, a experiência
multicultural está positivamente relacionada tanto com os resultados quanto com os
processos criativos, o que promove a geração de ideias e a resolução inovadora de
problemas (Leung, Maddux, Galinsky, & Chiu, 2008). No entanto, é importante que a
diversidade seja acompanhada por uma verdadeira inclusão, onde todas as pessoas
se sintam pertencentes e à vontade para contribuir.

A intersecção entre criatividade, diversidade e inovação não só enriquece o
processo criativo, mas também fortalece a competitividade e adaptabilidade das
organizações. A diversidade de gênero e idade nos grupos de trabalho, por exemplo,
tem sido correlacionada positivamente com a criatividade individual, indicando que a
inclusão de múltiplas vozes pode enriquecer o processo criativo (Oad & Niu, 2017).
Da mesma forma, a diversidade cultural pode expandir o conjunto de ideias,
perspectivas e conhecimentos existentes, fomentando o surgimento de novas
sínteses criativas capazes de gerar inovações significativas (Bouncken & Winkler,
2008; Simonton, 1997).

Diante disso, este ensaio teórico visa explorar a relação entre criatividade,
diversidade de gênero e inovação no contexto organizacional, partindo da premissa
de que a diversidade, ao promover a multiplicidade de perspectivas e ideias, atua
como um catalisador para a criatividade e, consequentemente, para a inovação.
Justifica-se a relevância do estudo, considerando a importância da inovação como
resultado da criatividade no ambiente organizacional, bem como o papel da
diversidade na promoção de ambientes mais criativos e inovadores.

A ênfase na dimensão de gênero justifica-se por sua relação com desigualdades
estruturais historicamente enraizadas tanto na sociedade como no ambiente
corporativo (Acker, 2006). Entende-se que a diversidade de gênero nas organizações
não é apenas uma questão de equidade, mas também um fator capaz de contribuir
para a construção de ambientes criativos, capazes de traduzir ideias originais em
inovações sustentáveis.

Assim, este ensaio teórico visa discutir a relação entre estes elementos,
promovendo uma reflexão sobre como a valorização da diversidade, especialmente
de gênero, pode promover ambientes organizacionais mais criativos e inovadores.
Busca-se, ainda, refletir sobre o papel dos diferentes espaços sociais na promoção da
diversidade de gênero e no estímulo ao potencial criativo. Nesse contexto, a pesquisa

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mostra-se pertinente por se constituir como um texto crítico que busca promover
reflexões e propor novos olhares e formas de pensamento, configurando-se como um
instrumento relevante de análise no campo da Administração (Boava, Macedo, &
Sette, 2020).

Para a construção deste ensaio foi realizada uma busca sistemática e
exploratória de literatura em bases de dados, tais como Scopus e Portal de Periódicos
da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
Utilizaram-se termos-chave como “diversidade de gênero”, “inovação”, e “criatividade”
– em português e inglês, combinados por meio de operadores booleanos, a fim de
mapear diferentes abordagens teóricas e empíricas sobre o tema. Foram
considerados trabalhos clássicos e contemporâneos, complementarmente, adotou-se
a técnica de snowballing para identificar referências adicionais relevantes a partir da
análise das listas bibliográficas dos artigos selecionados. Com isso, foi possível
abrangência, mas também profundidade na análise das inter-relações entre os temas
aqui considerados.

Criatividade e seu papel no contexto organizacional
Ao longo da história, diversas definições foram propostas para o termo

criatividade, sob diferentes perspectivas. O termo tem sido utilizado de forma
abrangente, o que pode causar usos equivocados. Autores como Guilford (1950)
foram pioneiros no estudo da criatividade, definindo-a como a capacidade de gerar
ideias originais e valiosas. Essa definição, no entanto, permite diferentes
interpretações sobre o que constitui uma ideia original e valiosa. O primeiro refere-se
a algo novo e único, enquanto o segundo está associado à ideia de utilidade e
relevância dentro do contexto em que está sendo aplicada.

A criatividade é parte de um sistema complexo (Csikszentmihalyi, 1998),
representando padrões de habilidades que podem variar conforme as esferas da
atividade criativa. Testes de inteligência, por exemplo, não são capazes de explicar o
potencial criativo do ser humano (Guilford, 1950). Ela pode ser entendida como
qualquer ato, produto ou ideia capaz de alterar, ou transformar um campo já existente.
A pessoa criativa, por sua vez, é aquela cujos pensamentos ou ideias são capazes de
mudar um campo já existente ou estabelecer um novo campo (Csikszentmihalyi,
1998). Como um conceito versátil, entende-se que a criatividade pode gerar
transformações em diversas áreas do conhecimento.

É importante destacar que a criatividade é um atributo que pode ser encontrado
em todos os seres humanos, podendo ser vista como uma atitude que qualquer
pessoa é capaz de tomar (Sternberg, 2006). Embora haja diferenças significativas
entre indivíduos considerados altamente criativos e “pessoas comuns”, Sternberg
(2006) ressalta que poucas pessoas realmente decidem ser criativas por
considerarem os custos desta decisão altos demais, como, por exemplo, a
possibilidade de fracasso ou até mesmo a resistência do ambiente onde está inserido.

A criatividade é influenciada por uma série de fatores, tanto internos quanto
externos, sendo o resultado da interação entre forças internas do indivíduo e as
demandas externas (Z. G. Giglio, 2009). Considerada um dos principais elementos
que impulsionam o progresso da civilização, ela se desenvolve ao longo da vida
humana (Simonton, 2000), o que indica que pode ser aprimorada com o tempo, por

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meio de experiências e aprendizagem contínua. Hennessey e Amabile (2010)
destacam que a criatividade também pode contribuir para a resolução de uma série
de problemas, desde aqueles cotidianos até os grandes dilemas da sociedade,
enfatizando a importância da criatividade em diferentes contextos.

Um dos fatores internos a considerar é que a criatividade demanda algum grau
de independência mental e não conformidade com as pressões de grupo. Pessoas
criativas frequentemente podem ser vistas como fora do padrão e não raramente
sentir-se inadequadas no ambiente que as rodeia (Torrance, 1976). Os fatores
externos, como o ambiente em que a pessoa está inserida, também desempenham
um papel importante. Pode-se dizer que a criatividade tem maiores probabilidades de
ocorrer em lugares onde a percepção de novas ideias demanda menos esforço
(Csikszentmihalyi, 1998). No entanto, a criatividade pode se manifestar de várias
maneiras e ser percebida em diferentes momentos (Medase & Savin, 2023).

No contexto organizacional, por exemplo, a criatividade é influenciada pelas
características do local de trabalho, impactando diretamente a geração de ideias
criativas pelos indivíduos ou por grupos (Amabile, 1988). Para que as organizações
sejam competitivas é necessário serem também inovadoras, e para isso é preciso
desenvolver capacidades de criatividade organizacional (Akan, 2023).

O ambiente organizacional pode, inclusive, influenciar a motivação intrínseca do
indivíduo em relação à tarefa. Ambientes onde os objetivos da tarefa são claros e
desafiadores, onde é dado ao indivíduo autonomia para tomar certas decisões
relativas à sua atividade, em que novas ideias são bem recebidas e valorizadas e em
que existam metas e cronogramas realistas, podem afetar a criatividade de maneira
positiva (Amabile, 1988).

Por outro lado, pode-se inferir que a motivação intrínseca é prejudicada por
ambientes onde não há comunicação clara sobre metas e objetivos, onde há
excessiva cobrança e vigilância, onde o funcionário apenas executa a tarefa sem
nenhum grau de autonomia, sentindo-se constantemente sobrecarregado e
desvalorizado. Consequentemente, pode haver um impacto negativo na criatividade
tanto do indivíduo quanto do grupo ao qual ele pertence.

A criatividade e a inovação podem ser influenciadas por diferentes
comportamentos e práticas. Quando funcionários se sentem ameaçados e
desrespeitados geralmente são observados efeitos negativos. Em ambientes de
trabalho considerados hostis, eles tendem a se sentir desencorajados, desmotivados
e desvalorizados. Esse tipo de ambiente pode desencadear sentimentos de injustiça,
emoções negativas e estresse; prejudicando a confiança, o comprometimento e a
colaboração. Além disso, dificulta o compartilhamento de novas ideias, resultando em
um declínio da criatividade e da inovação dentro da organização (Mehraein, Visintin,
& Pittino, 2023).

Antes do ambiente organizacional, os contextos familiar e escolar exercem
influência significativa sobre as pessoas. Crianças que crescem em um ambiente que
estimula o desenvolvimento criativo, tendem a se tornar adultos mais confiantes em
expressar a sua criatividade. Por sua vez, deixar de encorajar as crianças para
maiores realizações pode inibir a sua capacidade de ser original e espontânea e de
enfrentar os obstáculos que se apresentarem em seu caminho (Bragotto, 2009).

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Nesse sentido, considera-se o impacto significativo do ambiente educacional na
criatividade. Os sistemas educacionais que promovem uma maior exploração e a
expressão pessoal geralmente formam indivíduos mais criativos. Por outro lado,
sistemas que valorizam apenas a conformidade e a memorização têm um efeito
negativo na criatividade, pois a limitam, formando pessoas menos propensas a
expressar seu potencial criativo. Com isso, percebe-se a importância de instituições
que promovam a liberdade de pensamento (Csikszentmihalyi, 1998).

A forma como a sociedade está organizada pode dificultar o surgimento do
comportamento criativo. A tendência em buscar a estabilidade e a linearidade pode
restringir tanto a percepção quanto a atuação da pessoa sobre si mesma e sobre o
mundo (Bragotto, 2009). Com o avanço dos estudos no campo da criatividade,
diversos modelos e teorias foram propostos para explicá-la. Csikszentmihalyi (1998)
propôs um modelo sistêmico, onde ela não é vista como algo que ocorre somente na
mente de um indivíduo que possui todas as características pessoais apropriadas, mas
como um fenômeno que emerge da interação entre a pessoa, o campo e o domínio.
Nesse modelo, o campo refere-se à comunidade que julga e valida as novas ideias,
enquanto o domínio é o conjunto de regras e conhecimentos pré-existentes na área
em questão. A criatividade, portanto, é um processo colaborativo e contextual.

Pode-se caracterizar a criatividade por três fenômenos distintos: a) pessoas que
expressam pensamentos incomuns, interessantes e estimulantes; b) pessoas que
vivenciam o mundo de maneiras novas e originais e c) pessoas que mudaram a cultura
de alguma forma considerada importante (Csikszentmihalyi, 1998). Deste modo,
entende-se que não é percebida apenas como um fenômeno psicológico interessante,
mas como um comportamento valorizado pessoal e socialmente (Simonton, 2000),
podendo ser considerada um traço de personalidade relativamente estável e
duradouro (Hennessey & Amabile, 2010).

Assim, o pensamento criativo pode ser entendido como a dinâmica de perceber
lacunas, formar ideias ou hipóteses a respeito delas, testar estas hipóteses e
comunicar os resultados. Este modelo enfatiza o processo da criatividade,
evidenciando que há várias etapas e habilidades envolvidas, desde a identificação do
problema até a implementação de soluções (Torrance, 1976). Considerada um dos
principais elementos que impulsionam o progresso humano, a criatividade permite a
geração de novas ideias e a resolução de problemas em diferentes áreas do
conhecimento. Ao promover a criatividade, espera-se não somente gerar maior
produtividade e inovação no contexto organizacional, mas também promover
desenvolvimento social. A próxima seção aborda a relação entre a criatividade e a
inovação.

Inovação como produto da criatividade
As mudanças são inerentes a todas as áreas da vida e ocorrem de maneira cada

vez mais rápida em todas as esferas do conhecimento. Nos momentos em que as
soluções tradicionais se mostram insuficientes, a criatividade torna-se essencial para
propor novos paradigmas, habilidades e soluções inovadoras (Bragotto, 2009).

No ambiente organizacional, a inovação pode ser percebida tanto em novos
produtos ou serviços, como em novos procedimentos, práticas ou políticas que podem
trazer ganhos para a empresa (Amabile, 1988). Ela é vista como uma das práticas

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fundamentais que contribuem para a sustentabilidade da organização (Veríssimo,
2009), sendo entendida como a implementação bem-sucedida de ideias criativas e
úteis. A inovação organizacional pode ser percebida como o resultado de decisões
estratégicas adotadas pela gestão, visando benefícios diretos e indiretos. Ganhos
diretos dizem respeitos à melhoria da eficiência, enquanto os indiretos, se referem à
melhoria da qualidade e das habilidades de inovação. Neste caso, os novos métodos
são meios para alcançar outras melhorias (Meroño-Cerdán & López-Nicolás, 2017).

A inovação regular ou inovação incremental, embora muitas vezes seja quase
imperceptível em um primeiro momento, envolve mudanças baseadas na
competência técnica e costumam ser aplicadas a mercados e clientes já existentes.
Seu resultado pode ser observado nas melhorias das características de um produto,
no desempenho ou na redução dos custos por meio da melhoria dos processos
(Abernathy & Clark, 1985). Geralmente, essa forma de inovação é resultado de um
processo sistematizado e organizado e não necessariamente de ideias isoladas
advindas de uma súbita inspiração (Veríssimo, 2009). Em suma, a inovação
incremental refere-se a fazer melhor aquilo que a organização já faz (Norman &
Verganti, 2014).

Por outro lado, a inovação revolucionária é aquela que rompe barreiras tornando
obsoletas as competências técnicas estabelecidas. No entanto, apesar do caráter
disruptivo, nem todas as inovações revolucionárias têm um impacto competitivo
significante por não atender o mercado de forma adequada (Abernathy & Clark, 1985).
A inovação radical de produtos é fortemente influenciada pelos avanços da tecnologia
e, por se tratar de algo completamente novo, pode levar algum tempo para ser aceita
pelo mercado (Norman & Verganti, 2014). O processo de destruição criadora,
considerado por Schumpeter (1961) como inerente ao capitalismo, revoluciona
incessantemente a estrutura econômica, destruindo elementos antigos e promovendo
a criação de novos elementos, redefinindo as dinâmicas de mercado.

Para que a inovação ocorra, é necessário um ambiente que favoreça a
criatividade. Como mencionado anteriormente, a combinação de conhecimentos
diversos pode ser um grande impulsionador da criatividade, gerando, inclusive,
aumento do nível de desempenho (Taylor & Greve, 2006). A criatividade e a inovação
podem impactar positivamente a economia, trazer benefícios sociais significativos,
melhorando setores como saúde e educação, contribuindo para a qualidade de vida
da população e promovendo a criação e difusão do conhecimento (Rossi et al., 2024).

A criatividade pode ser considerada como o principal fator para a inovação. O
foco principal das empresas consiste em transformar ideias criativas em algo real (um
novo produto ou serviço para o mercado) para que de fato ocorra a inovação. Esse
processo se caracteriza como um diferencial para as empresas, destacando-as e
podendo inclusive colocá-las à frente das demais (Kabukcu, 2015). Assim, a
criatividade é um fator que impulsiona a inovação, desde que funcionários se sintam
livres para propor suas ideias para melhorias e mudanças. Sua importância é ainda
maior na primeira fase do processo de inovação, que é onde acontece a proposição
de novas ideias (Berman & Kim, 2010).

Os diferentes processos cognitivos, fatores emocionais e situacionais
desempenham importante papel tanto na geração ou na inibição de novas ideias.
Deste modo, a criatividade e a inovação são influenciadas por condições como maior

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liberdade ou restrições, emoções positivas ou negativas e por pensamento intuitivo ou
sistemático (Potonik, Verwaeren, & Nijstad, 2022). O estudo de Stojcic, Hashi e Orlic
(2018) encontrou relação entre a criatividade e todos os estágios do processo de
inovação, mas confirmou efeitos positivos apenas nos estágios iniciais do processo.
Quando se trata da eficácia da inovação, não foram encontrados efeitos positivos da
criatividade. Em contrapartida, o estudo sugere que pode haver incapacidade por
parte dos gerentes em explorar o potencial criativo da equipe em todas as fases do
processo. Alinhado ao escopo deste ensaio, a próxima seção aborda como a
diversidade pode influenciar a criatividade.

A Criatividade e a Diversidade
A diversidade, resultante das diferentes características humanas, influencia a

dinâmica da força de trabalho, os resultados, a competitividade e a inovação das
organizações. Ela não aborda somente questões sociais, mas também oportunidades
que podem ser relevantes às empresas (Beckhauser & Gomes, 2019). Em um mundo
cada vez mais complexo e mutável, a diversidade oferece diferentes perspectivas e
experiências que podem beneficiar tanto as organizações quanto as comunidades
onde atuam (Shore et al., 2018). No entanto, a diversidade não pode ser analisada
somente sob aspectos biológicos ou fenotípicos, deve-se considerar as diferenças de
poder entre grupos dominantes e grupos não dominantes, bem como a discriminação
contínua enfrentada por estes últimos (Nkomo, Bell, Roberts, Joshi, & Thatcher, 2019).

Considerando a discussão proposta neste ensaio, a diversidade cultural pode
exercer um importante papel no desempenho criativo e, consequentemente, na
capacidade de inovação em virtude da ampliação do conjunto de ideias, perspectivas
e informações disponíveis. Ao promover o enriquecimento do ambiente cultural, pode-
se propiciar o surgimento de novas sínteses criativas capazes de gerar ideias
inovadoras (Bouncken & Winkler, 2008; Simonton, 1997), evidenciando justamente a
relação aqui proposta.

Os mercados vêm se tornando cada vez mais diversificados, evidenciando a
importância de representatividade dentro da organização, refletindo a diversidade
existente no mercado como um todo (Cox & Blake, 1991). A diversidade entre os
membros de uma equipe pode afetar a criatividade do grupo, auxiliando o processo
criativo por meio de um conjunto de perspectivas heterogêneas ou dificultando-o
devido a conflitos e divergências de ideias (Kurtzberg & Amabile, 2001). Pesquisas
recentes sugerem que a colaboração e a diversidade têm um impacto positivo na
resolução de problemas em competições de criatividade, indicando que a presença
de habilidades e conhecimentos diversos pode beneficiar a criatividade do grupo
(Tseng, Jade, Weng, & Lu, 2024).

Os pensamentos e atos individuais influenciam as normas e práticas culturais, a
medida em que estas evoluem ao longo do tempo. Estes paradigmas culturais, por
sua vez, influenciam as futuras ações e maneiras de pensar das pessoas. A cultura é
capaz de influenciar as percepções, pensamentos, interpretações, sentimentos e
comportamentos de seus membros, enquanto encoraja, promove e sustenta os
“modos de ser” dos indivíduos (Lehman, Chiu, & Schaller, 2004). Leung, Maddux,
Galinsky e Chiu (2008) sugerem que a experiência multicultural está positivamente
relacionada tanto aos resultados quanto aos processos criativos. Esta relação pode
ter efeito positivo nas organizações, uma vez que funcionários de diferentes origens e

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experiências culturais podem contribuir para a geração de ideias e resolução de
problemas, inclusive por meio de conhecimentos não convencionais adquiridos a partir
de diferentes experiências culturais.

No entanto, nos trabalhos em equipe realizados de forma virtual, a diversidade
cultural pode representar um desafio. Segundo Yousef (2024), as diferenças culturais,
neste caso, podem prejudicar a comunicação e, consequentemente, o desempenho
da equipe. Em contraste, no trabalho presencial, a diversidade cultural foi vista como
fator capaz de impactar positivamente para resultados mais criativos e inovadores,
pois a combinação de diferentes pontos de vista pode ser benéfica para a criatividade
da equipe. Em equipes presenciais, a tendência é que haja um maior senso de
pertencimento que, a longo prazo, contribui para a eficiência da equipe (Yousef, 2024).
Com isso, pode-se inferir que a mera existência de uma equipe diversa não é
suficiente; é essencial haver inclusão. Para que uma equipe diversa contribua
positivamente, é importante que todos sintam-se à vontade para se expressar e
participar ativamente.

Estudos como o de (Arman et al., 2024) corroboram que diferenças culturais
podem ocasionar mal-entendidos, desacordos e falhas na comunicação. Ao mesmo
tempo, a diversidade oferece oportunidade de maior aprendizado e crescimento
pessoal, além de colaborar para maior criatividade e potencial inovador. Ela pode ser
tanto facilitadora quanto uma barreira para a criatividade, a depender de outros fatores
relacionados. Já Baruah et al. (2022) evidenciam que grupos diversos, com múltiplos
estilos de pensamento criativo podem aprimorar os resultados criativos gerais mesmo
em um contexto de colaboração virtual, mostrando-se mais produtivos do que os
grupos compostos por estilos de pensamento homogêneos.

Aspectos como a globalização tornaram as barreiras entre culturas cada vez
menores contribuindo para experiências multiculturais, pois possibilita que indivíduos
sejam mais facilmente expostos a diferentes culturas (Hanashiro & Carvalho, 2005;
Leung et al., 2008). Esse fenômeno é capaz de gerar oportunidades, fortalecer a
difusão dos direitos humanos e da democracia e remover barreiras culturais, sendo
considerada como um processo amplamente enriquecedor. Em contrapartida, a
diversidade advinda desta globalização pode trazer grandes desafios para as
organizações, enfatizando a importância de aprender a lidar com as questões
relacionadas à diversidade. Administrar a diversidade é visto não somente como uma
questão social e moral, mas também como uma estratégia para alavancar eficiência
e competitividade das organizações (Hanashiro & Carvalho, 2005; Shore et al., 2018).

A experiência multicultural pode contribuir para obtenção de resultados criativos.
A presença de pessoas de diferentes origens culturais em uma mesma equipe pode
proporcionar uma experiência capaz de tornar as pessoas mais rápidas na resolução
de problemas e geração de ideias. É importante que os gestores considerem
implementar políticas que incentivem funcionários a integrar conhecimentos
existentes com novos, promovendo a criatividade no dia a dia, por meio da experiência
multicultural, em resposta a crescentes demandas de negócios interculturais (Leung
et al., 2008).

Embora seja possível afirmar que existe em cada pessoa um potencial criativo,
há uma considerável diferença entre tipos e quantidades de resultados criativos que
um indivíduo é capaz de gerar (Abraham, 2016). O conceito de distinção entre

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desempenho comum e desempenho criativo pode não ser claro (Amabile, 1983), uma
vez que a percepção do que é ou não criativo pode ser subjetiva. Ao determinar o
nível de criatividade, fatores diversos são considerados, como as variáveis individuais:
habilidades cognitivas gerais, talentos especiais e disposições de personalidade; as
variáveis cognitivas: estratégias para romper padrões e amplo acervo de informações
relevantes ao domínio e as variáveis sociopsicológicas: restrições extrínsecas no
ambiente social (Amabile, 1983). Portanto, o ambiente não pode ser desconsiderado
nas reflexões sobre criatividade.

Nesse sentido, percebe-se a importância do debate a respeito de diversidade, a
medida em que se torna evidente que, apesar da adoção de práticas visando a
valorização da diversidade e inclusão, ainda persistem assédio, exclusão e
desigualdades nas organizações (Nkomo et al., 2019). As ações afirmativas e leis
antidiscriminação tem contribuído para que estes profissionais se tornem parte da
força de trabalho. O que preocupa, no entanto, é que mesmo estes profissionais já
“incluídos”, continuam sendo excluídos dos círculos de influência dentro das
empresas. Exclusão que impacta no envolvimento do indivíduo e o impede de
contribuir plenamente com a organização (Shore et al., 2018).

Embora seja possível perceber avanços no que tange a diversidade e inclusão,
ainda existe um longo caminho a trilhar. No Brasil, por exemplo, vários grupos têm
sido marginalizados ao longo da história e seus membros privados do pleno exercício
da cidadania (Alves & Galeão-Silva, 2004). As práticas de gestão da diversidade,
como inclusão de mulheres, negros e outros grupos minorizados, bem como a
formação de grupos de afinidade nas empresas, podem contribuir para que esta seja
percebida como uma organização inclusiva. No entanto, estas práticas não serão
eficazes se os grupos historicamente excluídos não sentirem liberdade de se
expressar livremente, serem ouvidos e respeitados (Shore et al., 2018).

Algumas condições são necessárias para que a criatividade das equipes
diversas possa se manifestar. Entre elas, pode-se destacar o respeito entre os
membros do grupo, com a disposição para ouvir as ideias de todos sem julgamentos;
um ambiente propício à geração de novas ideias e novas maneiras de trabalhar;
confiança mútua, capaz de proporcionar comunicação aberta e honesta entre todos;
e reconhecer a diversidade como um ponto positivo, valorizando os talentos e pontos
fortes de cada um e permitindo que estes sejam utilizados adequadamente para obter
melhores resultados. Além disso, a liderança exerce um papel importante para que
todas essas condições possam existir (Isaksen & Lauer, 2002).

Deste modo, percebe-se que a diversidade por si só não é suficiente para gerar
maior criatividade, mas é necessário estar ligada a outros fatores que podem impactar
positivamente a criatividade da equipe (Potonik et al., 2022). De modo geral, a
presença da diversidade sem haver efetivamente a inclusão não apresenta impactos
significativos na criatividade. Para que a equipe possa desenvolver o seu potencial e
apresentar ganhos significativos é preciso que indivíduos diversos sejam
verdadeiramente incluídos na organização; ou seja, a inclusão tende a aumentar
proporcionalmente a criatividade (Vedres & Vásárhelyi, 2023). Entende-se, portanto,
que a efetiva inclusão requer que cada pessoa experimente um senso de
pertencimento, para poder contribuir de forma significativa e manifestar seu potencial
criativo. A partir disso, pode-se inferir que é difícil encontrar criatividade em ambientes
onde não existe inclusão.

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Interseção entre diversidade de gênero, criatividade e inovação
Em muitas sociedades, os homens são educados para negligenciarem e

reprimirem quaisquer aspectos do seu comportamento que sejam considerados como
femininos. Ao mesmo tempo, espera-se das mulheres comportamento oposto,
exibindo apenas comportamentos considerados adequados pela sociedade
(Csikszentmihalyi, 1998). Não se pode ignorar que o papel da mulher pode variar
significativamente em diferentes culturas. Essas diferenças culturais influenciam a
criatividade das mulheres, pois o ambiente social e as normas de gênero impactam
diretamente seu potencial criativo.

Deste modo, entende-se que tanto o processo de criatividade quanto os tipos e
resultados criativos podem ser diferentes em mulheres de origens culturais distintas,
uma vez que o ambiente pode influenciar na criatividade (Abraham, 2016). Oad e Niu
(2017) mostram uma correlação positiva entre a diversidade de gênero e a criatividade
individual, sugerindo que este tipo de diversidade pode ser um diferencial positivo em
diversos ambientes, incluindo o organizacional.

Em razão disto, compreende-se que, embora haja diferenças biológicas entre
homens e mulheres, a concepção de gênero é uma construção social, uma vez que a
sociedade e o ambiente moldam a percepção dos indivíduos e estabelecem quais
comportamentos são considerados adequados em função do sexo. Meninos e
meninas são educados de maneiras diferentes, onde os meninos são geralmente
incentivados a brincar mais ativamente, explorar mais e a impor suas ideias,
realizando atividades que envolvem competitividade (Mendell, 1997).

As meninas, por sua vez, aprendem o cuidado e a priorizar o outro, com
brincadeiras que incentivam a cooperação e não-competitividade (Mendell, 1997). Tal
construção se manifesta ainda na internalização de normas e expectativas que ditam
como homens e mulheres devem se comportar, pensar e sentir. Tais normas são
perpetuadas por meio de diferentes instituições sociais, como a família, a escola, a
mídia e o ambiente de trabalho, e influenciam a forma como os indivíduos se
identificam e se relacionam com os outros.

Em contrapartida, as pessoas consideradas criativas frequentemente desafiam
os estereótipos e padrões rígidos de papéis de gênero, fenômeno chamado de
androginia. O conceito chamado de androginia psicológica se refere à combinação de
traços tradicionalmente associados a ambos os gêneros. Trata-se da capacidade
humana de ser ao mesmo tempo, dominante e submissa, protetora e agressiva,
sensível e rígida independente do seu gênero. Pessoas com estas características são
capazes de se relacionar com o mundo a partir de uma gama muito mais rica de
possibilidades (Csikszentmihalyi, 1998).

Inclusive, quando aplicados testes de masculinidade/feminilidade, as mulheres
criativas costumam apresentar comportamento mais dominante e ser consideradas
mais “duronas” em comparação com outras mulheres. Por outro lado, os homens mais
criativos são considerados menos agressivos e mais sensíveis que os seus pares
(Csikszentmihalyi, 1998). As expectativas de gênero são assimiladas desde muito
cedo por meninos e meninas (Piirto, 1991) e os papéis de gênero socialmente aceitos
influenciam o que entendemos como “comportamento de homem” ou “comportamento

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de mulher”. Estes conceitos contribuem para a manutenção de preconceitos e
discriminação baseada em gênero (Csikszentmihalyi, 1998).

No entanto, no que se refere à discriminação contra mulheres, o que se percebe
é que, diferente de outros tipos de discriminação, as mulheres continuam a sofrer
discriminação, mesmo se ricas ou em condição hierárquica superior (Galatoli &
Irigaray, 2018). Hancock, Clarke e Arnold (2020), no seu estudo sobre estereótipos de
gênero e de orientação sexual no trabalho, identificaram que as profissões
consideradas de maior prestígio por profissionais de recrutamento e seleção são
aquelas percebidas como empregos masculinos. As profissões de menor prestígio são
consideradas trabalhos de mulheres ou homossexuais. Isso traz à tona o quanto o
papel da mulher e do que é considerado feminino é desvalorizado na sociedade, isso
porque nos discursos discriminatórios, a homofobia e a misoginia caminham lado a
lado. Esse discurso coloca homossexuais e mulheres como cidadãos de segunda
classe (Irigaray, 2017).

Mulheres tendem a expor e debater suas ideias criativas em locais que
proporcionem segurança necessária para isso. Em um contexto que fomenta e apoia
a criatividade, estimulando que o indivíduo exponha suas opiniões, abordagens e
realizações, as equipes diversas tendem a trazer benefícios para a organização. Por
outro lado, em ambientes desfavoráveis, a diversidade pode gerar ainda mais
dificuldades. Naqueles ambientes cujas práticas e discursos reforçam estereótipos de
gênero, cria-se uma barreira para a inclusão e, por conseguinte, para a inovação que
ela pode proporcionar (Chen et al., 2019; Hora, Lemoine, Xu, & Shalley, 2021;
Monteiro, Lima, Mesquita, Filho, & Matos, 2025).

O estudo de Almeida, Nogueira e Silva (2008) identificou uma relação entre a
criatividade e a propensão para inovar. Ao analisar a variável gênero, os homens
apresentaram maiores níveis de criatividade e maior propensão para inovação. No
entanto, uma pesquisa realizada com 7.848 empresas em 29 economias emergentes
indicou que as empresas com maior diversidade de gênero na sua administração
foram consideradas mais propensas a inovar (Tonoyan & Boudreaux, 2023). Esses
achados sugerem que uma parceria entre gêneros pode ampliar o potencial inovador
das organizações.

Além disso, a presença de diretoras no conselho de administração tem um
impacto significativo e positivo na criatividade e inovação das empresas. Essa relação
se dá porque a diversidade de gênero contribui para um melhor ambiente de trabalho,
uma liderança mais participativa, novos estilos de trabalho e de tomada de decisão,
além de diferentes experiências e pontos de vista (Gonzales-Bustos, Hernández-Lara,
& Li, 2020; Shukla & Teraiya, 2022).

As diferenças relacionadas à criatividade podem ser explicadas, pelo menos em
partes, pelas diferentes identificações dos papéis de gênero. É comum haver a
expectativa de que meninas criem coisas mais sofisticadas e que elaborem todo o
planejamento em detalhes. Já aos meninos parece ser concedida uma maior liberdade
para realizar o que desejam, mesmo que pareçam incomuns (Naderi, Abdullah,
Hamid, Jamaluddin, & Kumar, 2010). Essas expectativas influenciam o
desenvolvimento criativo desde a infância.

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Outro desafio é a dificuldade em estabelecer a relação entre a diversidade e a
inovação devido à falta de dados adequados sobre a diversidade na força de trabalho,
evidenciando a necessidade de uma gestão mais eficaz (Nóbrega, Santos, & de
Jesus, 2014). Muitas vezes, a crença de que a diversidade gera automaticamente
maior criatividade e a inovação, pode levar os gestores a negligenciarem a
importância de gerenciar a diversidade adequadamente. A interação em uma equipe
diversa implica escuta ativa, busca por integrar pessoas diferentes por meio de um
diálogo que estabeleça confiança, sem que haja receios de perseguições ou
retaliações (Martinez, 2016).

A análise de Prado, Alencar e Fleith (2016) demonstrou que mulheres obtiveram
escores superiores do que os homens em criatividade verbal, sensibilidade ou fator
emocional da criatividade, enriquecimento de ideias e motivação intrínseca. Por outro
lado, os homens obtiveram resultados melhores em habilidades cognitivas associadas
a criatividade, como fluência, flexibilidade, originalidade e pensamento divergente;
senso de humor e autoconceito positivo. Os estudos que focaram suas investigações
em aspectos ambientais, sociais e culturais, constataram que os obstáculos de ordem
social, como falta de tempo e de oportunidades, foram as principais barreiras relatadas
por mulheres.

Associado a isto, este debate se torna importante à medida em que entendemos
que a criatividade ocorre na interação entre os pensamentos individuais e o contexto
sociocultural, ou seja, ela não acontece em uma pessoa e sim nas relações produzidas
dentro de um sistema complexo (Csikszentmihalyi, 1998). Indivíduos criativos são
influenciados por fatores ambientais e sociais (Amabile, 1983), deste modo, entende-
se que ambientes discriminatórios podem inibir o comportamento criativo.

Embora os estudos apresentem divergências ao estabelecer uma relação entre
criatividade, diversidade de gênero e inovação, é possível inferir que a relação,
embora existente, nem sempre se manifesta de maneira positiva. Diversos fatores que
podem influenciar os ganhos em criatividade. Não se pode ignorar questões sociais e
do ambiente organizacional, que provavelmente têm influência nas relações entre
diversidade de gênero, criatividade e inovação. A próxima seção apresenta as
reflexões que emergiram neste ensaio teórico e as considerações finais.

Discussão e considerações finais
O termo diversidade é utilizado tanto em seu sentido amplo, quanto para referir-

se à diversidade de gênero discutida neste ensaio. A representatividade dos diferentes
grupos presentes na sociedade pode melhorar o ambiente de trabalho, no entanto,
isso não garante, por si só, maiores índices de criatividade e inovação. O desafio
reside em criar um ambiente verdadeiramente inclusivo e igualitário, onde os
profissionais se sintam motivados a permanecer e contribuir de forma produtiva
(Souza & Gama, 2020).

Embora as pesquisas apresentem resultados bastante divergentes, a maioria
não aponta diferenças significativas na criatividade baseada no gênero. Alguns
estudos indicam que, em média, mulheres tenham desempenho criativo superior
(Abraham, 2016; Baer & Kaufman, 2008). No entanto, isso é insuficiente para afirmar
que as mulheres são mais criativas do que os homens. Apesar de a maior parte das
pesquisas não indicarem que os homens sejam mais criativos, alguns estudos

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sugerem que os homens tendem a ter mais realizações criativas do que as mulheres
(Abraham, 2016). Isso levanta algumas questões: essas realizações se devem de fato
à maior criatividade? Ou são resultado de uma maior liberdade de pensamento e
melhores condições para expressar suas ideias sem julgamentos?

As elucidações acerca dos fatores biológicos podem oferecer explicações
plausíveis a respeito das diferenças cognitivas com base no gênero. Contudo,
acredita-se que aspectos socioambientais e culturais envolvidos na educação de
meninas e mulheres impactem no seu potencial criativo (Abraham, 2016; Amabile &
Pillemer, 2012). Essas diferenças incluem fatores ligados tanto à educação formal,
quanto à educação familiar. As expectativas diferentes para meninos e meninas, bem
como as diferentes oportunidades e experiências de vida influenciam e podem
restringir o desenvolvimento das habilidades de pensamento criativo (Abraham, 2016;
Baer & Kaufman, 2008). Essas expectativas, tanto da família e da sociedade quanto
da própria menina/mulher, moldam o comportamento e limitam o potencial criativo.
Desta forma, acredita-se que as diferenças da criatividade baseadas no gênero
estejam mais relacionadas a aspectos ambientais e sociais do que a aspectos
biológicos (Baer & Kaufman, 2008).

Além da recompensa (Amabile, 1988), a expectativa de avaliação também pode
afetar e motivação extrínseca, tendo efeito negativo na criatividade especialmente em
mulheres. Nota-se que estas são situações comuns, desde cedo, ainda nos ambientes
escolares (Baer, 1997). Cabe questionar o quanto as expectativas de avaliação e,
mais especificamente, ser avaliada de forma positiva na infância pode moldar
comportamentos futuros e de que maneira isso impacta no potencial de criatividade e
inovação de mulheres na vida adulta. Embora a literatura não ofereça evidências
suficientes para afirmar que um gênero seja mais criativo do que o outro, não se pode
ignorar que existem diferenças entre os gêneros no que se refere à produção criativa.
Nesse sentido, cabe questionar se as mulheres são consideradas menos criativas e
capazes de inovar dentro das organizações. Espera-se que estudos futuros possam
prosseguir com este debate e contribuir com novas reflexões.

Este estudo não teve o objetivo de elucidar como ocorrem as relações entre
diversidade, criatividade e inovação, mas sim promover uma reflexão acerca dos
papéis de gênero impostos pela sociedade e validados em diversos ambientes,
inclusive no ambiente organizacional. Dessa reflexão, emergem questionamentos que
podem direcionar pesquisas futuras: O que pode restringir a expressão criativa de
meninas e mulheres? O que pode ser feito pela família, escolas, empresas e
sociedade para incentivar a criatividade de meninas e mulheres? Quais restrições do
ambiente podem ser tornar barreiras à criatividade? A diversidade, em especial a
diversidade de gênero, contribui ou impede a criatividade e a inovação em
determinados contextos organizacionais? Qual o papel do ambiente e da cultura
organizacional na relação entre diversidade de gênero, criatividade e inovação?

É importante que novos estudos explorem, de forma mais aprofundada, os
mecanismos pelos quais a diversidade de gênero influencia a criatividade e a
inovação, considerando tanto os aspectos individuais quanto os ambientais. Além
disso, pesquisas futuras podem investigar as barreiras que impedem a plena
expressão do potencial criativo das mulheres nas organizações, a fim de que sejam
desenvolvidas ações eficazes para a promoção de ambientes de trabalho mais
inclusivos e equitativos.

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Este ensaio, portanto, não apenas contribui para o debate sobre a importância
da diversidade de gênero nas organizações, mas também traz sugestões de áreas
que necessitam de maior investigação. Ao apontar as possíveis direções para
pesquisas futuras, espera-se fomentar um campo de estudo capaz de gerar resultados
práticos para a promoção da criatividade, da inovação e da igualdade de gênero nas
empresas.

A literatura existente, embora rica em debates sobre esses elementos, ainda
carece de um aprofundamento sobre as suas interconexões, especialmente no que
se refere à diversidade de gênero. Apesar das evidências sugerirem um efeito positivo
da diversidade na criatividade e inovação, a falta de consenso sobre os mecanismos
pelos quais essa influência ocorre. Espera-se que este ensaio inspire novas pesquisas
e contribua para a construção de um ambiente de trabalho mais diverso, inclusivo,
criativo e, consequentemente, inovador.

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