Sobre o campo de saber da administração: gestão, organizações e divisão do trabalho

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47456/regec.2317-5087.2022.11.1.36090.104-124

Palavras-chave:

Administração, Estudos Organizacionais, Gestão, Organizações, Materialismo Histórico-Dialético

Resumo

Este é um ensaio teórico com o objetivo de apresentar e discutir um modelo de representação do campo da administração e dos estudos organizacionais, destacando relações dialéticas e dialógicas entre seus interesses fenomênicos e estruturais. Analisam-se diferentes interpretações do escopo, alcance e relações da administração e dos estudos organizacionais, chegando a um modelo de representação que integra as noções de centralidade da gestão e das organizações, a partir de uma perspectiva crítica. O método empregado é a reflexão e a dedução lógica, a partir de uma sistematização integrativa de referências. Sugere-se que os objetos típicos da administração e dos estudos organizacionais — a gestão e as organizações — são manifestações fenomênicas das divisões social e técnica do trabalho no modo de produção capitalista. Os interesses do campo se localizariam no âmbito das relações dialéticas entre esses fenômenos e suas essências, bem como na dialógica entre si.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Romulo Carvalho Cristaldo, Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)

Doutor em Administração (NPGA/UFBA). É também Mestre em administração (NPGA/UFBA), Especialista em Metodologia e Didática do Ensino Superior pela Faculdade São Bento da Bahia e Bacharel em Administração (UFBA). Professor Adjunto da Faculdade de Administração, Ciências Contáveis e Economia (FACE) da Universidade Federal da Grande Dourados, (UFGD). Tem interesse nos espaços de interface entre a administração e a economia política internacional, com ênfase em Política, Estratégia e Geoestratégia Capitalista, Estudos Críticos de gestão e Estudos do Desenvolvimento.

 

Referências

Alvesson, M., & Blom, M. (2021). The hegemonic ambiguity of big concepts in organization studies. Human Relations, Express. https://doi.org/10.1177/0018726720986847

Antunes, R. (2007). Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo: Boitempo.

Arrighi, G. (1996). O longo século XX: dinheiro, poder e as origens de nosso tempo (Trans. V. Ribeiro). São Paulo: Editora Unesp.

Azevedo, P. B. de. (2015). História ensinada dialogismo: prática de letramento no 6º ano do ensino fundamental. Revista História Hoje, 4(8), 57-80. http://dx.doi.org/10.20949/rhhj.v4i8.197

Baars, G. (2019). The Corporation, law and capitalism: a radical perspectiva on the role of law in the global political economy. Leiden, The Netherlands: Brill.

Bakhtin, M. (1997). Estética da criação verbal (Trans. M. E. G. G. Pereira). São Paulo: Martins Fontes.

Biazzi Jr., F. (1994). O trabalho e as organizações na perspectiva sócio-técnica. Revista de Administração de Empresas, 34(1), 30-37. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-75901994000100005

Camillis, P. K. de, & Antonello, C. S. (2016). Da translação para o enactar: contribuições da teoria ator-rede para a abordagem processual das organizações. Cadernos Ebape.br, 14(1), 61-82. http://dx.doi.org/10.1590/0034-761231412

Camillis, P. K., Bussular, C. Z., & Antonello, C. S. (2016). A agência a partir da teoria ator-rede: reflexões e contribuições para as pesquisas em administração. Organizações & Sociedade, 23(76), 73-91. https://doi.org/10.1590/1984-9230764

Coase, R. H. (1937). The nature of the firm. Economica, 4(4), 386-405. https://doi.org/10.2307/2626876

Cristaldo, R. C. (2011). A indústria brasileira de construção civil entre 1964 e 1979: a constituição das bases para o processo de internacionalização (Master Thesis). Universidade Federal da Bahia, Núcleo de Pós-Graduação em Administração, Salvador/BA. Retrieved from: https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/7626

Czarniawska, B., & Mouritsen, J. (2009). What is the object of management? how management technologies help to create manageable objects. In C. S. Chapman, D. J. Cooper, & P. Miller. Accounting, organizations, and institutions: essays in honour of Anthony Hopwood (pp. 157-174). Oxford, UK: Oxford University Press. https://doi.org/10.1093/acprof:oso/9780199546350.003.0008

Drucker, P. F., & Maciariello, J. A. (2008). Management. New York, US: HarperCollins.

Duménil, G. & Lévy, D. (2020). Managerialism is a mode of production. Actuel Marx, 68(2), 125-137. https://doi.org/10.3917/amx.068.0125

Etzioni, A. (1972). Organizações modernas (Trans. M. L. M. Leite. 2nd ed.). São Paulo: Livraria Pioneira Editora.

Faria, J. H. de. (2015). Epistemologia crítica do concreto e momentos da pesquisa: uma proposição para os estudos organizacionais. Revista de Administração da Mackenzie, 16(5), 15-40. http://dx.doi.org/10.1590/1678-69712015/administracao.v16n5p15-40

Fiorin, J. L. (2011). Introdução ao pensamento de Bakhtin. São Paulo: Editora Ática.

França Filho, G. C. (2009). Para um olhar epistemológico da administração: problematizando seu objeto. In R. S. Santos. (Ed.). Administração política como campo do conhecimento (2nd ed. pp. 123-147). São Paulo: Hucitec-Mandacaru.

Ganen, A. (2012). Hayek: da teoria do mercado como ordem espontânea ao mercado como fim da história. Política & Sociedade, 11(22), 93-117. http://dx.doi.org/10.5007/2175-7984.2012v11n22p93

Grey, C. (2010). Um livro bom, pequeno e acessível sobre estudos organizacionais (Trans. Raul Rubenich). Porto Alegre: Bookman.

Gurgel, C. (2003). A gerência do pensamento: gestão contemporânea e consciência neoliberal. São Paulo: Cortez.

Gurvitch, G. (1987). Dialética e sociologia (Trans. M. S. Gonçalves). São Paulo: Vértice.

Hessen, J. (2000) Teoria do conhecimento (Trans. J. V. G. Cuter). São Paulo: Martins Fontes.

Ilyenkov, E. (2018) Intelligent materialism: essays on Hegel dialectics (Trans. E. V. Pavlov). Boston: Brill.

Klikauer, T. (2013). Managerialism: a critique of an ideology. New York: Palgrave MacMillan.

Kosic, K. (2002). Dialética do concreto (Trans. C. Neves & A. Toríbio. 7th ed.). Rio de Janeiro: Paz & Terra.

Lawrence, P. R., & Lorsch, J. W. (1973) As empresas e o ambiente: diferenciação e integração administrativas (Trans. F. M. Guimarães). Petrópolis, RJ: Vozes.

Lima, R. de C. P., & Campos, P. H. F. (2015). Campo e grupo: aproximação conceitual entre Pierre Bourdieu e a teoria moscoviciana das representações sociais. Educação e Pesquisa, 41(1). https://doi.org/10.1590/S1517-97022015011454

Machado, T. A. (2016). Da formação em Marx à formação socioespacial em Milton Santos: uma categoria geográfica para interpretar o Brasil? GEOgraphia, 18(38), 71-98. https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2016.v18i38.a13774

Marglin, S. A. (1980). Origem e funções do parcelamento das tarefas. In A. Gorz. Crítica da divisão do trabalho (Trans. E. dos S. Abreu. pp. 37-77). São Paulo: Martins Fontes.

Marx, K. (2013). Crítica da filosofia do direito de Hegel (Trans. R. Enderle & L. de Deus). São Paulo: Boitempo.

Mészáros, I. (2005). The power of ideology. London: Zed Books.

Mészáros, I. (2011). Para além do capital: rumo a uma teoria da transição (Trans. P. C. Castanheira & S. Lessa). São Paulo: Boitempo.

Mintzberg, H. (2010). The natures of managerial work. New York, US: Harper and Row.

Morgan, G. (2009). Imagens da organização (Trans. C. W. Bergamini & R. Coda). São Paulo: Atlas.

North, D. C. (1991). Institutions. The Journal of Economic Perspectives, 5(1), 97-112. https://www.jstor.org/stable/1942704

Paço Cunha, E. (2021). Henri Fayol na encruzilhada da “terceira via”: organização da grande corporação e conflito social na forja do ideário faoylista. Revista Eletrônica de Ciência Administrativa.

Paço Cunha, E. (2020). Gênese do taylorismo como ideologia: acumulação, crise e luta de classes. Organizações & Sociedade, 27(95), 674-704. https://doi.org/10.1590/1984-9270953

Paço Cunha, E. (2018). Ontogênese e formas particulares da função de direção: introdução aos fundamentos históricos para a crítica marxista da administração. In E. Paço Cunha & D. L. Ferraz (Ed.). Crítica marxista da administração (pp. 13-67). Rio de Janeiro: Rizoma.

Paula, A. P. P. de. (2016). Em busca de uma ressignificação para o imaginário gerencial: os desafios da criação e da dialogicidade. Revista de Administração Mackenzie, 17(2), 18-41. https://doi.org/10.1590/1678-69712016/administracao.v17n2p18-41

Poulantzas, N. (1980). O Estado, o poder, o socialismo (Trans. R. Lima). Rio de Janeiro: Edições Graal.

Rilatiana, R., Eliyana, A., Suprayetno, D., & Mukti, K. E. (2020). Management's Initial Thought in the Industrial Era 4.0 and Millennialization, Is It Still Relevant? Systematic Reviews in Pharmacy, 11(9), 798-802. https://www.sysrevpharm.org/fulltext/196-1603354029.pdf

Romme, A. G. L. (2017). Management as a science-based profession: a grand societal challenge. Management Research Review, 40(1), 5-9. https://doi.org/10.1108/MRR-10-2016-0225

Santos, E. L. (2017). O campo científico da administração: uma análise a partir do círculo das matrizes teóricas. Cadernos Ebape.Br, 15(2), 209-228. http://dx.doi.org/10.1590/1679-395152841

Serva, M. (2017). Epistemologia da administração no Brasil: o estado da arte. Cadernos Ebape.Br, 15(4), 740-750. http://dx.doi.org/10.1590/1679-395173209

Shrivastava, P. (1986). Is strategic management ideological? Journal of Management, 12(3), 363-377. http://jom.sagepub.com/content/12/3/363

Teixeira, H. J. (1981). Análise das abordagens sobre as funções do administrador. Revista de Administração de Empresas, 21(2), 27-38. https://doi.org/10.1590/S0034-75901981000200003

Tragtemberg, M. (2006). Burocracia e ideologia (2nd ed.). São Paulo: Editora Unesp.

Downloads

Publicado

18-01-2022

Como Citar

Carvalho Cristaldo, R. (2022). Sobre o campo de saber da administração: gestão, organizações e divisão do trabalho. Revista Gestão & Conexões, 11(1), 104–124. https://doi.org/10.47456/regec.2317-5087.2022.11.1.36090.104-124

Edição

Seção

Artigos